quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Pronto, e quando tinha tudo para dar certo, engasgou-se...

É que eu estava mesmo a ver o filme. Comecei insegura, a patinar muito, a duvidar muito, em estado de hiper-vigilância a pensar se seria a melhor decisão ou se devia dedicar-me à pesca... Mas depois pensei que era mesmo isso - a alternativa era dedicar-me à pesca o que é equivalente a não fazer nada - e, portanto, não tinha nada a perder. Estava sozinha. Se podia ficar desiludida se a coisa desse para o torto? Podia, mas sem arriscar não descobriria se podia funcionar.

E pronto. Comecei com um gosto suave - tem tudo a ver comigo. Ela sou eu (como se quer em todos os bons filmes que têm personagens que nós gostaríamos de ser, mas efectivamente não somos). Depois mudei de ideias - ela é tão mais complicada, isto é tão fantasioso, isto não existe, nem sei se estou a gostar assim tanto do filme, se calhar devia ter escolhido outro, baaaaaaammmmm. Aquela coisa encrava. Ali mesmo a meio. E eu fico chateada. Muito chateada. Ainda estava tudo para acontecer... Ainda há fé de que possa ser um dos filmes do ano. Se fosse tão mau não teria ficado aborrecida por parar.

Ai Ruby, Ruby, Ruby! Encontramo-nos amanhã hopefully.

Esperem! Ouvi o rufar dos tambores... Aquela coisa está a recomeçar.

Anti-comemoração: mimar quem merece

Fiz uma anti-comemoração do Halloween. Em vez de fazer coisas assustadoras decidi mimar o meu pai que me pediu "o prato", que é nada mais nada menos que a refeição favorita dele. Arregacei as mangas, convicta de que ia ficar a cheirar a manteiga o resto do dia, o que na verdade não é sequer um mini-drama dado que o dia está a acabar, e não tenho planos de ir praticar bruxarias diversas. Posto isto, lá fui eu fazer um prato que é fácil mas trabalhoso - 1 hora com as mãos na massa antes de ir ao forno, basicamente. Mas há coisas que compensam. E uma delas é sentir o entusiasmo do meu pai. De 10 em 10 minutos começava a ouvir a passada martelada e ligeiramente saltada dele (acho que é das coisas que herdei do meu pai, não sei descer escadas com tranquilidade!) e pouco depois estava a vê-lo entrar na cozinha pronunciando solenemente "Vim controlar".

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Nunca desejei tanto...

... que um trailer de uns minutos se transformasse instantaneamente no filme em si inteiro. Culpa da Jude. Que revelou esta coisa que no trailer parece fabulosa. Se este não for dos meus filmes do ano prometo amuar até ao fim dele.


A minha vontade - e na impossibilidade de o ter aqui e agora à minha frente conforme é mandato dos desejos que se querem imediatamente satisfeitos - era ir vê-lo já amanhã. Assim mesmo eu, pipocas, escurinho e hopefully gente tranquila e sossegada. Mas diz que o filme não está na sala de cinema mais próxima e que amanhã é noite das bruxas e, portanto, noite perigosa para uma menina se fazer à estrada sozinha. Se a vida fosse como nos filmes, a minha mente profundamente criativa faria com que aterrasse aqui já o homem ideal para me levar ao cinema! Só porque cinema de mão dada é outra coisa...

Há dias em que o último sítio onde me apetece entrar é...

[completem a frase!]

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O que é que não vão encontrar se visitarem a minha habitação

2) Qual destes animais não vão encontrar se visitarem a minha habitação?
a) Aranhas
b) Papagaios
c) Corujas
d) Falcões

Carago, aranhas toda a gente tem, e convém ter, até porque dizem que aranhas é sinal de dinheiro e, ainda há bem pouco tempo, (está bem que foi no exterior, mas ainda foi na área que envolve os meus muros!) eu vi uma teia perfeita, daquelas que achamos que só aparecem nos desenhos que vemos no Halloween. Era geométrica, nada falhava e a bicha um bocado grande, vá, mas eu sou amiga das aranhas. Tal como salvo abelhas de morte em afogamento precoce, quando vejo uma aranha no interior da casa, levo-a com vida ao exterior. Estou pois a aguardar que chova dinheiro.

Corujas eu tenho. E já o revelei aqui num post algures bem lá parta trás. Inclusivé algumas que foram estrelas de cinema. O melhor é que estão todas domesticadas e prontas a passear no braço em grande estilo.

Falcões também moram cá, porque diz que há cá uma pessoa que gosta de tudo, desde o treino das criaturas, até aos coletes com emblema apropriado e chapéu ao estilo de cowboy da pradaria. E que não se importa de perder 1 ou 2 horas diárias a tratar da bicharada.

Papagaios só têm piada os que repetem coisas e vivem quase 100 anos. Mas agora acho que desses praticamente não há por aí. Nunca tive um.

Contas feitas só a sonhosdeumarapariga foi certeira na aposta o que deixa o ranking daqueles que melhor conhecem os tiques desta personagem sem mover uma pontinha.

Stay tunned!

domingo, 28 de outubro de 2012

Tenho coisas que cabem e não saem mais de cá de dentro

Nada a fazer, sou pessoa de hábitos. Gosto de conduzir pelos mesmos sítios, trilhar a pé os caminhos de sempre e ter as mesmas pessoas durante longos períodos de tempo na minha vida. Estou sempre a apregoar a criatividade, a descoberta, a exploração, bla bla bla, mas é uma questão de perspectiva. Lá no fundo valorizo a criatividade, a exploração e a descoberta não só como meios para encontrar o novo, mas enquanto formas de reinventar o velho, com a crença de que assim nunca estará esgotado. Mais, com a certeza de que há sítios e pessoas que não "fartam" e que, se forem olhadas, admiradas, inspiradas das mais diversas formas são também mais nossas, diferentemente mais nossas, por todos os ângulos mais nossas.

Até podem perguntar qual é a graça de ver as mesmas ruas, percorrer os mesmos sítios e ver as mesmas pessoas. E eu digo que mais do que a graça é o carinho. É o acolhimento. É o carimbo nosso.  São as minhas coisas, percebem? Não as posso deixar, porque não têm a frieza e a estranheza dos sítios onde não passo nunca. E por isso também se estranha quando por algum tempo deixamos de percorrer um caminho e de repente aparece lá uma geringonça qualquer sem que tivéssemos dado por isso. Por mínima que seja vai sempre trazer um travo esquisito. Não estive lá. Não fiz, não vi, não soube. Acontece. Nada é estático e se não passamos pelas nossas coisas, alguém há-de passar por elas por nós. E por isso eu sou de mimar o que é meu, repetidamente. E por muito que goste do novo lá no fundo adoro a rotina. Adoro a certeza de que vou notar se uma madeixa de cabelo começar a crescer mais e sair do sítio, que vou observar na hora ou no dia se começarem a dar mais cor a uma passadeira ou se plantarem flores diferentes nos canteiros ao lado do passeio. Adoro a segurança de que eu vi, eu estive, de que foi um momento meu também. Por isso dói-me de cada vez que sinto um lugar ou uma pessoa - que me tem a mim e à minha história - ser levemente e lentamente arrancada de mim - lentamente como quem tira um penso rápido na boa fé de que se for devagar vai ser menos doloroso. Enganos. Dói-me. A pouco e pouco há algo que vai prolongando a dor e tornando toda uma região dorida... Mas como gosto do que é meu, insisto e, com mais ou menos talento, puxo para baixo, colo... porque por muito que não pareça ter mais força, há coisas que não são feitas para descolar.

