domingo, 31 de março de 2013

Às vezes todos devíamos pôr uns patins

Pôr uns patins convictos de que é pá, andei tanto quando era miúda, eu sei andar! para depois experimentar uma insegurança que não estava prevista é pá, afinal já não sei, mas mesmo assim não descalçar, mesmo assim não ficar em pânico depois de uma criatura do alto dos seus 9 anos nos dar um incentivo de aceleração, isto é, um empurrão. Devemos deixar para lá a ansiedade que entretanto cresce, algum (até mais do que acontecido, antecipado!) medo de aterrar com o nariz no chão e recuperar... Recuperar a sensação de liberdade, recuperar a posição certa de equilíbrio, lembrar como se fazem as curvas e até ousar dar umas dicas a quem se inicia nesta tarefa. Recuperar a vontade de não largar os patins e de os dar ao próximo.

Todos devíamos também voltar a jogar o jogo do STOP. Esquecer entretanto que já temos mais de 10 anos em relação ao tempo em que o jogávamos com frequência. Esquecer até que estamos a jogar com crianças e dar o melhor e não perdoar as batotas que eles tentam fazer. Parece cruel, mas é a melhor forma de puxar por eles. É assim que eles crescem também.

Todos devíamos, às vezes, sentar ao lado de um adolescente, esquecer a nossa resistência velha caduca às novas tecnologias - mesmo que ninguém viva sem tecnologia os adolescentes estão sempre um passo à frente com coisas que não nos parecem servir para nada -, esquecer ainda as cores irritantes e música doentia dos joguinhos para nos sentarmos ao seu lado a adivinhar títulos e nomes dos artistas. Devíamos experimentar bater com a nossa mão na dele e ler o reflexo do seu olhar entusiasmado só porque sabemos nome e título de música que são aparentemente do século passado e permitimos a passagem de nível.

Às vezes devemos experimentar estar por inteiro com as pessoas, esquecendo coisisses e a prioris e todas as coisas aparentemente mais interessantes que nos apetece fazer. Devemos experimentar fazer o aparentemente vulgarucho e de prazer improvável. Foi assim que tive uma Páscoa feliz, vazia de mim, como poucas vezes consigo, e o mais cheia possível dos outros, e tu?

icanread.tumblr.com

A Ryanair já foi um coelho que dava ovos...

A Ryanair está um abuso. Ainda me lembro da cara de choque que o meu pai fez quando, pela primeira vez, anunciei cá em casa que ia a Londres por 30 euros ida e volta. Disse ele que eu estava tolinha, que isso nem o combustível pagava e pintou-me todo o cenário de um avião do terceiro mundo. O certo é que fui e vim direitinha. E claro contagiada pela ideia de que conhecer a Europa era mais barato do que fazer Porto-Lisboa e, portanto, não tardaria nada para que eu fosse uma cidadã não do mundo, mas da Europa. Até que o cenário mudou e ainda que as coisas continuem relativamente baratas, já não é o que era. E não sei que mais taxas podem brotar para encarecer as coisas. Hoje, fiada no fenómeno pascal dos ovos associados a um animal que não põe ovos - o coelho - lá fui eu caçar promoções inesperadas. E querem cobrar-me sempre mais do que 100 euros por Paris ida e volta ou Roma ida e volta... Ó amigos, sem coelhos que dão ovos já não voamos juntos.

sábado, 30 de março de 2013

Estou na fase...

... de não ter bem a certeza se certas coisas serão úteis para mim, mas de ter vontade de as experimentar. So Pitch está em arquivo mental para decidir se será um próximo desafio ou não.

Conheceram-se na noite

Dizem que é a sair à noite que se conhecem pessoas.

Eu cá costumo sair à noite com as mesmas pessoas e ainda não compreendo muito bem esse fenómeno dos que se conheceram na noite, mas, quando no day after chegas ao facebook e tens um friend request de alguém com quem estiveste na noite anterior, concluis que finalmente as saídas à noite estão a começar a contribuir para a promoção pessoal/social junto de quem, até conheces de vista, mas não está habitualmente nos círculos. Lembras-te, porém, que esta pessoa, de sobretudo pendurado nos ombros e com a alcoolémia em níveis distintos, veio para o teu lado pronunciar num tom progressivamente mais elevado "Aiiii, estou tão sóóóó!" e que provavelmente este convite no facebook para já aqui estar de manhãzinha, que esta hora para os late sleepers é de manhãzinha, surgiu nesse momento de elevada dispersão intelectual.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Os artistas às vezes são tarados ou reflexões a despropósito por entre tarefas

