domingo, 30 de setembro de 2012

A miúda mais gira da minha vida ou música do momento #16


Minha A.. 
Espero que saibas que a vida cabe dentro da tua mão.

Olha, as estrelitas estão pornográficas, sabias?

Hoje ao pequeno almoço comi não só estrelitas montadas umas nas outras, consoante foi palpite do inquirido, mas engoli vorazmente foguetões. Estava eu a encher uma colher e até esbugalhei os olhos para garantir que não estava com alucinações. Agora adivinhem o que os foguetões parecem... Ou então esperem lá que encontrei imagens para que não precisem de adivinhar e possam julgar com os próprios olhos:

Ora quem tem talento para encontrar o foguetão?

sábado, 29 de setembro de 2012

Lista de vantagens de despertar às 06h30 da manhã

Para a semana vou ter que despertar todos os dias às 06h30. Nunca tal aconteceu na minha vida e representa uma diferença de 4 horas em relação à hora a que tenho acordado. Achei melhor fazer uma lista de vantagens para me convencer de que vai ser uma daquelas mudanças espectaculares:

1) aprimorar a ténica de ficar impecavelmente pronta em 15 minutos para não ter de acordar ainda mais cedo;
2) apreciar o nascer do dia;
3) fazer os primeiros 10 minutos de exercício aérobico do dia logo ao acordar, isto é, prosseguir em marcha rápida para o autocarro não vá aparecer um larápio enquanto ainda está escuro;
4) comer o pequeno almoço a caminho ou em dentadinhas subreptícias no veículo de transporte público, tranquilamente e sem pressas;
5) além de comer, aproveitar o tempo supostamente "perdido" em transportes públicos como tempo ganho: dormir (de boca fechada!) ou (na lunática perspectiva de que vou estar nos píncaros da energia!) ler;
6) desenvolver a arte de, ainda num estado energético em que a criatividade não abunda, tornar motoristas eventualmente antipáticos em pessoas simpáticas que dão todas as indicações;
7) estar mais tempo acordada enquanto há luz solar e a dormir enquanto está escuro o que trará claras vantagens para os humores;
8)...?
9)...?
10)...?


Pá, não fiquem a olhar para isto com a sobrancelha erguida a pensar "Tipo, não há nenhuma vantagem em acordar às 06h30". Não sei se alguma qualquer destas me convence, que estou um bocado lentificada para pensar, mas há muitas....

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O post mais fofo de sempre

E depois ainda veio SMS: "O trevo está seco porque já o tinha há algum tempo. Acredito que o que de bom veio foste tu. Agora dou-to na esperança de que corra tudo bem na tua vida."

Para alguns pode ser só um trevo seco. Para mim é um trevo que estava guardado há 3 anos e que para quem mo deu tem muito valor. Agora tem muito valor para mim.

E são estas coisas, mais do que uns Louboutin, uma mala Furla ou um carro novo que dão sentido à minha vida.

Tão feliz sem noção?

Tinha um professor de Filosofia que no final de uma aula, com uma expressão profundamente lunática e sonhadora, comentou com um pequeno grupo de alunos no qual eu me incluía que muitas vezes só se apercebia do quão foi feliz a olhar em retrospectiva, "Eu era tão feliz ali e não tinha noção", devolvendo entusiasticamente a questão "Não sentem o mesmo?". Eu fiz a minha cara de 16 anos e quando me preparava para dizer "Hmmm, Hmmm... Se calhar, não muito", ele riu e percebeu que não estávamos na mesma linha.


Mas, vá-se lá saber perfeitamente porquê, este foi dos momentos que congelei na minha memória. Dos momentos que escolhi guardar daquela que, olhando em retrospectiva, sinto ter sido a melhor época da minha vida (anos de escola secundária). Ironicamente, foi a pior também. Foi a altura em que aconteceram também as piores coisas, as mais horríveis que já vivi. Hoje sinto que estaria preparada para responder ao meu professor "Completamente, sinto exactamente o mesmo". Mas, por outro lado, estaria preparada para argumentar que esta pode ser uma construção ilusória que nos inibe de aproveitar o melhor de cada momento presos a um teimoso "ali é que foi" e convictos de que um "agora é que está a ser" não vai ser possível experimentar imediatamente. Só vai ser sentido em retrospectiva. Não concordo. É bom recordar e não nego as recordações, mas é premente viver o presente, colorir o presente em vez de transformar apenas em contos de fadas histórias do passado. Eu acredito que é possível uma noção presente de felicidade.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

E tudo a tesoura levou!...

... ou quase tudo, vá. Um bocadinho, só talvez. Eu disse que era esta semana. E tal como previ cheguei ao cabeleireiro e fiquei num estado de relaxamento absoluto e pensei "É pá, vou largar dinheiro, ao menos que seja para fazer alguma coisa!". Além disso ouço sempre o comentário da minha mãe a ecoar de fundo "Cortaste o cabelo? Hum, não se nota nada!". Desta conjunção nasceu, pois, aquele ímpeto que me fez pegar numa madeixa do meu então longuíssimo cabelo e simular com os dedos o corte aí de uns 10 cm sem suspeitar que eram 10 cm, "Mais ou menos assim". Enquanto isso vi tranquilamente revistas. Vi as imagens. São daquelas em que não se lê o texto. E de repente lembrei-me que talvez fosse boa ideia aferir como é que estava o meu cabelo (para verem a descontracção, desde que não sinta que me estão a rapar deixo que os cabeleireiros me façam quase tudo!). Até que comecei a apalpar-me e percebi (e vi no espelho!) que deixei de ter um cabelo tapa tudo para passar a ter um cabelo tapa nada. Lamentei-me ligeiramente por sms... Não está tão curto como o da Jessica Biel que ilustrei há uns dias, mas está uma diferença mais do que evidente. Evidente já com ele devidamente espalmado e educado pela querida cabeleireira que puxou ali pela escova até à exaustão. Com ele no seu estado selvagem natural ainda ficará mais curto. Não faz mal. Só sinto falta de lhe tocar numa extensão mais longa. Mas isto é só uma questão de hábito. E cresce. 


"Cortaste? Está tão giro, realmente estava a precisar...", disse a minha irmã. E se ela diz que está giro, está mesmo. É daquelas pessoas que se tiver que dizer que está horrível diz sem pedir licença.

É polémico, mas teve mesmo de ser...


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Chove lá fora e tu não estás aqui...

Chove lá fora e tu não estás aqui... Mas nunca choveu assim. Porque eu detesto chuva. E mesmo que já esteja na cama não consigo entender o fascínio pelo som da chuva. Mas, hoje, pela primeira vez, acho esta chuva diferente. É mansa. E não é só porque está lá fora e eu não a vejo. Não me lembra violência, como é costume, lembra-me harmonia.

Chove lá fora e tu não estás aqui... Para me encostar a ti enquanto adormeço, para deslizar para o teu peito e sentir-te respirar, para passear os meus dedos distraídos pela tua barba. Para eu procurar cada centímetro do teu rosto com a ponta dos dedos porque não vejo nada na escuridão e para insistir para abrires bem os olhos porque, juro, vou conseguir vê-los.  

