Tinha muita coisa para vos contar, mas hoje, ao contrário de muitas outras vezes, faltavam-me as palavras. Cansaço, só. Com isto, depois de abrir o editor com intenções de actualizar aqui o recanto não sabia muito bem por onde começar, nem sequer se me apetecia escrever fosse o que fosse, apesar de ter coisas até agradáveis para contar. Até que encontrei aquela imagem no famoso icanread e fiquei com aquele sentimento "Incrivelmente eu". Apaixono-me irrevogavelmente pelos detalhes das pessoas. Por aqueles que se descobrem sem sequer falar, na certeza de que aquele é um momento único e que nunca mais me vou cruzar com aquela pessoa, que nunca vou trocar alguma palavra, que nunca vou saber seja o que for para além do que a minha cabeça vai traçando. Talvez por isso digam frequentemente que estou a "observar" e a "analisar" todos à minha volta, como se carregasse constantemente o fardo de ser psicóloga. Mas não. Estou a ser eu. Eu como era muito antes de ser psi, a observar não para julgar ou analisar, mas a apaixonar-me. Pelo que sempre me apaixonou: o comportamento humano.
Claro que não é só à distância que me apaixono e das coisas que mais me apaixonam são boas conversas. E muitas vezes o que eu chamo boas conversas são conversas a que não se pede fundo nem lógica e que não vão dar a lado nenhum nem conduzir à resolução de problemas - nem é essa a sua intenção. São conversas com temas como as vulnerabilidades do ser humano, as vantagens e desvantagens da vida noutros planetas ou o fatalismo versus a auto-determinação. Basicamente qualquer tema serve desde que exista muita argumentação e mind challenging. São conversas que não dá para ter com toda a gente, já me tenho apercebido (e não se trata de um defeito, é apenas uma questão de estilo!) mas são essas conversas que me continuam a apaixonar, mais e mais, sempre. E bons conversadores deixam-me sempre saudade. Hoje foi enterrado o pai de um colega meu que é das pessoas mais chaladas que já conheci, e com quem já não estou há muito, muito tempo, mas que é um conversador genial. E há um abraço, que ainda não lhe dei, que me está a deixar os braços tão pesados...
Andamos em sintonia de temas e pensamentos:)
ResponderEliminarAna,
ResponderEliminarcomo viste saltei logo para ler e fiquei mesmo feliz porque percebi que tu leste deste post exactamente o que eu queria e acho que pode não ser assim tão fácil de compreender.
Pois, quando há essa quebra é uma chatice...
ResponderEliminarPelo menos as conversas ficam.
E sem dúvida que conversas interessantes, são detalhes facilmente apaixonantes.
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eu sou assim também, estou sempre a apaixonar-me pelas coisas.
ResponderEliminarPalavra Já Perdida,
ResponderEliminarSão O detalhe que nos faz agarrar a uma pessoa nova, ou não, muitas vezes.
M,
eu acho que preocupante é quando parece que estou num estado de apatia tal que nada me apaixona!
É uma visão interessante das relaçòes que criamos com os outros e da paixão pelo diálogo e discussão pela discussão, Mary.
ResponderEliminarConhecem-se pessoas muito interessantes no decorrer da nossa vida, e é essa a única riqueza que levamos quando partimos.
Nem imaginas o que já passei por ser assim ;) *
ResponderEliminare é boa esta sensação de nos saber apaixonadas pela vida, principalmente :)
ResponderEliminarVic,
ResponderEliminarpara mim este é também um dos fascínios deste blogomundo. Descobrir blogs com "personalidades" tão diferentes. Não é um espaço que me empobrece, mas que me traz novidade todos os dias.
Pipo Santos,
normalmente esse "não imaginas o que já passei" usa-se para referir coisas negativas, mas espero que no teu caso sejam só coisas boas!
Hermione,
a paixão move-me. É daquelas certezinhas que eu tenho.