quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O maior desbloqueador de conversa

O estado do tempo não é só uma condição física relevante para tomar decisões  (e.g., decidir se vamos ficar a ouvir a chuva e a deglutir chocolates enquanto vemos um filme ou se vamos correr com o canito até ao parque) ou para moderar a velocidade na estrada; tal como não é apenas um estado que pode condicionar o nosso humor. O estado metereológico tem uma função que tantas vezes é esquecida, mas tão relevante (ou mais ainda) como todas as outras: é o maior propulsor de interação social quando estamos com alguém semi-conhecido e não sabemos como quebrar um silêncio incómodo. Não estão a ver aquela pessoa que depois de um tempo comenta como se tivesse acabo de descobrir algo incrível:

- Está um frrriooooo.

E das três, uma: ou recebe de retorno um "Hmm" disfarçado de "O que é que tu queres?"; ou se trocam meia dúzia de comentários metereológico e a coisa finda ali (-Que calor. - Ui, não se pode!) porque ninguém teve criatividade para um passo adelante ou é o início da relação de uma vida. All in all, o estado metereológico é sempre um desbloqueador de conversa no qual vale a pena investir.

Com os blogs é a mesma coisa. Quando não se tem nada que dizer fala-se do estado do tempo. Hoje como estou com o cérebro feito puré decidi falar de quê? Do tempo, claro. Vá, no meu caso ainda foi pior, eu não decidi, só escolhi que podia ser: o Jibóia Cega deu implicitamente a ideia. E sim, estou com muito frio nas mãos, credo. E quero o perfume da maçã que está a dar na televisão

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Tarraxinha: já não morro sem saber o que é

Tenho a certeza que, para quem não está dentro do espírito, o que eu aqui escrever hoje vai parecer um delírio profundo ou então a autobiografia de uma pega (ou de alguém tacanho que está a abrir horizontes), mas acontece que finalmente, e aos poucos muito pouquinhos, estou a entrar no espírito do kizomba e começo a perceber que isto de ser sensual, quando se dança a pares, não se mede na habilidade de rebolation, mas na capacidade de sintonia. Ser sensual quando se dança a pares é tão simplesmente, de forma confiante e segura de que não vou falhar os passos, deixar-me levar, fluir. Sou convidada a tomar determinados passos, tomo-os firmemente e com a minha classe, mas sem antecedência, sem pressa, aproveitando o prazer de ser levada.

Está bem. Também vos posso dizer que tudo o que ouviram dizer sobre o kizomba é verdade. E que a dançá-lo excluam pessoas que não saibam o que estão a fazer (no que à intenção toca) e elejam pessoas que estão ali com o espírito certo. Isto porque tudo o que eu mais temia confirmou-se: há ali momentos em que se sentem toooodas as partes anatómicas - e o tal tarraxinha é o expoente máximo disto. Há ali momentos em que o toque parece desejo - e no momento da coreografia provavelmente até o é. Perante isto claro que comecei tudo com os alcunhados "novimentos metálicos" - tu fazes, mas não é natural. E então não haveria de fazer movimentos metálicos? Quando sentia que já não sabia bem onde estava a roçar,  ou pior quando tinha a certeza onde estava a roçar metade de mim paralisava e não se conseguia deixar levar pela música

Hoje percebo que pode existir uma tal química entre pares, ao ponto de parece que se despem enquanto dançam estando sempre vestidos, e que essa química pode perfeitamente acabar quando a música acaba.

P.S. --» Apesar de firmar estas teorias bem distintas de um roço aleatório continuo a acreditar profundamente numa teoria que nunca validei - um homem que saiba dançar leva certamente sérias vantagens debaixo dos lençóis.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Balanço inicial de uma semana prognosticada como espectacular

Segunda-feira e estou movida a aspirina. O maior perigo é que estou com o potencial diz-me-qualquer-coisa-que-eu-não-goste-e-acho-que-te-mordo elevadíssimo. Devia isolar-me numa caverna, talvez. Mas ainda vou estar com pessoas. Vou tentar falar o menos possível.

domingo, 25 de novembro de 2012

A tal lição de humildade

Um dos motivos pelos quais vou à missa não todos, mas bastantes domingos é por ser um sítio que continua a ajudar-me a pensar em mim e um sítio de onde selecciono muitas coisas boas, apesar de não dizer amén a tudo. Selecciono essencialmente coisas que me fazem pensar a sério, coisas que me ajudam a pôr os valores no sítio. É um sítio que me ajuda a apaziguar-me e a reconstruir-me com a certeza de que vale a pena. É um sítio onde, em contrate, olho para mim, reconheço as minhas falhas e com isso tento ser uma pessoa um bocadinho melhor.

Hoje percebi que há momentos em que sou uma pessoa feia e comichosa por dentro. Este fim-de-semana amuei ligeiramente. E a homília de hoje fez-me pensar no meu amuo... Não amuei exteriormente porque colaborei com todas como é costume, dei ideias, ajudei como se uma parte de mim ordenasse "Já não tens idade para tiques de vedeta, pára lá com isso!". Mas dentro de mim continuava brutalmente amuada: a coreografia para a música "Chuva" da Mariza é das primeiras coreografias onde não estou na fila da frente. Perdi os holofotes, tragédia! Estou invisível [sem estar], que drama. Dei uma lição de humildade a mim própria quando me obriguei a parar e a pensar porque é que afinal queria estar na fila da frente. Sua comichosa, vaidosa... Resultou ainda melhor quando me perguntei a mim própria porque é que afinal outras duas pessoas que não eu não poderiam merecer aquele lugar.

Uma lição de humildade

Estou a dar. A mim própria.

Época de sonhos frios

Eu juro, nesta altura de maior estafa mental gostava que os meus sonos colaborassem para entreter outras àreas do meu ser e efectivamente permitir assim à minha pessoa um melhor descanso. Por exemplo, a massa neuronal que trabalha quando estou em modo stand-by podia colaborar para que eu fosse uma pessoa afectivamente preenchida em vez de me trazer o menu costumeiro: tarefas, tarefas, tarefas... 

É que das duas uma: ter tantas tarefas pode assustar ou parecer giro. Na maior parte das alturas, e porque também é a melhor receita para não stressar, parece-me giro, mas também chega ali uma altura em que uma pessoa precisa é de escapes, de se evadir! Pois que os meus sonhos não colaboram e trazem-me os assuntos com que me debato ao longo do dia, o que me faz pensar se realmente estou a dormir ou simplesmente a continuar a pensar no colchão. E eu também juro que às vezes não sei de qual destas hipóteses se trata.

Domingo e já tive uma hora e meia de dança, um item a riscar na agenda, um domingo que desejo que seja bem mais calmo e previsível do que o último apesar de atarefado. Nem me importo com as tarefas, o sorriso está cá, mas à noite, por favor, vamos lá mudar de assunto!


sábado, 24 de novembro de 2012

Querido belógue... (XLIV)

É verdade, sou fêmea e posso ter tendência a complicar: nem sempre sei bem o que quero. Mas, por outro lado, sou das pessoas mais práticas e simples que conheço: sei bem o que não quero.

Querido belógue... (XLIII)

... fiz a minha primeira compra pela internet e sinto-me aliviada. E tudo isto porque me sinto mais info-incluída. Afinal, olho para o meu telemóvel e penso que o meu pai já recebe e-mails no aparelhómetro, a minha irmã faz tudo no aparelhómetro e eu continuo a limitar-me às operações básicas: receber e fazer chamadas, receber e enviar sms's. 