Chove lá fora e tu não estás aqui... Para me percorreres a pele com os teus dedos enquanto eu finjo estar a dormir e tu estás quase-quase. Para eu entrelaçar os meus pés nos teus, quando acordo por 5 segundos durante a noite, mas a primeira coisa em que penso é em ti.

Chove lá fora e tu não estás aqui... Para me arrancares para um beijo que nunca alguém ousou experimentar. Tenho os braços, as pernas e os pés frios. As mãos estão anormalmente quentes. Deviam estar frias - coração quente. Não faz mal. Não me incomoda. Nem sequer dói ou angustia. Não sei quem és. Mas um dia vai chover lá fora e tu vais estar aqui. E em vez de aceitar apaziguadamente a chuva, como hoje, eu vou odiá-la e vou odiar o som que faz, como sempre. Vou amar-te a ti.


Descomplexar e gozar os últimos dias de sofá: What to expect when you're expecting


Pensei apagar as luzes e tudo para dar um ar solene.
Pensei que quando vejo um filme sozinha nunca me consigo concentrar tanto como quando estou acompanhada. Não sei, como se precisasse da formalidade de uma sala de cinema ou de um riso a fazer coro com o meu...
Pensei que apesar da minha presença no concerto da Jennifer Lopez ter sido cancelada por causas maiores eu devia ir mesmo e tentar perceber o que faz da JLo uma das mulheres mais sexy da telinha para mim.
Pelo meio um momento de dramatismo: pensei nos bebés que um dia projectei e que já não vão ser.
Pensei que um dia quero mesmo saber como é que vou ser eu, à espera... 
Não já, vá.
A cena que mais me emocionou foi a da criança adoptada. Now... what?

Ah, sobre o filme... O filme era mau. Nem é divertido, nem tem uma grande história. Muitas caras bonitas e conhecidas, mas vazio a maior parte do tempo. Estive o tempo todo à procura de uma reviravolta que não aconteceu.

De qualquer forma foi tudo o que procurava hoje. E não era um filme bom. Era um filme daqueles que eu não pagaria bilhete no cinema para ver... Mau, mas light light. Na certeza de que os fuzíveis humanos também precisam de descomplexar para absorver depois a complexidade.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Começou ontem oficialmente a semana dos aiiiii's

Aiiii que não podes.
Aiiii que é muito longe.
Aiiii que tu não sabes conduzir.
Aiiii que tu não tens carro.
Aiiii segue o teu coração, eu já dei com a cabeça na parede, mas decidi!
Aiiii que o que vais ganhar não te vai chegar para as despesas.

Ai que fui seleccionada. 
Ai que diz que segunda-feira vai ser mais um dos primeiros dias do resto da minha vida.
Ai que diz que tenho algum medo, sim, e que não falo de outra coisa. Mas pelo menos durante os próximos 9 meses não fico em casa.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Mary Jane is reading you #1: Guess So, Guess Not...

A melhor forma de explicar a admiração que sinto pela Ana, autora do "Guess So, Guess Not..." é talvez recorrer a uma metáfora. Quando vou ao blog da Ana, sinto a mesma admiração que sentia quando ali no 7º ano olhava quase com reverência para os tipos (incluindo aqui tipas também!) do 12º ano. Está bem que eles não eram enormes em estatura - como aquela diferença que eu sentia do 1º para o 4º ano - mas havia qualquer coisa neles, na postura deles, na forma como andavam e falavam que fazia deles alguém diferente, "maior" do que eu. A Ana é assim. Uma pessoa mais velha do que eu para quem eu olho e penso Se daqui a uns anitos eu for assim, não estou nada mal.



Estou certa também que a ideia que formamos pode dizer tanto acerca de nós como da pessoa sobre quem falamos pelos detalhes que decidimos destacar.  Por isso eu cá confesso que lhe invejo a capacidade para dormir em qualquer lado e o facto de ter ido três dias ao Rock in Rio, só na última edição, não tendo eu posto os pés lá uma única vez. Mas, principalmente, invejo muito o facto de quase sempre que pouso os olhos no blog dela ficar lá não só a ler mas a pensar também. Acho que isto se diz das pessoas que nos inspiram. De resto, gosto das vírgulas sempre no sítio, gosto dos posts a dizer o que, como apetece e quando apetece (a Ana não é daqueles bloggers com dia marcado para bloggar nem tem como regra um post por dia). Gosto da agitação serena nos posts que tecem reflexões acerca da vida - como o facto de apanhar choques frequentemente - acerca das relações humanas - como aquele em que explica como crescer com homens influenciou a sua forma de estar e ser - ou sobre a própria forma da Ana ser com os outros - acessível e apaixonada. Ao mesmo tempo gosto da capacidade que ela tem de convocar todos os seguidores à sala de reuniões porque se andam para aí a queixar de uma configuração do blogger que afinal se resolve, porque não têm uma opção marcada tal como ela quer ou simplesmente porque se apercebe que há quem comenta só para marcar presença. Sobretudo gosto da independência que leio na Ana. Daquele Sei bem quem sou e o que quero.

Por isto, quando chegou a altura de escolher a primeira pessoa para a rubrica que hoje inauguro, "Mary Jane is reading you", não houve dúvidas. Tinha de ser a Ana.

P.S. - Diz que a Ana vai ver JLo no mesmo recinto que eu. Nem sei se vou estar em mim com a possibilidade de qualquer pessoa do sexo feminino que passe por mim poder ser a Ana.

A minha primeira paixoneta

Sou de paixões longas. E prova disso é logo a minha primeira paixoneta. Ele era muito moreno e giro. Giro mesmo giro ao ponto de um conjunto de meninas assanhadas certo dia o terem prendido sem saída no cubículo de uma das casas de banho para lhe dar beijos onde fosse possível. Já ele resistia estoicamente e enrolava os lábios para dentro para que não fosse atingido no mais desejado alvo. Além de giro ele era bom aluno, mesmo bom aluno. Gostava mais de Matemática (era bom nos Problemas!) do que de Português (não era tão virado para a escrita e composições como eu!), mas tinha, dizia a professora, das letras mais bonitas da turma. Na maioria dos intervalos jogava futebol. Era guarda-redes. Não me lembro se alguma vez confessei sequer esta paixão. Ele o máximo que disse - não a mim mas em resposta a um grupo de meninas ao qual eu pertencia - foi que não gostava de nenhuma rapariga e quando o inquiriram acerca de mim (oi?!), alegando que ele era diferente comigo, ele respondeu que eu também era a única diferente. De diferente bom, senti eu na altura. Hoje espero que não fosse um diferente insultuoso. 