O meu lado oculto da lua ou música do momento #20




A tua pequena dor
Quase nem sequer te dói
É só um ligeiro ardor
Que não mata mas que mói
É uma dor pequenina
Quase como se não fosse
É como uma tangerina
Tem um sumo agridoce

De onde vem essa dor
Se a causa não se vê
Se não é por desamor
Então é uma dor de quê?
Não exponhas essa dor
É preciosa, é só tua
Não a mostres, tem pudor
É o lado oculto da lua

Não é vício nem costume
Deve ser inquietação
Não há nada que a arrume
Dentro do teu coração
Talvez seja a dor de ser 
Só a sente quem a tem
Ou será a dor de ver 
A dor de ir mais além

Certo é ser a dor de quem
Não se dá por satisfeito
Não a mates guarda-a bem
Guardada no fundo do peito.

Porque há dores que ninguém sabe, ninguém vê, mas moram cá. Moram cá nos braços cruzados e no olhar distante de quem sente que há algumas coisas que já fizeram bem mais sentido de outra forma.

sábado, 27 de outubro de 2012

O que é que eu nunca fiz?

Ora pessoas que me analisaram, vinde a mim, vamos satisfazer a curiosidade relativamente à primeira questão. Hermione, Denise, Sara*, Louco e Pam, saibam que estão, para já, os 5 empatados e no lugar cimeiro do ranking por terem respondido acertadamente a esta questão. Contudo, ainda tudo permanece em aberto porque é a primeira de 12 e o troféu ainda será amplamente disputado.

A resposta correcta era pois:


1) O que é que eu nunca fiz?
a) Ilusionismo;
b) Bungee Jumping;
c) Cantar num Karoke;
d) O teste da agulha.

Eu nunca fiz bungee jumping. Nem planeio fazer. Estão a ver Mary Jane, que até de avião tem medo de andar, a lançar-se assim num salto totalmente free spirit não-sei-se-sou-o-rei-do-mundo-ou-se-estou-a-morrer. Pois, eu não. E acho que a coisa tenderia mais para a segunda hipótese. Pelo menos segundo descrição da minha irmã que já praticou  (quando era suposto ser só o namorado a fazê-lo!) porque viu toda a gente a saltar tão descontraídamente que, incentivada pelos homens ao serviço e pelo namorado, acabou por saltar. "Sabes a sensação de que se pode morrer? É mais ou menos isso.". Claro que a sensação de adrenalina e tal acho que é uma coisa espectacular que depois dura o dia inteiro. Mas eu cá não sei é se durava o salto.

Quanto ao ilusionismo já fiz - um ilusionismo bem trabalhado e muito a sério - numa fase em que o meu pai se lembrou de se dedicar a esta arte para animar as minhas festas de aniversário em miúda ou os jantares familiares.  Depois na escola descobriram que eu fazia, 'bora fazer numa festinha de Natal. Depois na faculdade descobriram que eu fazia, ´bora fazer para os filhos dos professores. Agora vou voltar a fazer para animar a festa de Natal do meu local de trabalho com assistentes muito especiais.

O karaoke é daquelas coisas que eu adorava ter nascido para fazer, mas não nasci, então contento-te por ser uma "rising star" só mesmo quando jogo playstation. Quando cantei num a sério foi sempre em grande grupo - do género duas pessoas e cinco microfones - quando não se sabe quem está a cantar, em férias, perante uma plateia que nunca mais veria na vida. É que nestas coisas eu só tenho lata quando sei que tenho talento e para cantar não tenho.

O teste da agulha... O famoso. Quem não sabe o que é ou quem não fez?

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Ainda bem que ninguém faz anos todos os dias

Isto de só sentar às 23 horas para o dolce fare-o-que-bem-me-apetecer tem muito que se lhe diga. Fico num estado vegetal pouco ou nada produtivo. E dado que amanhã há round 2 de festejos penso que o melhor que tenho a fazer é dedicar-me à ronha. Ainda bem que, no máximo, as pessoas "fazem anos" só duas /três vezes por ano. Não tinha estaleca para mais. E agora por muito que o meu corpo tenha tiques esquizofrénicos e se transporte para uma realidade alternativa em que são 11 da manhã e eu estou em plena energia assim que me deito, hoje vou castigar esta mania de "disfarçar" que é hora de desligar e vou ser bem comportada. Vou adormecer-me. Ora com licença.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Coisas, de todo o interesse, que tenho aprendido:

- Há pessoas que podem decorar a matrícula do meu carro mais rápido do que eu e eu se calhar até devia sabê-la;
- Passei a ouvir "doutora" antes do meu nome várias vezes por dia, mas prefiro sempre quando ouço o meu nome sem o doutora;
- "Como está doutora? Sempre linda!" - há-de ser sempre uma mulher, e com idade para ser minha mãe ou avó, a dizer isto;
- No local de trabalho as pessoas cochicham baixinho a falar umas com as outras nos gabinetes, e eu não gosto nada;
- As mulheres do meu local de trabalho estão todas noivas ou são solteiras e vivem com gatos, eu sou claramente a outsider aqui;
- O meu pai continua a mandar-me chain mails convencido que me deixa cheia de vontade de os ver "Que coisa louca da fotografia. De um autista! Vou mandar-te.". Daqui a uns dias vai estar a dizer "Quando eu te mando é porque é bom, é para abrires!" mesmo sabendo que eu não vou abrir;
- Há coisas que vou adiar e não devia. No meu aniversário a minha irmã organizou-me a famosa serenata com 14 marmanjos, que não tinham capas negras, nem muitos instrumentos (só duas guitarras), mas entoaram um Friends will be friends de me deixar emocional indefesa. A minha irmã faz amanhã anos. Amanhã que é daqui a 3 horas. Ainda não tenho nada;
- As quartas-feiras serão sempre o dia em que me lembro mais da minha bisavó. A minha bisavó dizia que quarta-feira já era fim da semana, a maior parte da semana já tinha passado;
- Os meus seguidores são pouco atrevidos. Só 5 tentativas? Vou ficar com o quiz ali em banho maria à espera de mais respostas para depois fazer revelações absolutamente surpreendentes!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Como blog eu-eu-eu que se preze, ora cá está o meu quiz

1) O que é que eu nunca fiz?
a) Ilusionismo;
b) Bungee Jumping;
c) Cantar num Karoke;
d) O teste da agulha.

2) Qual destes animais não vão encontrar se visitarem a minha habitação?
a) Aranhas
b) Papagaios
c) Corujas
d) Falcões

3) A fase de escolaridade que mais deixou a minha alminha toda aos pulos foi:
a) o primeiro ciclo, não há fase tão encantada como essa em que se ouça todos os dias que somos o melhor do mundo;
b) o segundo ciclo, os novos professores e a perspectiva de ter um namoradito com quem trocar os primeiros beijos à socapa;
c) o secundário, com notas de 0 a 20 dignas de gente grande e com milhentas actividades nas quais participar;
d) a faculdade, as serenatas à chuva, com gravata secretamente em falta, e os trabalhos reformulados do 0 das 20h às 23h da noite na véspera da apresentação.

