quinta-feira, 30 de maio de 2013

Caraças, she's the one

Discurso da mãe:

- O teu pai está em baixo, será pela tua irmã ir?
(...)

- A tua irmã vai embora, eu já estou com saudades, não estás triste?

- Não, estou muito feliz. Ela estava muito bem aqui a olhar para as paredes, sabes?

(...)

A verdade é que agora, há pouquinho, enquanto a ajudei a emagrecer uma mala com aparente lotação para mais outra mala igual cheia, e quando depois de alguma dificuldade a vi ser bem sucedida, olhei para ela sem dizer, a ver muito mais do que estava a ver, e pensei no que uma prima me disse há dias, e hoje naquele momento percebi que talvez tenha razão, "Agora ela nunca mais vem...". Por algum motivo estas palavras me ficaram. Talvez seja verdade. Talvez seja verdade que vai ser uma mudança maior do que antecipei para mim. Talvez seja verdade, que a irmã-amiga, sempre ali na cama ao lado, mesmo na universidade quando morámos juntas, agora até venha, mas sempre temporariamente. Pensei e não disse que ela é, neste momento, provavelmente, a pessoa mais importante da minha vida. E enquanto escrevo isto e lhe deixo uma imagem fofinhó-foleira no facebook, as lágrimas caem-me felizes na certeza de que se está a fechar mais um ciclo. 

Jasus, deixa-me parar com esta lamecheira antes que ela venha dizer os thank yous e eu em lágrimas. Se ela disser alguma coisa eu relembro-a que no primeiro ano em que eu fui para a faculdade e ela ficou em casa, fiquei eu com pequenas lágrimas e ela voltou o caminho todo a chorar.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Precisa-se de uma mudança de humor extrema

Hoje foi um daqueles dias que se eu fosse de dizer frases retóricas, estilo "Hoje é mesmo um dia não", "Pronto, está tudo a correr mal" poderia já ter largado uma enchurrada delas, mas desatei a fazer gracinhas do assunto porque mesmo que fosse um dia não, com tudo a correr mal (que na verdade não é tudo mas só as coisas que hipervalorizamos), mais valia levar a coisa o melhor possível já que ainda não me é possível saltá-lo e a ideia de me enfiar na cama a pedir que o amanhã chegue depressa parece-me de uma depressão profunda. Então posso dizer que aconteceram coisinhas. Porque foram coisinhas pequeninas, mas em sucessão... Eis apenas algumas:

- Dei com a cabeça no espelho mal entrei no carro. Saiu-me um m**** refilão baixinho. Achei que era inútil e parvo estar a dizer isto por causa de um espelho. Depois pensei que foi uma reação normal e até fui discreta e comedida no volume, logo não me devo recriminar. Depois pensei ainda, ah que engraçado é bom para acordar.

- A mochila do pc ficou com o fecho completamente aberto em dois! Ah, que giro, é das últimas coisas que carrego diariamente do ex e se não fosse este evento nem me apercebia disso. Boa altura para reciclar! Vou ter que gastar dinheiro, ah, que gracinha... Está a chover e eu com o meu portátil quase dentro da mochila toda aberta, ah, que giro, o computador a brincar ao Survivor!

- Fiquei a saber que tinha de ir à noite buscar ração à Gru e a minha vontade de sair era nula. Estava e estou com dores de cabeça chatas. Fui e demorei aí uma hora que não queria e não podia demorar. Agora estou aqui a tentar convencer-me que ter deixado a comida no carro e ter que ir lá buscá-lo é só uma gracinha. E, claro, estou tão irritante que nem me aturo. Really, really, really... Apetece-me despir-me temporariamente de mim e depois voltar. A minha avó resolveria logo: "Ó filhinha, isso é do tempo!".

terça-feira, 28 de maio de 2013

Os seres vivos em ritual de acasalamento ficam tansos

Já sabia que apaixonadas as pessoas ficavam um bocado tansas, descontroladas e desnorteadas, com momentos em que se deslocam da razão. Sabia até que na magnificente intenção de revelarem o melhor de si, não sabem fazer outra coisa se não parecer rídiculas criaturas a pensar em coisas em que nunca pensaram antes (como a posição em que têm as mãos) e depois sai só tudo estranho e artificial, quando só queríamos ser brutais e originais. Hoje percebi que é problema dos seres vivos em geral.

O Gru tinha um pássaro que cantava como nunca vi tal! Às tantas dava ares de rouxinol e tudo tais eram as variações sonoras que emitia. Entretanto, tão bom era o indivíduo que achamos boa ideia o tipo acoplar-se a uma fêmea a ver se a espécie se multiplicava. Hoje o Gru mandou devolver a pássara: em vez de exponenciar a sua mais forte qualidade para seduzir a fêmea, o tipo fechou o bico. Completamente. Nem piar, nem cantar, nem nada. Virou um pássaro tansamente silencioso provavelmente perdido em cogitações sobre como abrir o bico sem parecer ridículo. 