O auge desta paixão acontecia quando brincávamos aos Power Rangers e eu era a "amarela" e ele o "verde" ou o "azul", não me recordo, mas basicamente o que na altura era atribuído como o namorado da "amarela" - que isto de acasalar pessoas está presente desde o início dos tempos. Os dois sabíamos que éramos namorados durante a brincadeira. Assim no intervalo das batalhas contra a Rita mázona (que era devidamente representada pela rapariga mais alta da turma que todos adoravam mas que gostava de fazer de má da fita) ou no suposto fim do dia, lá nos encaminhávamos os dois para o sítio onde seria a nossa casa (não me lembro quem a definiu), mas no momento em que os nossos olhares se começavam a cruzar de um para um alguém gritava "Já é de manhã! Perigo!!! Venham todos Power Rangers!", quebrando tudo o que poderia estar a brotar.  

Lá mais para o 4º ano comecei a perceber que os nossos destinos jamais se cruzariam. Ele passava a vida a contar detalhes da casa nova e a rir que tinham escolhido para a casa de banho um azulejo "azul cueca" e a perspectiva de seguir para uma escola diferente do resto do grupo efectivou-se. Mas não matou a minha paixão. Até ao 6º ano vivia na expectativa do dia em que ele ia aparecer. E os 3/4 dias por ano em que ele aparecia eram os melhores de todos. Até que comecei a pensar que ninguém sobrevive com 3/4 dias por ano e, a custo, larguei esta paixão.

Hoje pouco sei sobre ele. Só que é todo zen, paz & amor e que, recentemente, ficou com a cara inchada porque toma coisas manhosas para se "purificar" espiritualmente. 

Nestes momentos percebo que, apesar de agora as coisas serem diferentes, não sinto que alguma vez tenha tido paixões erradas. Nunca tive aquele sentimento de "Ai, meu Deus, como é que eu pude gostar daquilo?", mas paixões devidamente situadas. No tempo e momento em que apareceram fizeram todo o sentido, mesmo que depois tenha vindo uma bem maior e melhor.

domingo, 23 de setembro de 2012

Paixão à primeira vista



E não é pelo carro. Vejam e depois conversamos.

Às vezes apetece-me morar no teu sorriso

Apetece-me morar no teu sorriso porque lá se está muito bem. Fazer dele habitação permanente e nunca mais ir embora. O teu sorriso é uma manta no sofá num Inverno chuvoso. Porque quando aparece assim silencioso, mas cheio, tantas vezes imprevisto, deixa-me a mim cheia, aconchegada. A achar que fiz a coisa certa, que fiz o que tinha de fazer.

Sei que há muitos sorrisos e que sorrisos podem ser irónicos, fingidos ou simplesmente "vazios" - a resposta socialmente simpática para quando não se tem nada a dizer. Mas quanto ao teu sorriso, se o disfarças ou se o fabricas, sabe que, mesmo assim, me enche a alma e que me deixa - naquele sentido de missão secreto que tenho de fazer toda a gente um bocadinho mais feliz - a sentir que cumpri. E por isso apetece morar no teu "sorriso" porque não sabendo eu de onde vem, sei onde chega em mim...


sábado, 22 de setembro de 2012

Pocahontas ou Bela Adormecida Style

A foto é rasca - culpa do telemóvel e eu já devia saber que não se tiram fotos quase-artísticas com geringonças pequenas - e o cabelo está amarelo numa coloração substancialmente acima da que é a sua real cor mesmo pós-verão - culpa dos efeitos de iluminação com que carreguei a foto dado que estava em escuridão absoluta - mas o que conta para a análise é a dimensão! Reparai pois que assim, ondulado, selvagem e ao natural já me ultrapassa completamente o meio das costas. Agora imaginem este cabelo domado e esticadinho. Já fica um deslavadamente longo...



Acontece que eu sou profundamente apaixonada pelo meu cabelo. Especialmente quanto está assim longo, longo. E por muito que este ano tudo tenha desatado a trocar os longos cabelos pelo modelo fashion pelos ombros, eu mantive-me fiel. Mas, na próxima semana, despeço-me da juba. Espero que não radicalmente - porque não sou daquelas mulheres que por muito que goste chora a ver o cabelo ir, mas que de repente, e sentada já na cadeira do cabeleireiro, se pode lembrar e dizer "Olha, vinha só com a ideia de cortar as pontas, mas corta tudo, mesmo para ficar acima dos ombros!"

E depois na próxima semana apareço de cabelo assim, num curto rebelde em vez de longo rebelde:

Jessica Biel

Amanhã será outro dia ou música do momento #15

No outro dia comentava com um colega que uma das principais vantagens de ter tirado o curso que tirei, e especialmente a área de especialização que fiz, é ter terminado muito mais aceitante . Sei que há dias em que posso estar triste, de rastos, em baixo, mas isso não faz de mim alguém deprimido. E aprendi que não tenho de negar estes dias a toda a força como se eles próprios me negassem qualquer raio de sol futuro e ai que vais ficar condenada à escuridão!. Eles fazem parte. Também não tenho de me acomodar a eles. Mas tenho de me dar o direito de estar triste.

Isto são os meus estímulos. As frases-chave que não deixam de soar quando parece que estou prestes a mergulhar num estado de desânimo e apatia. O clássico "Deixa para lá... Amanhã será outro dia" um bocadinho mais conceptualizado e elaborado. Às vezes tenho dificuldade em convencer-me: os dias parecem todos iguais e só me apetece reclamar que não vem "outro", mas "mais um", mais um do mesmo. Mas ontem, depois de dois dias mais arrastados, disse que era dia para começar a matar este estado de humor digno da caverna e assim foi. Percebi que há uma coisa que eu preciso de estar para me sentir feliz: ocupada. Ocupada para depois vir cá reclamar que estou cansada, mas certa de que houveram muitos momentos ao longo do meu dia que agitaram as minhas emoções. É só um dos ingredientes, mas importante.



There may come a time, a time in everyone's life 
Where nothing seems to go your way 
Where nothing seems to turn out right
There may come a time, you just cant seem to find your way
For every door you walk on to, seems like they get slammed in your face 

That's when you need someone, someone that you can call. 
And when all your faith is gone 
Feels like you cant go on
Let it be me 
Let it be me
If its a friend that you need
Let it be me 
Let it be me  

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Unidade Cinderela

Uma das formas de combater a inércia e estados de humor catastróficos é, pelo menos para mim, fazer coisas (aparentemente) úteis. Assim, além de editar fotos decidi (ou a minha irmã decidiu por mim, mas bem) que era dia de arrumar a unidade Cinderela. Partilho armário com ela e se no início de cada arrumação definimos prateleiras individuais para cada uma é certo que até à próxima investida de arrumado fique tudo simplesmente misturado - é o mal/bem de todas as mulheres da casa calçarem o mesmo

Estimava eu, que nem me considero uma compradora compulsiva de sapatos mas que os vou acumulando com o passar dos anos, ter uns 15 pares. Neste número incluí toda a gama de sapatos: Outono-Inverno-Primavera-Verão-desportivo-casual-formal.

