quinta-feira, 29 de março de 2012

A super-ocupação escolhida

Tenho para mim que os meus dias não têm tido 24 horas. E não digo isto levianamente como quem se queixa de ter uma vida super ocupada, ai tão importante que eu sou! Tenho uma vida super ocupada porque assim a tenho escolhido. Ontem o meu dia resumiu-se a um intervalo de meia-hora para almoçar - um almoço que me soube maravilhosamente apesar de geralmente detestar fazer refeições sozinha - duas horas para jantar e, de resto, houve sempre ocupação das 8 às 23 horas e muitos minutos. Mas digo especialmente que os meus dias não têm tido 24 horas porque, quando estou a falar com alguém, dou por mim a reportar-me a coisas que chego à conclusão que aconteceram ontem como se tivessem acontecido há uma semana atrás.  Com isto, sobra uma reflexão pertinente: sei que às vezes tenho que parar mais, porque a bateria qualquer dia dá o tilt por excesso de atividade, e em vez de crescer e de me enriquecer, como espero e como proclamo estar a acontecer, posso estar a viver muita coisa que não pára verdadeiramente em mim - corre à minha frente. E sei que uma vida também não se faz a correr...


Fiz uma Bucket List!

E estou orgulhosa de mim, porque desde que tenho um blog que tenho intenções de a fazer. Portanto é de peito cheio que digo finalmente, ali está ela! Toca a visitar o separador de cima à direita. Eu vou dedicar-me a tentar cumpri-la...

terça-feira, 27 de março de 2012

Estado do código - pequeno final

SÁBADO
2
2
3
2
3
3
2
4
2
1
2
4
2
2


DOMINGO
2
1
4 

1
3
1
2
1
1 

2
2 

3
4 
2
0
2
2 
3

2
1

2
3
0


Confesso, durante a viagem até ao centro de exames, com dois rapazes descontraídissimos e seguríssimos da sua passagem, mas que acabaram por ter o mesmo fim que eu, disse que ia só fazer reconhecimento de território. Não fui segura de que seria para passar, ainda que lá tenha estado tranquila. Vim com o número que mais me atormentava apesar da sua diminuída ocorrência em comparação com os outros: 4. E a convicção de que foi, de facto, o exame mais difícil que fiz. Claro que também fiz asneira: uma resposta correcta alterada para errada ali nos últimos minutos (sim, eu sei, não alterar primeira impressão, mas eu também já alterei muitas primeiras impressões erradas) e uma questão  de correcção muito duvidosa. No fim, lamentei o que vou ter que desembolsar, mas, apesar de tudo, fiquei orgulhosa de mim. Foi a primeira reprovação que enfrentei na vida e fiquei descontraída. Era um papel só. Um pequeno dia em todos os outros da minha vida. De resto, só fiquei frustrada hoje ao ver a professora de código concordar comigo. Pronto. Para a semana, será!

sábado, 24 de março de 2012

Questões genéticas aplicadas à descendência

Quando tiver um filho, ele vai certamente esbanjar charme desde a mais tenra idade enquanto exímio bailarino. E tudo o que é preciso, desde a energia em cada movimento à atitude essencial a uma boa interpretação, vai estar, definitivamente, nos genes:

quinta-feira, 22 de março de 2012

Desejos versus realidade

A forma como eu gostava de ir todos os dias para o estabelecimento de ensino onde ocupo funções profissionais - de vestido, dia sim, dia não.



A forma como na realidade vou para apaziguar a mente fértil adolescente:

E o salto alto para não ser confundida, claro, que há lá miúdas que parecem minhas mães.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Esta coisa dos preferidos...

Não tenho livro preferido, tal como não tenho música preferida, nem filme preferido. Não tenho um que diga, É AQUELE. Falta de identidade? Não, construção da mesma.  Para mim, todas estas coisas representam pontos de paragem na viagem. Marcam etapas, momentos da  vida... O facto de não ter preferidos absolutos talvez se resuma à questão de eu procurar sempre uma identificação emocional em tudo e das emoções e experiências de vida oscilarem, fazendo com que os meus gostos também oscilem. Assim, agarram-me os livros que mais me dizem num determinado momento, por um motivo ou por outro - e eu sei, que pode haver momentos certos e errados para ler um livro, momentos em que lhe vamos dar todo o sentido e significado, momentos em que não vamos dar nenhum. Li duas vezes o Principezinho, em idades radicalmente diferentes, e que diferença! Neste momento sei qual é a minha música preferida, precisamente porque entre livro, música e filme, a música é a mais fácil de ajustar ao estado emocional.

