"O importante também pode ser esquecido. O que mais importa talvez tenha de ser esquecido para que possas continuar. Para não ficares prisioneira num remoinho, num beco da memória, numa obsessão assustadora e paralisante. Tu sabes disso. Bem melhor do que desejarias "
Pedro Paixão in "A Rapariga Errada"
Tu, ainda que não exactamente pelas mesmas palavras, disseste-me isto. E fizeste-o com a candura de quem não quer tirar um doce a uma criança, mas transmitir-lhe que comer doces em excesso, ignorando os seus malefícios, também faz mal.
Lembraste que eu não tinha de ficar agarrada às melhores memórias, às mais importantes, às mais cor-de-rosa com o intuito de preservar o que de bom eu e ele fomos e o melhor que ele foi para mim. Ainda que entendesses e valorizasses a minha forma de sentir e não a quisesses anular, alertaste-me no sentido de me preservar. Não tinha que eliminar o bom, nem sequer que transformar o bom em mau - tinha apenas de começar a juntar à equação o mau ou, mais simplesmente, o que não funcionou (como eu ser mais complexa e ele mais básico no sentir; como eu valorizar as palavras e ele a acção, sem que nenhum dos dois estivesse errado - simplesmente não encaixou). E isto foi e é necessário - não só lamentar o que podíamos ter sido e não fomos, mas lembrar que dentro do nosso potencial já fomos muito e fomos até onde era possível, sendo que dentro do bom houve muita coisa que falhou. Sem estas reflexões, eu estava a entrar numa espiral de culpa sem fim, na qual não tinha sequer de entrar.
No fundo, eu diria que mais do que esquecer, ensinaste-me a importância de resignificar. E sabendo que só vemos aquilo que nos permitimos a ver, abriste-me janelas para que começasse a ver as situações sob novos ângulos e perspectivas.
Gosto tanto da última imagem :) nunca tinha pensado neste assunto desta forma!
ResponderEliminarÉ para lá de difícil esquecer, especialmente quando temos que esquecer algo bom, alguém que nos fez sentir bem durante muito tempo. Espero que, se o tiveres que fazer, que tudo te corra bem.
ResponderEliminarBeijinho
Eu gosto tanto do que escreves* Agora doí, procuram-se respostas, tenta-se imaginar o que podia ter sido diferente e nossa cabeça vira um furacão, onde tudo trás memórias, onde o nosso pensamento é nosso pior inimigo. Eu sei, já passei por igual e sei o quanto foi duro.
ResponderEliminarO que posso dizer, é que os dias (muito lentamente) vão trazendo alguma paz. E quando deres por ti, já estas metida noutra... O tempo cura!
força sweetie ...
ResponderEliminarhug**
PERFEITO POST
ResponderEliminarJá te sigo .
ResponderEliminaramo os teus textos. segue o meu sff e passa por lá : http://nothingisimpossibleiftheybelieve.blogspot.com/
obrigada (:
Palavras sábias que dão que pensar...
ResponderEliminarpois é, Mary Jane.. é isso mesmo :) acho que foi assim que eu consegui.. tudo depende da forma como vemos as coisas. e de como as queremos ver, verdade seja dita.. tu estás lá, miúda! só falta passar das palavras à acção.. :)
ResponderEliminarAdoro sempre o que escreves.
ResponderEliminareu nunca passei por isso, mas acredito que as coisas depois começam a ser vistas com outros olhos, para o bem e para o mal. E acredito que resignificar seja um passo importante para começar a seguir em frente.