Por causa da minha criança lembrei-me de ligar à minha madrinha. Pedi-lhe que imaginasse um ramo virtual e ela acedeu logo "Hmm, cheira tão bem. Muito obrigada, Mary!" e ali continuamos num diálogo, descontraído e divertido. Tudo porque a minha afilhada ligou, em histeria, a pedir que fosse a casa dela. Lá fui eu e ela apareceu-me em passos histéricos e trôpegos e de olhos roxos, nitidamente decorados pela caixa de maquilhagem de adulto que lhe dei em Janeiro, semi-escondidos atrás do vazinho de flores cor-de-rosa que tinha para mim. Aqueles passos de quem se vê prestes a conquistar o mundo naquele momento através de um gesto tão simples para alguém de quem gosta, lembraram-me que é pá, mesmo que do outro lado do país, eu também tenho madrinha! A criancisse às vezes volta até nós quando não devia. Por outro lado, falta-nos quando não devia. E falta-nos sobretudo pela falta deste entusiasmo. Vá lá que hoje a criancice de braço dado com a maturidade disse-me que há presentes que pela intenção podem ser equivalentes a um ramo de flores e lá liguei eu à minha madrinha. E só liguei à minha madrinha porque os teus olhos, minha pequenina, lembram-me que, se quiser, também eu posso e devo achar todos os dias que vou conquistar o mundo através de gestos simples dedicados aqueles de quem gosto.
Passo séculos sem falar com a minha madrinha.. Mas, sinceramente, acho que tu podes conquistar o mundo, da forma que descreveste :) Há pequenas coisas que marcam.
ResponderEliminaras crianças trazem o melhor que há em nós (e o pior também, mas isso são outras histórias). Felizmente tenho uma madrinha muito presente e sou também uma madrinha presente para a minha afilhada. Este dia faz-me sempre sentir a sorte que tenho por poder contar com a minha madrinha sempre e não só no dia em que é suposto celebrarmos essa pessoa.
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