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Aconteceu-me a cena mais assustadora de sempre no facebook

Um tipo, que nunca vi por aí apesar de tecnicamente habitar a mesma cidade que eu, com um ar profundamente besuntoso e oleado, ou seja ar de gymn de levantar peso 7-days-a-week e cabelo que estava na moda quando o meu pai era adolescente, envia-me uma mensagem no facebook "oiiii, adicona-me pfffffffv (vários éfes e tudo, mensagem subliminar?), estou blokeadoo, beijinhuu!". Apeteceu-me responder "oiiiii, que andaste a fazer para estar blokeadooooo?", mas com estes tipos todo o sil|êncio é pouco.


domingo, 26 de maio de 2013

Os homens, não da minha vida, mas na minha vida IV

Ele é o A.. Gosto dele. Gosto mesmo. Talvez goste ainda mais da perceção que tenho de que ele acha que um dia não tenho nenhum sítio onde cair que não seja o colo dele e como parece apenas esperar que o dia do meu sossego emocional e da minha procura por sabe-se lá o quê cheguem e que eu própria, então, chegue ao fim onde devia ter estado sempre: ao lado dele e dos espécimes com quem ele habita. Gosto que ainda assim me dê espaço, que brinque, mas que não me esteja sempre a apontar o colo.

Por outro lado acho que ele é completamente lunático. Não sabe nada de mim. Como é que podemos gostar de alguém de quem não sabemos nada? E tem idade para andar a mudar fraldas e ainda anda por aí a brincar ao faz de conta, não querendo sequer pensar em fraldas. E faz-me festas na cara da mesma forma que faz aos bichos.

Não podia haver ligação mais improvável, penso eu, e acho que ele acha que fomos talhados pelo universo porque eu até...

a) não fumo;
b) sou magra;
c) tenho um trabalho e não consigo estar sem fazer nada;
d) sou mentalmente estimulante.
e) não tenho mais de 25 anos mas para ele é como se tivesse.

Já disse que sou magra, graça genética, porque de resto sou um desastre com cremes e cenas, como o que me apetece e não faço assim taaaannnto exercício físico; que tenho trabalho até fim do próximo mês e depois sabe-se lá; e que de facto não tenho mais de 25 anos e sou tão moody como uma adolescente, mas tudo parece servir ao raio do homem! Tudo porque a lista de requisitos é básica e fácil de preencher, digo eu, já que apesar das lacunas que lhe apresento, ele diz que me encaixo lá. Difícil, diz ele, é sobretudo conjugar o mentalmente estimulante com as outras características, e eu, na verdade, sinto-me um bocadinho mais especial quando ele diz isso e apetece-me instantaneamente encostar-lhe a cabeça ao ombro...

Bloggers help the bloggers, que é como quem diz, bloggers venham todos ajudar-me aqui

A caçula da casa, e isto associado à boa notícia que recebeu há dias, vai abraçar, pelo menos durante uns tempos, a vida na capital do país e anda por aí feita barata tonta à procura de uma casinha, com um ar simpático e preço amigo de primeiros anos de carreira, para arrendar. Quem souber de alguma coisa é favor deixar aqui a dica.

sábado, 25 de maio de 2013

Estado do momento

"Ai que saudade eu tenho de ter saudade. Saudade de ter alguém que aqui está e não existe"

E agora confessem-se já, quem cantou a acompanhar perante o meu estado de saudosismo profundo? Juro, mas juro, que eu que não consigo enconchar, estava capaz de fazer conchinha... Mas não me apetece enconchar ninguém existente na minha vida agora. É o meu desfado...

A vida de Mary Jane e a vida dos outros

Entre as fotos de esplanda e quiçá de pézinho ao sol há-de aparecer uma de Mary Jane de esfregona na mão. 

Daqui a nada o destino é Coimbra e a missão é ajudar a mana de coração, que dá um passo rumo à independência e vai morar sozinha, a transferir-se com condições de higienização apropriadas.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Vitamina anti-encarquilhanço

Estou com vitamina sexta-feira solarenga. Há fins de tarde de sexta-feira em que me sinto com as baterias tão down que só me apetece fazer-me ao sofá. A ideia de ser eu a cozinhar à sexta-feira às vezes deprime-me ainda mais, posto que além de me apetecer fazer-me ao sofá apetece-me encarquilhar-me nele e ficar lá a fazer fita. Agora, acabo de me aperceber que o problema é quando me sento antes de começar a cozinhar. Hoje, mal cheguei, pus as mãos na massa e senti-me na pacificidade e harmonia de um sábado à tarde e a sentir que podia ser dona de casa forever and ever.

Já mudei de ideias.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Bolha de felicidade no peito

Há uma pessoa cujos sucessos me deixam ainda mais feliz do que os meus próprios. Experimento com ela uma felicidade de lágrimas que discretamente se formam sem eu pedir e que não tenho em relação a mim própria. Sinto um orgulho desmedido verdadeiramente altruísta.