Com esta reflexão descobri que posso ter traços teimosos - coisas que eu digo que sou e serei para sempre - mas não tenho gostos teimosos - e afinal isso não é já admitir que não há coisas que sou e serei para sempre? E que afinal mudo? Às vezes fujo desta palavra. Prefiro dizer que amadureço, porque mudança associo a rompimento da identidade e a questão de ser sempre fiel a mim mesma é das que me é mais cara. Mas, agora percebo, mudar não significa deixar de ser fiel a mim mesma. Ser fiel a mim mesma não é parar no tempo - é ser de acordo com o que estou a viver.


P.S. --» E em dia de poesia, nada melhor que viver rodeados de poetas, capazes de surpreender a qualquer momento.

terça-feira, 20 de março de 2012

Casa, onde o coração está

Acho que todos - pelo menos quem gostar de praia, e de natureza e ar puro - sonhamos com a nossa casinha em frente ao mar, com um portão no muro das traseiras a sair directamente para a areia... Eu não sou excepção. Acontece que mais do que as características de um local, como sempre eu valorizo as pessoas que cabem dentro desse local: crianças de cabelos ao vento, um homem que apetece abraçar a todo o momento, os avós em tardes de domingo e tantos outros.

Desta vez, eu que gosto do original, vou pelo mais banal que há, Home is where the heart is, porque é o que eu sinto. E o meu coração cabe todo aqui, na minha pequena cidade que nem sequer cheira a mar.



Podia ter mais cinemas, mais opções de centros comerciais, universidades ao virar da esquina, as discotecas da moda, mas não tem. Podia ter praia já aqui ao pé, mas não tem, só a 30 minutos de carro. Podia ter um rio de perder a vista, mas não tem.


Tem um rio, sim, mas que mais parece um riacho. Tem um cinema no único centro comercial, tem duas universidadezinhas pequeninas perto, tem barzinhos familiares e discotecas estranhas. Tem os sítios onde cresci. Tem escolas cheias de vida. Tem iniciativas dinâmicas. Tem várias lojinhas de tudo e mais alguma coisa.   Não tem muita confusão, só a suficiente. Não tem trânsito infernal. 


Essencialmente tem TUDO o que é preciso: as minhas pessoas. Tem um sentimento de pertença como não encontro em mais lugar nenhum. 


Por isso, eu sei que até posso vir a apaixonar-me por outro sítio, mas, se o fizer, não tenho dúvidas, foi o coração que me levou até lá.


*Este post resulta desafio proveniente de 2 blogs: INESperado e Suspiros. Vou responder-lhes, mas dar-lhes ligeiramente a volta. Salto os 11 factos que devia apontar sobre mim, porque estão contidos algures noutros desafios e até em alguns posts. Quanto às questões, que me foram especialmente dirigidas, serão respondidas à semelhança do que fiz hoje num único post, porque muitas vezes são perguntas que dão vontade de brincar com as palavras!

segunda-feira, 19 de março de 2012

Estado do código

3
5 (2  por uma distraCção monumental daquelas que se no diazinho acontecerem me vão deixar com vontade de bater com la chábésse na parede!)
3 (bem diz a professora do código que as primeiras impressões são as mais correctas, tinha tido 1 errada!)
2 (eu sabia que este dia ia chegar! E podia ser 0, falhei as mais estúpidas)

Isto é grave, muito grave...