Decidi contá-los para fazer o inventário e pois que pus direitinhos nada mais nada menos que 34 elementos da unidade cinderela. Está bem que me esqueci dos chinelos de praia e quarto na estimativa, mas assim se vê como as mulheres têm uma débil noção do que têm no armário.

Isto é o exemplo bonito de arrumação da Unidade Cinderela. Eu pratico a arrumação ergonómica (arrumar o máximo possível no mínimo espaço possível), portanto a coisa não fica assim tipo museu.

Desvitalizada

É como me sinto. Eu sei que isto é termo de cadeira de dentista e que eu estou o autêntico moody jerk com que os indivíduos do meu signo são frequentemente caracterizados - a oscilar do pleno entusiasmo para o desânimo total. Mas isto é para matar hoje. Se não for tudo pelo menos para ir matando.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Nem sempre grandes começos significam grandes fins

E em época de regresso às aulas, regresso ao meu 1º dia no 5º ano.

Foi altura de me autonomizar. Seguiria sozinha a pé. A escola ficava a 10 minutos de casa e só tinha de atravessar a estrada uma ou duas vezes conforme o percurso que escolhesse. Uns dias antes, o percurso foi estudado de carro (o que nem seria preciso porque eu estava familiarizada com as ruas) e, no grande dia, lá segui eu orgulhosa e muito destemida com a minha mochilona às costas (sim, aquela era a verdadeira altura em que a mochila pesava mais que eu). Ao passar a varanda do meu apartamento lá encontrei eu a minha mãe, igualmente destemida mas de outro ponto de vista - apresentou-se na varanda em roupão a acenar-me indiferente a qualquer olhar de estranheza perante tal figurino. Ali tive a certeza que o facto de ela ter ido para a varanda foi a última tentativa que fez para se segurar e para não ir a correr atrás de mim. Soube ser mãe.

Cheguei e vim entusiasmadíssima de autocolante amarelo "5º E" pronto a colar em todos os armários. Tinha uma escola enorme. Várias disciplinas. Vários livros. Vários professores. Ia ser espectacular.

Uns meses volvidos já achava, e continuo a achar, que aquela - a escola do 5º e 6º ano - foi a pior escola de sempre. E não foi por ter sido o pior sítio por onde já passei. Foi por ter sido o sítio onde vi quebradas muitas ilusões. Lá foi o sítio onde descobri a escória. O sítio onde eu comecei a perceber que afinal nem toda a gente tem boas intenções e que nem todas as asneiras são acidentais. Há quem as faça, mesmo magoando os outros, consciente e intencionalmente. Há quem se divirta com isso. O bom? Ter sido capaz de perceber isto, mas continuar a querer fazer parte do núcleo que não faz mal porque sim. Faço mal, sim. Faço asneiras, sim. Mas na maior parte dos casos porque não tenho os olhos bem abertos...


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Xaço it is...

... em fase de prospecção prolongada.

Eu e a mana fomos convocadas...

... para estar prontas às 18.30 para ir com o meu pai "a um sítio". Qualquer tentativa de explicação foi cortada com o típico "falamos depois".

Neste momento fazem-se apostas entre a rede vip (da qual passam a fazer parte!).

Há quem aposte que vem aí um Jedson ou um Agostinho.


Há quem aposte que vem aí um Xaço.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

It feels like something ou música do momento #14

Não sei bem para onde vou. Mas este é o mês das voltinhas... De procurar um novo rumo para a minha vida. Caminho descalça. Porque na maior parte das vezes nem sei bem qual é o terreno que piso e caminho na ingenuidade de quem pode ser ferido por um pedaço de vidro, por uma carica perdida, por um terreno mais árido. Às vezes sento-me a meio do caminho. Páro. Penso até em atirar a mochila e desistir. Porque apesar de carregada e pesada, há dias em que parece vazia e invisível por ninguém mais querer pegar nela. 

Não é tão dramático quanto parece. Há coisas boas que acontecem todos os dias. Sinto que estou mais encontrada comigo mesma; tenho adormecido feliz e embora continue sem destino e não existam portas escancaradas a evidenciar que aquela é a certa, há caminhos  paralelos que não me canso de percorrer, surpreendendo-me até por isso.

Há coisas que me despertam para a vida todos os dias. E são elas que me ajudam a não largar da mochila. A pensar que se está vazia, ainda bem, óptimo, maravilhoso, estou no melhor ponto em que podia estar para começar a enchê-la! E também há dias em que, sim, anseio muito para que estejam lá outras mãos junto das minhas enquanto vou acomodando as coisas, as histórias, as pessoas... E escolho invariavelmente as mesmas mãos. As mesmas que para além das minhas têm sabido de todo este percurso.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Enfiei o CD do best of do Bryan Adams na aparelhagem...

... [when you want it, when you need it, you'll always have the best of me] sim aquele que não ouvia há não sei quantos séculos. Aquele que a minha mãe me ofereceu há não sei quantos natais atrás porque ela queria e eu ainda só sabia o que era Onda Choc praticamente. Pus o CD para me acompanhar enquanto trabalho. Para ter assim uma batida energética de fundo e não me apetecia as coisas que ouço todos os dias... [you might stop a hurricane, might even stop the drivin' rain, you might have a dozen other guys, but if you want to stop me, don't even try, I'm going one way, your way]

Agora não sei se foi muito boa ideia. Lembro-me das letras todas e estou a ver-me daqui a bocado a levantar-me e a ter um súbito ataque de movimentos incontrolados... É pelo menos certificar-me que as cortinas estão corridas para os vizinhos não assistirem ao espectáculo da vida deles.

[I'd like to see you, thought I'd let you know, I wanna be with you everyday, cause I've got a feeling that's beginning to grow]

domingo, 16 de setembro de 2012

Ocupa-me

Há fases em que não queremos ter um relacionamento. Queremos, ainda que sem o saber imediatamente, alguém que nos ocupe. Alguém que faça aquelas coisas que davam muito jeito. Alguém que vá ao cinema connosco. Alguém a quem contar todos os segredos. Alguém a quem voltar a qualquer momento. Alguém que nos pode ajudar a inserir questionários no SPSS. Alguém por quem apetece aprender a fazer coisas novas, como uma sobremesa. Alguém que vá almoçar connosco quando não temos mais ninguém com quem ir. Alguém que vá para os gabinetes de prova carregado com as roupas que queremos experimentar e que traga secretamente uma outra peça, só porque apetece ver-nos com ela. Alguém em cujo colo podemos deitar sempre que nos apeteça. Alguém que tenha uma espécie de sociedade secreta connosco conjecturada num "nós" que é uma entidade super-poderosa e super-potente e que está para qualquer circunstância. Alguém que nos dê mimo, porque afinal não dá só jeito, também dá vida. Alguém que nos dê beijos e que nos liberte todas as necessidades libidinosas. Alguém que nos tire de casa quando é o último sítio onde  queríamos estar. Alguém que diga que nunca nos vai deixar nem que morra tudo e caia tudo e que, portanto, nos faça acreditar mesmo nisso. Sobretudo alguém que, por favor, nos faça acreditar que sim é possível voltar a ter alguém. Alguém. Que alguém nos ocupe, é urgente! Não queremos amar, nem que nos amem. Mas pensamos que sim e que não tarda nada estão os passarinhos todos a cantar.

