... mas como estou aqui morta de cansaço a tentar matar uma dor de cabeça com Ben-u-ron (qualquer erro, perdoem!), só me resta dizer que eu ainda sou do tempo em que na escola me diziam:
"Escolhe o que quiseres, porque quem é excelente como tu, safa-se sempre, seja no que for".
Hoje penso, reclamo, contesto, bato o pé "Contassem outra história!...", mas, lá no fundo, não deixo de continuar a acreditar na primeira, no mérito dos bons. A diferença é que sei que me avançaram uns quantos capítulos, saltando directamente do início para o final feliz e dando a entender que a única coisa que teria de fazer era continuar a ser um "fenómeno" na arte de bem queimar pestanas e teria um prato pronto no fim à minha espera. Não. Não era a única coisa, fui percebendo já na faculdade que não eram pestanas queimadas que iam fazer de mim diferente. Se as deixei de queimar por causa disso? Não. De uma forma ou de outra estava ali a recolher ferramentas. Por isso mais do que ir para a rua sem saber o que estou lá a fazer - muito bem para quem foi sabendo - tenho estado todos os dias a perguntar-me "de tudo o que eu sei, o que é que eu posso fazer, por onde começar?". Tenho estado todos os dias a procurar trabalhos e trabalhinhos. Alguns de vós podem pensar Ainda! Espera mais uns tempos e verás. Mas eu já vou vendo... Se é fácil? Não. Se há dias em que acho que não vou chegar a lado nenhum? Há. Em alguns dias até dei (dou!) uns tapas imaginários e gritei comigo mesma "Caraças, onde é que esta a tua força? És um fantasma de ti própria!".
Hoje quero lembrar que a marcha não se faz um só dia por ano nem só em cartazes bonitos para as câmaras de televisão/fotográficas e há que continuar a perguntar sempre o que podemos fazer, mesmo que nem sempre seja visível a estrada. Ninguém está à nossa espera "Não há ninguém que seja imprescindível hoje, há tantos por aí!". Não há cartazes sequer a apontar direcções. Cabe a cada um de nós tentar mostrar, dê por onde der, que podem precisar de nós.
Não me parece que os responsáveis políticos tenham, sequer, a noção do esforço individual que cada um de nós faz para sobreviver. :/
ResponderEliminarRunaway*,
ResponderEliminarAcho que noção nenhum de nós tem acerca de nada até estar no lugar do outro, não é verdade?
Belo texto. O importante é lutar sempre. Apesar de haver esses dias em que a força parece ter desaparecido, lá no fundo há sempre algo que não nos deixa baixar os braços ;)
ResponderEliminarMiss S.,
ResponderEliminarnota-se nos teus comentários, tanto neste como no que vou publicar a seguir, que esteve aqui alguém que realmente leu e que me entendeu. Não passou só os olhos pelo texto!
Quando me identifico com um texto leio-o e até releio as vezes que forem necessárias para me certificar de que entendi a sua essência. E quando isso acontece, comento-o, porque acho que é importante para o autor do texto saber que há alguém que o compreende e que entende as suas palavras ;)
ResponderEliminarPercebo muito bem o que quiseste dizer com a certeza que muitos daqueles que foram bons alunos sentem agora. É de ser forma uma segurança ilusória, mas mais vale dar sempre o nosso melhor. Em tudo.
ResponderEliminarjo,
ResponderEliminarnunca deixarei de o fazer :)