Na verdade quase patológico. Mas desconfio que o grande motivo de sucesso das minhas aulas de condução advenha do facto de me sentir despersonalizada durante as mesmas ou então de personalizar o carro (conferindo vida própria a um objecto inanimado) - "Oh, que giro, o carro está mesmo a acelerar!", "Oh, que giro, o carro está a abrandar!", "Oh, que curva tão direitinha!". Quase como se fosse uma entidade estranha a mim, e não eu, quem de facto estivesse a controlar o carro. É estranho que uma coisa tão grande se mova com uns toquezinhos em coisinhas tão pequenas! Ao mesmo tempo, ainda que continue consciente da responsabilidade que é o carro ser uma arma apontada a mim e ao outro, sinto-o quase como uma grande carcaça protectora  e o grande medo que tinha antes de lá entrar... puff... chocapic!

domingo, 18 de março de 2012

Resultados do desafio domingueiro

Julguei que iam todos mandar-me apreciar a brisa domingueira depois de tão poucas pistas, mas tive um grupo de criativos excelente, que nem uma ideia repetida apontaram!


Estes são os números que espero apresentar-vos para a semana neste mesmo dia:

1
0
0
0
1
0
0
0
0

É que se não forem estes os números, corro o sério risco de reprovar no meu exame de código.

Ganhou, pois, a querida M que foi a astuta e soube ler as pistas num comentário que lhe deixei hoje. Não tinha intenções de me denunciar, mas a verdade é que o fiz e ela soube magistralmente unir os pontos!

Desafio domingueiro:

4
5
4
3
2
3
3
5

Quem arriscar adivinhar o que representam estes números e acertar ganha um kit promocional Mary Jane!

sábado, 17 de março de 2012

Os dois lobos

Descobri esta história no saco de uma superfície comercial, mas li-a com prazer, porque mostra claramente como temos sempre opção, mesmo em relação a coisas às quais não estamos directamente atentos sempre. Procurei a história na internet e aqui está ligeiramente modificada.

Certa noite, sentado ao redor de uma fogueira, o índio mais velho da tribo explicava ao seu neto:
- Dentro de mim existem dois lobos. Um deles é cruel e mau. O outro é muito bom e justo. Um nunca deixa o outro descansar, eles estão sempre à luta...
"Qual dos dois vai vencer?!" – perguntou o jovem.
Com toda a sua sabedoria, o velho índio respondeu:
- “Aquele que eu alimentar mais.”

sexta-feira, 16 de março de 2012

O morango ou o metrossexual

Quarta fui a um jantar muito sério para tomar decisões sérias. Assim que entrei no carro de um amigo desatei num ataque de riso incontrolável, daqueles que chegam a ficar sem som, e que deixam quem está ao nosso lado a rir também ainda que sem saber o motivo do mesmo. O que aconteceu foi que ri tudo o que não pude rir durante o jantar, pelo menos declaradamente. Tudo porque para fazer parte de uma equipa de 5 pessoas que tratam de decisões sérias, além de mim e de outras pessoas, estava um morango ou um metrossexual - ainda não decidi qual a melhor definição. Loiro, olho azul, camisa a marcar a definição do corpo e volta e meia faz questão de dizer "Eu sei que sou loiro..." para o caso de ainda ninguém ter apreciado devidamente este traço.


Era um indivíduo daqueles que articulam muitas palavras, mas de discurso não se tira quase nada. Ainda assim admito que posso estar redondamente enganada - "Eu gosto muito de escrever, quando escrevo saem logo 6 páginas!". Afinal, é também um indivíduo inspirado  que trabalha assuntos sérios como quem motiva uma equipa de futebol, "Lembra-te, tu nunca estás sozinho! Eu pelo menos faço questão de estar em tudo!". Inclusivé, preocupa-se com o porte físico e, num primeiro contacto com alguns de nós, pronuncia em tom sério "Ainda bem que eu fui correr", manifestando preocupação em manter a barriga "onde tudo vai parar" lisa, e arqueia os ombros para se tornar apreciável a sua boa forma. Disponibilizou-se até para oferecer o seu "perfil", "fazer de marioneta" da pessoa que apontámos para presidente visto este estar a acautelar que não considerava ter o perfil certo e, não fosse a discrição do mesmo, ter-se-ia levantado para comparar o seu porte físico. Ah, e claro, é um adepto das novas tecnologias: pediu uma versão resumida daquela reunião para enviar por SMS a captar eventuais novos membros!