4) O que é mais provável que me encontrem a beber ao almoço?
a) Àgua;
b) Uma mini;
c) Um ice tea de limão;
d) Pleno tisanas chá verde e limão;

5) Qual destas séries nunca vi:
a) Grey's Anatomy
b) How I met your mother
c) Glee
d) Dr. House

6) Qual destas é falsa:
a) Nunca pesei mais do que 53kg;
b) Já fui a Paris;
c) Nunca joguei no Euromilhões;
d) Já fui acólita na missa.

7) Qual destas frases não seria proferida por mim:
a) Quero casar na Igreja, ter um bom par de filhos, a lareira acesa e a família em casa
b) Com força de vontade tudo se consegue, eu deixei de fumar mal quis!
c) Mariiiia, estás aqui! Deixa-me ver bem que ainda não te vi!
d) Anda cá, canito, para eu te estrafalhar o focinho!

8) A minha posição predilecta para dormir é:
a) De barriga para baixo;
b) De barriga para cima;
c) Posição fetal;
d) Indiferente, desde que devidamente entrelaçada e aconchegada noutra alma.

9) A minha relação com chocolate é melhor definida como uma:
a) paixão platónica - mantemos uma admiração tremenda um pelo outro, mas por motivos de força maior passamos a maior parte do tempo afastados;
b) relação aberta - dou-lhe umas dentadas ocasionalmente, mas como está claro que não é o favorito, deixo-o sempre ao alcance de todos, pelo que quando regresso já está todo comido;
c) noivos - toda a gente sabe que não passamos um sem o outro e só ainda não casamos porque dizem que se perde parte da magia
d) relação secreta - ninguém sabe que eu como regularmente, mas para estimular a concentração tenho sempre uma barrita na secretária.

10) Tira-me completamente do sério sair de casa sem:
a) Maquilhagem;
b) Secar o cabelo;
c) Perfume;
d) Telemóvel.

11) Qual destas é verdadeira:
a) Sushi é a melhor maravilha de sempre;
b) Tenho mais de 50 pares de sapatos;
c) Prefiro uma omelete a um bacalhau com natas;
d) Curo todas as constipações com uma colherada de mel e nariz tapado.

12)
a) Sou Leão;
b) Sou Capricórnio;
c) Sou Escorpião;
d) Sou Caranguejo.

E pronto. Podem jogar!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Tipos de bloggers - qual é o teu?

- Fashionista - é uma assumida trendsetter mais não seja porque num dia pode publicar fotos com a mais recente esfregona da Zara, que, de um momento para o outro, as saias-esfregona passam a ser um lugar comum e ninguém se lembra que temos material semelhante, bem ao nosso alcance, ali mesmo na cozinha;

- Fashionista wannabe - bem se vê que as fotos são tiradas em casa em frente ao espelho do guarda-fatos ou, na melhor das hipóteses, em frente ao espelho de corredor. Na maior parte das vezes não conseguimos sequer definir se a camisa é afinal azul ou cinzenta, mas esta blogger crê profundamente que um dia vai ser ela a envergar a esfregona;

- Tumblr-heart-it-do-it-for-me - não têm grande coisa a dizer, bem se vê que em vez de se escolher uma imagem para "decorar" o texto, primeiro escolhe-se a imagem e depois vem o texto, "Ai que belo dia de praia!XOXO!", que se quer sucinto, porque tal como não há paciência para escrever, também não há paciência para ler mais, portanto é alimentar o público com o que quer. Cabe apontar que geralmente os passarinhos cantam sempre nestes blogs. Quer dizer, cantam sempre menos quando se duvida entre o rapaz que se conheceu no bar e aquele com quem trocámos olhares na praia.

- Ferraris - sendo mais conhecidos ou desconhecido são aqueles bloggers que se encontram no topo das nossas preferências; são os nossos modelos, e ao mesmo tempo que nos deixam em pleno extâse quando neles damos uma voltinha, devolvem-nos dramaticamente a noção de que perto daquele nível nós seremos sempre o carro-genérico-rasca-marca-branca.

- Eu-eu-eu - é tal e qual o encantador diário de uma pita nos seus anos áureos mas em versão 2.0. Isto é, o "querido diário" ganha vida na voz de não sei quantas pessoas que até nos respondem, mas que não é preciso saber quem são. Melhor, não nos vão pedir contas no dia-a-dia e só têm pio quando queremos - quando se decide aceitar comentários. Melhor ainda, são uma espécie da nossa claque intíma - estamos convencidos que nos adoram, que nos veneram e que esperam, sinceramente, o melhor do mundo para nós mesmo que o nosso conteúdo diário se limite a um gómito de frustrações pessoais e sonhos que não vamos atingir nunca (porque assim é mais dramático)! Com sorte, ainda há um anónimozito que nos permite exercitar todo o vedetismo. Títulos como "Ontem tive uma dor de barriga monumental!" podem ser mote para o post do ano.

- Blogger wannabe - Até que se monta o blog, bonito, pronto para começar... Faz-se a ronda pela blogosfera a anunciar que nascemos. Fazem-se os primeiros comentários com um "Segue-me [por todas as alminhas]!", ou um mais discreto mas igualmente persuasivo "Estou a seguir!". Acontece que não tarda surge o assunto "Estou sem assunto", ou, numa variação mais sofisticada, "Preciso de inspiração".

- Blogostars - A Pipoca Mais Doce, Arrumadinho, Mini-Saia, Cócó na Fralda, Quadripolaridades são apenas alguns dos nomes-exemplo para figurar nesta lista. Passamos grande parte do tempo a ridicularizá-los. Por exemplo, até podemos troçar que o blog da Pipoca agora mais parece um hipermercado de tão cheio de produto e escasso de texto, ou uma revista feminina de moda com mais imagem e publicidade do que conteúdo, mas no fundo reconhecemos que ela até sabe escrever, e que se calhar o Arrumadinho não é só o marido da Pipoca, e que a Mini-Saia foi pioneira e organizada, e que a autora do Cócó na Fralda é uma grande jornalista e que a Pólo Norte é dotada de uma mente extremamente criativa e, raça da mulher, provavelmente já escreveu sobre tudo que estávamos a pensar escrever.

- Tenho-medo-do-escuro ou Sozinho-é-muito-complexo - isto de criar temas novos todos os dias é uma tarefa extremamente complexa, portanto dedicam-se essencialmente a repescar os assuntos da berra. Ou a pedir que falem por eles, "Já fui comprar presentes de Natal e vocês?".

- A minha vida é o fim do mundo - geralmente têm fundo preto (quantos bons blogs de fundo preto já quase não rejeitei por causa disto), adequado a uma caverna, e falam, essencialmente, do quão dolorosa é a vida, do amor que foi e não volta. Geralmente também têm banda sonora. São o eu-eu-eu, mas em versão dark. Decidimos fechar rapidamente, sob pena de se nos delongarmos mais minutos tornar-mo-nos aptos a figurar enquanto personagem central no próximo romance de Stephanie Meyer tal é a quantidade de problemas que conseguimos vislumbrar em poucos segundos.

domingo, 21 de outubro de 2012

Nem sei que lhe chame

Mas este post é parte do capítulo que me deu muitas voltas à barriga e que me lembrou como as palavras na educação de uma criança são uma ferramenta tão poderosa à qual desconhecemos o impacto na maior parte do tempo.