Até há bem pouco tempo isto não me fazia confusão nenhuma - é uma opção, não preciso, poderia eu justificar - mas ontem, prestes a adormecer, deu-me para reflexões filosóficas e achei, sinceramente, que me poderia estar a tornar numa criatura conservadora à qual tudo passa ao lado. Podia estar não a dominar a tecnologia, mas a ser ultrapassada, ou de forma ainda mais dramática, engolida por ela não usando todos os benefícios que estão ao meu alcance. Foi uma imagem fantasmagórica que influenciou, provavelmente, o que fiz hoje logo ao início do dia. Afinal, há coisas de que preciso mesmo, e, com o tempo contado, é tão mais fácil fazê-las sem tirar o rabo da cadeira. A ver como corre. O telemóvel continua com a mesma utilidade, mas hey, fiz compras pela internet!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Entretanto estou a fazer um curso de Inglês de borla

Guess how.

Note to self daquelas muito sérias

Mary Jane, aprende. Sabes que és metodologicamente masculina, portanto pára de te envolver na organização de múltiplas coisas ao mesmo tempo. A saber (e provavelmente estou a esquecer muita coisa):

- apoiar a organização de um jantar blogosférico;
- organizar mais um jantar de solidariedade e dirigir múltiplos convites;
- organizar e ensaiar - e pôr outros indivíduos a ensaiar - um espectáculo surpresa para a festa de natal da instituição profissional;
- ensaiar o kizomba que te delegaram para o mesmo fim;
- ensaios extra da nova coreografia do grupo habitual de dança;
- organizar uma lista de pessoas que querem ser surpeendidas por ti;
- apoiar a decoração natalícia de um pedaço de terra cá da zona;
- organizar umas coisas do trabalho pelo meio.

Ou, pelo menos, e nessa impossibilidade parva de te conteres e de achares que tens sempre tempo para mais uma coisinha, mesmo que a tua agenda grite que vai rebentar, pára e pensa: vai correr melhor se organizares uma coisa de cada vez em vez de ter 3 contas de e-mail e 10 documentos Word abertos em simultâneo. De outra forma vais acabar a misturar tudo, Mary Jane, já te devias conhecer. E as pessoas vão começar a achar que tu não és uma pessoa normal. E o teu cérebro vai começar a gritar STOP e a lançar ameaças veladas de que estás com uma doença neurodegenerativa porque já nem frases terminas em condições... Eu avisei.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Mary Jane is coming to town

Dado que o meu espírito natalício estava adormecido decidi, neste preciso momento, acordá-lo para vos comunicar que prometo enviar uma surpresa natalícia a cada entidade que endereçar o respectivo pedido num e-mail com o assunto "Mary Jane come to my town" e com indicação do endereço para onde desejam que siga o recuerdo.

Lembrem-se que não ofereço carros, massagem num spa, cheques prenda da Zara ou sequer um porta-chaves com berloques adquirido nos chineses. Lá diz a teoria económica que não há almoços grátis, portanto se estão à espera de um cheque chorudo esta iniciativa não é para vocês, mas se gostavam de ficar com uma marca Mary Janística, a não revelar para não quebrar a surprise que pode até bem ser personalizada, então toca a correr para o emílio escarrapachado aqui já à direita.

A melhor dieta: descontar nas calorias alheias

Ora comentários em diversos blogs esta semana fizeram suscitar a necessidade de abordar este tema. Eu sou um amor de pessoa no que toca à minha relação com a comida: não só não conto calorias como desconto nas alheias. Contava eu aqui que as minhas colegas de trabalho já sabem  que não me acanho e depois de um inocente "come tu que estás magrinha" - dirigido provavelmente a cogitar que eu ia fazer cara de esquisita ou o melhor ar enojado à top model, mas eu açambarquei-me da oferta e nunca mais a larguei preparada para dirigir olhares fulminantes a quem pensasse roubar-me o pedaço - agora quando lhes vem parar uma fatia de bolo à secretária (o que não é assim tão raro) encaminham a respectiva para uma das minhas gavetas, apenas com a ameaça velada para fingir que não comi e depois contar como foi a experiência para posterior relato, se necessário - e isto é, verdadeiramente, descontar nas calorias alheias.

Por outro lado acrescentei aqui que durante um certo período da minha vida deveria ser o grande desgosto da minha bisavó porque ela bem me tentou meter pela goela rebuçadinhos, chocolates e derivados e eu não apreciava nenhuma das variedades. MAS... salvou-se o pacotinho de açúcar inteiro nos iogurtes já por si bastante açucarados! Era vê-la de olhos brilhantes provavelmente a pensar que estava a criar um belo leitãozinho.

Hoje, um senhor que é das personagens mais caricatas que já vi e podia bem figurar num filme do Woody Allen - cabelo branco, muito baixinho, muito enfarpeladinho e de óculos escuros no interior - disse que as mulheres portuguesas - à antiga, as grandes mães - são das melhores gestoras do mundo. E apeteceu-me dar-lhe um beijo na careca, porque se conhecesse a minha bisavó (que alimentava os seus e os próximos e os próximos) certamente a incluíria nesta afirmação, mas não o fiz, afinal não seria conferir credibilidade ao senhor que proferiu tal frase. Quanto a mim continuo um espeto ou um pau de virar tripas como aqui também se costuma dizer, mas o facto de não ter crescido bem, rechonchuda e redondinha, não foi culpa da minha bisavó que seguindo manhas diversas bem me fez investir no açúcar e agarrar qualquer bolinho. 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Kizombada report

Pois que a Kizombada prossegue. 2 vezes por semana há ensaios.

PONTO 1. A questão das parelhas.

Quando dizia, há tempos (breves que vocês leram cá isso), que para mim danças de salão era uma coisa impossível porque...

a) Gosto de comandar;
b) Sou péssima a contar tempos e essas danças a dois são contadas a metrónomo;
c) Há o raio da questão de não conseguir tomar como par qualquer um!

... não fazia ideia de que a minha irmã poderia ter efectivamente razão quando dizia É pá, quando dançares com alguém que saiba dançar mesmo é muito fácil. E eu juro que agora parece fácil por um motivo: quando eu me sinto a trocar os pés, quando eu não decoro a coreografia, quando eu estou toda embrulhada e róbótica acontece um fenómeno estranho - os meus pés e pernas parece que são empurrados e direccionados para o sítio certo pelas pernas dele. Ponto positivo: se não kizombar em condições faço um brilharete a dançar uma nova modalidade, "a arrastadinha". E acho que pelo menos uma vez na vida toda a gente devia experimentar esta modalidade, até parece que sabemos efectivamente dançar!

PONTO 2. O traje da exibição.

Ontem discutiu-se traje para a exibição.

Tens problemas em dançar descalça?

Não, estou habituada.

Também temos que pensar na roupa. Tens assim uma mini-saia branca?

Tenho, mas é um bocado esquisita, tem umas escamas e não sei se est...

Está óptima!

Na parte de cima podia ser um top preto para contrastar.

Tudo estaria muito bem se este "top" não tivesse sido desenhado de forma vincada e gestual enquanto uma mínima tira.

PONTO 3. O segredo.

É não andar aos saltos com os pés, não fazer ginganços nem qualquer movimento de tronco e balançar bem só a anca o segredo que aparentemente faz a magia toda no Kizomba. Pois que é ver-me prostrada ao espelho antes de me deitar na cama a verificar evoluções. Nulas por agora... Talvez se me tivesse ensaiado nas artes do ventre a coisa fosse mais fácil.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Está a chover muito e portanto fui perguntar ao google maps...