Eu juro que não sou de falar de outras pessoas em tom jucoso, mas este tipo era um cartoon.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Os verdadeiros motivos - que quase ninguém diz - para ter um blog

Ah, e tal, porque gosto de escrever e precisava de um espaço onde libertar os meus pensamentos diários e praticar o meu malabarismo com as palavras! Tenho uma necessidade extrema, quase básica, de escrever. Escrever é, para mim, respirar e a forma mais bela de expressão!

Mentira.

Mentira não, meia verdade.

Gosto de escrever. Mas se fosse só para isso um diário cumpriria lindamente esta função. Criei um blog porque queria ser lida. Ponto. Poderia ficar por aqui. Mas, na verdade, também criei um blog numa perspectiva narcísica. Depois de ler uns quantos blogs e de acompanhar, quase como um ídolo, as suas autoras, de acompanhar quase como quem desvenda um neverending book criei um blog porque quis, também eu, ser uma personagem capaz de colorir a vida de alguém. Com o tempo de leitura de outros blogs fui percebendo que para isso não precisava de ter algo tremendamente espectacular sobre o que escrever todos os dias ou um ensinamento para a vida a transmitir. Bastava assumir uma identidade própria e saber reflectir na escrita a minha individualidade e originalidade. Comecei então o "Mundo Cá Dentro", consciente de que aqui não estaria um reflexo exacto do mundo lá fora, mas da forma como sinto as coisas cá dentro. Nunca soube se tinha leitores escondidos, daqueles como eu fui antes de ter o próprio blog, mas descobri-los, numa daquelas vezes em que alguém que nunca comentou determinado dia decide dizer "eu estou aqui", será o dia da realização. Ou não. Porque às vezes acabamos por descobrir o prazer nas coisas mais simples, e a verdade é que o blog foi crescendo precisamente porque me tem dado mais prazer do que trabalho e ter alguém que me percorra com a mesma insaciedade com que eu o fazia já não é prioritário.


Faltou dizer que invejo profundamente as bloggers que vêem aterrar flores na sua secretária e que sonho com o dia em que elas, miraculosamente, vão aterrar na minha.


*Este post resulta desafio proveniente de 2 blogs: INESperado e Suspiros. Vou responder-lhes, mas dar-lhes ligeiramente a volta. Salto os 11 factos que devia apontar sobre mim, porque estão contidos algures noutros desafios e até em alguns posts. Quanto às questões, que me foram especialmente dirigidas, serão respondidas à semelhança do que fiz hoje num único post, porque muitas vezes não são perguntas que dão vontade de brincar com as palavras! 

terça-feira, 13 de março de 2012

As ilusões de Verão

A minha estação favorita do ano é o Verão porque é uma estação de ilusões (a ilusão de que mesmo que chova, até se pode estar bem na praia!) e é por excelência a estação do calor, além de dificilmente conseguir encontrar alguma coisa de que não goste.


Gosto dos dias em que toda a gente reclama "Está um calor insuportável". 
Gosto dos anúncios à cerveja amarela que se multiplicam, apesar de não gostar de cerveja amarela. 
Gosto de passar os dias em bikini e  micro-calções. 
Gosto de mar (vamos a la praia oh oh oh oh oh), apesar de só tolerar a areia porque tem que ser. 
Gosto de dias longos. 
Gosto de ver granizados e comentar que é só gelo.
Gosto de esplanadas. 
Gosto de noites em que não é preciso usar casaco. 
Gosto de sentir o ar quente e acolhedor. 
Gosto mais da roupa de Verão do que de Inverno. 
Gosto de usar vestidos dia-sim, dia-sim, sem a preocupação de que vai chover e eu vou molhar as pernas. 
Gosto de férias.
Gosto de ver as pessoas a sorrirem mais.
Gosto de pensar, todos os anos, que vou ter o Verão da minha vida, tal como em pequenina, perto de cada Verão, ia pensando sempre que "este ano é que vai ser, já tenho pé na parte baixa da piscina dos grandes!", "este ano é que vai ser, já sei nadar!" ou "este ano é que vai ser, já sei nadar bem!"
Gosto de fazer planos quase como quem faz resoluções de ano novo, mas a meio do ano. 
Gosto do Verão porque é a estação mais curta do ano, passa incrivelmente rápido e tudo o que é bom tem um ritmo acelerado. 