Enquanto estou com vontade de arrancar a garganta (once again, pois, e ainda diz que na infância fui operada à trilogia fatal - ouvidos, amígdalas e adenóides - eu cá, acho que está tudo estragado na mesma) estou a escutar músicas que sirvam como combustível motivacional para o que tenho de fazer. E esta, esta é daqueles que me deixa com a irremediável sensação sonhadora de que não me importava nada que tivesse sido escrita para/sobre mim, mas sei que algures no universo existirá alguém para quem ou sobre quem foram escritas músicas brilhantes e que não lhes liga minimamente. Por um lado compreendo. Sei por experiência própria que às vezes os artistas são meio-tarados e o melhor é mesmo fugir e ficar pelas versões rascas de uma guitarra e voz desafinadas, animadas por uma bejeca, ali numa tarde de Verão, em que não há rimas que sirvam para compôr uma canção, então só sai um "Maaarrry Jane, tu és a minha dama. Aquela prometida, és a minha, és a tal, és a Mary Jane!" do que versões pomposas de quem depois por tal feito quase que nos exige devoção eterna.

She can make the birds and bees
Get down on their little knees

She can whisper to the breeze
And make her tear the bark off trees

She can make a fog horn ring
She can make the mountains swing
She will make you clip your wing
She can teach your tears to sing

She's just small cahange girl..
But she's a world to me

She can turn her flesh to steel
But she cant get her scars to heal
She can make you think she's real
She can make a diamond peel

She can get your bed to shrink
She can get your ears to blink
She can get you eyes to think
And she can get a horse to drink

Às vezes acho mesmo que a minha vida dava um filme, livro, série...

... dos bons, porque tudo depende da lente e da forma como uma história é contada. Sobre ontem nem sei o que vos conte:

- se o facto de, às vezes, me descobrir tão menina que, estando planeada uma saída à noite, e incapaz de decidir o que levar vestido, enfiei roupa que dava para cinco combinações numa mala para decidir mais tarde;
- se o facto de, às vezes, me descobrir tão prática e comodista que fui exatamente como estive vestida durante o dia e só acrescentei um bling-bling, isto é, um colar;
- se o facto de achar que a qualidade do ar da faculdade onde estudei 5 anos é para lá de péssima que mal lá se entra parece que a respiração fica comprimida - o M. diz que é ar rarefeito, eu não sei se são simplesmente memórias de tensão de alguns momentos de avaliação, mas o que é certo é que após um longo período sem lá pôr os pés percebi que lá se respira mal comó caraças;
- se o facto de ter estacionado para jantar, andado 200 metros e voltado para trás porque chovia muito e, é pá, é melhor ir a um shopping onde há parque coberto;
- se o facto de ter assistido a um espetáculo de dança que me inspirou tremendamente e, claro, isto acarretar consigo mais trabalhinho, porque a inspiração não deve perecer na mente, mas ganhar vida no papel através de uma proposta concisa;
- se o facto de ter andado a conduzir no centro do Porto com a pior intempérie de que tenho memória, com brumas tais que mal via um metro à minha frente e ter pensado maaannnn, estou tão crescida;
- se o facto de o M. ser cada vez mais um Amigo e ter batizado o meu guarda-chuva de Harakiri. Tem, aliás, eventualmente mais serventia enquanto tal porque muita chuva se apanhou por entre doses gargalhais monumentais que nos faziam parecer profundamente alcoolizados;
- se o facto de ter estado num dos sítios que me faz sentir sempre uma bailarina muito bamby, mas do M. ter achado que, para primeira vez, não nos safamos nada mal;
- se o facto de ter participado num Harlem Shake gravado quase arrastada pelos cabelos porque não estava muito lateira e porque bamby fico, claro, muito mínima;
- se o facto de perceber a vida a correr-me depressa como nunca antes e de sentir que faço coisas num só dia que noutras vidas davam para um mês.

