Os meus 3 porta-chaves ou o valor sentimental das coisinhas

Tenho dificuldade para me libertar das coisas. Talvez por isso no meu molho de chaves poderão encontrar não 1, não 2, mas 3 porta-chaves.

O primeiro é um porta-chaves que o R. me ofereceu no ínicio do namoro. Naquele tempo em que estas coisas não eram pirosas para ele ou coisas para esconder, mas uma demonstração profunda de afecto que não se importava de revelar aos 7 mundos. No tempo em que estas coisas eram pirosas para mim e coisas para esconder. Só uns dois anos depois de o ter é que o comecei a usar.

O segundo é a etiqueta de uma peça de roupa, a partir da qual poderia fazer também uma pulseira. Mas como de pulseiras me passam ao lado e tenho o tão típico problema feminino de nunca saber das chaves, achei que seria uma excelente ideia anexá-lo ao porta-chaves do R..

O terceiro é um ursinho branco da Furla. Um porta-chaves de gente. Um porta-chaves de gente que para algumas pessoas merecia que tirasse todos os outros. Mas não consigo. Um porque me lembra uma das minhas casas - o R.. Outro porque sou eu - o colorido e a espontaneidade do porta-chaves improvisado é a minha cara. E já tem valor sentimental. Por muito que as bolinhas já estejam sujas e o fio comece a perder a força, é meu e sou eu. E não se manda embora o que é nosso.