... quanto demorava ir de casa ao trabalho, a pé, farta de saber que iria dar um cálculo perfeitamente irreal. Tratam-se daqueles breves momentos de alucinação em que penso quão belo poderia ser o mundo se de repente aparecesse um atalho secreto, emergisse um acesso por entre as nuvens, uma solução mágica qualquer, porque isto das soluções só aparecerem nos livros e filmes é muito out. Eu juro que esta chuva é bem capaz de me esmagar o carro.... Ou então sou eu cheia de medo de conduzir perante tamanha intempérie a que aqui se assiste neste momento e a não querer assumi-lo. Contas feitas, 4 horas e 49 minutos por um trajecto a pé, niiiice.


Reconceptualizei a coisa e a chuva forte é uma coisa tão bonita, não acham? O meu carro vai parecer um barco a atravessar o oceano e, com a tranquilidade devida eu, ele e a chuva vamos ser grandes amigos.

Instrução gratuita para machos sobre a sensibilidade feminina

Hoje cheguei a casa e encontrei a minha irmã mergulhada no chão da cozinha - que é como quem diz sentada agarrada a um pézinho em meia e sem bota - e com ar de quem já tinha feito correr o respectivo mar de lágrimas. Pouco é preciso saber para ter consciência de que nesta maré chata em que parece que andamos imersos cá em casa qualquer coisinha é um gatilho à sensibilidade e parece rapidamente "mais um azar", "mais um golpe de uma praga de má sorte" que deve andar por aí. Cheguei perto, perguntei o que se passava e lá fiz brotar outra maré de lágrimas. Primeiro, explicou que caiu e torceu o pé e não o conseguia mexer e ai não toques e não, não vamos ao hospital. Segundo, veio quiçá o mais importante "liguei ao T. e ele mesmo sabendo que eu estava sozinha nem sequer veio cá. Disse que se eu quisesse ir ao hospital que me vinha buscar, se não para pôr gelo.". Eu compreendi-a a ela e compreendi-o a ele.

Homens
- está beeem que nós às vezes somos muito piegas e que até pode apetecer enfiar-nos num quarto escuro e só nos sacar de lá no fim;
- está beeem que podem viver atormentados com a ideia de que se acorrerem sempre um dia podemos estar a gritar por socorro só porque partimos uma unha;
- está beeem que assim até pode parecer que não têm uma mulher e sim uma pequena cria.

Mas, descansem. Na maior parte dos casos não queremos 20 beijos na testa, nem que nos venham num momento de dor com declarações amorosas assolapadas. Provavelmente estamos com humor de feras e para melodramáticas bastamos nós. Mas, carago, somos moças sonhadoras e sensíveis, mesmo de todas as vezes em que o negamos, incluindo a minha irmã que à distância é uma fria e uma arisca de primeira, e há princípios/ideais nossos que remontam ao princípio dos tempos que convém não desmoronar. São uma questão que nos está no sangue, herança genética quase. Por exemplo, lá no fundo imaginamos o nosso homem como aquele que de capa e espadachim vai eliminar todas as nossas dores. Como? Estando lá, marcando presença. Não é preciso tiradas poéticas, juro, nem sequer um "Estou aqui para o que precisares", mas, como diz a cantiga, um carinho às vezes faz bem. Venham em nosso socorro e que o carinho venha disfarçado: digam e façam dispates e façam-nos esquecer o motivo pelo qual vos chamamos. Mostrem-nos sobretudo que são capazes de levantar o rabo do sofá por nós, mesmo que o motivo para o fazerem seja aparentemente nenhum.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O Thor morreu

E eu acordei às 5 da manhã sobressaltada. Disse à minha irmã que o Thor não estava bem. Ela disse que ele estava só a miar e para eu não me preocupar que o meu pai já lá tinha ido.

Cheira a Thor.

Os peluches que o Thor violentou estão espalhados por todo o lado.

Eu cheiro a Thor.

Eu sinto o Thor ainda deitado nas minhas pernas.

Eu consigo sentir o pêlo macio do Thor.

Mas vou ter que arrumar tudo. Já não há Thor. 

domingo, 18 de novembro de 2012

A morte é a coisa mais natural da vida

É esta uma das pérolas que as pessoas dizem umas às outras nestas alturas acompanhadas de pancadinhas nas costas. Mas, a bem dizer, fenomenologicamente a morte é anti-natura, sem o ser. Porque não é nada como a coisa mais normal da vida que a pensamos. Se todos nós andássemos com este pensamento atrelado todos os dias - que é natural e que pode acontecer a qualquer momento - basicamente não vivíamos ou viviamos mais, não sei.  Nisto, talvez todos vivamos agarrados ao mito de que vamos durar para sempre e de que as pessoas que nos rodeiam também, por muito que saibamos perfeitamente que toda a gente morre e por muito que já tenhamos frequentado uns quantos velórios, alguns de pessoas bem próximas.

É por isso talvez que quando vejo um corpo inerte, de uma palidez tenebrosa, com as mãos pousadas muito direitas uma em cima da outra e ainda um véu transparente a ornamentar isto tudo o meu pensamento, para além de todas as emoções, é sempre "Isto não é nada suposto e é a coisa mais anormal de sempre", por mais que seja supostamente normal.

sábado, 17 de novembro de 2012

A rapariga que faz tudo para ser vista como a melhor...

... e que não perde uma oportunidade de se auto-elogiar

Foi assim que me descreveram. Num tom pejorativo, claro. Assim me descreveu quem nunca falou comigo. Eu fiquei sentida a sério. Não sou intocável nem consigo aquela proeza de poder bem com o que os outros dizem. Mas depois pensei que talvez tudo seja verdade.

1) Decididamente talvez seja ainda mais grave: sou a rapariga que faz tudo para efectivamente ser a melhor. Sempre fui assim. Não me perguntem porquê. Ou se quiserem perguntem, posso pensar nisso. Talvez por ter sido a primeira de uma nova geração, talvez por ser aquela em quem depositaram o maior afecto mas simultaneamente as maiores expectativas. Cresci com a vontade de não desiludir ninguém. Geralmente faço muito do que os meus pais esperam e querem, muito do que os meus professores esperavam e queriam e porto-me à altura de várias situações. Não sinto que seja sempre bem sucedida: frequentemente pareci a melhor, sobretudo em termos académicos, mas tive sempre alguém para quem olhar que considerava melhor que eu. Senti sempre que tinha muito a aprender e que existia quem fosse melhor do que eu, em vários domínios. Eu quis ser sempre melhor do que eu. 

2) Gosto de me auto-elogiar, sim, e este blog, que tantas vezes alcunho como o reservatório de boa vibe, é um sítio por excelência para isso. Tento ao máximo afastar daqui ondas mais negativas, embora às vezes, claro, e como uma pessoa não é de ferro, também venha para aqui carpir as minhas mágoas. Acho ridículo quem condena o auto-elogio, como se só a auto-comiseração e a lamúria constante constituíssem pose de alguém digno. O auto-elogio deve existir tanto como a auto-crítica. Se calhar aqui mimo-me mais do que me chicoteio, mas mimar-me aqui é saudável, faz-me bem.

Hoje, pela primeira vez, senti que nunca mais escreveria neste blog. Neste blog que não é nada de interessante tal como não é, provavelmente, quem eu sou, foi dito. Felizmente este meu estado de alma durou só uns 10 minutos. Depois surgiu aquele momento em que me auto-motivo: mas o blog é meu ou é de quem, carago? 