Às vezes tenho medo de dar o tilt com um ritmo tão acelerado. Sinto que se por um lado há muita coisa a passar-se à minha frente, outras tantas eu acabo por deixar lá para trás. Noutras vezes tenho a certeza que a minha vida teria de ser exatamente isto, não sou claramente pessoa de a andar a ver passar... Por isso, se uma parte de mim diz que hoje há-de ser dia de ficar com os pés no quentinho a ver e ouvir a chuva só ao longe, outra empurra-me para continuar a viver. Hmm, acabei de convidar a A. para um programa. Não vai ser hoje que vou ficar só à secretária a fazer e a planear coisas sérias.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Momentos perigosos ou de atrofio mental

Há momentos em que não é recomendável pensar ou sequer olhar para qualquer coisa que nos possa despertar uma breve reflexão e assim suscitar um momento de lucidez indesejado. Julgava que tinha as minhas nails na cor mais à frente de sempre. Um tom um bocadinho arriscado e primaveril, um tom desadequado para o trabalho, mas, ainda assim, um tom de nails altamente. Pois que ali antes de me deitar, em contemplação da belezura das minhas nails (pois aqueles momentos em que não temos nada para fazer e damos por nós a fazer coisas parvas e inúteis!), constatei que elas não são um azul-fixe-altamente-última-das-modas. Eram apenas de um azul-rasca-tmn... O M., depois de lhe contar este episódio, ainda sugeriu que pintasse um "t" numa das unhas e talvez assim ganhasse um contrato milionário por andar por aí a fazer visual merchandising (termo fino aprendido esta semana), portanto, tmn, no caso de estarem interessados, I'm waiting.


Fica pois, para dado histórico, uma foto em exibição do café chique e das nails, que são um bocadinho mais escuras e mais tmn do que aqui parece depois dos efeitos super-fixes do smartphone super-à-frente que não é meu também. Escusado será dizer que depois de beber um café, em chávena de leite, às 23.30 depois também rebolei na cama, sem sono, que foi um consolo. Felizmente não pensei em coisas, excepto que estava a começar a ficar enervada por ter tanta coisa interessante para fazer na vida e estar numa cama a rebolar. A solo. Escusado também será dizer que tanto palavreado foi só para deixar aqui uma foto em que pareço uma blogger in e fina.

terça-feira, 26 de março de 2013

Resignei cobardemente e puseram-me no meu lugar

Resignei um dos meus contratos de vida da forma mais cobarde, mais anti-social e futurista que há: pelo facebook. Talvez isso justifique o facto de esta mensagem ter sido enviada domingo à noite e hoje ainda não ter obtido resposta, tendo já a mensagem, supostamente, sido vista.  Isso ou sou menos fundamental do que me julguei... Mas isso não me impede de sentir que a merecia e com a falta de feedback uma decisão que ainda poderia ser balançada torna-se rápida.  Não abandono a dança e, com aquele bocadinho de dor que temos sempre que largamos alguma coisa que nos é especial, hei-de ir dançar para outras freguesias.

"Era para enviar sms mas logo vi que a coisa ia ficar com ares de testamento impossível de digerir por tal via. Sinto que estou muito desmotivada em relação às aulas de dança (...) de prioridadezona (não deixava que me marcassem nada ao sábado, estava completamente off porque TENHO DANÇA), a dança tem passado a uma prioridadezinha (estes últimos dois sábados em vez de um NÃO, NEM PENSAR quando me solicitaram, como era costumeiro, saiu um tenho dança, mas pode ser). Quando sugeres a marcação de aulas extra (...) não sinto aquela vontade instintiva e natural que antes me unia à dança. Sinto que tenho que fazer um esforço para ir. E assim não pode ser. Pensei ir falar convosco ontem porque sou incapaz de desaparecer sem dar uma justificação, mas faltou-me a coragem. (...) Estou certa que temos sido um grupo em construção - que ainda não encontrou uma formação certa pelas constantes entradas e saídas - e que isso também dificulta o teu trabalho de nos alargar horizontes, mas, como sabes, e embora seja por vontade própria, tenho muitas atividades de "responsabilidade" na minha vida: a dança era o grande momento de descontração, de evasão, de libertação e, fundamentalmente, de quero mesmo e não troco por nada. Tem de ser um prazer mais do que tudo para mim... Sentir que começo a ir sistematicamente porque tem que ser ou pela amizade que tenho pelo grupo já me deixa triste, porque todos temos os nossos "de vez em quando" em que temos de fazer um esforço para levantar o rabo do sofá, mas agora quando isto começa a ser sistemático já nos faz pensar nas coisas!
Beijinho grande e espero que compreendas este desabafo! Qualquer coisa estou disponível para falar pessoalmente, claro."