É tão bom que não sei descrever o sentimento de outra maneira que não a de dizer que parece que tenho uma bolha de felicidade instalada no meu peito. Tudo pela minha irmã que teve uma excelente notícia hoje.

Mary Jane e Sex and The City: o encontro épico II

Esta coisa da Carrie a esbarrar com o Mr. Big e ficar buéda in love mal a série começa dá cabo de mim. Parece tudo tão instantâneo que só dou por mim a perguntar se não tenho estado a dispensar sucessivamente aquele que seria o Mr. Big da minha vida e se de facto é preciso uma pessoa saber apaixonar-se, querer apaixonar-se, mais do que esperar que o amor aconteça. O que eu sei é que para quem acredita no amor, a coisa não se quer por menos do que Big. E se é Big não pode ser um qualquer, portanto o facto de não andar a ser fácil é só uma pequena contingência da procura de qualidade.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Instrução de vida 10 (1050)

1050. Never pass up the chance to be in a parade.

Foi a tirada mais frustrante de sempre que tirei do meu livro que está a ser aleatoriamente descoberto. 

Primeiro porque não faço a mínima do que dizer sobre assunto. O que é uma parade? É que numa parade tipo defesa de alguma causa, ou no mais clássico sentido de marcha altamente sincronizada, nunca participei, mas na infância fartei-me de participar no desfile de carnaval das escolas e adorava tudo, menos aquela parte em que, depois da minha mãe instruir 20 vezes em casa, em versões ligeiramente distintas "Tenta não entrar no estádio, é uma confusão, depois nunca mais conseguimos de lá sair!", eu me espremia o mais que podia no meio das pessoas a ver se passava incólume e, assim sem ninguém reparar, entrava no estádio, mas ali mesmo à portinha sentia um braço a puxar-me "Eu não te disse?!", "As professores não nos deixam separar-nos!" e via pois vedada a possibilidade apoteótica de passear num relvado com pessoas a acenar-me da bancada. Vá lá, no 4º ano, de prémio, pude entrar no estádio, e claro, não foi nada do cenário "delux" que imaginava....

Em segundo lugar, esta 1050 é a tirada mais frustrante que apanho porque não consigo inventar nenhum significado oculto a esta frase por forma a ultrapassar o que não entendo literalmente e fazer com que isto tenha algum significado pertinente para além de me ter evocado uma memória.

Fins de tarde de sonho e o meu (a caminhar rumo aos meus sonhos)

Vou ser espetacular e vou passar uma hora a corrigir o meu pior defeito, a desorganização.

Edit: Uma hora e arrumei todas as imagens que tinha espalhadas pelo pc. O rendimento podia ser pior.

terça-feira, 21 de maio de 2013

O segredo de ser consensual

Falo entusiasticamente de muita coisa, falo até dos meus projetos profissionais, mas raramente falo de mim (interior), da minha vida, das relações com as pessoas. Reparem pois na grande bomba que sinto que era as pessoas que me rodeiam saberem deste blog. Quando falo da relação que estabeleço com as pessoas, ou de pessoas, é certamente para dizer bem (e justamente) da pessoa do lado de lá. Quando tenho alguma coisa de mal a dizer digo a quem de direito, com muito jeitinho. Procuro não me meter em confusões, nem alimentar as que se vão construindo. É assim que evito ruído e consigo o tal feito de ser consensual: não dou pontas por onde pegar.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

As minhas segundas-feiras à noite


Claro que no meu caso é para uma audiência restritíssima. Tipo, quem passa na rua e as minhas colegas na sala.

domingo, 19 de maio de 2013

Mary Jane gets aggressive

Eu, que praticamente sou benfiquista a troco de chocolates na infância, e até estive a tentar conter-me da produção de manifestações de orgulho ferido que tanto tenho lido por aí da parte dos meus companheiros benfiquistas, estou a ficar com instintos agressivos à conta dos agressivos festejos portistas: eu festejo apenas as vitórias do meu clube, não as derrotas dos outros. Não percebo como é que alguém fica mais satisfeito a festejar derrotas dos outros em detrimento de sublinhar a própria vitória, que enquanto pessoa racional que sou, até digo que é bem merecida.

Mais do que poupada sou terrivelmente disciplinada

Tenho ficado tentada a ir esbanjar dinheiro em compras todos os fins-de-semana (o que para mim é um brutal exagero), tudo à conta do fenómeno Carryológico de abrir o armário e ver montes de roupa e aparentemente nada para vestir, bem como das lojas a cada semana parecerem ter produto completamente diferente que se não agarrar naquele momento aquela saia-linda-de-morrer-que-quero-mesmo-mesmo (e que daqui a duas semanas se vai juntar ao lote de tanta roupa e nada para vestir!) depois zau-zau, já era!  Uma ilusão. 