*Este post resulta desafio proveniente de 2 blogs: INESperado e Suspiros. Vou responder-lhes, mas dar-lhes ligeiramente a volta. Salto os 11 factos que devia apontar sobre mim, porque estão contidos algures noutros desafios e até em alguns posts. Quanto às questões, que me foram especialmente dirigidas, serão respondidas à semelhança do que fiz hoje num único post, porque muitas vezes não são perguntas que dão vontade de brincar com as palavras!

segunda-feira, 12 de março de 2012

Prognósticos acerca de uma chamada anónima

Acabaram de me ligar, de um número privado, e do lado de lá ouvi nem pio.
Do lado de cá saíram uns repetitivos "'Tou? 'Tou? 'Tou?!".

Devo começar a preparar-me para, do lado de lá, começar a ouvir respirações ofegantes?

Temo que não, porque o episódio deve ter durado uns 5 segundos. 

Duas hipóteses:
A) os meus "''tou" tornaram evidente um engano;
B) os meus "tou" foram tão agressivos que afastaram qualquer instinto mais predador existente do lado de lá.




Pena. Acabou de cair por terra uma potencial grande história que poderia ter para contar!

domingo, 11 de março de 2012

Pessoas que já nascem avós

Às vezes falamos das avós como se elas tivessem sido sempre isso na vida, avós. Avós como sinónimo de sabedoria. Falamos das avós como se elas já tivessem nascido assim, de rugas feitas, de segredos para resolver qualquer imprevisto na ponta da língua e com a capacidade de dizer um "isso vai passar, tenho a certeza" de uma forma que se torna reconfortante. Outra pessoa com a mesma expressão despertaria os meus instintos mais carniceiros.

Sei que a minha avó teve uma infância, uma juventude e uma longa vida adulta, porque ela as conta de uma forma que faz dela um ser estranhamente e, ao mesmo tempo, naturalmente superior. Tão superior que, lá está, parece que já nasceu com o espírito de avó formado, com o rótulo grande mulher impresso na testa e que terá feito um percurso de escolhas acertadas sem grandes percalços. Que na verdade existiram, mas a forma como ela os narra faz destes apenas pequenos passos em falso. Até a história que me contou de um dia ter deixado escapar o grande amor da vida dela por teimosia, acredito que não foi um passo em falso. Até o amor dela escolheu bem (que escolheu, porque conta que o meu bisavô certo dia lhe disse que ela já tinha "experimentado" muitos e que tinha de decidir) e mesmo neste aspecto deu o passo mais certo! Pois claro que é o meu avô o amor da vida dela. O meu avô que hoje eu vejo cuidar dela de uma forma que me enternece verdadeiramente.


Um dia destes, a minha irmã dizia que apesar de não sermos muito parecidas fisicamente à primeira vista ou em comparação directa de fotografias, eu tinha uma expressão que era exactamente a mesma que a minha avó fazia e que está evidente em algumas fotografias - a típica expressão "longe do mundo". Eu e a minha avó sorrimos, felizes com esta pretenda semelhança, mas ainda assim descrentes, na medida em que a minha avó reforçou não ser tão aluada quanto eu. Porém, uns dias mais tarde revelou-me que esteve a pensar e de facto, também era muito assim. Eu sorri. Por fora e por dentro: um dia também vou ser assim, inspiradora.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Mary Jane explica como arranjar soluções

Lá no meio de uma SMS longa, eu tinha intenções de terminar escrevendo "A dúvida só por si é terrível, não é?". Contudo, quando dei por mim já tinha escrito, "A dúvida só por ci". Ora, sabendo vós dos problemas técnicos que o meu telemóvel enfrenta, não me permitiu apagar nem uma letrinha. Escrever de novo? Hoje que me estou a arrastar de cansaço não. Pois que saiu um "A dúvida só por cimentar uma suspeita é terrível, não é?". Vai-se a ver e dúvida e suspeita são a mesma coisa - coisas de que não se tem a certeza - mas o "cimentar" ali até deu um toque pomposo à coisa.



quinta-feira, 8 de março de 2012

Do mimo e reflexões associadas ao dia da mulher

A minha mãe não gosta do dia da mulher, porque diz que só há dias especiais para os coitadinhos, o que não é verdade. Mas a maior verdade, aquela que mais conta para mim, é que eu sou uma pessoa mimada. Gosto tanto do dia da mulher, como de outro dia qualquer em que exista um pequenino pretexto para me festejar e para ser festejada pelos outros: o dia em que aprendi a andar, o dia em que faço meses, o dia em que quase nasci, tudo serve! 