Mas quem é que gere este blog? Este post está uma deprimência e parece o diário de uma adolescente em plena crise :D!

Mary Jane vai à capital em Abril

Após praticamente um ano de ausência, está visto que a capital vai parar quando eu lá chegar. Como da última vez vou para formação. E aqui vos confesso que se eu fosse uma pessoa normal ia à capital após um fim-de-semana tranquilo e relaxado. Ia - e já que a formação é durante a semana - até com antecedência para a capital no fim-de-semana para aproveitar para ver, conhecer e fazer do dinheiro gasto só na viagem o melhor proveito - ai apetecia-me taaanto passear por sítios por aí afamados nos vossos blogs, tirar fotos mentais com o smartphone que eu não tenho e instagramar o momento nos meus sonhos... Enfim, antes de trabucar, apetecia, claro, dar uma de dondoca. Mas como Mary Jane, de quando em quando, tem tendência à loucura, à sobrelotação mental e até ao bloqueio dos fusíveis quando vê alguma coisa potencialmente agradável em termos formativos, e nem pensa no que tem para fazer entretanto, já se tinha afiliado antes a outra formação, desta feita exatamente no fim-de-semana que antecede a ida a Lisboa, a ocorrer em Paredes de Coura que, para quem não sabe, é meeesmo ali ao lado de Lisboa. Portanto, é bem provável que chegada a segunda e terça, os dias em que estarei em Lisboa, já me encontre em profundo esgotamento. O resto da semana a norte? Booom, vou aumentar  dose de exercício semanal para assegurar que aguento.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Mary has got a new baby

Chama-se Mac e a minha primeira frustração com ele é que não tem luzes ao estilo aeroporto.

domingo, 24 de março de 2013

Pelos teus olhos talvez ainda seja capaz de conquistar o mundo

Por causa da minha criança lembrei-me de ligar à minha madrinha. Pedi-lhe que imaginasse um ramo virtual e ela acedeu logo "Hmm, cheira tão bem. Muito obrigada, Mary!" e ali continuamos num diálogo, descontraído e divertido. Tudo porque a minha afilhada ligou, em histeria, a pedir que fosse a casa dela. Lá fui eu e ela apareceu-me em passos histéricos e trôpegos e de olhos roxos, nitidamente decorados pela caixa de maquilhagem de adulto que lhe dei em Janeiro, semi-escondidos atrás do vazinho de flores cor-de-rosa que tinha para mim. Aqueles passos de quem se vê prestes a conquistar o mundo naquele momento através de um gesto tão simples para alguém de quem gosta, lembraram-me que é pá, mesmo que do outro lado do país, eu também tenho madrinha! A criancisse às vezes volta até nós quando não devia. Por outro lado, falta-nos quando não devia. E falta-nos sobretudo pela falta deste entusiasmo. Vá lá que hoje a criancice de braço dado com a maturidade disse-me que há presentes que pela intenção podem ser equivalentes a um ramo de flores e lá liguei eu à minha madrinha. E só liguei à minha madrinha porque os teus olhos, minha pequenina, lembram-me que, se quiser, também eu posso e devo achar todos os dias que vou conquistar o mundo através de gestos simples dedicados aqueles de quem gosto.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Isto está a incomodar-me comó caraças

Não consigo ver-nos nem princípio, nem meio, nem fim mas estás a provocar-me uma elevada desregulação emocional. Em termos mais simples mexes comigo. Daquele mexer que tenho a certeza que se eu assim o decidir amanhã pode morrer, pode passar, mas enquanto não o faz dá cabo de mim.

Instruções de vida #6 (633)

633. Do the right thing, regardless of what others think.

E isto porque, primeiro, na minha opinião, o certo é sempre relativo e por isso é que o que os outros pensam também deve ser relativizado.

Normalmente defino o certo como aquilo que me faz sentir bem comigo mesma porque não há nada mais saudável do que andar em paz de espírito, então opto pelo que me deixa em paz. Mas a questão é bem mais complexa, dou por mim agora a pensar - que é coisa que descobrir esta lista me tem permitido fazer - se não decidi muitas vezes antes em favor não do certo, mas de evitar uma eventual dor, ou seja de não ver perturbada a minha paz, isto é, defensivamente. Tenho tendência, tantas vezes, a resguardar-me de uma eventual tempestade antes de sequer saber ao certo se ela aí vem. Protejo-me muito, firo-me pouco, mas talvez pudesse viver muito mais se não fosse tão auto-protectora.