"(...) Em minha casa toda a gente falava baixo. A minha mãe dizia que a delicadeza é a coisa mais importante da vida. "Se fizeres felizes os outros, serás feliz também", dizia ela. Por isso, quando o meu tio começou a dar-me beijinhos na boca às escondidas, eu deixei. Das primeiras vezes virei a cara, disse que não queria, mas ele chamou-me de má, "menina má, pões triste o tio que gosta tanto de ti", e então eu deixei para não ser malcriada. Ele tinha uma boca grande, molhada, pegajosa como um polvo. Eu tinha quatro ou cinco anos. Depois começou a mexer-me no corpo, subia com os dedos por dentro das minhas cuecas e eu dizia "não gosto, tio, desculpe, não gosto, desculpe" e ele ria-se e dizia que não desculpava nada, que eu não tinha que gostar ou não gostar, que as meninas pequenas não têm opinião. A minha mãe dizia-me isto muitas vezes, que as meninas não têm opinião. Quando eu dizia que não gostava da sopa, ou que não queria ir a casa dos tios, por exemplo. Ou quando me levava às vacinas e doía. "Há coisas que fazem doer mas fazem bem aos meninos. Os crescidos é que sabem", dizia ela. Por isso, quando o meu tio começou a fazer-me doer eu não me revoltei. Queixei-me um bocadinho, chorei sem fazer barulho. Devia ir nos meus oito anos, nessa altura. (...)"

"A cabeleireira", Fica Comigo Esta Noite, Inês Pedrosa

sábado, 20 de outubro de 2012

O drama das fotos tipo passe

Ontem fui tirar fotos passe. Ao fim do dia, a uma sexta-feira, com o cabelo ligeiramente desgrenhado e a face demasiado rosada para a fotografia. Uma vez um homem no metro, que não estava bêbedo nem drogado, mas tinha idade para ser meu avô, a propósito deste meu tom rosado debateu comigo que eu era alemã de raça pura. Bom, voltando ao que interessa, levei a minha irmã, o que por um lado foi boa ideia, porque ela pediu ao fotógrafo para ir compor a rebeldia do meu cabelo - já eu estava enquadrada em pleno setting no meio de guarda-chuvas luminosos - e graças a este esforço dela ele ficou muito compostinho e nada selvático. Por outro lado, não foi boa ideia porque fotos passe exigem concentração e ter a mana à frente a abafar gargalhadas enquanto nos sentamos num banco de lado e somos instruídos para virar mais para o lado esquerdo a face e inclinar mais o queixo para cima não ajuda à concentração. Ao terceiro disparo já sentia o lábio superior a tremelicar involuntariamente. Para compôr a situação ordenava mentalmente "sorri com os olhos também! sorri com os olhos!", que isto quando a coisa sai forçada há uma coisa que me denuncia sempre: os olhos: terrivelmente expressivos e denunciadoramente sinceros sempre. E eu bem sabia que um sorriso de lábios, que já mal saía, com olhar melancólico era coisa para não sair bem no papel. Ora instruam-se:
Mas vai na volta e as fotos não estão más. Talvez tenham razão quando dizem que sou fotogénica. Antes de me deitar espalhei as 8 mini-eus em cima da cama. Noto diferenças relativamente às fotos anteriores do mesmo estilo. Estou com o cabelo mais curto, o que geralmente me faz parecer mais nova, mas há qualquer coisa de diferente nas minhas feições... Ontem uma das coordenadoras do meu local de trabalho deu-me 22 anos. É um autêntico facto digno de nota destacada. Ainda há dois anos era certinho que me dessem 16 anos. Agora situam-me apenas com 2 anos a menos. Pensar o quê? A genética continua a trabalhar bem para me dar um ar fresco e airoso à medida que a idade avança!

Mary Jane is reading you #3: Crónicas Rosa Cuequinha

Eu que sou pessoa de momentos diria que este é, sem dúvida, o meu blog do momento. É portanto talvez aquele que queria descrever melhor, mas pela mixórdia de sentimentos e paralelismos que evoca em mim (desde as 8 horas de sono que antes eram imprescindíveis, à crença no esforço seja em prol do que for até à fase em que os casais cutxi-cutxi me faziam comichão) é capaz de sair confuso. É um dos blogs a que nenhum post me escapa desde que sou digna follower (nem que leia a semana toda à sexta de enfiada!). Mais, atingi aquele estado em que os posts novos ou os que a seguir lhe sucederiam já não me chegavam e tive de ir bisbilhotar para trás - assim consultar tudo, desde o início, como se estivesse a acompanhar um romance de título não pomposo "Diário de Rosa Cueca". E não me acanho de dizer que já vou lançada em Setembro de 2009.

Com conhecimento de causa cabe-me pois documentar que começamos com uma Rosa Cueca mais jovem e a manifestar um espírito mais desassossegado, mas sempre com uma linguagem multicolorida. E disse espírito desassossegado não pela falta de sossego, mas talvez mais pela falta de arrebatamento de então. Mas tudo foi sempre pautado pela honestidade brutal que caracteriza aqueles que são os meus blogs de eleição: na Rosa Cueca não havia cá embaraço de escrever que está piegas como uma miúda de 4 anos ou de apelar ao povo todo que forneça uma elevação de astral.  Diria até que ela começou o blog numa  fase contrabalançada - fase chata, mas com descobertas, desencontrada e reencontrada. Havia pressa para uma relação mas ao mesmo tempo não havia. Havia momentos de atirar a toalha ao chão, mas tantos de não deixar de acreditar e de se pôr a caminho porque é na estrada que se chega a algum lado.

Hoje temos um blog diverso que abrange uma panóplia de temas e que me deixa sempre com um pensamento semelhante a este "mas que cérebro grandiosa nela habita, quem me dera produzir assim!". Mas mais do que tudo o blog dela deixa-me esperançada. E esse talvez seja o grande motivo para o abraçar com carinho e ler com sofreguidão! Numa perspectiva mais egocêntrica acredito que um dia eu também vou estar assim: feliz, hiper-pintosa, com um homem ao lado e uma criança nos braços e com a maquinaria mental mais refinada e sofisticada. Assim é Crónicas Rosa Cuequinha, um blog feminino escrito com um humor refinado e sofisticado que não está ao alcance de qualquer um. Um blog sem roteiro de "o que é que um blog deve ser". Um blog muito à frente. O Jedi Master Atomic uma vez escreveu que ela seria um Ronaldo no mundo dos blogs, mas um mistério enquanto mulher. Eu cá acho que ele se acanhou e só não disse que ela é um Ronaldo enquanto mulher, primeiro porque a coisa soava um bocado estranha, e segundo, porque ela já tem homem - que podia vir de músculo em feição para proteger a honra da família (sim que também já há um piqueno!).