Ainda não olhei bem para o céu, mas hoje as estrelas que jogam a meu favor devem estar todas desencontradas. E como sou normalzinha, lá no fundo ainda vou rebobinando as coisas enquanto afundo no sofá e penso que aos 24 anos eu devia era estar a preparar-me para uma noite de rambóia. Ou deixar de pensar no que devo ou não fazer.

Até sempre

Não tenho mais palavras a dizer porque não julgo ter direito às mesmas. Mas acredito que pelos que torceram por ti, pelos que correram por ti, pelos que fizeram por ti e pelos que agora quebram por ti, há vidas que embora curtas - sempre curtíssimas na perspectiva de quem fica a querer mais - são longas.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Quem percebe são os homens

Vocês não falem de medidas que quem percebe são os homens!

MJ, estou um bocado assustado como é que tu também percebes, MAS...

Estão aqui dois indivíduos a discutir acerrimamente e de forma ilustrada os respectivos tamanhos de...

...________________ (vocês completam).

Para ilustração começaram por usar garrafinhas de àgua de 30 cl, depois outro foi buscar uma garrafa de 1,5l, o picado não tem mais e saca de uma garrafa de 5 litros e o último finaliza com um bidão de cola.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A problemática do roço aleatório

Como sabem sempre dancei a solo, porque isto de dançar a pares é uma coisa que exige química e pelas minhas redondezas, a bem dizer, não havia grandes escolas onde fosse fácil encontrar par. Além disso diz que nestas coisas é o homem que é dominante e eu tenho a mania de conduzir. 

Costumava abandalhar com o meu par, que é como quem diz, fazer qualquer coisa parecida com dança a dois, mas que nada mais era do que um rebolation e improvisation aleatório: nada de regrado ou estudado... Diz, contudo, que impressionávamos por onde passávamos. Àguas passadas.

Hoje enfrentei todo um mundo novo graças à directora do meu nobre local de trabalho que me delegou uma proposta que lhe fizeram a ela - fazer uma coreografia de kizomba para apresentar na festa de Natal com um professor da modalidade que é também professor lá no estabelecimento. Kizomba era provavelmente dos últimos estilos que escolheria por diversos motivos: 

1) Há ali muito roço;
2) É ali um afro-pimba que não me puxa nada ao sentimento e à emoção;
3) Parecia-me um estilo demasiado lento e arrastado.

Mas, quer dizer, ter aulas de dança de salão de borla, fosse do que fosse, com um professor à mercê, não era assim tão mau. Então pois que à hora marcada lá estava eu. A coreografia foi digerida sem dificuldade, mas entretanto...

- Estás muito presa!

- Tens que me sentir e ao que eu te estou a pedir e deixar-te levar.

- A parte de cima do corpo não mexe, o jogo é todo na cintura.

- Kizomba é sedução, estás a perceber? É jogo. O homem tac-tac e ela tac-tac.

- Eu tenho que sentir a tua perna a roçar na minha. Do lado direito eu sinto, do lado esquerdo não.

- (e perante a minha insistência em saltar alegremente cada passo em vez de deslizar mais suavemente) Esta é uma dança de fim do dia, arrastamos os pés, estamos cansados.

Fiz um esforço verdadeiro para seguir as instruções. Repeti mentalmente que o senhor era um profissional, sabia o que fazia, além de que sendo bem casado e pai de filhos - acreditando numa moral bem cimentada - vamos excluir a hipótese de roço aleatório, portanto eu teria de descomplicar só e descontraír ligeiramente a postura (que isto mudar de uma contemporânea muito técnica para um kizomba dengoso não é da noite para o dia!). Acho que fui conseguindo. Pelo menos no fim saí com motivação para a próxima terça-feira:

- Perfecto! Parabéns. Superaste todas as minhas expectativas.

E pronto, assim brotaram em mim duas ou três costelas africanas.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Vou ser uma péssima mãe

Há momentos em que a minha mãe tem lapsos mentais severos. Eis um breve exemplo de uma intervenção que fez dirigida à minha irmã.

- Já viste, ele acha que a mãe dele é a Mary Jane! Deve ser porque são parecidos... no cabelo!

O garoto passa a maior parte do tempo a dormir ao meu lado. É fedorento, mas acho que já me habituei ao cheiro. No primeiro dia em que chegou tirou a primeira soneca nas minhas pernas à chinês ali a perfilar uma caminha improvisada no chão, depois de eu ter percebido que embora tolo de sono não se deitava no chão (sentava-se e levantava-se) porque estava demasiado frio. Ferrou o galho aos primeiros 5 minutos perfeitamente enroscado e encaracoladinho nas minhas pernas e eu não me mexi durante uma hora sentada no chão frio para não acordar a criatura. Não estava a comer a ração, mas eu dou-lhe os meus dedos a lamber profundamente e vou enfiando os chocapics dele dissimuladamente um a um. Quando é passado para outros colos e eu estou presente não tira os olhos de mim. De resto, quando não está a dormir está a destruir coisas, designadamente as próprias gengivas que já estão todas ensaguentadas depois de tratar de destruir o parquinho que o meu pai fez artesanalmente com toda a dedicação. Logo ao primeiro dia arrastou cheio de talento o parquinho e esquivou-se por baixo. O meu pai foi buscar pesos ao ginásio. Já não se escapa, está a tratar de comer a madeira para escapar. À noite quando vou dormir deixo-o na caminha do parquinho. Ele sai da cama. Chora que se mata. 
Eu vou embora. 
Eu espreito.
Eu vou embora.
Eu espreito, ele vê-me, cala-se e fica de cabeça pendida para a esquerda.
Eu vou embora.
Eu espreito e fico de coração partido porque não vejo aquele rabinho a abanar freneticamente qual para-brisas em dia de muita chuva.
Eu vou embora mesmo.
Eu ouço-o a chorar desalmadamente.
Eu fico a sofrer com o raio do choro desalmado e só me apetece ir resgatá-lo para a minha cama.

Mas não. Este cão é macho. Este cão é Thor, o deus do trovão. E há-de ser cão para me defender, não para eu esconder na cama.

Mais do que as qualidades apaixonam os defeitos

Esta é uma teoria que guardo no forno dos rascunhos há uns dois meses. Mais do que tudo é uma  certeza firme, mas que as palavras ainda não conseguiram resgatar tal e qual a sinto.

Estou emocionalmente disfuncional. Sem que isto seja negativo. É natural, inevitável talvez. Digo que estou disfuncional, inoperante porque simplesmente ainda ninguém conseguiu ligar todos os fusíveis activadores desse fenómeno que é a vinculação romântica e que me faz querer ser e ficar por inteiro com alguém, na perspectiva fenomenológica da coisa, desde que eles desligaram pela última vez. 

Na verdade talvez eu própria esteja a fazer um esforço não percebido para que não liguem: quando poderia estar com os meus pés prestes a abraçar novo terreno, há sempre um estranho efeito de ricochete que me conduz de um ponto até poderia ser a um ponto zero. Há quem ponha tudo em termos simples: não era a pessoa certa, não tinha que acontecer. Mas eu que acredito profundamente no amor (ou no meu conceito de amor), mas que acredito também que existem várias pessoas potencialmente certas que se podem tornar a certa e não propriamente A pessoa certa (até porque, convenhamos, esta teoria torna tudo bem mais complicado - e se nunca dermos de caras com a certa?!) tive que encontrar uma qualquer teoria explicativa para esta fenomenologia. Porque é que não me dei a quem me deu quase tudo, e, tal como a canção diz, na verdade quase tudo foi de mais?

