O meu cão estava a comer uma vaca!

Está bem, não era bem uma vaca, mas era uma ratazana da dimensão de uma vaca!

Está bem, não era bem da dimensão de uma vaca, mas para mim era como se fosse uma ratazana com a dimensão de uma vaca, mas com aspecto de ratazana, porque de vacas não tenho medo.
E eu gritei. E eu esperniei quando vi qual era o motivo do D. andar com o nariz espetado na relva. Chamei-o. Ora, ele pegou delicadamente pelo dorso do que eu percebi ser uma ratazana. Uma ratazana, agora a sério, do tamanho de um coelho! Anão... Mas do tamanho de um coelho, eu juro! E estou mesmo a dizer verdade...

O que é que eu fiz? Num fôlego só, desatei a correr para dentro de casa, fechei as portas todas e... fiz o que faço em todas as situações de emergência doméstica... liguei ao meu pai! O meu pai mandou-me tirar do D. a ratazana. Mas eu expliquei-lhe (e ele sabe que não tenho medo de bichos) que com tal ser essa era uma missão impossível.

Pois que entretanto chegou um herói disposto a cumprir tal missão. Herói que se tornou um vilão quando depois de pegar na ratazana morta e de a evacuar da zona de segurança, conta detalhadamente que a ratazana tinha um rabo nojento, maior do que o corpo e que tinha os dentinhos de fora. Tudo com enorme deleite e riso maquiavélico digno de um Joker, enquanto eu estremecia, dava berrinhos e saltinhos e me contorcia com risos nervosos - situação espectacular que, como tão bem sabem, não ilustra a dignidade da minha pessoa.