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Coça-me as costas ou música do momento #19

Porque é sexta-feira e dia de desligar a tomada e de me levantar de forma disparada e inconsciente da preguiça do sofá quando ouço uma batida que me inspire para dançar e fazer com que o vidro da porta para a varanda sirva de espelho e dali a nada aperceber-me que não corri a cortina da janela XL e recolher para a esquerda rapidamente, mas continuar a sorrir descontraídamente.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A ti que um dia sei que vais estar na minha vida ou música do momento #18

Quero que me dês a mão. Quero que me vás buscar para almoçar porque te apeteceu. Quero ir a Cuba e dançar todas as noites - ou pelo menos até que a minha ideia da noite cubana dos filmes se desfaça. Quero ter pequenos almoços na cama. Quero ter momentos em que me apetece bater-te. Quero ter momentos em que não me apetece terminar um abraço. Quero fazer planos para o futuro e quero escrever em papel improvisado no momento - papel de cozinha, um lenço de papel, sei lá - listas de nomes para crianças. Quero saltar em histeria infantil quando nos separarmos depois do primeiro beijo. Quero casar, com um vestido de noiva a sério e quero que o casamento fale de nós e de toda a nossa história - esse será o tema, se não me fizeres mudar de ideias. Quero dormir abraçada a ti apesar de ser a pessoa mais individualista que conheço no sono. Quero que me dês um beijo suave... Que suave? Quero um beijo daqueles que arrancam a alma e que deixam uma pessoa sem saber bem se respira ou se já deambula noutra dimensão. Quero um beijo daqueles que pedem corpo e o corpo cabe todo lá dentro. Quero mais que o beijo. Quero ficar marcada na tua pele. Quero que me pegues ao colo sem eu contar e que me vires ao contrário. Quero dormir com muitos cobertores na cama mesmo que esteja muito calor. Quero mexer-te no cabelo enquanto conduzes. Quero que perdoes as minhas birras, mas que não as toleres. Quero discutir e fazer pazes. Quero bloquear-te o acesso para a saída de casa porque te quero... e quero e quero!

Não quero que me faças feliz. Quero continuar a ser feliz contigo. E se nada disto fizer sentido quando te encontrar, não faz mal, é porque tu farás muito mais.

E agora um tune extremamente adolescente, mas sweet as hell:

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Ser feliz não é estar feliz e divagações associadas

Na maior parte das vezes quando me perguntam se sou feliz, eu respondo que sim. E se calhar hoje respondo mais convictamente que sim do que em alturas em que me pensei mais inteira e completa. O que mudou? Talvez o facto de ter começado a encarar a felicidade como um trabalho. Não acredito em grandes bafejos de sorte, se bem que às vezes talvez os tenha, mas vou acreditando, embora hoje comece a ser cada vez mais difícil, em bafejos de mérito. E se calhar ser feliz também é uma coisa que, mais do que cair dos céus, se tem de merecer... porque ser feliz é algo que basicamente pode ser "treinado". E podendo ser treinado significa também que comecei a encarar este "ser feliz" como uma atitude perante a vida. 

Ser feliz não é estar feliz - não são aqueles momentos maravilhosos de gargalhada espontânea - mas talvez ser, de uma forma mais constante, seja mais importante do que estes momentos maravilhosos em que se está. Claro que todas estas teorias são facilmente rebatidas por alguém que esteja a passar por uma maré gigante de azar, mas mesmo nas alturas em que me senti sem saída eu não deixei de trabalhar pela felicidade e acho que é o contrário que define quem deixa de ser feliz, a desistência, a assumpção de uma impotência total. A desistência é a desesperança. E aprendi que a esperança é das coisas mais importantes que podemos ter. Aliás, uma vez até li que o suicídio é uma doença de esperança. E a verdade é que enquanto esperamos alguma coisa fazemos, não desistimos. E é assim que eu tenho acordado: com esperança. Sei que hoje não tenho tudo o que quero (ou o que acho que quero - pode ser diferente), mas acredito que um dia terei. Assim, faço por ser feliz todos os dias. Para não cobrar a minha felicidade a ninguém, para não "responsabilizar" a minha felicidade a ninguém. Se alguém ma der estou grata, mas ninguém ma deve. É um dever meu. Por isso esforço-me por ser feliz todos os dias: luto pela felicidade, persigo a felicidade, insisto na felicidade. E dou-me ao direito de estar triste às vezes, porque se não estivesse triste às vezes, não saberia que sou feliz no resto do tempo.


icanread.tumblr.com
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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Detesto que se colem à minha traseira!

Detesto quando começo a ver pelo retrovisor carros que se vão aproximando de mansinho e que não se mantêm à distância desejada. Falam de mulheres a conduzir, mas eu não me enfio na traseira de ninguém e ainda nenhuma senhora se colou a mim! Portanto, senhores, deslarguem! Sinto-me pressionada... É quase o mesmo que buzinar! Distância de segurança, vem no código, right?

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Requisição de especime identificado


Eu, Mary Jane Mundo Cá Dentro, venho por esta via solicitar a entrega imediata de um Channing Tatum na minha residência tal e qual se apresenta nesta foto. Está bem que o tipo não é o giro daquele lindinho com cara de puppy dog que me costuma apaixonar, mas por outro lado é a personificação do action man! O eterno namorado das minhas barbies porque o Ken, como já disse neste estabelecimento, era demasiado gaiteiro e cor-de-rosa. Assim, é favor que a entrega se faça de imediato para fins não nomeáveis porque este blog é lido por menores. Garante-se que o produto ficará não intacto, mas inteiro. Não se garante devolução, mas farei o melhor esforço.

Grata pela atenção.

domingo, 14 de outubro de 2012

"Vidrinho" - o estado de todas as mulheres sometimes

"Vidrinho" é um adjectivo masculino popular que descreve um estado emocional caracterizado pela labilidade do auto-controlo e por uma propensão facilitadora à "quebra" mediante a confrontação com qualquer estímulo aversivo ou percebido enquanto tal. A capacidade de resiliência está substancialmente reduzida sendo que a probabilidade de uma pessoa estalar, partir ou ceder à escalada emocional, por menor que seja o valor do estímulo noutras circunstâncias, é forte. Cabe acrescentar que em indivíduos do sexo feminino é particularmente frequente numa altura do mês, if you know what I mean.


Recomendações terapêuticas: quando diagnosticado requer dose extra de paciência, sendo igualmente premente proporcionar distracção capaz de criar espaço mental e reduzir a tendência exacerbada para ver o dark side of life. Todas as outras recomendações devem ser particularizadas segundo o interesse de cada um dos visados (e.g., chocolate, filme a dois, muito mimo e pouca palavra, sono antecipado, ...).

sábado, 13 de outubro de 2012

Sexta-feira e sexo sem compromisso

O filme, light como se quer. É só para dizer, e digo isto não tendo a certeza da validade do que vou dizer porque já vi o outro filme há algum tempo, que para quem gostou do Friends with Benefits, este No Strings Attached parecendo mais do mesmo é melhor do que o outro. Não é excelente, mas é bonzinho, é a garantia de um serão bem passado. Tem a Natalie Portman que passei um longo período a confundir com a Keira Knightley, as duas giras que dói para mim, mas muito competentes no que fazem - neste caso acho que a Natalie conseguiu valorizar uma personagem que se não tivesse o toque e a pinta dela poderia ser muito vazia - e tem o Ashton Kutcher, que apesar de não me cair no goto nem por nada e de me parecer sempre um patego a quem acabaram de tirar a fralda e daí, portanto, nunca ter percebido muito bem o que deu na cabeça à Demi Moore para casar com ele, tem o ar de bobo alegre e querido necessário para o papel. 