Um apontamento: sim, é possível quase tudo isto existir quando não queremos apenas que nos ocupem. A diferença quando queremos que nos ocupem é que um dia percebemos que embora existam coisas que se podem fazer sempre com a mesma receita e que não assumem grandes variações (e portanto tentamos repeti-la incessantemente porque tem que funcionar!), conforme as mãos pelas quais é talhada a coisa sai de forma diferente! Aí percebemos também que é simplesmente impossível fazer com que as coisas aconteçam só porque se quer. Só porque até existiam ali umas mãos com muito boa intenção. Se eu queria ter um namorado mal me vi desnamorada? Quis muito. Se eu podia ter um namorado? Não. Não podia porque não havia espaço. Eu achava que não tinha problemas de espaço, tinha problemas de tempo, e já tive muita pressa porque só vivemos uma vez. 

Agora?


Aquele amigo - que me conhece desde os 15 anos e que me trata sempre por "pequena" ou "princesa", a seguir ri envergonhado, pede desculpa e diz não conseguir evitar - fez, esta semana, um breve debriefing acerca do meu estado civil:

Mas quê, tens falado com rapazes, deixado que eles se aproximem?

Eu respondi:

M., não é que eu não tenha muita vontade, mas mais do que isso eu sei o que quero. Não tenho pressa...

Ele parou a ollhar para mim durante uns tempos, sorriu, de um sorriso nem mole, nem jogador, o sorriso firme de quem sabe bem quem viu e de certa forma se apazigua por continuar a ver a mesma pessoa. A seguir dirigiu o olhar para o resto da mesa.

sábado, 15 de setembro de 2012

Ora sobre o dia, eu teria um discurso longo a produzir...

... mas como estou aqui morta de cansaço a tentar matar uma dor de cabeça com Ben-u-ron (qualquer erro, perdoem!), só me resta dizer que eu ainda sou do tempo em que na escola me diziam:

 "Escolhe o que quiseres, porque quem é excelente como tu, safa-se sempre, seja no que for".

Hoje penso, reclamo, contesto, bato o pé "Contassem outra história!...", mas, lá no fundo, não deixo de continuar a acreditar na primeira, no mérito dos bons. A diferença é que sei que me avançaram uns quantos capítulos, saltando directamente do início para o final feliz e dando a entender que a única coisa que teria de fazer era continuar a ser um "fenómeno" na arte de bem queimar pestanas e teria um prato pronto no fim à minha espera. Não. Não era a única coisa, fui percebendo já na faculdade que não eram pestanas queimadas que iam fazer de mim diferente. Se as deixei de queimar por causa disso? Não. De uma forma ou de outra estava ali a recolher ferramentas. Por isso mais do que ir para a rua sem saber o que estou lá a fazer - muito bem para quem foi sabendo - tenho estado todos os dias a perguntar-me "de tudo o que eu sei, o que é que eu posso fazer, por onde começar?". Tenho estado todos os dias a procurar trabalhos e trabalhinhos. Alguns de vós podem pensar Ainda! Espera mais uns tempos e verás. Mas eu já vou vendo..Se é fácil? Não. Se há dias em que acho que não vou chegar a lado nenhum? Há. Em alguns dias até dei (dou!) uns tapas imaginários e gritei comigo mesma "Caraças, onde é que esta a tua força? És um fantasma de ti própria!"

Hoje quero lembrar que a marcha não se faz um só dia por ano nem só em cartazes bonitos para as câmaras de televisão/fotográficas e há que continuar a perguntar sempre o que podemos fazer, mesmo que nem sempre seja visível a estrada. Ninguém está à nossa espera "Não há ninguém que seja imprescindível hoje, há tantos por aí!". Não há cartazes sequer a apontar direcções. Cabe a cada um de nós tentar mostrar, dê por onde der, que podem precisar de nós.


Plano de vida: escolho-te a ti


Não vou pensar que a felicidade és tu, porque para a nossa felicidade ser possível existirão muito mais coisas, antes e durante, mas naquilo que te cabe escolho-te a ti, portanto só mudaria a segunda linha desta imagem, ficando perfeita se tivesse antes escrito "People say happiness is a choice. I choose you.".

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Call me Cinderela

Sim. Calço 36/37, o que para algumas pessoas é muito pouco, e a senhora minha mãe, fora outros serviços ocasionais e serviços de cozinha diversos, faz-me varrer cozinha e corredor principal duas vezes por dia. Está bem que existe cá em casa a circular um indivíduo bem peludo, mas...

Mas raios! Onde é que andam os pássaros e ratos que me acordam, me vestem e dão banho logo de manhã? E que me fazem vestidos? (e fadas de recurso para quando as coisas correm mal!)

Afinal a Cinderela tinha mais sorte! E isto de que a Cinderela era coitadinha é mito. E haver sempre algo externo que a salva é transmitir fracos ensinamentos às criancinhas. Tal como haver um príncipe que fica sentado (príncipe que fica sentado é digno de tal nome?!) e manda os subalternos enfiar um sapato que pode calçar em 50 000 pés na única cinderela que era pretendida. Por acaso, têm sorte e apanham a certa quando o sapato podia servir a tantas outras... Ilusões, ilusões.

Ontem, o Porto, hoje, o mundo

Ontem

Achei que os trabalhadores do McDonald's deixaram de ser aquela equipa, onde dissimuladamente, ou não, reinava a boa disposição porque nos atendiam sempre com a cara pendida ligeiramente para o lado e com um sorriso de orelha a orelha, coisa que eu tanto apreciava, para passar a reinar o stress e o burn-out. Tanto pedido trocado a que assisti num curto período de tempo! O sorriso elástico agora estará aparentemente reservado para o recém-adorado h3. A propósito apetece-me um h3 milano.

Vi um senhor com idade para ser meu avô a envergar uma camisola preta, estilo camisolas com carapuço, mas sem carapuço, e com letras coloridas muito coloridas que diziam "Do you want to be my baby?". Quis conter um sorriso enquanto passava por ele e não consegui evitar um quase-riso.

Achei que não ia caber numas calças 34. Fecharam pela primeira vez na vida esforçadamente e eu gostei. Fiz 3 compras da nova estação e já me obriguei a não mexer em nada tão cedo.


Vi uma menina-mulher ter o seu momento Marilyn Monroe, mas ao contrário de mim ali algures em Agosto, e apesar de ter sido célere a baixar o vestido, teve direito a exibição da cueca, que felizmente não era uma tanga com um coração desenhado a purpurinas. Não ri. Porque imaginei que poderia ter acontecido o mesmo comigo e achei que ia apreciar a solidariedade feminina.