Mas tenho vivido bem. E o que importa é que bem ou mal, vamos fazer, talvez nem sempre o que é certo, mas o que parece certo.

terça-feira, 19 de março de 2013

Complexo de Édipo...

...é achar que o meu pai é um homem tão, mas tão bonito que dificilmente algum dia terei ao meu lado um homem com tanta pinta como ele. Além disso tem uma capacidade de me fazer sentir segura como dificilmente alguém faz. E é um homem plurifacetado, principal traço que acho que dele recolhi. Em compensação às vezes tem muito mau feitio. Eu só às vezes.

E pronto, mais do que as lamechices em que sou especialista e que ficam para outros dias em que a coisa sai melhor e menos forçada, era só isto que queria dizer tendo como mote que hoje é dia do pai.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Hoje foi daqueles dias fantásticos...

... em que sempre que me olhava ao espelho cogitava, é pá, estás tão bonita...

Deus dá nozes... e eu se calhar não tenho dentes, mas gostava muito

Aparece tuuudooo ao mesmo tempo. Andei uns meses a chorar o facto de não ter trabalho, agora apareceu nova proposta, numa área que também adoro, a ganhar quase o dobro de onde estou agora. Problema? Tinha de começar já. Problema nº2? Maldito coração, maldito amor à camisola. Não consigo deixar o sítio onde estou porque tenho contrato até Junho, não sei desapontar as pessoas e acho mesmo que ficariam desapontadíssimas se eu deixasse neste momento tudo o que tenho em mãos pendente - mesmo que efectivamente até possa não fazer falta nenhuma, mas acho mesmo que faço. Também era incapaz de deixar as pessoas com quem trabalho agora a não ser porque acabou mesmo o tempo e pronto já não há dinheiro para me financiar mais. Amanhã vou tentar ajustar os dados e ver se o outro trabalho me espera, mas estou muito pouco crente. Ninguém hoje espera quando se desespera por trabalho.

domingo, 17 de março de 2013

Um homem como deve ser

Gosto do M.. É psi como eu. Sabe ter boas conversas. Ouve os meus desabafos em momentos de aflição. Conta-me algumas coisas dele também. Sabe de trivialidades como o facto de eu ter começado a fazer fotodepilação, além de ultimamente ter sabido de algumas histórias que só quem me lê aqui sabe. Acompanhou-me num seminário do trabalho para que eu lhe pudesse fazer "operação de charme" e despistar os melgas que não me largam o pé. Ri a bandeiras despregadas quando eu conto que toda a gente ficou efectivamente a achar que ele seria meu namorado. Já mais do que uma vez me acompanhou a comprar botas para mim e ajudou-me a decidir quais trazia. Oferece-se sempre para me levar os sacos. Dá-me o bilhete-oferta da Zon no cinema. Sabe que eu tenho um blog, mas não sabe qual é o endereço (espero eu!). Acredita em mim enquanto profissional embora certo como eu de que para sermos milionários tínhamos de ter enveredado por outro caminho.  E temos combinado umas quantas saídas. Já nos conhecemos há quase 10 anos, mas hoje estamos mais próximos do que nunca.

Acontece que o grande problema numa relação de amizade entre duas pessoas do sexo oposto é que sendo ele solteiro e sendo eu solteira não é incomum que as pessoas nos empurrem um para o outro e que os comentários surjam a viva-voz a tentar montar casalinho. Ora isto é chato em duas vertentes:
1) por um lado ficamos ali numa posição estranha porque se há momentos em que reagimos descontraídamente e rimos das associações românticas que nos fazem noutros noto uma inibição que não sei se é só desconfortável ou se é também suspeita porque nem olhamos um para o outro;
2) por outro lado, os indivíduos podem começar a considerar-me como "tomada" o que me mina a hipótese de agarrar futuras presas e calma lá que eu estou dentro do mercado!