Ao contrário do que já tinha lido por aí, não acho que seja a história de uma "má menina", mas de uma menina que não tinha encontrado uma pessoa até então que fizesse valer a pena "estar numa relação". Arrastar namorados, só porque se pode, não é para mim necessariamente ser boa menina. Preferível a postura dela - sem compromissos assumidamente desde o início se não está preparada para tal. De resto, em termos de conteúdo o filme não tem grande coisa. Vale por ser simplesmente assim, leve e engraçado, pela química entre os dois actores, pela criatividade de quem escreveu as surpresas do tipo que faz com que, subitamente, qualquer mulher que veja este filme queira ter um ramo de cenouras ou um CD para o período menstrual.

Piqueno alerta:

Se estiverem solteiras é bem provável que passem grande parte do filme com este pensamento em mente, mas assim de forma igualmente ligeira e sem stresses!

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Do medo que se foi encolhendo esta semana

Se na segunda-feira viram uma pessoa ruborizada a sair do carro depois de uns 5 minutos a fazer manobras para endireitar o mesmo no estacionamento - assim uma coisa que qualquer outro espécime humano executava em 2 segundos - era eu. Era eu com todo o espaço do mundo mas a esforçar-me para o carro não ficar a meio metro do passeio. Fiz as primeiras grandes viagens (30km para cada lado), de carro, sozinha, esta semana. Passando por estrada normal, auto-estrada, tudo! Não tive sensações de pernas a tremer ou braços a tremer como alguns descrevem, mas a tensão caía toda num sítio - na cara. Digamos que era uma tensão estimulante: mantive-me tensa, de focada, mas descontraída... Já nos exames era assim. Até podia estar no cúmulo do nervosismo antes, mas a partir do momento em que entrava em acção, recebia o exame e pegava na caneta, sabia bem o que tinha a fazer. E era ver-me engolir relaxada durante o exame o iogurte líquido que não tinha conseguido beber de manhã enquanto olhava para as perguntas e achava que mesmo não sabendo totalmente a resposta era bem capaz de dar a volta.

E na primeira semana intensiva de condução tive um belo prato: a loucura do trânsito em zona escolar com pais a pegar nas crianças, e a parar e a arrancar e a meter-se como calha; uma buzinadela quando me preparei para ultrapassar sem reparar que o carro atrás de mim fazia o mesmo; carros a formar fila atrás de mim porque ainda sou criatura hiper-regrada e não me armo em racer se acabei de passar por uma placa que impunha como limite de velocidade os 60km/h; pisar uns quantos buracos na estrada porque, é pá!, não dá para estar atento a tudo e isto de conduzir e ser unitarefa é muito complexo. Enfim, todo um conjunto de circunstâncias que contadas me faziam tremer "Não, não sei se consigo", mas depois de lá se estar uma pessoa resolve-se. É assim que cresço todos os dias a tornar o medo mais pequenino, mas com o olho muito aberto - para não fazer asneiras como algumas que bem sei que já fiz esta semana.


P.S. --» Nos primeiros 2 dias nem rádio liguei para estar atenta a todos os eventuais ruídos que o carro pudesse produzir. Topem o nível de azelhice em que estaria.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Paixão à primeira escuta e vista ou música do momento #17

Porque há músicas que descobrimos no dia certo e videoclips tão bem realizados quanto filmes - eles próprios contam uma história e não estão ali só para entreter - este vale a pena ver.


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Porque eu insisto que o amor é para durar para sempre

Já não escrevo hoje com a mesma fúria com que li este artigo, com uma ânsia insuperável de provar que tudo é mentira, que o amor para sempre, ao contrário do que escreveu a Margarida Rebelo Pinto numa das suas crónicas, existe para além da Julieta e Romeu e dos filmes. Apesar de ninguém, até hoje, me ter provado que dura para sempre. Vi muitas pessoas importantes ir embora quando não contava que fossem. Eu própria já fui embora e desiludi outras pessoas, eu sei. Mas só o facto de ter vivido estas perdas e continuar a acreditar quer dizer alguma coisa, penso.

Acredito no amor para sempre como algo que é mais do que simplesmente "aguentar", mas que também o é."As histórias de amor que duram são aquelas em que ambas as partes têm suficiente resistência e espírito de missão para aguentar."Aguentar que ele naquela semana não esteja tão atento e carinhoso porque sei que na próxima vai estar; aguentar que quando estou doente fique absolutamente insuportável e a achar que não há ninguém na terra que sofra tanto como eu; aguentar a sensação de não me sentir todos os dias profundamente apaixonada. Por algum motivo tenho um título rascunhado a dizer "Mais do que as qualidades contam os defeitos". Em tudo há frustrações, há desilusões, há coisas que correm menos bem, mas se o que corre melhor for mais forte e especialmente se a vontade das duas pessoas ficarem juntas for mais forte, não se trata do aguentar dramático de que a Margarida falava, trata-se de relevar. E, como ela tão bem acaba por escrever "Do encantamento à decepção há um terceiro caminho que nem todos conseguem percepcionar, o caminho da aceitação.". Claro que há coisas que não se conseguem aceitar porque o outro nunca muda ou como a MRP escreveu só muda com a mulher seguinte. Certamente eu própria hei-de mudar com o homem seguinte. Corrigir erros que só quando a última relação acabou percebi que eram erros. E claro que uma relação dá muito trabalho e acho que é esse o problema. Não temos tolerância nenhuma à frustração porque crescemos na abundância, na satisfação de vontades e caprichos. A sociedade que conheço, mesmo em tempos de crise, é hedonista, é pelo prazer imediato - queremos e temos o que nos sabe bem; quando cansa, quando farta é passar para o próximo. 

Não significa que as relações não acabem, que algumas acabam e pronto sem que tenha acabado o mundo, mas eu cá acredito que lá por não ter dado certo uma vez mesmo sabendo eu isto tudo, haverá certamente mais e que não tem que terminar tudo num "amor cansado, moribundo, desfeito, esmagado".

Acredito na minha capacidade para aguentar, para cuidar, para ficar, para gostar, para sentir, para acolher, para ser fiel, para querer ser cada dia mais e sei que uma frase destas I'm just a girl standing in front of a boy asking him to love her não acontece só nos filmes. Dizia a Margarida que no filme ele correu atrás dela e que na vida real ele teria encolhido os ombros e seguido para a miúda seguinte. Tudo bem. Eu já tive quem corresse atrás e quem depois me encolhesse os ombros, portanto quando na vida real se vai para a miúda seguinte essa até pode ser a certa. E com a certa talvez se volte a correr...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

As profissões da Blogosfera 2.0

A introdução é a mesma do ano passado: a blogosfera é uma coisa porreira, mas há que pensar na parte útil... E a parte útil é que é uma fonte de contacto com pessoas dos mais diversos ramos do saber que, quem sabe, poderão constituir connects valiososos para uma eventual situação emergente! Um ano depois, aqui fica a lista! Ordenada em formato alfabético para ficar mais user friendly e tudo!

Biologia
- A pronta para o serviço Tulipa Azul 
- A despachada Buu

Bioquímica
 - A Rita Carvalho assumiu a pasta
- A Criss não ficou atrás!

Contabilidade
- A simpática Maggy
- A expressiva camaleoa (que pediu para eu chamar bem alto porque a Angola é "longe cumó caraças")

Farmácia
- A Pam sabe o que faz.
- A teardrop pronta para opinar sobre medicamentos e afins
- A lena está mais ou menos aqui dado que também entende de materiais cirúrgicos
- A Joaninha quase a perceber de remédios com crédito 

Design
talentosíssima Cris

Dietista
- A sonhosdeumarapariga

Enfermagem
-A sofisticada Pimpinela
-A original c.