Na verdade há muito boas pessoas por aí. Ou vá, muitas moderadamente boas pessoas por aí. Ou talvez melhor ainda, o mais directa que posso ser é dizer que o pacote desejável bateu-me frequentemente à porta este ano: simpatia, amabilidade, bom aspecto, interesse, disponibilidade, potencial para realizar sonhos e fazer um conjuntinho de coisinhas amorosas com as quais sempre sonhamos. E sim, há homens espectaculares por aí. E sim existiram alguns indivíduos (plural, sim, mas não um excesso!) nesta fase de solteirice que passaram por mim e mereciam ser realmente gostados. Mereciam mesmo. E eu sei que fui protagonista de umas quantas histórias com final infeliz, sem grandes razões para isso. Será que trocei da minha própria sorte? Simplesmente, conseguia dar muito, mas não senti que conseguisse dar-me a mim. E vim-me perguntando, porque não resultou? Por um lado não sei mesmo, deve haver uma conjunção de factores indecifráveis e irrepetíveis que determinam se uma história vai resultar ou não, acredito eu. Por outro, o facto de conseguirmos tolerar, achar piadinha a alguns defeitos, odiar com todas as forças outros - porque, perdoem-me,  há defeitos que são impossíveis de gostar, são insuportáveis - mas mesmo assim constatar que até esses são extremamente compatíveis porque lá no fundo sabemos que sem eles aquela pessoa ficaria descaracterizada, é talvez aquele aspecto que mais do que as qualidades nos indica que estamos perante uma pessoa com potencial. E por isso defendo, numa teoria inacabada, que acho que mais do que as qualidades é a compatibilidade dos defeitos que pode determinar a durabilidade de uma relação.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Há um que vale a pena

De entre todos os chain mails que o meu pai me envia (como já disse, ele sublinha que os dele são para abrir porque valem mesma a pena), apareceu um engraçado com especial interesse para quem teve um dia de caca:


Eu não tive o dia de caca e ri-me um bocadinho com isto e estaria tudo muito bem, se a seguir não tivesse recebido outro e-mail com o título "Sobre os nossos pais". Não arrisquei abrir. Aposto que está recheado de música de elevador e frases supostamente tocantes.

domingo, 11 de novembro de 2012

Aguardam-se extremosos contributos...

... para o novo separador deste estabelecimento - "Movie List" (ali em cima logo ao ladinho da "Bucket List"). É favor que tudo puxe pela cachimónia e ajude a aumentar a lista. Como é domingo e os motores ainda estão frios, eu ajudo:

Estão a ver aquele filme que não queriam ver e que depois se revelou uma agradável surpresa?
Aquele que vos fez lacrimejar embora não o confessem?
Aquele que vos faz lançar um determinadíssimo "Tens de ver!" com a sensação de que se a pessoa não o vir está a perder uma grande maravilha do universo?
Aquele que dizem que é o filme da vossa vida?

É favor conferir se a vossa resposta a qualquer uma destas perguntas já se encontra na lista de filmes a ver. Se já tiver visto logo escrutino se vocês têm bom ou mau gosto.

O bicho, o individuo, o Vitorino, o baby, o bebé (pró mais velho perceber)...

... isto é, o desgraçado que é chamado por uma multiplicidade de nomes por ainda não ter um definido tem já algumas hipóteses a ser consideradas mas nenhum reúne consenso. Eis a lista para ajudarem:

Athos

Bentley

Hunter

Inka

Thunder

sábado, 10 de novembro de 2012

Socorro!

O bicho está a comer-me os cabos todos! Isto depois de violentar uma rã de peluche.

Procura-se, com urgência, nome para cão macho

Tem um dia em minha casa e é muito estranho ainda não termos nome.

Pessoas bonitas, não há ninguém com fome?

Se houver relembro que há o jantar do ano em Lisboa a 1 de Dezembro e no Porto (data alterada!) a 8 de Dezembro, porque há pessoas simpáticas e festivaleiras que prometem estar nos dois.

Para o do Porto relembro que recebo inscrições no meu emílio (vulgo e-mail) até 15 de NOVEMBRO, inclusivé.

Para o de Lisboa enviem as pré-inscrições até à mesma data para: ana_jerf@netcabo.pt.

E toca a reparar no selo supimpa que já anda por aí a circular:


There she goes again ou música do momento #22...

When my 60 seconds came around I realized I had everything I ever wanted... but nothing I really needed. and I think what I need is here. and I came all this way to see if you maybe think so too. If you do, well... I don't really have plans past that, which is new for me. So, Declan O'Callhan and I should probably learn your middle name, here is my proposal; I propose we not make plans, I propose we give this thing a chance and let it work out how it works out. so what do you say, do you wanna not make plans with me? 

Foi inevitável e é incrível como pequenos estímulos activam memórias e eu soube logo ao ver uma determinada parte do filme Leap Year - um filme que me fez soltar uma gargalhada sozinha, feito complicado dado que sou de sorriso fácil, mas gargalhada difícil - que já tinha sentido esta coisa dos planos e não planos tal e qual e que até o tinha escrito aqui. So remembering...

Apareceste, tão diferente de mim, e insististe até que eu olhasse para ti.

Foste das poucas coisas que não planeei na minha vida e és a melhor coisa que me aconteceu na vida.

When you were young
And on your own
How did it feel to be alone


I was always thinking of games
That I was playing
Trying to make the best of my time

But only love can break your heart
Try to be sure right from the start
Yes, only love can break your heart
What if your world should fall apart


I have a friend I've never seen

He hides his head inside a dream

Someone should call him and see
If he can come out
Trying to loose the down that he's found



Incurável. Romântica, me confesso. Amanhã vou negar tudo. E continuo a acreditar que o esperado, o não esperado, o planeado ou o não planeado, seja o que for, me vai surpreender.  Não me levará por desespero, por carência, que apesar de tudo há coisas que nunca se querem por menos do que valem. Mas tenho a certeza que no dia em que deixasse de acreditar que tenho um grande amor para viver uma parte importante de mim morria.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Ponderei não contar isto, sob pena de não me acharem uma pessoa normal...

... mas eu juro que nos meus sonhos devo estar envolvida em treinos avançados de uma arte marcial qualquer. Uma qualquer não. Deverá ser uma extremamente agressiva, extremamente certeira e muito ligada a energias. Energias extra-terrenas até. Só assim se justifica que a meio da noite, não sei bem como porque estava de olho fechado, tenha atirado um dos meus aparelhos móveis ao ar, o tenha golpejado bem a meio com a mão - que foi com a mão lembro-me porque foi com o impacto da mão que acordei; se foi a meio não tenho tanta certeza, mas suponho que sim, porque a parte da frente foi aterrar no lado direito da cama (leia-se não na suave caminha, mas no chão) e a parte de trás ao lado esquerdo da cama (leia-se não na suave caminha, mas no chão) e a bateria também saltou algures no meio - e o tenha desmantelado tão ordeiramente. 

Foi um fenómeno incrível. Se estivesse acordada e quisesse fazer igual não conseguia, juro.


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Mary Jane convida...