O mais grave é que já ouvi, por entre uma chamada, a própria irmã dele comentar Está ao telefone com a M.. Está a namorar e ele próprio já confessou que não tenho noção como a família dele tem uma verdadeira adoração por mim. Fico contente, óbvio, mas depois fico a cogitar se também já a família dele me vê de véu, grinalda e crias anexas a ele. E é daquelas coisas que calo e não lhe confesso porque lá no fundo tenho medo que ele dissesse Sim, eu também não ponho de lado tentar algo mais contigo ou uma versão mais "macha" da coisa, pronto, que não tenho lá grande jeito para a produção mental de diálogos, mas que a mim, neste momento, acho que só ia ter condão de me pôr a milhas. A verdade também é que ele já perguntou como é que o meu ex me conquistou e se na altura respondi muito tranquilamente à coisa, depois no rebobinanço mental do momento dei por mim a perguntar Espera lá, é normal um só amigo querer saber esta parte?

Comunicado à tripulação

Estou aqui. Mas os dias têm sido longos e as noites curtas.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Se uma já é boa, duas não serão de mais

A minha irmã acordou em pânico.

Sonhou que estávamos no shopping local num evento e que constituíamos uma fratria de 3. Uma fratria de 3 composta por nós as duas. Tudo porque eu existia a dobrar. Eu e outra igualzinha. Pânico claro, sou uma pessoa terribilis, como aturar 2?, cogitei eu. Pânico porque uma desapareceu e eu estava aflita à procura dela, super preocupada!

Mana: Onde é que está a Mary Jane que desapareceu e eu não sei dela?
Mary Jane: Não sei.
Mana: Como é que não sabes?! Estou aflita, já a procurei por todo o lado...
Mary Jane: Pois não sei, acho que foi operada a qualquer coisa!
Mana: O quê?! Foi operada? Mas o que é que se passa?
Mary Jane: Foi fazer uma operação plástica 
Mana:  Hein? Porquê?
Mary Jane: - Oh! Sei lá.
Mana: - Como é que podes estar assim?! Ela é nossa irmã!

E nisto ligou para o namorado, apareceu um primo nosso e ela em pânico porque não sabia de uma Mary Jane, ninguém lhe sabia dizer nada e a Mary Jane que estava não queria saber.

Perante isto, temos 3 hipóteses:

1) Ai, só tamanho amor produziria um sonho tão pleno de expressão emocional e afecto!
2) Ela acha que eu estou a passar por uma crise de identidade tal que já nem ela sabe quem eu sou, e anda desesperadamente atrás da outra eu algures perdida no tempo embora eu esteja convencida que a que ficou é a mais parecidinha comigo.
3) Ela acha que eu necessito de uma plástica.

Instruções de vida #5 (1131)

1131. Remember that a lasting marriage is based on commitment, not convenience.

Sempre achei que um casamento meu se basearia mais do que compromisso na tal força superior que é o amor e essas coisas bonitas que prometem deixar duas pessoas juntas até à eternidade, mas depois do meu mapa astral ter afiançado que ia rolar um romance entre mim e um superior hierárquico muito bem apessoado eu estou sentada à sombra da conveniência à esperinha que ele apareça. Se calhar, vou sair com as voltas todas trocadas e se não durar, ao menos que seja conveniente! Que me dê uma casinha vista mar, uma serva para fazer poucas tarefas domésticas, uma casa que parece um cubo de lego e cheia de boas áreas!

Pois. Isto não sou nada eu.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Mamã, papá, irmã querida...

... se por acaso algum de vocês conhece este blog, denunciem-se já. Depois de achar que a minha irmã conhece o blog, mas não se denuncia, a minha mãe JURA que eu tenho um blog.  E eu que jurava que ela  não sabia o que era um blog. Por isso, mamã, se conheces este blog denuncia-te agora porque esta é uma brincadeira que tornada pública perde todo o sentido!

terça-feira, 12 de março de 2013

Estou uma bruta auto-controlada

O que é isto? É aquele estado em que sentem que o vosso patamar da irritação, o cume da mesma antes do momento em que se dá a explosão está prestes a ser atingido (imaginem um termómetro ali quase a estourar que esta imagem despacha-me a coisa e é mais fácil que grandes descrição). E não, ninguém tem culpa...

E digo-me uma bruta auto-controlada porque às vezes sinto aquelas ganas de dizer:

AIIII PARA A DIREITA, CARAMBA, QUE JÁ TE DISSE DUAS VEZES!!!!

Mas digo só um lento, falho em energia e que para quem lê bem se torna bem mais rude e ressabiado do que a versão gritada acima e que só não é pior porque me controlo da vontade de afundar a cabeça entre os braços:

Olha, direita, eu já te disse uma vez, não vais perguntar muitas mais, pois não? Agora vai lá para dentro, está bem?