Posto isto tenho-me amordaçado mentalmente para ficar em casa (fugindo à tentação) e ando a ser uma pessoal racional e a educar-me em relação à bela estratégia de marketing das lojas: o que faz tudo parecer magnífico e uma brutal tentação é estar, exceptuando os dias de "feira" fora do contexto, sempre tudo impecavelmente arrumado e ornamentado. Assim, imputei uma punição a mim mesma: enquanto não deixar o meu armário tão arrumadinho que até dá medo de lá tocar, não há compras.

Os homens, não da minha vida, mas na minha vida III

O D. ainda nem sequer é um amigo, mas vai ser. Anda sempre com um ar profundamente perdido, desenquadrado e desengonçado, "Não conheço ninguém interessante da minha idade", mas conhece sempre alguém em todo o lado. E lê bons livros. Anda frequentemente a passear de livro na mão, o que é raro hoje. E ainda nem sequer é um amigo porque até aqui para vir falar comigo precisava de se fazer acompanhar de um copo de vinho tinto, ou branco, ou vodka ou seja o que for em plena via pública, ou já devidamente acomodado no estômago. Até que este fim-de-semana, enquanto ele segurava o tradicional copo, observei este facto e ele fez questão de vir falar comigo sóbrio (digo eu que não sei o que bebeu ao jantar em casa) para eu constatar como ele é uma pessoa igualmente capaz sem o alibi do copo. Não precisava. Como lhe disse, apesar de ter observado isto e que, em condições regulares, estava prestes a dar-lhe um ataque de ansiedade em que parecia que mal engolia o ar, na urgência de discorrer ali sobre um conjunto de questões, eu já sabia que ele é uma pessoa interessante capaz de manter diálogos interessantes. Aliás, com poucas pessoas paro à noite, em bancos de jardins públicos da cidade, com um frio que não é próprio de Maio, simplesmente para conversar. Para conversar daquelas conversas densas que não passam por assuntos como a vida das outras pessoas, mas por teorias acerca da vida e das relações entre as pessoas. Eu não tenho muito jeito para coscuvilheira. Nem ele, eventualmente.

Com ele, o meu principal desporto é, nas palavras dele "cascar-lhe" a ele e elogiar-me a mim. Diz que não conhece ninguém que goste tanto de si como eu. Mas este autoelogio é tão provocador, e tão exagerado para o momento, que rio em plena gargalhada do que eu própria digo. Ele acha ainda assim que eu estou a dizer coisas em que acredito piamente. Lá justifico que não casco, mas que faço estimulação intelectual para manter a conversação. Conversas mornas morrem mal começam. E a verdade é que graças a esta profundidade em que nos embrenhamos já dei por mim a contar-lhe coisas que mais ninguém sabe e até à data é um bom guardador de segredos. E o D. é um tipo sincero, gosto disso. É capaz de vir arrasar-me por momentos em que toda a gente me considerou uma estrela e dizer que fui tremendamente fraquinha, tal como no segundo a seguir está a dizer que tenho umas belas pernas e que "Apesar de todo o mainstream que há em ti, és uma mulher interessante".

sábado, 18 de maio de 2013

Dos filmes que não podemos deixar de ver

"And there are people who forget what it’s like to be sixteen when they turn seventeen. I know these will all be stories some day, and our pictures will become old photographs. We all become somebody’s mom or dad. But right now, these moments are not stories. This is happening. I am here, and I am looking at her. And she is so beautiful. I can see it. This one moment when you know you’re not a sad story. You are alive. And you stand up and see the lights on the buildings and everything that makes you wonder. And you’re listening to that song, and that drive with the people who you love most in this world. And in this moment, I swear, we are infinite.”

-The Perks of Being a Wallflower

sexta-feira, 17 de maio de 2013

O porquê de brincar às escondidas na blogosfera

Um dos motivos pelos quais não quero que este seja um blog público é porque às vezes tenho a sensação que tenho a alma aqui despejada. No dia-a-dia sou mais comedida. No dia-a-dia não penso como penso aqui. No dia-a-dia tenho a sorte de ser só e não andar por aí em teias sem norte em bailarico com a alma. Penso em problemas e assuntos concretos. Não ando um dia inteiro a fazer reflexões sobre os homens não da, mas na minha vida. Nascem e morrem aqui. Claro que quem me lê poderá cair na perceção de que isto são  questões com que me ocupo 100% do meu tempo, tal é o dramatismo com que aqui discorro, mas são reflexões do blog. São coisas em que reparo. Tal como me podia dar para reparar nos sapatos das pessoas e comentá-los a luz da personalidade das mesmas, mas acontece que raramente olho para sapatos... 

Eventualmente muitas vezes penso em coisas como nunca as pensei antes, em que nunca pensei antes, como não vou pensar depois. Porque escrever é diferente de pensar sem escrever. Mas pensei, escrevi e pronto, ficou feito. Mas não pensem que isto é a minha vida ou que isto são tal e qual os meus dias. São breves segundos dela. Acontece que são breves segundos de pensamentos, às vezes lunáticos, que, às vezes, podem dizer mais do que muitas horas, daí esconder-me: não ando assim desnuda por aí.   

quinta-feira, 16 de maio de 2013

A minha empregada anda com a minha roupa ao domingo

Só assim se explica o desaparecimento de uma camisa desta coleção da Zara linda e fluída que só ela.