Apesar de preferir o mar, o Douro será sempre o rio que tem a cidade lá dentro deixando o Tejo a parecer uma coisa simplesmente flat

Hoje

Acordei a sentir-me esplêndida, maravilhosa, capaz de conquistar o mundo. Já. A seguir.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Agri-doce

Detesto que me aches uma miúda. Detesto que faças de mim marionete nas tuas mãos como até hoje ninguém conseguiu fazer. Que me deixes com vontade de ler os teus livros ou de ver os teus filmes e de raramente conseguir dizer "não" a um "Já". Detesto as constantes referências ao teu bom aspecto físico, seguido do pedido implícito ou explícito para que me segure. Detesto que existam 50 mulheres à tua volta todos os dias e que 75% delas engendrem esquemas para te encontrar ao virar da esquina. Ou que parem só para dizer que tens o melhor rabo que já viram. Detesto não conseguir pensar em mais nada, fazer mais nada, quando te sinto chateado comigo. Detesto que te aches irresistível e que de facto sejas. Detesto que eu tenha sempre promessas a cumprir e que tu te esqueças das tuas. Detesto que sejas a pessoa que mais me aponta defeitos e que menos colo me dá. Detesto cada vez que não me explicas as coisas, quando não as percebo à primeira, e atiras um seco e irredutível "Esquece". Mas fundamentalmente detesto que tu saibas - porque não escondo isso - e não saibas ao mesmo tempo - porque pensas que são coisas da adolescência e que exagero nas palavras - que me tens seriamente agarrada a ti.

Agarras-me a ti de cada vez que abro um olho a custo e quando agarro o telemóvel há um "acoooorda" que se segue a outras duas ou três SMS's e que me faz querer saltar imediatamente da cama. Agarras-me mesmo daquelas vezes em que insisto para mim, cabeça contra a almofada que não existe, que é só uma forma de passares o tempo, que estás aborrecido e eu sou só uma versão sofisticada de um game boy, a ver se o sorriso estúpido que me apareceu na cara se desfaz. Agarras-me quando apesar de desvinculado e desapegado se solta um "Quem me dera", "É o teu estilo, é diferente, mas é bom", "Vááaaa, abracinho!". Agarras-me de cada vez que um sorriso "desenho animado" teu me faz tremer, Agarras-me a ti de cada vez que sinto que me dás mais porrada porque me sabes mais forte e que não preciso de bengalas quando tenho pernas para andar sozinha. Agarras-me quando dizes que detestas não poder dizer palavrões comigo e depois de eu dizer que não me importo porque toda a gente o faz à minha volta, o máximo que fazes é substituí-los por símbolos gráficos. Agarras-me de cada vez que eu penso "A sério? Isto? Tanto tempo e há tanto tempo?". Agarras-me a ti quando percebes que alguma coisa está mal e perguntas como está e como estou. Ou, mais ainda, quando reparas nos detalhes e comentas simplesmente "Estás estranha". Agarras-me quando perguntas a minha opinião sobre as coisas mais básicas como "De madeira ou de couro?" mesmo que seja só para saber a minha opinião e que ela não vá interferir, em nada, com a tua. Agarras-me porque mesmo sabendo que és tudo o que não poderá ser, és e estás sempre.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Conseguiria sempre ou música do momento #13

Disseste, quando a minha cabeça ainda mal ultrapassava a tua cintura, que estavas a ficar gordo e que qualquer dia não ia conseguir abraçar-te. Estiquei os braços todos, fiz crescer os dedos o mais que pude e mostrei-te que conseguia. E prometi que ia conseguir sempre.

E conseguiria sempre.

Até que comecei a ver-te com os olhos cada vez mais tristes. Depois com olhos vazios e palavras que não saíam. Um dia não te vi mais.

Tenho muitas saudades. E, embora te continue a encontrar em tantos momentos por aí, já não tenho uma resposta de volta. Sei que fiquei absolutamente insuportável uns tempos. Sei que já dei muita cabeçada. Sei que não me licenciei em Direito. Sei que o que dizias que tinha "pegado de estaca" não pegou. Mas sobretudo sei, que fizesse eu o que fizesse, ia ser com genuíno orgulho que olharias para mim. Ainda olhas? Diz que sim. Que quando dizem que estrelas brilhantes são pessoas é verdade.

Correndo o risco de me repetir...

Para aprender a conhecer-te melhor preciso de saber para que lado dormes, a marca do teu dentífrico, quais os teus iogurtes favoritos. Preciso também de mais fotografias, embora não as vá ver por agora. Ver-te distrair-me a cabeça com coisas indecentes. Tiveste sarampo em criança? Alguma vez foste o pior aluno da turma? Quantas vezes caíste da tua primeira bicicleta? Envia-me, por favor, também observações, mesmo que não te pareçam pertinentes, descrição de insónias, pesadelos, pensamentos recorrentes, recordações de criança. Podes igualmente falar-me dos teus amigos, colegas e vizinhos, embora vá saltar essa parte. E do quarto onde sonhas comigo muito acordada. Por agora chega. 
in A Rapariga Errada, Pedro Paixão 

Importam-me os detalhes. As perguntas abertas e absurdas. As perguntas que tantas vezes parece que não interessam para nada. As perguntas que mais do que factos me dão vivências e experiências de uma pessoa, que me levam a sabê-la como ela se conta e não como alguém a poderia contar. Por isso é que me agarrei tanto a este excerto... Por isso e porque fala daquela paixão e curiosidade insaciável pelo ser humano que ainda há dias aqui escarrapachei.

Objecto-paixão

Agenda.
Quem me lê há algum tempo já o sabe.
É aquele objecto que é o meu mais fiel companheiro.
É aquele objecto que me permite ser 5 vezes mais eficaz e organizada.
É aquele objecto que foi a prenda mais baratinha que me ofereceram no Natal passado.
É aquele objecto que foi uma prenda pouco surpreendente porque foi escolhida em cima do joelho - nem sequer era a ideal, mas era a que havia - e que mesmo assim me deixou largos minutos em hipnose e alheada dos outros presentes que me ofereceram só a admirar o tamanho, a forma, a textura das páginas, o design das paginas...

Mas, precisamente o ano passado, deu-se uma viragem, motivada pelo meu novo estatuto de não-estudante, com implicações no estilo de agenda que adquiri: em vez de agenda de ano lectivo comprei uma agenda anual. Mas como a comprei ali a rebentar Dezembro achei que foi tarde demais, já não tinha escolha nenhuma. E lembro-me que na altura me aconselharam a procurar agendas anuais agora já em Setembro, pois existiam algumas que apanhavam tanto o fim deste ano, como todo o próximo. Por isso, pessoas informadas, há algum sítio que tenha assim giras, mesmo giras? E com espaço, muito espaço, tipo uma página por dia em tamanho A5? E que sejam duras para não ficarem num estado decrépito como a minha ficou ao fim de 2 meses? Debitem já aí sugestões!