Não há um dia do homem? Azar o deles. Sorte a nossa. Porque um dia eu recebi um Mickey a dar um beijinho à Minnie, por ser dia da mulher, e nunca tive de retribuir, por ser dia do homem. E bem vistas as coisas, há momentos em que continuo a gostar da distinção entre sexos. E não me preocupo se isso faz de mim superior ou inferior. Tal como continuo a gostar que um homem me abra a porta e fique à espera que eu entre para só depois entrar, porque me faz sentir especial. Está bem, só o meu avô é que ainda faz isto, mas quintuplica o charme dele de cada vez que o faz e provoca a formulação do pensamento automático "o meu avô é um senhor"! Portanto, se existe um dia da mulher, porreiro! Always look on the bright side of life. Digo eu que hoje já estive à beira de um ataque de choro. Mas há que ser feliz, nem que seja pelos outros, para os inspirar!


Ou até porque como um homem diz:

quarta-feira, 7 de março de 2012

A mini-sedutora

Fui visitar a minha afilhada. A minha afilhada que, com os seus 5 aninhos, ontem foi operada a uma hérnia. Uma hérnia que não tinha nada que atacar uma menina tão pequenina, tão doce! Ontem só falei com ela ao telefone, hoje prometi visita. Quando cheguei recebeu-me com o maior dos sorrisos, muito entusiasmo e com um grande "YEEEESSS!". E estava impecável, super bem disposta. E neste aspecto é muito pouco parecida com a madrinha que com uma pequena ferida fica a carpir como se estivesse quase a perder a vida! Além disso, está uma sedutora, a gabar as visitas e a conquistar-me o tempo inteiro, uma manipuladorazinha disfarçada de docinho da melhor espécie. Aposto que se o interlocutor fosse outro, a conversa era outra.


Olha, eu gosto mais de ti do que do que do meu padrinho! Gosto mais da madrinha!
Oooohh, então vamos ser amigas para sempre! Mas A., ele é padrinho, eu sou madrinha, somos diferentes, podes gostar muito dos dois.
Hmmm... Tá bem. Mas eu gosto mais de ti.



Olha, a minha mãe gosta muito da tua, pois é?
É! Que bom! É bom que as pessoas se dêem bem.
Ainda bem que a tua mãe está distraída, assim não te chama para ires embora, pois é? [Põe-me a mão no queixo porque eu, compenetrada no meu desenho, não respodi imediatamente] Pois é?!



Olha, eu fiz este desenho para ti!
Que bom! Está tão lindo, A.. Assim eu ponho no meu trabalho e toda a gente vê como a minha afilhada sabe pintar tão bem!
Ah, eu tenho mais! [Desata a pegar em todas as folhas com desenhos que estavam à volta dela] Olha, estes dizem vóvó, mas eu enganei-me, são para ti! Para tu pores no teu trabalho...




Trouxe 12 desenhos para casa.

terça-feira, 6 de março de 2012

O mito das borboletas na barriga

Eu, com a minha vasta experiência, acredito que a verdadeira prova de que ali está a pessoa da nossa vida não está no tamanho, intensidade ou frequência das borboletas na barriga. Sentir borboletas na barriga é maravilhoso, mas não é algo que só a pessoa da nossa vida poderá provocar. É apenas um indício de que pode ser ele/ela. No fundo podemos senti-las com imeeensas pessoas. Isto está em linha de conta com outra coisa que costumo dizer "Paixão à primeira vista, desilusão à segunda". Quando conhecemos uma pessoa atraente e  compatível connosco é fácil desatar a imaginar passeios românticos em Paris, noites mirabolantes a dois, domingos à tarde a ver o mar e imaginar-nos a escrever um romance inteiro de fio a pavio com base no quão inteiros e completos aquela pessoa nos faz sentir, no que queremos fazer com ela, no quanto e como ela é a peça que faltava à nossa vida! 