Os homens, não da minha vida, mas na minha vida II

Às vezes acho que das principais necessidades que tenho em termos de um par romântico é que este tenha capacidade de desligar os fusíveis, isto é, capacidade de entrar num (temporário, claro!) estado vegetal de pensamento, em que todas as preocupações ou reflexões elevadas e prolongadas são desligadas quando é conveniente. Porque eu tenho muita inconveniência de pensamento...

Este carpe diem é um dos principais fascínios do C.. É que não sabendo se ele é assim, parece assim (sim, um dos defeitos da relação com o C. é eu achar que conheço só a fachada e não o que realmente é). Além disso, é um zuca-italiano-português cuja mistura resulta numa pessoa automaticamente simpática e de sorriso tão puro e apetecível... Às vezes acho que o C. é mais querido comigo, outras acho que é igual com toda a gente, eu é que me sinto especial com ele. A verdade é que agarra mais em mim, do que em qualquer outra pessoam para dançar, mas também pode ser por naturalmente saber que nunca digo que não a um pé melhor ou pior de dança. Mas... pega-me ao colo de uma maneira que se para ele é trivial, para mim é muito fofa, era capaz de jurar que ele baixa ligeiramente a voz enquanto fala comigo (how sexy!) e não fosse eu uma mulher complicada, era um knockzinho out ali na certa. Estaria caída e deslumbrada diante dos pés dele, logo. E é engraçado ver como logo a seguir à noite em que, por acaso, temos estado em convívio (lato porque fazemos parte de um grupo que de quando em quando sai junto em manada e digo manada porque somos mesmo um número bastante acentuado e não há grande espaço para privates) cai uma mensagem dele (geral, mas para mim também) para se ir tomar café. No meu egocentrismo chego a pensar que é para estar comigo mais frequentemente. Ora, eu não sou de ir tomar cafés sistematicamente, sobretudo a um domingo à noite quando na segunda de manhã trabalho. Mas acredito principalmente que às vezes sou eu que dificulto quando as pessoas estão a facilitar. Ou melhor, nem se trata de dificultar, eu dificulto uma construção de laços mais sólida. Mas com ele, à semelhança do M., também não havia hipótese de tentativazinhas em falso porque faz parte do núcleo duro de amigos que poderia ficar logo minado com uma histórinha mal narrada. Outras acho que não chego mais perto, porque não há aqui história nenhuma a contar. Outras ainda acho que devia apesar de tudo chegar mais perto, nem que fosse para derrubar mitos, como o facto de achar que ele passa o dia todo entretido com o 9gag e séries diversas e que seria, portanto, um companheiro só bom para sofá e cafés.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Os homens, não da minha vida, mas na minha vida

Há o M.. O M. que é provavelmente agora o meu melhor amigo, o único com quem faço saídas privadas - cafés para falar da vida, idas ao cinema, idas a espetáculos... Mas é também aquele em relação a quem insisto, vocês sabem, somos só amigos. Tipo, amigos há 10 anos. Tipo, nem acho possível ser outra coisa porque para o amor acontecer é preciso também o lado carnal aceso, coisa que não há. 

Mas depois há aqueles momentos em que olho à volta e penso que ele é o tipo mais bem parecido da zona, e que tem calças vermelhas que lhe dão o cúmulo do estilo (quase o convenci a comprar umas mostarda!); em que penso que ele me tem feito rir como não rio com mais ninguém, isto é, rir daquela gargalhada estúpida e efusiva de situações parvas (como o tecto do elevador cair-lhe na cabeça), mas que quase gemelarmente (acho que acabei de inventar esta palavra...) identificamos como dignas de riso e seguimos numa gargalhada que não descola e que às tantas se torna riso do riso e que termina em dor de barriga. É a única pessoa que me dá dores de barriga a rir. Dores, não borboletas. 

Depois dou comigo a ruborizar profundamente de cada vez que me encontram sozinha com ele porque vão pensar que é meu namorado e NÃO É, caraças que ainda estou no mercado! Mas acho piada a algumas piadas que fazem a nosso propósito. E dou por mim a achar que ele seria um ótimo macho alfa até para futuras crias, porque tem um sentido de retidão e ao mesmo tempo carinho que já não se vê, e  dá-se ao L., que adoptou com o coração num papel de educador antecipadamente experimentado, de uma forma que nunca o julguei capaz de se dar, de uma forma tão admirável que não sei se eu alguma vez me dava. Nesses momentos dou por mim a rebentar de orgulho deste ser humano. Até que chego ao cumulo de, enquanto estou numa conversa casual com ele, começar a imaginar o que faria se ele avançasse... Se ele avançasse só para um beijo assim sem tempo para declarações. Deixava-me levar? Dizia descaradamente que não? Dou por mim a imaginar uma fuga e a dizer "Contigo, se acontecer alguma coisa, há-de acontecer no momento certo. Não quero fazer asneiras.", que é, em suma, a pior resposta de todas, não te quero dizer que sim, mas não te quero dizer que não, vai-te mantendo, o que é egoísmo puro.