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Cheguem cá pessoas vencedoras

Ora, das 7 participações só 4  podem ser consideradas correctas e completas. De resto ficam apontadas as menções honrosas à Tutti que soube onde procurar mas não mencionou o evento, ao pedro b que tudo indica que jogou bem e que sabia bem o que aconteceu mas produziu uma resposta intelectual e rebuscada que apelava para que o corrector intuísse a resposta (não pode ser, pedro b, por muito que no exame nacional fizesses uma descrição perfeita de bananas, se lá não aparecesse a palavra bananas quando era critério, chocapic para a cotação!). Segue-se pois o post exclusivamente dedicado às vencedoras (é um exclusivo conjunto, mas é para ser expresso, está bem?):

Sara* - sei pouco de ti, o perfil do blogger omite-me a tua origem, mas o facto de seguires poucos blogs e de o meu ser um deles faz de ti uma pessoa com um gosto claramente apurado.

Uma Rapariga Simples - quase que vinha daí uma resposta que merecia reprovação como a do pedro b. Então tu só me imaginas de carroça? Mas ele já foi indirectamente destacado e tu mereces o teu destaque. Foste um acaso de descoberta: uma resposta em forma de comentário brilhante a um post que nem era meu fez-me logo querer conhecer que chabeça genial estava por trás de tamanha perícia mental. Não me arrependi de ter seguido a minha intuição, pois encontrei uma das mulheres que melhor dá uso ao teclado aqui da blogosfera. Pelo menos de forma literária, diria que és mesmo a melhor. O único defeitozinho é o blog ter só um post por página (ó rapariga, a bem do teu apelido de simples, muda lá isso que dá muito trabalho estar sempre a carregar em seguinte!).

Hermione - é daquelas blogopessoas a quem me apetece frequentemente encher de abraços e beijinhos. Em primeiro lugar, porque gostamos das pessoas que nos insuflam a auto-estima e ela insufla. Vem cá regularmente e comenta muito com uma simpatia extrema, quase como se dissesse sempre "anda lá, miúda, estou aqui a torcer para que tudo corra bem" e mal aparece uma vitória cá está ela para aplaudir! E depois, está ela própria a passar por uma fase muito boa e o blog dela é assim das coisas mais positivas e optimistas que há por aí. Uma pessoa sai de lá em zenitude plena... Visitem e comprovem. Não digo que vale a pena visitar porque ela põe fotos giras e sabe fazer massagens porque a ala masculina corria já toda para lá e convém realçar que ela tem um namorado, com quem se dá maravilhosamente bem, que vos dava uma sova.

Buu - este foi um risco fácil de correr, não foi? Somos as duas moçoilas no mesmo estado - num ponto zero da vida - e em que vamos tentando arregaçar as mangas a ver se chegamos a um ponto tudo. E temos as duas um ligeiro síndrome Peter Pan (ficar sempre com a idade que temos e não avançar mais é que era, não é?). A diferença é que a Buu leva menos idade a pesar-lhe. De resto aprecio-lhe o entusiasmo pelas pequenas coisas, como um concerto, o facto de gostar dos The Kooks, de consumir literatura avançada e de escrever sobre tudo e mais alguma coisa de forma espontânea e descomplexada!

A tal coisa da semana passada

Pois foi. Passei no exame de condução. Fui com poucas horas de sono, como é habitual quando tenho alguma coisa importante para fazer - mesmo que esteja calma, a chabeça, que não tem juízo, não descansa e foca-se ininterruptamente no assunto (na noite anterior insistia em dar-me lições teóricas sobre o que tinha que fazer na prática). Lá chegada ao centro de exames depois de ter seguido a conduzir apanhei um examinador com quem conversei alegremente, antes mesmo de saber que era examinador, e o meu. Sei lá. Pediu-me os documentos e eu achei que era só um administrativo... Até que eu pergunto numa timidez súbita "Ai é examinador? E vai ser o meu?", e outro examinador que já tinha ido para junto do meu vomitar não sei quantas reclamações profere sem sequer olhar para mim "É. E está com sorte porque ele é dos que passa todos!". Apeteceu-me dizer "Não seja assim que olhando para esse pólo rosinha aposto que nos íamos dar bem.". Depois a coisa correu com tranquilidade tirando um ralhete lá quase no fim do exame que me deixou ligeiramente a temer pela vida. Sobrevivi. Segue-se já o post para as pessoas que puxaram pela massa neuronal para desvendar o enigma extremamente complexo do dia.

Diz que a semana passada aconteceu qualquer coisa...

Uma das novidades boas da semana que passou está riscada daquela lista a que me dá mais gozo riscar itens. Diz que há post exclusivo para quem entender a dica.

EDIT: Diz que 7 é o número perfeito, portanto dou por encerradas as participações.

Querido belógue... (XXXIX)

Eu sei que são altas horas da noite e que ninguém vai andar a ler inquietações ou confissões profundas agora, mas fica para quando acordarem. Tirei um curso que, quando nele ingressei, achava que até era uma coisa séria, afinal a nota do último colocado no ano anterior tinha sido 17. É que era quase medicina e não uma esmola qualquer, conjecturava eu nos meus 18 anos, sem qualquer vontade de mexer em seringas (quando me queriam empurrar para medicina) ou esmiuçar códigos sem graça (depois do mal do curso de humanidades estar escolhido, escolhe, pois, direito). Hoje com o curso já na mão percebo que os números não interessam para nada e se a escola da vida ou o raio da minha personalidade curiosa e com necessidade de desafio constante não me tivesse levado, ao longo do meu percurso, a realizar um mestrado  intensivo em fazer variadíssimas coisisses com os recursos que tens, neste momento estava eu a pedir esmola. Fique escrito para quem ainda anda nestas vidas universitárias: hoje não se compram diplomas, compra-se produto. Produto bem feito e que venda.

sábado, 8 de setembro de 2012

Apaixono-me regularmente


Tinha muita coisa para vos contar, mas hoje, ao contrário de muitas outras vezes, faltavam-me as palavras. Cansaço, só. Com isto, depois de abrir o editor com intenções de actualizar aqui o recanto não sabia muito bem por onde começar, nem sequer se me apetecia escrever fosse o que fosse, apesar de ter coisas até agradáveis para contar. Até que encontrei aquela imagem no famoso icanread e fiquei com aquele sentimento "Incrivelmente eu". Apaixono-me irrevogavelmente pelos detalhes das pessoas. Por aqueles que se descobrem sem sequer falar, na certeza de que aquele é um momento único e que nunca mais me vou cruzar com aquela pessoa, que nunca vou trocar alguma palavra, que nunca vou saber seja o que for para além do que a minha cabeça vai traçando. Talvez por isso digam frequentemente que estou a "observar" e a "analisar" todos à minha volta, como se carregasse constantemente o fardo de ser psicóloga. Mas não. Estou a ser eu. Eu como era muito antes de ser psi, a observar não para julgar ou analisar, mas a apaixonar-me. Pelo que sempre me apaixonou: o comportamento humano.