Engenharia
- A caçadora de sonhos, Jo, para próteses ou pacemakers
- Também na àrea da biomédica e da biofísica a hilariante i.
- A Nana para assuntos do ambiente
- A Nokas.
- O Bid dá uns toques como engenheiro geólogo mas também é todo dado às artes

Fisioterapia
-Apresenta-se ao serviço a doce Hermione.

Jornalismo (incluindo ciências da comunicação e derivados)
- A apaixonada S* (pelo namorado e pela gataria!)
- A faz-tudo J. Persoa que fez uma descrição prolongada de si enquanto freelancer por força das circunstâncias mas que aproveita este espaço de opinião pública para cravar mudança de estado a quem estiver interessado. Está especialmente apta para rádio, eventos e social média e está aberta a novas experiências. MAS, seus safados, ela abriu parênteses para dizer que não quer cá interpretações maldosas.

 Línguas
- A B. Cérise é a pessoa indicada para negócios internacionais
- A rapariga simples que, complicada como sempre (:P) não sabe bem o que é: "Pruçora de protuguez. Ai, nada disso, profeçora de portugez. Piorou, rás parta a falta do corretor ortográfico, pá!" 

Medicina
- A eloquente Cat
-A divertida Estudante Amarelo
assertiva ...Ju...
- a carinhosa Shell
- a caríssima ADEK
- a "jeitosinha" V* que até a corações partidos promete tentar dar uma endireitadela!

Psicologia
- A administradora deste estabelecimento, pois claro.
- Encantadora M., que continua a deter o título de grande blogger e pessoa. 
- A amorosíssima Petra
- A organizada Denise.
- E a super disponível sophia.
- A devota à futura profissão Jude
(deu para perceber que somos todas as pessoas mais fofas do universo, não deu?)


Química
- Aquela que mais desta ciência sabe, a Fiona 


Recursos humanos
- A diligentíssima Marta.

Secretariado
- A Gaja Maria é de alto nível, secretária de direcção, ou como se diz agora de forma ainda mais fina, assistente de direcção

Sociologia
- A compenetrada *C*inderela apresenta-se ao serviço! 

É português, é fado e é interpretado pela Mariza

Pois que a resposta certa ao desafio domingueiro era:



a) Chuva - Mariza:  porque se anda a dançar sempre em inglês e a música portuguesa não deixa de ser música e, portanto, dançável decidiu-se que se íamos investir em estilo lyrical tinha de ser coisa para o público todo compreender - fosse ele constituído por idosos ou pelo clube de caça da região. Pois que já agora (e porque não?) escolha-se aquela que é peace of cake porque acompanhada por guitarra portuguesa, que manda largar não menos que a alma em palco e que é capaz de fazer chorar as pedras da calçada.

And the award goes to... Uma rapariga simples

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Querido belógue... (XLII)

... serei uma pessoa normal? Demoro mais tempo a preparar-me para ir dormir do que a arranjar-me de manhã.


domingo, 7 de outubro de 2012

Vamos fazer de conta que nem disto falei...

Estou com muito medo. Como medo se calhar antes não soube que tinha. Mas diz quem é da minha área de formação que ceder ao medo e deixar que ele seja o centro de tudo, agiganta-o, por isso não vou detalhar grande coisa. Shhhiuu.

Desafio Domingueiro #2:

Quando dizemos que todos os dias são iguais estamos a contar a nós próprios uma grande mentira. Por exemplo, ontem acordei e apetecia-me rebobinar. Hoje acordei a pensar "Caraças, está a doer-me o corpo, que é isto? Não andei para aí os pinotes!". Depois lembrei-me da aula de dança de ontem e de uma inovação que nos foi introduzida no final da aula. E depois, depois... lembrei-me de vos propôr um desafio domingueiro! Adivinhem pois qual é a música (entre outras que a esta se ajuntarão!) que constitui alvo da coreografia que vamos começar a trabalhar para o Natal:

a) Chuva - Mariza:  porque se anda a dançar sempre em inglês e a música portuguesa não deixa de ser música e, portanto, dançável decidiu-se que se íamos investir em estilo lyrical tinha de ser coisa para o público todo compreender - fosse ele constituído por idosos ou pelo clube de caça da região. Pois que já agora (e porque não?) escolha-se aquela que é peace of cake porque acompanhada por guitarra portuguesa, que manda largar não menos que a alma em palco e que é capaz de fazer chorar as pedras da calçada

b) Count on Me - Bruno Mars: porque é para o Natal o melhor é sempre uma balada apanha público (toda a gente conhece) e  friendly user. Isto é, balada, de música fofinha "If you ever forget what you really mean to me, everyday I will remind you", mas friendly user porque não há ali nenhum I'll love you 'till the end of time. Assim não tem de ser necessariamente dirigida a um amante: pode ser generalizado ao melhor amigo ou à melhor amiga. É uma música de dá-me a mão e vamos dar um passeio para a maior parte das pessoas. Eu cá acho que o rapaz queria mesmo algo mais, mas enquanto não dá oferece o ombro.

c) Spectrum - Florence + The Machine (Calvin Harris remix): numa onda mais disco e para experimentar um futurista house dance vizinho da contemporânea escolheu-se uma música cheia de batidas secas que me  faz torcer o nariz e ponderar se não estou num bailarico qualquer ali ao lado dos carrinhos de choque. Salvam-se ali umas partes bastante Florence-ó-contemporâneo e menos puntz-puntz que tornam a coisa mais tolerável. E porque bailarino que é bailarino é aquele que dança tudo, lá diz a professorinha, chega de mais do mesmo!

d) Smooth Operator - Sade: porque somos um grupo de dança maduro - 18+ - e porque tudo ficou em histeria após um piqueno workshop de dança sensual em que digerimos um pequeno tutorial desde aspectos a como dirigir o olhar ou a como mexer cada partezinha do corpo isoladamente dando-lhe o destaque devido, a professorinha achou que estava mais do que na hora de puxar por uma batida que nos tornasse - ainda mais - donas do dance floor, fazendo com que não só o público feminino - que aprecia geralmente estas coisas - mas que o público masculino - que geralmente só vai arrastado - continue a aflorar em massa aos nossos espectáculos!

sábado, 6 de outubro de 2012

Acordei no ontem

Não tive aquela sensação "Uau, um novo dia!", "Uau, manhã de fim-de-semana", mas acordei ainda centrada numa preocupação de ontem. Não encerrei e despertei para um novo dia, mas abri a pestana só como se tivesse desligado por breves momentos... Por estas e por outras é que gosto de adormecer paz e amor com as minhas pessoas. Vamos rebobinar?


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Relações incompatíveis

Olhem para esta beleza (a saia presente nos dois modelitos, que as botas vermelhas da senhora são uma cena que não me assiste!)... Vi-a, peguei nela, acariciei-lhe o tecido, imaginei-me com ela vestida e deixei-a. Isto tudo muito rápido que há relações incompatíveis  e não se pode ficar a "namorar" à distância uma coisa impossível. É penoso, é um namoro mental sem finalização: a concretização física... E neste caso não dava. Não dava de todo. Eu e a saia, neste momento histórico, não falávamos claramente a mesma língua: agora sou uma pessoa crescida e só estou autorizada a investir em peças que me façam parecer enquanto tal e não que promulguem o meu eterno look colegial.