Isto também para dizer não gosto da paixão ordenada, daquela que vai aparecendo porque pensamos é pá, estou solteira e até pode ser que sim! Gosto da paixão inconveniente, daquela que mesmo que não queiramos, daquela que mesmo que preferíssemos que não (ainda que o universo se conjugue a esse favor!) existe. E isto nem seria paixão, mas um arranjo ordenadinho.

P.S. - Por falar em M., da última vez que toquei no assunto blog com ele (que sabe que tenho um, mas não sabe qual é), ele fez uma gargalhada estridente esquisita - uma gargalhada de "já te apanhei e não vou dizer". Olha, se por acaso apanhaste e não disseste fizeste muito bem, continua sem te revelar, que eu também fiz de conta que não percebi e não escreveria este post se não preferisse continuar a fazer de conta.

Vicissitudes de despertar na minha cama em vez de em Paris

Eu até costumo levantar-me mal o despertador/telemóvel toca, mas hoje quando acordei antes estava em Paris. Estava em Paris e tinha um par romântico, que não sei quem era, e estava a acabar de negociar uma noite extra num hotel por 7 euros. Precisei de 10 minutos para recuperar.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Mary Jane e Sex and The City: o encontro épico

Comecei a ver Sex and The City. Sim, com anos de atraso, mas eu sou assim... É uma série económica ao nível da minha gestão temporal: em 30 minutinhos, a coisa está feita e enquanto vejo a série arejo e crio espaço mental que é o que se quer para não estar com os fusíveis ligados sempre nas mesmas questões. Às vezes o ligeiro aspeto de século passado da série faz-me comichão. Outras o aspeto modernaço de Nova Iorque faz com que tudo pareça extremamente atual. 

Não acho a SJParker gira, mas tem o raio de um brilho e de uma leveza na personagem que seduz. Não acho que Nova Iorque, depois de 2 episódios, pareça uma grande cidade. Parece que é tudo ali ao virar da esquina. Quer dizer, o tipo com quem esbarramos no meio da rua vai ser o tipo que vamos encontrar depois no clube, numa passagem de modelos and so on? E pronto, é tudo por agora que a minha vida, a 5 minutos para as 22 horas passa, pelo charme da lavagem de tupperwares que carregam a merenda que levo para o almoço para que ao fim do mês apareçam mais uns trocos no salário. Tudo a ver com a série a minha vida... Por acaso até tenho refletido que tem alguns pontos em comum, mas isso fica para mais tarde.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

E a loucura chama-se Bruno...


... Bruno Mars. Nem sequer sou fã, escrevi um post a "escrutinar" o hit de lançamento "Just the way you are" como uma coisa basiquinha do mais basiquinho que há e a verdade é que vou fazer deste o meu primeiro concerto no Pavilhão Atlântico. O pessoal ia, eu, apesar de ter na Bucket "ir a um grande concerto", nunca vou por achar que não sou suficientemente fã e naquele momento achei que estava na altura porque o bilhete nem era nenhuma 'biolência como as que para aí se vêem e, na pior das hipóteses, passo por um momento de delírio e despersonalização profunda e grito, em plena histeria adolescente, enquanto abano o esqueleto.

Ainda não me coloquei bem no assunto... Daí  a loucura.

Um dos motivos pelos quais preciso de um smartphone...

... ou passar a utilizar melhor os recursos do meu atual, é escrever todo o tipo de coisas (das mais relevantes, como a preparação de um discurso ou projeto, às mais irrelevantes, como lembretes básicos) em sms's que guardo como rascunho e, em consequência, ter nos rascunhos um verdadeiro bloco de notas caoticamente (des)organizado.

domingo, 12 de maio de 2013

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Não percebo...

... como tinha uma colega que, ainda há meses, referia ter vergonha de dizer qual era o seu curso quando questionada, e agora enche o facebook de fotos XPTO, com um ar tão clean, tão arranjado, por trás de secretárias portentosas, que chego a ter inveja da sofisticação, um pouco pelo cheque chorudo que lhe adivinho anexo, mas sobretudo pelo aspeto de início, tão apetecível, perto do meu avistado fim.