Claro que não é só à distância que me apaixono e das coisas que mais me apaixonam são boas conversas. E muitas vezes o que eu chamo boas conversas são conversas a que não se pede fundo nem lógica e que não vão dar a lado nenhum nem conduzir à resolução de problemas - nem é essa a sua intenção. São conversas com temas como as vulnerabilidades do ser humano, as vantagens e desvantagens da vida noutros planetas ou o fatalismo versus a auto-determinação. Basicamente qualquer tema serve desde que exista muita argumentação e mind challenging. São conversas que não dá para ter com toda a gente, já me tenho apercebido (e não se trata de um defeito, é apenas uma questão de estilo!) mas são essas conversas que me continuam a apaixonar, mais e mais, sempre. E bons conversadores deixam-me sempre saudade. Hoje foi enterrado o pai de um colega meu que é das pessoas mais chaladas que já conheci, e com quem já não estou há muito, muito tempo, mas que é um conversador genial. E há um abraço, que ainda não lhe dei, que me está a deixar os braços tão pesados...

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Afinal os homens são mesmo (quase) todos iguais

Pois, meus caros, é verdade. O meu anterior post constituía, nada mais nada menos, que uma avaliação psicológica profunda. Não, não era para responder a uma mera curiosidade pessoal. Verificou-se pois, que enquanto as mulheres foram sugerindo diversas iguarias mostrando uma adequação perfeita à circunstância que lhes é exigida, não deixando abalar a sua capacidade de concentração, os machos, por sua vez apresentam respostas desviadas   que podem ser classificadas em três tipos provando que a sua eficácia poderá ser seriamente comprometida pelo assunto que lhes ocupa o cérebro pelo menos 80% do seu tempo.

Vejamos os três tipos masculinos descobertos:

1 - Aqueles que respondem logo, directos e sem qualquer comentário adicional, referindo-se a outro tipo de "comida" que não a sugerida:

Andrea Penoyer
Charlize Theron
2 - Os que vão efectivamente, mas de forma mais delicada e pseudo-discreta, dar ao assunto do comilanço, mas, pelo menos, não apontam uma qualquer figuraça bem distante, e cuja possibilidade de se cruzarem é praticamente irreal, portanto fazem com que a probabilidade de arreganhar o dente seja mais concretizável.

3 - Os que são demasiado tímidos para dar qualquer resposta que não a fuga. Apresentam, pois, uma resposta defensiva do "ai, e tal, volto mais tarde", e depois nicles porque o que vos apetecia-apetecia, não era comida-comida. Confessem lá...

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Poll do dia: Se pudessem comer qualquer coisa neste momento, o que escolheriam?

Qualquer coisa mesmo. De qualquer parte do mundo, já confeccionada ao vosso gosto e aterradinha nas vossas mãos pronta a comer.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Aproveito-te os segundos

Continuo sem saber muito bem quem és ou o que raio vieste fazer à minha vida. Não sei até mesmo o que te foi fazendo ficar. Nem o que me fez a mim, que me sinto "desagarrada" de tudo, querer ficar. Mas como às vezes acreditar em estrelas, ou não, é uma mera questão de conveniência gosto de acreditar naquela ideia fatalista de que nem sempre chegam à nossa vida as pessoas que nós queremos, mas podem chegar as pessoas de quem nós precisamos num determinado momento.

Para quem, como eu, está sempre a mudar de "canção" sei que pode soar irónico, mas sempre gostei de permanência. Sempre gostei das coisas que se tornam hábitos e que se me enraízam na pele ganhando um bocado do meu nome. Sempre gostei das coisas a que o tempo encolhia o mistério, mas não rasgava o encanto. A ti, que não te sei um tempo e que te julgo de passagem, aproveito-te os segundos.

A bruxa da Branca de Neve

A bruxa da Branca de Neve infernizou a minha infância. Porquê? Devia ter um alto patrocínio para estar presente em quase todos os meus pesadelos cujo enredo era basicamente semelhante, mas terrível de todas as vezes.


Constava numa velhinha, toda vestida de preto, corcunda e enrugada assim bem ao estilo do filme que chegava a minha casa, anunciando-se enfermeira, para me dar uma injecção.

Eu estava geralmente com a minha mãe, que se preocupava com a minha saúde e com a pobre da velhinha e ia insistindo qualquer coisa em sinal de comiseração, não sei:

Ajuda a senhora, é tão velhinha!

NÃÃÃOOO. É A BRUXA DA BRANCA DE NEVE!

E pronto, durante o pesadelo, lá andava eu a fugir no quarto dos meus pais até ela me agarrar o braço e estar quase-quase a picar-me...

Eu bem sabia que aquela injecção seria letal! E que não estava em idade de ser salva por príncipes.

domingo, 2 de setembro de 2012

Confissões Domingueiras ou reflexões profundas sobre veículos

Se viesse um gajo interessado em mim em quem eu estivesse interessada também, era porreiro. Mas tipo, os planetas andam a transitar ao contrário, as duas coisas nunca se encontram. 
Aproveitas para dar umas voltas. 
Não se dá voltas sem ter vontade de pedalar. 
Mas tu até tens. 
A minha vontade de pedalar é muito complexa. Não tenho vontade de pedalar em qualquer terreno. 
Então, anda de trotinete ou compra algo com motor. 
Estás a sugerir propriamente o quê? 
Duh 
A trotinete juro que não percebi. 
Não se pedala a dois pés! 
E isso é uma analogia a quê? 
Loira, again! Nvm
As tangerinas é só mesmo porque era uma imagem com bom aspecto. E ficou a apetecer-me.

sábado, 1 de setembro de 2012

Querido belógue... (XXXVIII)

Tenho a declarar que executei uma missão de salvamento extremamente complexa. Estava eu a desfrutar do calor maravilhoso que finalmente veio reaquecer os corpos de quem está mais no cimo de Portugal quando vejo 4 seres vivos a debaterem-se na água. Apresentavam o corpo a tremelicar e palpitante sugerindo que, em segundos, esta luta entre a vida e a morte teria um vencedor dramático. Percebo a necessidade de agir para inverter os dados. Eis que agarro no meu chinelo e faço os bichos subirem para o mesmo, um de cada vez. Sim, que eram bichos ferozes - abelhas - que com o pânico bem que eram capazes de me deixar marca. Pousadas ali na beira da piscina fico por perto a observar os primeiros passos, a preparação das asas e, finalmente, os pequenos voos que darão origem a longos voos. 

Salvei-as e lá por serem abelhas, sendo que temi a probabilidade de elas voarem em ataque na minha direccção julgando que teria sido eu a provocar tal calamidade (na verdade em miúda corri atrás de uma vespa de vassoura e depois fui picada), a verdade é que são mão-de-obra útil e barata que justifica o salvamento. Além de tudo, a natureza é justa, portanto vou aguardar. Amanhã já sei que vou ter oferendas várias das abelhinhas à minha janela.

Chama-se Nomadinae a que eu salvei, diz o google