...a ajuntarem-se a esse evento festivo que é o Jantar de Natal de Bloggers no Norte. O facto de ser Natal é o acessório, a desculpazinha, o teminha, mas o que interessa mesmo é estarmos todos presentes, ou pelo menos os bons, vá! Eu vou e como não sou mulher de me sentar, comer, conviver e esperar que tudo apareça feito ofereci-me para co-organizar e estou a receber no meu emílio (quem não souber o que é não é digno seguidor) as inscrições. Portanto, têm o selo Mary Janístico de que vai ser bom. Só não vai saber quão bom foi quem ficar de fora. Não me enviem é e-mails a dizer que preferem dia 8 porque no dia 1 vos dói mais a unhaca do pé para eu não dar em maluca até lá.

Resumindo, venham daí. Eu, co-organizadora, irei com nome de blogger, não com nome próprio, e asseguro aqui que impedirei qualquer tentativa de registo fotográfico à minha pessoa. Por isso apelo para que a manutenção do anonimato não seja uma desculpa para não virem - ninguém tem de ficar amigo para sempre, nem sequer trocar obrigatoriamente números de telemóvel para enviar sms de votos natalícios ali no dia 21 quando toda a gente começa a temer que depois as sms comecem a ser pagas. Fundamentalmente pensem é um dia único na vida, para estarem com pessoas únicas, com a despreocupação de que podem fazer as melhores e as piores figuras do mundo que, se quiserem, nunca mais vão ver ninguém e é tudo uma maravilha na mesma. Tentadora a proposta ou não?

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Aconteceu uma coisa!

Quer dizer, não aconteceu hoje, aconteceu há uns dias, mas acabei de ver que o meu primeiro salário se alojou na minha conta. Pois que há um item da Bucket List a riscar... A sensação à primeira vista foi um equivalente a um pouco excitado e até plácido hey, estou rica. Quer dizer, em perspectiva estou rica: além dos dinheirinhos que fui fazendo em trabalhos pontuais, este é o maior montante mesmo meu. O primeiro montante de um mês de trabalho com horário certinho. 

Vou festejar, cogito! Ainda para mais agora recebo coisas de nível, como um cartão bonito do clube AXA que dá desconto - que quase não se vê - na gasolina e noutras coisas pomposas, como em alojamentos. Acho que me vou fazer à estrada e fazer um fim-de-semana finex, cogito depois. E pronto tudo seria bom e bonito se todas as minhas paixões à primeira vista não tendessem a desfazer-se à segunda. À segunda vista percebo imediatamente porque é que proferi um hey, estou rica muito parco em entusiasmo: lembro-me que me endividei com meio mundo para cobrir as despesas que precisei antes de ter fundo próprio e subitamente sinto-me pobre outra vez. Posto isto, os meus planos extravagantes para o primeiro salário passam exactamente por pegar na agenda/diário de bordo/coisa que sabe tudo sobre a minha vida e pagar o que devo!


terça-feira, 6 de novembro de 2012

O meu carro resolveu soluçar hoje no arranque

Isto à saída do trabalho, antes do regresso a casa, numa viagem que me toma entre 30 a 40 minutos. E não sei se foi por ficar sugestionada pelos soluços iniciais que me sugeriam que o meu belo carro poderia falecer a qualquer momento, mas vim o caminho todo a sentir pequenos solucinhos, a sentir qualquer solavanquinho extraordinário, a sentir como se o meu carro estivesse a receber empurrões levezinhos, bem distintos do grrrr-grrr-grrr-ai-que-vou-decompôr-me-todo-a-qualquer-momento inicial. Nisto já estou eu própria quase a soluçar com a ideia de existir algum problema.

Expus o problema ao "mecânico" cá de casa e como a coisa aconteceu a frio, ele recomendou-me deixar esfriar o bicho e mais à noitinha vamos puxar por ele. 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O homem que parece que está interessado versus aquele que realmente está

Parece fácil de detectar, mas às vezes não é. Porque um homem que parece que quer saber pode ligar-nos 10 vezes ao dia e enviar 100 SMS... Isto é o tipo de coisa que só um homem totalmente colado, vidrado (irritantemente interessado, até) faria, certo? Errado. Geralmente faz isto, até logo numa fase inicial, o que parece que está interessado, mas está é verdadeiramente curioso relativamente à cor das nossas cuecas, pelo que convém abreviar a coisa.
O que está verdadeiramente interessado vai contar os minutos entre as SMS que envia (por muito que quisesse enviá-las seguidas!), num esforço de auto-controlo.

O que parece que está interessado vai descrever muitas vezes quão bom é e falar dos inúmeros talentos que tem. Não perguntará nada sobre a fêmea para além de questões rudimentares e básicas (e.g., Dormiste bem?) ou para além daquelas que servem para engrandecer o próprio ego que afinal parece não ter bases para se segurar sozinho ("Qual foi a primeira coisa que reparaste em mim?; O que é que achas que tenho de melhor?"). É o tipo de pessoa que intencionalmente, ou simplesmente por imaturidade, não quer ter uma relação com outra pessoa: quer ter uma relação consigo própria, só que ainda não descobriu e pensa que quer muito amor. A menina estará lá apenas para idolatrar. 
O que realmente está interessado mesmo que fale dele - até porque a bem dizer, na conquista acaba por se estar a vender um produto e há que o apresentar atractivo - também vai querer saber de nós, incessantemente de nós, detalhadamente de nós, genuínamente de nós. E não vai ser apenas com base nas perguntas que colocam que vamos notar este interesse (até porque em série matariam qualquer uma), mas no ar embevecido da escuta. 

O que parece que está interessado tem revelações pseudo-afectivas rápidas. Será célere a fazer crer que a mulher-alvo ilumina a existência dele, que o deixa mais empolgado, com saudades e ansiosamente à espera do próximo contacto. Vai apontar inclusivé entusiasmado que acha que aquilo é "qualquer coisa". Vai ser proficiente também a "inventar" nicknames amorosos. Geralmente, "inventa" os mais pirosos e populares da história - "coração", "princesa" e similares.
O que está realmente interessado vai gaguejar da primeira vez que tentar chamar à mulher que lhe dá a volta aos sentidos qualquer outra coisa que não o nome próprio ou vai trocar as palavras todas de sítio da primeira vez que quiser fazer uma declaração mais séria.

Machos por aí, desculpem lá revelar os vossos segredos, mas tudo é feito em prol da qualidade - há que saber reconhecer os bons. E eu tenho a certeza que os bons ainda andam por aí.


domingo, 4 de novembro de 2012

A teoria que vai salvar o país: a fruta é da natureza, é pecado não dar

Eis o principal motivo pelo qual eu acho que mais coisas deviam ser à borla e que serve de base a uma nova teoria económica que aqui venho apresentar em primeira mão (nem sei se devia!!!). Esta teoria económica nasce do contributo de uma senhora que eu conheço - que preferiu o anonimato dada a ampla exposição que este blog lhe concederia - e que estava profundamente revoltada com o facto das vizinhas terem árvores carregadinhas de fruta e não lhe darem nenhuma. Os seus argumentos tinham por base duas premissas para uma só conclusão:

1) a fruta é da Natureza;
2) a fruta é de Deus;
3) portanto é pecado não dar.

Para esta senhora, a fruta não faria mais do que o milagroso evento de amadurecer saudável por obra e graça, e por acção da Natureza, e portanto quem não partilhava a sua fruta seriam apenas as pessoas mal formadas e pecadoras.

Eu cá acho que este pensamento pode ser profundamente vantajoso. Por exemplo, alguém com uma voz portentosa devia fazer concertos a um preço capaz de cobrir apenas as necessídades técnicas dos mesmos - a voz é coisa da Natureza, não temos culpa de não ter nascido todos com uma, logo é pecado cobrar por aquilo que uma pessoa teve a sorte ou a benção de ter. Um cantor deve ofertar o seu dom.