Questiono no entanto se o que ela pratica é psicologia, ou se está, de facto a fazer publicidade a uma clínica de estética. Seja como for quem me dera a mim! A minha psicologia não se faz por trás da secretária, e, deliciosamente, nem sequer com o aspeto de psicóloga que me foram vendendo nos últimos anos do curso. Faz-se a partir de quase nada e dá-me tanto... Ousaria dizer que é tudo, mas o tudo impede novos caminhos, aqueles onde quero sempre chegar.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Instrução de vida 9 (633)

  1. Be open and accessible. The next person you meet could become your best friend. 
Às vezes sinto que preciso de fazer novos amigos, mas depois concluo que não tenho tempo para eles. Outras vezes acho que nem sequer tenho vocação para amiguinha, daquelas a quem se liga a contar que acabou de se partir uma unha, então mais vale nem me oferecer para não desiludir. Porque não tenho paciência. Não tenho paciência para SMS's a dizer "olá" e "então?". Não tenho paciência para aquelas pessoas que começam a querer ligar a toda a hora e que perguntam "que tal essa segunda?terça?quarta?quinta?sexta?fim-de-semana?". E é tudo gente simpática, querida, amorosa, boa pessoa, com quem até gosto de me relacionar e de quem muitas vezes até gosto bastante mas... por mais reles que possa parecer eu também preciso do meu espaço. E não tenho coisas para falar a toda a hora.

A questão é que há exceções e tenho paciência, ou muita paciência, para 2 ou 3 pessoas e para o par romântico, quando é o caso. Na verdade, o mais provável, é que para essas até nem tenha nada, paciência ou seja o que for, porque nem me lembro da palavra paciência e em nenhum momento me sinto a "fazer sala" porque as pessoas são queridas e simpáticas e tenho de lhes responder. Dessas exceçõezinhas eu sei que gosto mesmo. Sei porque não tenho aquele momento de sufoco claustrofóbico ahhh-dá-me-espaço. Porque elas estão no meu espaço e pois que estar com elas não é de forma alguma abdicar do tal meu espaço, é estar justamente nele, porque com elas ainda me sinto mais comigo. Com elas o encaixe faz-se sem esforço. Há quem diga, que tal como o amor, as grandes amizades se fazem com esforço. Às vezes lembro-me disto e lá me esforço. Depois acho que o esforço das grandes amizades e grandes amores é aquele que ao olhar para trás sabemos que esteve lá, mas antes nem sequer o notamos...

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Saudades do que não volta...

Estou este ano, e pela primeira vez, com umas saudades terríveis do meu tempo de estudante. O ano passado andava fugida do mundo, fugida do facebook e mal me apercebi do verdadeiro boom de "Eu sou estudante e que orgulho andar na partyyyy nesta altura e olhem só para mim de traje!"

Tenho saudades. Tenho saudades do que vivi e do que não vivi. Tenho pressa de viver experiências que quando olhamos para trás ainda parecem  melhores do que quando as encaramos no momento, de frente. Tenho pressa de marcar a minha vida. Tenho pressa de momentos que fazem bater o meu coração mais forte. 

terça-feira, 7 de maio de 2013

O peso dos 25 anos

Vou fazer 25 anos daqui a menos de dois meses. Estou feliz comigo, tanto que quero fazer uma festa cigana (com mais do que um dia de festejos) a marcar 1/4 de século. Já planeio, inclusivé, deixar assim o meu mealheiro, mais conhecido por Jewellery Fund, à vista do pessoal para engordarem o seu momento de abertura, com um dito chamativo e apelativo de notas rechonchudas "Contribuam para uma extravagância aos 25!" ou qualquer coisa melhorada ou com mais pinta. Mas estou também em momento de balanços, qual final de ano... A ideia dos 25 anos pesa-me. Pesa a partir do momento em que me lembro que aos 5 anos, eu achava que uma pessoa de 25 estava velha caquética e que, também com esta idade, estava a minha mãe a casar. Posto isto, dou por mim a ir consultar listas, daquelas completamente aleatórias e vazias de significado, sobre as coisas que devemos ter feitas antes dos 25, não vá faltar coisinha...

Lição de vida de produção própria (isto é, que eu acabei de me dar e não tirei do livrinho do costume)

Tenho uma ligeira sensação de que posso estar metida numa alhada. As pessoas têm personalidades diferentes, esperam coisas diferentes de nós e, quando, em contexto laboral, tentamos agradar a duas pessoas tão distintas no topo da hierarquia, sobretudo numa organização em que a comunicação funciona um pouco por segredinhos, pode dar mau resultado.

sábado, 4 de maio de 2013

Estou temporariamente deprimida

É sábado à noite e eu estou em casa porque hoje tudo ia sair aos casais e os "descasalados" não está cá. Alminhas que por aí poderão andar, entretenham-me, libertem-me desta solidão atroz! E dos meus disparates também, que às tantas as pessoas que aqui me lêem pensam que estou efetivamente a dar o tilt :D

Cuidado que eu vou fazer prancha!

Só para avisar que tudo o que tem nome de "desafio" me atrai e portanto vou fazer isto. E como já vou no dia 5, vou começar no dia 1 e ignorar os supostos dias de descanso!


Edit: Dia 5? Estava tolinha, isto é de 2012 :P

Edit 2: 5 segundos em prancha e achei que tinha o mundo em cima de mim. É impossível que esta evolução seja tão rápida.

Às vezes chego tarde à minha vida...