E já agora raios para a Stradivarius que nem costuma cair muito no meu goto, mas está com uma colecção da qual eu trazia quase tudo - fenómeno que não ocorria há bastante tempo.

Versão 2.0 Profissões da Blogosfera [under construction]

Quase um ano após ter lançado um post que agitou e mobilizou a blogosfera, "As profissões da blogosfera", preparo a versão 2.0 com alguns upgrades, assim atentem a algumas notas importantes se querem continuar a fazer parte deste fenómeno ou ingressar nele:

1) Não vou acrescentar-vos à medida que comentam porque isso faz com que tenha que actualizar 20 000 vezes o mesmo post e às tantas um ou outro comentário fica perdido. Assim, quem quiser constar desta nova lista deve comentar este post até ao dia 8 de Outubro referindo o que faz e em que é que pode ser útil.

2) Na reorganização da informação, vou apagar quem já não existe na blogosfera e manter os restantes. Se alguém se opuser, pronuncie-se agora ou cale-se para sempre. Ou para enquanto o blog durar.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

"Elas não gostam dos bonzinhos"

Está bem que pode parecer que nos deixamos facilmente iludir pelos homens da gama el sedutor, mauzinhos. Mas dizer que os maus homens é que levam as boas mulheres é treta. É não saber o que é que significa propriamente este bonzinho ou mauzinho. É certo que para quem gosta de desafios um homem que parece que dá e tira - o dom máximo dos el sedutor - é um perigo.  Têm aquele jogo de cintura.  Não são gratuitos. Exigem esforço. Mas, atenção, gosta-se dos el sedutor sofisticados! Os básicos cheiram-se à distância. Ninguém fica para a vida com alguém cuja primeira abordagem parece caída do andaime. Mais grave, ninguém fica encantado, a longo prazo, por quem nos trata mal constantemente. Não se gosta dos tipos puramente maus que dão respostas tortas, que nunca atendem chamadas, que saem com múltiplas pessoas, que nos fazem sentir uma 2ª ou 3ª opção. Mas um tipo bonzinho afinal é o quê? Um tipo que faz tudo o que queremos? Que entrega flores e chocolates e por isso tem na testa um autocolante "obrigação de gostar"? Se fosse assim e se bastasse ser bonzinho ou boazinha para que o je ne sais quoi acontecesse não existiria amor mas um "emparceiramento técnico-conveniente". Eu cá confesso  que talvez comecemos por gostar de quem nos pega sempre ao colo, mas à medida que crescemos passamos a gostar não dos maus, mas dos mauzinhos que afinal são os bons: de quem nos vai fazer esticar-nos e chegar lá sozinhas. Porque acredita em nós e não nos vai deixar continuar a não acreditar. A usar boínhas e sem elas afogar quando até tínhamos toda a competência para nadar. Vai deixar cair, ferir, cicatrizar e levantar.

Só me leva para casa, aquela casa onde estarão os trapinhos dos dois, um bom. Alguém seguro. E um bonzinho não será necessariamente alguém que me diga "amo-te" todos os dias, porque deixa de ser um sentimento e passa a ser uma obrigação, uma palavra protocolar. Um bonzinho será aquele que na maior parte das vezes me faça sentir gostada, apreciada e valorizada. Na maior parte das vezes. Porque ninguém tem obrigação de acertar sempre. O "Elas não gostam dos bonzinhos" é um discurso que me chateia. Elas não gostam é dos desinteressantes.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Querido belógue... (XLI)

O director da instituição onde exerço funções profissionais apertou-me a mão com tal força depois de perguntar "Quem é esta menina?" que eu fiquei com sérias dúvidas se ele me queria acolher, se me queria matar. Mal ele saíu, contraí e estendi a mão para garantir que estava tudo no sítio... Depois ouvi dizer que ele sabe de tudo e, portanto, a menos que seja especificamente orientado por ele está sempre tudo mal. Parece que há um boss daqueles.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Mary Jane is reading you #2: There's Something About Rita

Primeiro: não escolheria melhor nome para este blog. Há de facto qualquer coisa na Rita. Que talvez não se explique tão bem como se sente após algum tempo de familiaridade com esta blogger... E aqui refiro-me claro também a um conhecimento anterior que tenho da Rita de outro blog. Este ainda é bébé e merece visitas.

De minha parte, aponto que este qualquer coisa que a Rita tem joga comigo, joga muito bem. A Rita não complexifica a coisa, não faz teorias que ninguém entende sobre o ser humano, nem reflexões profundas sobre várias linhas de temática, mas faz parte daqueles bloggers que podendo ser bem diferente de mim tem personalidade. É original. E este é de facto o principal ingrediente que procuro num blog. Originalidade no sentido da pessoa que é aquele blog caber dentro dele. Ou seja, a pessoa ser suficientemente singular para que possamos perceber "Este é um post da Rita e não podia ser de mais ninguém.". A Rita tem isto. Acredito que muito essencialmente porque é "lateira", escreve o correcto e o incorrecto. Escreve tanto "eu sou muito boa" como "eu sou muito má", se tiver de serParece estupidamente sincera.
A Rita até pode escrever um post só a dizer "Eu gosto de morangos, o que é que vocês acham?", o que depressa faria deste um blog básico, mas eu fico com a sensação que não, não é báscio, há ali qualquer coisa. Sai Rita. E isto é o melhor que poderia esperar.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Querido belógue... (XL)

... o primeiro dia já está. Acordei e pensei que tinha programado o telemóvel por engano aí para as 4 da manhã tal era a escuridão. Saí um pouco em cima da hora, mas, quando me preparava para descer as escadas do costume, achei melhor não e segui por um caminho mais longo para mim, mas mais seguro do que aquele atalhinho completamente escuro onde pensei que poderia apanhar pessoas com ar suspeito a meter para a veia. Depois introduzi-me no autocarro e o meu primeiro pensamento foi imediatamente pôr o telemóvel a despertar dali a uns 30 minutos para garantir que não ia parar ao Porto e fechar os olhitos. Depois travei uma ligeira luta com o cinto de segurança que parecia estar a impedir-me de dormir firme e segura.  Não cheguei a adormecer, só a semi-dormir, porque ia um trombone atrás de mim a falar de faculdade com o entusiasmo da caloirice. Normal, been there. E a sensação de estar de olhos fechados sabia-me bem, estava a ser relaxante... Portanto, mesmo não estando a dormir, para quê abrir os olhos? Ainda pensei em apreciar o nascer do sol, mas, é pá, estava com sono e é só um aumento gradual de luz. Também pensei em analisar o trajecto do autocarro, para que na próxima semana me sentisse mais segura dos procedimentos a tomar, mas, é pá, é um autocarro e eu vou de automóbile! Depois pensei que tinha uma rapariga ao meu lado que podia ficar nauseada o dia todo depois de ter uma pessoa de boca aberta ali a pender para ela, mas é pá, a rapariga estava trajada certamente estará habituada a ver pessoas em figuras piores em grandes festins académicos. O positivo? Nos breves momentos em que abri os olhos, descobri que às 7 da manhã a estrada está vazia e que, só por isso, devia entrar todos os dias às 8.

Pensamento do momento? Pillow... my precious. Ai, não, esperem, não durmo com almofada.