E desse lado, de que estão à espera? Toca a juntar argumentos para enriquecer esta nova teoria económica acabada de alcunhar "Pro deum"! Em resumo, esta teoria define e defende que há um conjunto de bens e serviços pelos quais não deveríamos pagar pois as pessoas que os executam/têm dispõem deles por obra da sorte, da Natureza ou de Deus.


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atentai ao tom jucoso deste post e contribuí pois com base no mesmo. Bem sei que há muita gente a não receber por muita coisa bem feita que faz que devia efectivamente receber e que há argumentos capazes de rebater todas as premissas da senhora

sábado, 3 de novembro de 2012

Boi para mim!

Mediante a decisão entre bifinhos de boi ou bacalhau com broa para o jantar desta noite, uma pessoa dá uma resposta directa, rápida e sem complicações, como se quer:

- Boi para mim!

E apercebe-se que qualquer resposta, por mais singela que seja teoricamente, pode ser rapidamente transformada:

- MJ, estás com um cabedal, cuidado! Para mim é um bifinho do Boi dela!

Sou espalhafatosamente discreta ou música do momento #21

Sou espalhafatosamente discreta no que toca ao que vai cá dentro. Digo isto porque no meu dia-a-dia, no meio da alegria, da simpatia, do envolvimento, do entusiasmo por tudo o que parece que me pode fazer pulsar mais um bocadinho, ninguém sonha, ninguém desconfia, ninguém conta as dores que por cá passaram. E quando, de vez em quando caio, a incredulidade é a reacção comum de todos. Ainda sou aquela que (parece que) nunca quebra. Mas este ano eu assumo, quebrei muito. E tenho saudades de muitas pessoas. Perdi muitas pessoas este ano. Foram mais aquelas que perdi, do que aquelas que segurei cá. Não sei bem porquê. Sei que foi culpa minha deixar tudo voar... Não quis segurar ninguém porque nem a mim me segurava bem. Às vezes nos momentos de maior golpe de vazio apetece-me resgatar toda a gente, chamar toda a gente, acordar toda a gente, mas não o faço, porque se cresce melhor sozinha.

Ganhei coisas, claro. Profissionalmente apareceram coisas. Não fui condenada a um ano de sofá como tanto temia. Fui elogiada. Tenho sido elogiada. Envolvi-me em novos projectos, enchi-me de coisas, e mais coisas, iludida de que com coisas me enchia de vida, mas a verdade é que queria enganar o tempo: queria despejar-me de tempo para pensar em mim. Pensar em coisas, fossem quais fossem, seria mais produtivo para recalcar. E foi produtivo porque as coisas em que me envolvi são sérias e fazem de mim uma pessoa geralmente apreciada na comunidade. Mas a verdade é que continuo a sentir-me alforreca - não é que as alforrecas não tenham vida, mas a mim sugere-me sempre uma coisa que pulsa desinteressadamente com a maré e abana ali só o esqueleto de vez em quando. E não gosto de me sentir alforreca, porque vocês sabem que sou pessoa de acção.

De resto saibam que não há motivos para eu não estar bem. A verdade é que com razão, ou sem ela, termino o ano (este ano entrei precocemente em balanços, eu sei!) com a sensação de que o detestei e com vontade de lhe espetar com a porta de encerramento bem forte na cara. Mas pronto, isto é só um momento de pieguisse a que me dei ao luxo - porque até dizem que um blog pode ser um bom divã - que vai passar já. É um desabafo tê-pê-émico, apesar de não estar nessa altura do mês, ou um estado temporário induzido pela música que estou a ouvir que puxa às angústias filosófico-existencias, e daqui a nada, estou bem. Prometo. A mim mesma em primeiro lugar que gosto muito desta criatura que cá habita.


tempo a mais não é bom
mostra o que eu não devo ver e eu
tento então não olhar 
mas o que eu não queria ver 
sou eu

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Às mentes curiosas e impacientes, eis Mary Jane desnuda:

(só porque sei que já ninguém aguenta a curiosidade)


3) A fase de escolaridade que mais deixou a minha alminha toda aos pulos foi:
c) o secundário, com notas de 0 a 20 dignas de gente grande e com milhentas actividades nas quais participar
Em relação a esta questão cabe sublinhar, e desfazendo qualquer confusão que faça crer que eu experimentei realmente a escala toda, que eu nunca experimentei do 10 para baixo. A minha mente muito activa produzia ali sempre do 16 para cima que era uma beleza.

4) O que é mais provável que me encontrem a beber ao almoço?
a) Àgua
Ninguém me achou capaz de beber uma mini. Isto revolta-me, pois é bem possível que esteja a transmitir uma visão "pacote de cereais" uniformatada da entidade que gere este estabelecimento. Só por isso, acho que vai passar a ser bebida de eleição, a tal mini. A ver se me passam a achar uma pessoa com cor e sabor, em vez dessa coisa descolorida e sem sabor que se chama àgua e que por acaso era a resposta certa.

5) Qual destas séries nunca vi:
c) Grey's Anatomy
Cabe notar que apesar de nunca ter visto um episódio inteiro, por um lado porque não calhou, por outro porque nunca quis fazer calhar dado o grave estereótipo que tenho em relação a esta série que me faz achar que é uma novela mexicana com mais produção, consumo bastante a banda sonora! A maior parte das apostas foi direitinha ao Glee. Acharam que Glee era uma série lame para mim? A verdade é que não vejo assim tantas séries. Acho que a única série da qual já vi uma temporada inteira foi só uma: Dr. House. Não porque não lhes ache piada, mas porque acabo por orientar o meu tempo livre para outras coisas. Mas Glee caiu-me no goto numa altura em que me era conveniente ver para orientar umas actividades com os meus adolescentes do teatro. A verdade é que para pessoa das artes de palco como eu é um must see, seja para o bem ou para o mal.

6) Qual destas é falsa:
c) Nunca joguei no Euromilhões.
Fácil, fácil, mas ainda sim deu respostas para todos os feitios!

7) Qual destas frases não seria proferida por mim:
b) Com força de vontade tudo se consegue, eu deixei de fumar mal quis!
Só porque nunca sequer fumei e, a bem dizer, era a mais inertezinha de todas.

8) A minha posição predilecta para dormir é:
a) De barriga para baixo.
Qual dormir com alguém acoplado! Gosto da sensação de dormir com alguém ao lado, mas sou muito sensível em relação ao meu espaço de sono: quando é para dormir mesmo, cada um no seu canto.

9) A minha relação com chocolate é melhor definida como uma:
b) relação aberta - dou-lhe umas dentadas ocasionalmente, mas como está claro que não é o favorito, deixo-o sempre ao alcance de todos, pelo que quando regresso já está todo comido.
É bem provável que tenha chocolate ao meu alcance e que não tenha a mínima vontade de lhe dar umas trincas. Era de caras para quem está por cá há mais tempo.

10) Tira-me completamente do sério sair de casa sem:
d) Telemóvel.
Das questões que reuniu mais respostas acertadas. Está claro que todos me vêem como uma mulher despachada. Ou então de todos os "dramas" que leram este é eventualmente o maior ou o único que faz o mínimo sentido.

11) Qual destas é verdadeira:
c) Prefiro uma omelete a um bacalhau com natas.
E perdoem a falta de sofisticação e tal, mas eu nunca comi sushi!

