sexta-feira, 29 de março de 2013

Às vezes acho mesmo que a minha vida dava um filme, livro, série...

... dos bons, porque tudo depende da lente e da forma como uma história é contada. Sobre ontem nem sei o que vos conte:

- se o facto de, às vezes, me descobrir tão menina que, estando planeada uma saída à noite, e incapaz de decidir o que levar vestido, enfiei roupa que dava para cinco combinações numa mala para decidir mais tarde;
- se o facto de, às vezes, me descobrir tão prática e comodista que fui exatamente como estive vestida durante o dia e só acrescentei um bling-bling, isto é, um colar;
- se o facto de achar que a qualidade do ar da faculdade onde estudei 5 anos é para lá de péssima que mal lá se entra parece que a respiração fica comprimida - o M. diz que é ar rarefeito, eu não sei se são simplesmente memórias de tensão de alguns momentos de avaliação, mas o que é certo é que após um longo período sem lá pôr os pés percebi que lá se respira mal comó caraças;
- se o facto de ter estacionado para jantar, andado 200 metros e voltado para trás porque chovia muito e, é pá, é melhor ir a um shopping onde há parque coberto;
- se o facto de ter assistido a um espetáculo de dança que me inspirou tremendamente e, claro, isto acarretar consigo mais trabalhinho, porque a inspiração não deve perecer na mente, mas ganhar vida no papel através de uma proposta concisa;
- se o facto de ter andado a conduzir no centro do Porto com a pior intempérie de que tenho memória, com brumas tais que mal via um metro à minha frente e ter pensado maaannnn, estou tão crescida;
- se o facto de o M. ser cada vez mais um Amigo e ter batizado o meu guarda-chuva de Harakiri. Tem, aliás, eventualmente mais serventia enquanto tal porque muita chuva se apanhou por entre doses gargalhais monumentais que nos faziam parecer profundamente alcoolizados;
- se o facto de ter estado num dos sítios que me faz sentir sempre uma bailarina muito bamby, mas do M. ter achado que, para primeira vez, não nos safamos nada mal;
- se o facto de ter participado num Harlem Shake gravado quase arrastada pelos cabelos porque não estava muito lateira e porque bamby fico, claro, muito mínima;
- se o facto de perceber a vida a correr-me depressa como nunca antes e de sentir que faço coisas num só dia que noutras vidas davam para um mês.

Às vezes tenho medo de dar o tilt com um ritmo tão acelerado. Sinto que se por um lado há muita coisa a passar-se à minha frente, outras tantas eu acabo por deixar lá para trás. Noutras vezes tenho a certeza que a minha vida teria de ser exatamente isto, não sou claramente pessoa de a andar a ver passar... Por isso, se uma parte de mim diz que hoje há-de ser dia de ficar com os pés no quentinho a ver e ouvir a chuva só ao longe, outra empurra-me para continuar a viver. Hmm, acabei de convidar a A. para um programa. Não vai ser hoje que vou ficar só à secretária a fazer e a planear coisas sérias.

1 comentário:

  1. Eu gosto de viver um dia de cada vez, mas também sabe bem de vez em quando viver um dia como se fosse o último.

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