Mas o verdadeiro desafio e prova de que aquela será mesmo a pessoa, eu acredito que vem depois, com os meses, com os anos, com o confronto diário, com os dias em que já não nos importamos de calçar os chinelos dele e dormir com umas cuecas menos sexys. Vem depois, com os dias em que já não nos importamos que ele nos veja com uma erva verde no meio dos dentes. Vem depois, quando deixamos de achar único o seu riso e divertidos todos os maus hábitos. Quando deixamos de achar magníficas todas as conversas e de achar que todos os dias nos trazem algo novo. Vem depois quando já esgotamos a pessoa, quando temos a pretensão de que já a sabemos de cor, mas ainda assim nos encantamos. Quando aquela é a única companhia. A única que faz sentido, quer quando estamos a explodir de alegria, quer quando estamos a morrer de cansaço e só queremos um bom pedaço a quem encostar. Só aí é que a pessoa da nossa vida se revela,  ou não.

Mas isto, são só coisas que eu acho, coisas que eu digo. Coisas que ainda não encontraram um verdadeiro ponto final.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Inaugurei a época primaveril

Chegaram os espirros.

E ora surgem os simpáticos, pouco dramáticos, daquele género quase primaveril, que cheira a alergias (sendo que o curioso é que eu acho que não sou alérgica a nada!), ora surgem os que são menos simpáticos que agitam o corpo todo e que se apresentam a público sem a autorização devida.





domingo, 4 de março de 2012

Uma mulher e tanto!

O anúncio da Intimissimi com a Irina Shayk, ao som de um burlesco "Be Italian", fascinou o mundo. Sexy e forte, devolve à mulher poder e a sensação de que se piscarmos um olhito o mundo todo vem atrás. 
No entanto, pessoalmente, identifico-me muito mais com o novo anúncio. Com a Toscânia sob pano de fundo e a banda sonora eleita inspira ao romance e ao sonho. Digamos portanto que o bucólico me fascina bem mais do que o burlesco. A sedução com um toque de inocência...




Já a modelo que o protagoniza corre sérios riscos de entrar para o top das minhas modelos favoritas. Há que reconhecer mulheres bonitas. Chama-se Tanya Mityushina, tem 20 anos e é Russa.


A muito aguardada...

E finalmente aconteceu, a muito aguardada primeira aula de condução, numa sexta-feira, por cá de sol. A posteriori, confesso que o único drama foi sair de casa. Estava irritada e inquieta e só me apetecia uma dor de cabeça ou dor de dentes súbita que me impedissem de sair de casa. A verdade é que, lá no fundinho, eu queria sair.

Lá no fundinho eu quis aquele momento em que entrei no carro, logo para o lugar do condutor. Quis que o instrutor me mandasse pôr as minhas coisas para trás, que me mandasse ajustar o banco, que me mandasse verificar a visibilidade nos espelhos, e que, depois de ensaiar como mexer adequadamente no volante, me mandasse dar um toquezinho na chave para cima, "Mas assim isto vai começar a andar!". É um fofo. Um luxo. Um excelente co-piloto. Deu-me as instruções todas. Por muito que ao início me parecesse que ele estava a fazer um relato de um qualquer evento desportivo pelo ritmo e cadência do que dizia - "vira um bocadinho para cá, agora vamos virar à esquerda e agora tudo para mim, tudo para mim, M.! Isso! Já está, já está!". Mais importante do que tudo, transmitiu-me muita tranquilidade e segurança que fizeram com que desde o início eu estivesse extremamente divertida e a gostar daquilo como nunca pensei gostar. A tranquilidade e segurança não impediram que eu agarrasse o volante como quem agarrava a vida. O instrutor, paciente e sempre a normalizar tudo, lá me incentivou a segurar mais leve e demonstrou que a direção não fugia. E, surpresa das surpresas, disse "Não vais ter problemas nenhuns com a condução" mais do que uma vez. E eu ria-me a bom rir. Em consequência, além de mexer no volante, como contava, já me pôs com os pés a mexer. Já me fez acelerar e travar. Já me fez pisar a embraiagem a fundo.

