terça-feira, 29 de novembro de 2011

Do amor e das coisas simples mas exigentes

Há quem diga que eu sou exigente.


Eu não concordo.
Troco um almoço de luxo no topo da Torre Eiffel por um pequeno-almoço improvisado no meio de nenhures. 
Troco um presente material, numa data festiva ou simbólica, que inclui horas em filas em véspera de Natal na busca do presente ideal, por meia-dúzia de palavras escritas no papel de um café, só porque se lembraram de mim, me quiseram mostrar que eu sou especial e não tinham um papel bonito e um envelope de luxo à mão.
Troco um ramo de flores, de florista, por quem é capaz de travar o carro subitamente e apanhar aquelas flores, ali mesmo à beira da estrada, por achar que mereço todas as flores do mundo.
Troco uma festa de comemoração, com diversos convidados e bebidas requintadas, por uma mão dada e firme nos momentos em que eu mais preciso.
Troco um bilhete para um concerto por uma música partilhada porque recorda os nossos momentos.
Troco  uma volta no London Eye por estar deitada na relva, de mão dada, a ver o London Eye.

Há quem diga que eu sou exigente. E que leio muitos livros. E que vejo muitos filmes.
Se calhar concordo.
Se calhar têm razão.
Gosto de trabalhar. 

E acredito que uma relação dá tanto prazer como trabalho.
E se calhar não é defeito, porque até as coisas simples dão trabalho. Mas é um trabalho que não se nota. Um trabalho de que se gosta, que entretém e que faz sonhar. 


E eu gosto de ter trabalho por quem e com quem o merece... 


15 comentários:

  1. Eu também trocava essas coisas pelas que disseste a seguir (:

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  2. Partilho de todas essas opiniões, o simples é o mais sincero e bonito :)

    Se as relações dão trabalho? Oh se dão, pelo menos para quem se empenha nelas e não está meramente envolvido.

    Quando gosto, cuido muito de quem tenho ao lado. Não me conheço de outra forma. Se isso for exigência é por uma boa causa :)

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  3. Este teu post dá-me a força que preciso para acredita que no domingo fiz a coisa certa. Não nos podemos contentar com pouco.

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  4. Gostei muito do teu post (e já agora, do blog em si! Revejo-me totalmente no que escreveste... :)
    As coisas simples são as mais bonitas, as pessoas passam a vida a tentar provar o que sentem com grandes gestos, a tentar tornar os dias e as datas marcantes quando o mais marcante acontece do improviso... por isso é que já dizia o poeta: amor só é amor quando não se explica.

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  5. Anónimo, e como eu gostei desse comentário! Continua a espreitar-me!

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  6. Adorei :$

    Deu-me vontade de fazer todas as coisas simples que eu acho sempre que são tão foleiras e nem sempre faço :$

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  7. Ora bem, tenho andado desaparecida por aqui. Como tal, acho que mereces um comentário melhorzinho. ;)
    (Ando sem tempo para aquilo que gosto e que pouco trabalho me dá!)

    A verdade é que uma relação dá trabalho, e até que damos por ele. Pode muitas vezes não ser omnipresente essa consciência. No entanto, para que resulte há que voltar atrás, pedir desculpa, inventar aventuras para partilhar, ser diferente... Tanta coisa. É mais fácil quando não o exigem de nós e parte de nós mesmo essa vontade de o fazer... Aí sim é mais fácil. Agora se cada um é exigente a fazê-lo ou não, dependerá das perspectivas de cada um. Na minha opinião, acho sinceramente que hoje em dia muitos de nós têm a cabeça nas nuvens e sonham com relações meramente platónicas. Não são de todo reais. Quem ama cuida e discute! Ralha e defende. Magoa e pede desculpa. Se por cada vez que as minhas perspectivas numa relação fossem por água abaixo, quantas vezes já teria desistido?
    Óh, óh. Acho que a sabedoria está em saber passar por cima dos sonhos falhados e sustentar-nos naquilo que é possível ter e fazer disso o melhor do nosso mundo.

    *.* Coisa tão linda!

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  8. se não desse trabalho alguma coisa estaria errada! boas trocas... isso não é exigência... é qualidade de vida, na relação!

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  9. sim, uma relação dá trabalho. mesmo as coisas simples dão, porque se se estiver na vida (e nas relações) com a atitude do deixa andar, de tudo garantido, assim torna-se difícil... eu também sou pelas coisas simples. :)

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  10. Também sou assim, muito romântica, trocava imensas dessas coisas...

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  11. Não podia estar mais de acordo :) beijinho!

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  12. que post fantástico, Mary Jane :)
    Sou assim, tal como tu. Uma eterna apaixonada. E acredito que sim, que as coisas com mais valor são as mais simples e que o amor, tal como tudo na vida, exige esforço, trabalho e dedicação. Mas é um trabalho que se faz sem se dar conta da sua exigência, porque se faz com gosto, porque vem de dentro.

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