... e há 23 horas atrás (foi no facebook) tive um convite de um primo dirigido à famelga toda para irmos atravessar uma reserva e fazer bodyboard no fim que ele levava pranchas. Eu não faço bodyboard, não. Mas tudo o que traga uma onda à minha vida parece-me efetivamente um acontecimento de qualidade elevada. No minímo, de possibilidades elevadas. A ver as mesmas caras não acontece nada. E tudo o que implique sítios novos, gente nova é o sítio para mim. Sinceramente, nunca se sabe quando encontro o meu s-o-l-i-tá-r-i-o s-u-r-f-i-s-t-a.  É. Estou na fase melancólica de precisar de amor e de achar que só uma coisa assim me permitirá sentir inteira - o pior estado para partir para uma relação, portanto. Mas é que como a Clara escreveu melhor "Apaixona-me a ideia de me apaixonar!". E queria ter uma bicicleta. Apetecia-me ir andar de bicicleta hoje. Mas não a tenho.

Não sei se é uma reação atípica mas normal em mim...

... mas ando com demasiados momentos "Quem sou eu?! O que é que estou a fazer aqui? Qual é o sentido da vida?". Tão depressa me encontro e logo estou desencontrada!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

É cancro, sim, mas abaixo os coitadinhanços


É parte de uma resposta a um e-mail privado, mas como tantos de vocês foram muito carinhosos nos vossos comentários com a notícia, achei que o que disse naquele e-mail merecia ser dito a todos como um obrigada sincero!

Estas notícias para mim já não são "novidade". Também já passei por outra experiência indirecta com o cancro - a minha mãe. Felizmente ela ultrapassou e todos ultrapassámos de forma incrível e acho que tudo se deveu ao próprio facto de nunca a olharmos enquanto alguém doente e decadente, como tantas vezes os "Ahhhh, não sabia, coitaaaaada" traziam implícito. Era o pior para mim. Sentir que os outros viam na minha mãe alguém a morrer. Por isso insisti para que ela usasse uma cabeleira - para que ela não se visse como doente, e sofresse o menos possível com os coitadinhanços dos outros. Escusado será dizer que eu nunca a quis ver sem cabeleira. Porque para mim ela nunca foi doente, ela era a minha mãe que tinha uma doença. E tive medo de arriscar e poder mudar de perspetiva. Se calhar fui fracota e acabei por dizer também indiretamente que ela estava doente quando não a quis ver sem cabeleira, mas foi a minha forma de lidar com o assunto. Foi a minha forma de garantir que esta minha perspetiva da pessoa primeiro e depois a doença se mantinha. Não fui diferente com ela em nenhum momento porque, sei lá, acho que até amor a mais às vezes é enterrar a pessoa "Ai, gosto tanto de ti e vou ficar em todos, todos os momentos contigo porque estás mal!". Claro que houve momentos de dar mais amor. Dar mais amor em gestos simples, como quando ri à gargalhada enquanto ela experimentava cabeleiras e comecei a ver que os olhos estavam prestes a humedecer-se e tinha que arranjar uma forma de dar a volta. Chorar com ela? Não. Ela acabou a rir comigo.

A verdade também é que por muito que já tenha passado é diferente de cada vez que sei. Fico revoltada com as pessoas que já choram e fica a parecer-me a mim que enterram o meu avô vivo - mas cada um tem a sua forma de reagir, não é verdade? São só emoções que eu sinto como agressões, mas para as pessoas é só uma forma de pôr cá para fora. E eu tenho que aprender isso também. Que não posso impôr aos outros a minha forma de reagir quando eu própria sei que não é necessariamente a melhor.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

É efetivamente cancro

O problema do meu avô. E as reações variam. Há quem chore. Há quem dê umas pancadas com mais força na mesa, mas, no fundo, apesar de algumas perspetivas mais negativas, acho que nos conseguimos todos manter relativamente otimistas. As minhas reações são sempre estranhas e percebo como de facto emocionalmente sou um bicho complexo. Não reajo. Dou pancadinhas nas costas e força a toda a gente,  continuo a acreditar mais na pessoa do que na doença. E isto é o que digo a mim mesma e até é bonito. Mas a verdade é que talvez na minha cabeça anule mesmo a doença, faça de conta que ela não existe e talvez seja assim que lido com muita coisa na minha vida, o que não é necessariamente bom.

Ando eu a defender acerrimamente a juventude e afinal há quem não queira trabalhar

Entre amigos de longa data discutia-se o que cada um está a fazer. Às vezes pouco, quase nada, mas vai-se tentando, até que chega ao que efetivamente não faz nada.

Eu estou em casa.

E não sentes necessidade de fazer alguma coisa, nem que seja trabalhar numa loja?

Não, faço apostas. Ganho na mesma e não mato a cabeça.

Ouvir a alma

Ia escrever "Preciso de conversar com alguém que queira ouvir a minha alma". Mas a verdade é que tenho vontade de querer despejar a minha alma em alguém. É mais isso. Porque até acho que existisse quem ouvisse a minha alma, mas ando com falta de encontrar quem dialogue com ela.