A única coisa que me dava cabo do sistema era quando ele largava as funções de co-piloto e começava a conversar de assuntos triviais. Quase que atirava um "Olhe que eu sou unitarefa e há aqui muita informação para mim! Ou penso no que estou a fazer ou respondo ao que me diz!". Mas como sou moça simpática, que até gosta de conversa, e ele foi super amoroso o tempo todo, não disse nada.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Quando o tempo passa em ritmo flecha

Sinto-me a voltar aos melhores anos da minha vida. Falta um ou outro ingrediente, mas com o tempo virão.

Porquê a voltar aos melhores dias da minha vida?

Estou a voltar aos fins-de-semana que não são reais fins-de-semana e ao tempo hiper-ocupado com coisas que me dão prazer. Agora não é a escola, é a Psicologia.  Mas as outras duas peças centrais, o teatro e a dança, estão em força na minha vida, com oportunidades de participação e formação. Está bem que depois o tempo passa em ritmo flecha e que Janeiro e Fevereiro já eram. Até aqueles dias que parecia que nunca mais iam acabar, olha-se para trás e parece que voaram e estes foram provavelmente os meses mais rápidos da minha vida. Mas a verdade é que olho para trás e ao mesmo tempo que fico incrédula pelo tanto que fiz nestes dois meses, penso: vivi tanto!


Em Março:

- segundo o Paulo Cardoso vou ligar-me às ciências ocultas. Sim, faltavam ao meu currículo.
- a Maria Helena Martins diz que o amor vai surgir quando e onde menos esperar, portanto vou esbugalhar os olhos em todos os lugares pouco prováveis.
- esperar até Abril para tomar grandes decisões com certeza e apaziguar a minha impulsividade e vontade de mudar o mundo é o que sugere o Adrian Duncan.
- a Carla Isidro tranquiliza que todas as mudanças serão para melhor.
- segundo a Patrícia Bernardo, tenho que controlar os excessos com a alimentação. Eu que sou tão moderadinha?! Dizes-me isto a mim, a quem a balança em vez de sugerir "Um de cada vez.", pergunta "Está aí alguém?". Bom, hoje foi o primeiro dia, do ano 2012, em que me pesei. Os 51kg que a balança me aponta vestida autorizam excessos.
- a Eunice Ferrari diz que hoje (hoje mesmo yupiiii!) poderá surgir um convite relacionado com a área da comunicação hoje. Julgo que já surgiu e que será o meu programa de hoje à noite...

Pronto, já vos adiantei um pouco do que vai ser o próximo mês. Mas, para o caso de surpresas, eu se fosse a vocês esperava cá para ver!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Vou comprar um telemóvel fashion

O meu não está assim tão ultrapassado e dava para fazer tudo o que queria com ele. Inclusivé, permitiu-me dar-lhe porrada umas quantas vezes. Ok, nem sempre era pacífico. Umas quantas vezes a tampa de trás saltava ou, quando mais atrevida, saía mesmo e no cumulo da lata às vezes a bateria vinha atrás. Mas tudo foi sendo sempre montável e recuperável, sem necessitar de primeiros socorros! Aliás, o meu telemóvel nunca foi internado.

Nos primeiros tempos, o pequerrucho até foi bem tratado. Só me faltava dar-lhe beijinhos. Até enfiá-lo no bolso das calças me custava pelas potenciais mazelas que lhe pudesse provocar! E para que saísse do bolso, esticava-me toda para garantir que o contacto com tecido mais duro não provocasse um risquinho que fosse. Impecável! Mesmo perante algumas aterragens mais delicadas era um resistente! Está bem, o visor tem uma ligeira rachadela. Mas é tão ténue, tão ténue! 

Poderíamos ser amigos para quase-sempre, mas o caldo entornou quando a tecla de apagar deixou de funcionar, motivo pelo qual as minhas SMSs agora seguem cheias de palavras escritas de forma estranha! Ninguém tem paciência para voltar a escrever tudo. Mais, com a tecla de apagar mensagens faleceu também aquela de mover para a direita ou para a esquerda. Portanto, é desta! Vou comprar um telemóvel fashionUm daquelas que permite postagens directas com comodidade. Comodidade quase como se estivesse sempre em casa, como diz a bela da publicidade! 

Para já, estou a atirar para este. Dentro do que quero, dos mais económicos.