Eu continuo boa pessoa... Mas nem sempre boa o suficiente!

segunda-feira, 11 de março de 2013

Percebo que a minha vida está diferente...

... quando na minha agenda muito mais do que trabalho, trabalho, trabalho, acumulo e marco (a negrito de não ser possível cancelar) momentos de lazer. E mais do que aniversários e encontros de amigos casuais, aparecem planos para ir a sítios novos, concertos e afins. Tudo porque percebi que é fácil arranjar sempre desculpas para não fazer ou para ficar só a querer muito mas a achar sempre que não dá jeito ou que não há tempo. E finalmente percebi também que vou ter sempre alguma coisa para fazer porque principalmente para quem é ambicioso as tarefas não se reduzem, acrescentam-se, mas se vivo a acrescentar, não vivo e há coisas que quero viver e não posso adiar ou a vida vai passar por mim e eu passei o tempo a planear.

domingo, 10 de março de 2013

O melhor de ontem?

Foram duas coisas.

A certeza serena de que não éramos um para o outro, mas que isso não implica um mau-estar eterno e que podemos estar bem um com o outro, a falar de novas histórias e aventuras, sem ponta de ciúmes.
A constatação de que há pessoas com quem vamos ser sem máscaras, mas muito naturalmente sempre, mesmo que seja para contar o lado mais feio de nós.


Da-da-di-da-da-da Saturday Night!

A seleção dos micro-diálogos que melhor fazem à minha auto-estima.

D.: Posso olhar para as tuas pernas?
Mary Jane: Não.
D.: Tenho que me entreter com alguma coisa.
Mary Jane: Então, tens aí muitas pernas para onde olhar...
D.: Há padrões de qualidade...
Mary Jane: Não achas que o processo seria bem mais fácil se não tivesses pedido autorização?

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C.: Anda embora dançar.
Mary Jane: É pá, hoje não consigo, estou a sentir-me nua, acho que se me mexer um bocadinho fico de rabo à mostra...
C.: E então? É gostoso! O que é bom é para se ver...

sábado, 9 de março de 2013

Adoro-os

Das melhores coisas que posso dizer a propósito da minha vida é que não faço a mínima ideia do que é fazer um esforço para ir trabalhar e fazer o caminho até ao estabelecimento profissional pesada como se estivesse em pleno cortejo fúnebre.

Está bem que nem sempre gosto de acordar cedo, mas adoro estar onde estou, trabalhar com quem trabalho e fazer o que faço. Encaixa em cada milímetro de mim. E eu não fazia ideia que me ia servir tão bem. Sabia que tenho facilidade de adaptação ao nível do trabalho, que rapidamente visto diferentes camisolas e que me esforço sem dificuldade. Aliás, certo dia disseram-me que a minha maior qualidade não é só ser competente no que faço, mas é a intensidade com que me agarro às coisas, a minha dedicação. A questão é que desta vez o que faço serve-me naquele sítio que faz de tudo uma experiência completamente diferente: serve-me no coração. 

Adoro-os. Adoro-os quando querem casar comigo, quando dizem que estou uma borracha, quando me dão desenhos, quando me escrevem cartas, quando fazem trabalhos espontâneos, quando dizem que tinham saudades minhas, quando me chamam por versões muito primários do meu nome "ninininha", quando perguntam onde estive e onde vou estar, quando me dão pulseiras como aquela que uso desde o primeiro dia em que a fiz deslizar no pulso e apesar de não ser minimamente fashion me recuso a tirar do braço. Pois é, servem-me ali no sítio que é vizinho da alma e que se sente que quando aquele pedaço sair de nós vamos ficar desalojados. 

quinta-feira, 7 de março de 2013

Estou em dieta da internet

A minha maior ausência destas lides tem uma explicação muito simples. Ou melhor duas.

A primeira consta no falecimento do meu  portátil.

A segunda prende-se com o facto de eu achar que andava demasiado tempo na internet a fazer nenhum e a achar que fazia muito. Assim, esta semana e aproveitando a primeira razão indicada que acabou por dar um empurrãozinho tenho andado uma hora nestas lides e passado essa hora obrigo-me a fechar o tasco. O que tiver visto vi, o que não tiver visto fica para a próxima. Às vezes este tempo não dá para chegar ao blog. Mas a verdade é que sinto que o tempo me tem rendido melhor. A outra verdade é que enquanto cá estou continuo a perder tempo, mas tenho ali 15 minutos com a ampulheta a fechar em que estou aqui na internet a fazer render verdadeiramente o tempo ou pelo menos a achar que estou a fazer coisas verdadeiramente úteis (como analisar previsões de tempo de várias fontes para amanhã). E o achar é que determina tudo. Foi o achar que fazia coisas inúteis que me fez começar com este regime. E acho que escrevi um post perfeitamente parvo, mas deu-me tanto gozo...