12)
d) Sou Caranguejo.
E da última vez que o disse alguém, apontando que era o signo mais docinho do zodíaco e lançando o meu melhor sorriso, essa pessoa fez cara de nojo e produziu um som equivalente. Mau!

And the award goes to... Hermione. Que por ter sido a única a tirar positiva no "teste", com 7 respostas correctas, é a única que tem direito a ser mencionada. Como prémio vai muito honradamente fazer-me umas bolachinhas de prenda de Natal :D

Mapa Astral - short edition

Eu bem achei que era borla a mais quando o Jedi Master Atomic me indicou a possibilidade de um mapa astral on-line, mas como ele até parece um tipo sóbrio decidi ir ver que tal e eis que numa questão de segundos me presentearam com uma versão breve do dito mapa tal como com o imediato convite queres mais? paga! Fiz beicinho, mas logo esqueci e prossegui entusiasmada para a leitura que me era gratuitamente proporcionado! Para quem tem medo das revelações agoirentas informa-se que no mapa astral é apontado apenas um potencial energético relacionado com a data do nosso nascimento que, tal como tudo o que se move neste planeta dinâmico, pode ou não ser actualizado, por isso mulheres que tiveram a coragem de dizer que também estão curiosas, corram até lá que não há risco daquilo dizer que vão ficar a viver com o gato para sempre ou que amanhã há risco de vos cair um meteorito em cima. Façam lá e contem como foi.

De entre as minhas revelações, e saltando aquelas que se pode ler em qualquer lado sobre as pessoas do meu signo, destaco:

- Outwardly, you appear slightly different from your real nature. - confirma-se a teoria que tenho de que a primeira impressão que as pessoas têm de mim é seeempre errada.

- Although you are a passionate person and easily drawn into love affairs, virginity and family ties remain important concepts for you. - confirma-se que sou pura e casta e que a minha vida não é nenhum bacanal

- You will proceed with prudence in your love life. You will seriously consider all of the ramifications of a relationship (...) and you will not commit yourself to a partner until you are sure of your choice.  Although you like to know a lot of different people, you are not interested in getting close to them or involved in their lives. It may be hard for you to form a deep attachment to someone. You tend to take any personal relationship quite seriously and generally don't get too involved unless you are fairly sure it will be permanent. In that case you throw your whole self into it.- carago, bruxos, estou desnudada perante a blogosfera!

You will give an image of ambition, persistence, will power, consistency and perseverance. You were born with the tendencies to seek material, social, and, perhaps, even political power. (...) Able to work hard, you will bear obstacles and frustrations with patience. - palavreado muito bonito que convém destacar em prova da pessoa competente que sou

- You may be able to amass considerable amounts of money in a manner which is not acceptable to your acquaintances. - só para sublinhar que vou ser muito rica. Gostava de ser correcta também, mas se não der, paciência. Acho que vou já preparar as poses...

- Physically, the Moon will give you an intensely active life full of changes, mobility and fluctuations. - fisicamente? hum? Eu gosto de tranquilidade! Que é isto de fisicamente, vou andar por aí a passear de um lado para o outro?

- On the favorable side, there exists a vast reservoir of creativity which could be successfully applied to such pursuits as writing and poetry - Mas depois num longo palavreado desancam-me que sou uma criativa tarada que não caio na real...

- Destiny may put you into positions where you will work under the direction of extremely kind and attractive superiors. A love relationship could start due to this interaction. - A minha alma gémea então será... o patrón! Extremamente generoso e atraente!!! Isto leva-me a pensar que este não será um assunto resolvido em breve. Tenho uma patroa. E não me parece que a minha orientação sexual seja a tal coisa dada a flutuações.

- It appears, that you will be married to a rather proud but dignified individual, and much of all the progress that you will make in life will be a derivation of your relationship. - Carago, basicamente estão a dizer que eu vou conseguir tudo à pala do patrão! Como é? Não sou suficientemente competente e trabalhadora sozinha? E é tudo o que têm para me dizer sobre o amor, hum, hum? Que vou ter uma relação hmmm... "funcional"?

- The physical care and well-being of your lover are very important to you, and you may be generous to the point of lavishness. - Querido futuro, vais ser tão bem tratado...

Your lover may not have as much energy and may find your pace wearing after a time. You have a special talent for keeping the spirit of an affair fresh. A natural leader in love, you always have fresh and interesting ways to express yourself and your affections. Just be sure that your partner can keep up with your stride. - Então, como é? Não há estaleca para mim, babe?

- Your mind works quite quickly, and you have a lot of mental energy. Just don't lose your curiosity about getting answers by concentrating all your energy on winning the argument. When you are talking with people, be careful how you speak, because you tend to express yourself argumentatively even when you have nothing to fight about. - :D Que lindo.

- You have a personal chemistry that never fails to stimulate people to be friendly toward you. No one should feel any discomfort with you because you project yourself freely and honestly. You relate easily to all types of people and are friendly to everyone, regardless of their social status. - Pessoas todas, beijinho a mim que sou muito amiga!

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Mary Jane, o tarot e afins

Em tempo de bruxas, deixem-me pôr as bruxarias em dia. Houve uma altura em que desejei ter poderes especiais. Aquela altura em que ainda não sabia bem o que isso era e que achava que saber se ia ter um namorado em breve ou não, ou se aquele dia iria ser fantástico ou uma grande treta, poderia ser uma coisa buéda gira e buéda fixe. Hoje continuo a não saber o que é - não fui bafejada com dotes intuitivos especiais - mas sei que não gostava de ter poderes especiais. Esta ideia de controlar tudo um bocadinho mais não me agrada. Até porque ter feelings, premonições de cada vez que quisesse pôr um pé fora de casa poderia bem ser castrador da minha liberdade. Hiper-vigilância constante, não obrigada.

Mas tenho curiosidade. E acredito (ainda que por vezes muito céptica e agarrada à terra) que possa existir quem tenha uma sensibilidade diferente e inexplicável. Por isto, não me importava de estender a palma da mão ou deixar que me lessem as cartas se soubesse que a pessoa em questão era mais que um bom contador de larachas com vontade de pôr notas para o bolso ou alguém que acredita ter um dom que efectivamente não tem - encalhou naquela fase da adolescência em que parecia ser giro ter um dom e leu muitos livros e ficou a acreditar que tinha poderes. Da mesma forma adorava que me construíssem um mapa astral, porque por muito que previsões semanais para signos seja coisinha para me deixar indiferente, a caracterização geral do meu signo até bate muito certinho. Talvez um dia...

ESCREVE COM AS DUAS MÃOS!

(enquanto assisto a entidade paternal a resolver uma coisa na internet intercedo também na tentativa de resolver um drama de que já aqui falei mas que parece eterno)

MJ: Escreve com as duas mãos! Que isso de escrever só com um dedo apontado a martelar profundamente as teclas enerva e demora mais.

Entidade paternal: Não escrevo com as duas mãos que não sei escrever com as duas mãos, ****-**.

MJ: Então dá cá que eu escrevo isso por ti e é mais rápido.

Entidade paternal: Não que eu tenho de aprender.

(e pois que continua a apontar o dedinho de Hitler às teclas)

Amargo

Não gostei.

Não gostei porque consegui adivinhar a última linha que ele escreveu. E doeu-me como me doeu em outras alturas a mim escrever exactamente o mesmo

Talvez, e por isso mesmo, este "não gostei" fala mais de mim do que do filme em si, que é bom.