Pedido Especial: rosnar polidamente

O meu pai ensinou o meu cão a rosnar-lhe mediante pedido polidamente, isto é, não a abrir a boca desalmadamente como quando percebe sinal de alarme, mas a levantar ligeiramente os beiços e a mostrar a dentuça (constituída por dentões mesmo!) enquanto vai trovejando. E pronto, estão para ali, como dois seres normais que são, a rosnar ampla e polidamente um ao outro... Já viram um cão a rosnar e a abanar a cauda? Eu já.

terça-feira, 5 de março de 2013

Carago que isto ainda não é (e não sei se alguma vez será) para mim!

Carago não sou assim tão experiente para  me esquecer do trajecto que faço enquanto estou ao volante. Lembro-me do discurso dos que apregoavam quando um carro era só um bicho grande que parecia que me dominava a mim e não eu a ele "Vais ver, daqui a uns tempos é tão fácil que vais de casa ao trabalho sem saber bem como foste", MAS eu sei que no meu caso pessoal (que só de si é especial e diferente de todos os outros) isto não é sinónimo de experiência, nem de previdência, nem de jeitinho, é sinónimo que os meus momentos lunáticos, de deslocamento dos pés da terra e encerramento num mundo só meu, estão a estender-se à condução. E é suavezinho, mas não é bom. É até perigoso...

Ah, estacionar em paralelo continua a ser o terror caso estejam interessados em saber.

domingo, 3 de março de 2013

Lapsus linguae, qual é o teu?

Figura Paterna: Não fôtes tu que me contaste?
Mary Jane: Fôtes?!
Figura Paterna: Ahh?? O quê??
Mary Jane: És tu que estás sempre a dizer "fôtes" em vez de foste... Estou-te mesmo a imaginar numa reunião XPTO a dizer isso.
Figura Paterna: Ah, nem reparo, é um lapsus linguae...
Mary Jane: É, vem com poesias agora!

A verdade é que às vezes as minhas habilidades linguísticas também tropeçam e há pelo menos um tique que tenho, e em que reparo, que roça ali numa qualidade desprezível. Quantas vezes não dou por mim a dizer "num queres?!"

sábado, 2 de março de 2013

A declaração mais simples e mais perfeita

Uma pessoa ganha logo ganas de destratar quem tenta um SPAC directo a queimar etapas e de o remeter à condição de engatatão se não estivermos em fase de querer engate só, que também as há e a elas temos direito se em condição adequada para tal (leia-se, solteirice), mas depois depara-se com isto e parece que o mundo fica todo em suspenso por nunca auspiciar receber uma coisa destas de tal figura, e pela mensagem contida ser tão simples e tão perfeita. Diria quase que ainda que sem as palavras clássicas é uma declaração romântica. Uma declaração romântica como eu as prefiro. Sem clichés, mas tão só de ti para mim. Com esperança, mas sem cobrança de receber justamente na mesma medida... Verdadeira dê por onde der. 

Apesar de termos gostos diferentes em muitas coisas eu sinto que és a pessoa certa para mim. Espero poder ser o certo para ti :-)

E depois de voltar a si, mas ainda meia atordoada, uma pessoa pensa que este gajo se calhar ia ser daqueles capazes de ficar comigo até o mundo acabar aturando a minha voz de sono, as minhas desculpas sempre sinceras para não levantar o rabo de onde estou, as minhas milhentas atividades, a minha falta de tempo, a minha suficiência de afecto mesmo quando o julgo pouco ou insuficiente para o que as pessoas me dão sempre. Ou talvez se eu lhe dissesse que achava isto ele só rebolasse no chão a rir com a minha tendência para hipervalorizar, hipersignificar, whathever. De qualquer das maneiras acho que foi das coisas mais bonitas que já me disseram e quis que ficasse registado. 



Oh my, I didn't know what it means to believe
But if I hold on tight, is it true?
Would You take care of all that I do?
Oh Lord, I'm getting ready to believe.