quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Instrução de vida #1 (527)

527. Remember that the best relationship is one where your love for each other is greater than
your need for each other.


Foi talvez o maior erro que já cometi numa relação. Não saber onde começava a dependência e onde acabava o amor. Julgava-me independentemente, talvez por me sentir ali o membro alfa, que é como quem diz, dominante da relação, mas dependia tanto... Dependia para fazer o raio do nó na gravata do traje que, dado que provavelmente não o voltarei a usar, perecerei sem saber; dependia para ir ao colo, que é como quem diz em boleia alheia, para todo o lado; dependia para despejar o peso da minha vida e de todas as super-responsabilidades inadiáveis a pesar em quem parecia estar sempre mais leve do que eu só porque sim. Entretanto tinha a mania que era independente. Mas confundia independência com fazer o que me apetece utilizando tantas bengalas. Hoje não dependo de ninguém. Não significa que não precise de pessoas na minha vida, claro que preciso, muito e sempre, mas há tantas pessoas, não há só uma... E hoje sei que o peso não deve resvalar todo para uma só pessoa. Por isso quando voltar a amar não sei se o farei melhor ou pior, sei que farei diferente.

31 comentários:

  1. Estou aqui que nem sei se hei-de comentar o conteúdo do post ou a forma fantástica como está escrito! :)

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    1. Confesso que fiquei surpreendida com as reacções a este post. Acho que é daqueles em que o meu estilo de escrita está mais banal e que não é dos mais agradáveis de ler, mas às vezes o feedback continua a ser surpreendente :)

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  2. Realmente... eu concordo com o comentário da Estupidez (salvo seja)! Mas a vida está sempre a ensinar-nos! E essa é, sem dúvida, uma grande lição! :)

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    1. Eu estou a descobrir as que estão neste livro aos pouquinhos.. Não li as instruções todas para que o suspense seja maior para mim também.

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  3. realmente podias fazer uma rubrica disto... eu cá, fiquei com vontade de o fazer...

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  4. isto é muito complicado quando dependemos muito de alguém... sabes, conheço a história de uma rapariga que frequenta a minha universidade... ela é meio surda e por algum motivo ficou cega também (não sei porque)e quando isto aconteceu ela já namorava com um rapaz que é do curso dela e ele sempre a ajudou, levava-a por todo o lado, sem que ela tivesse que se esforçar a aprender a viver com a cegueira... até que um dia, o rapaz fartou-se, deixou-a e mais tarde arranjou outra namorada... já se passou quase meio ano, ela ainda não consegue virar-se sozinha... e não sei qual dos erros foi maior, se foi dela por falta de buscar independência ou se foi dele, que a tornou tão dependente e depois deixou-a desamparada.

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    1. Eu acho que este caso é completamente diferente e que não merece apreciações sem ser por quem conhece as duas pessoas de perto. Ele apoiou-a no que pode enquanto esteve com ela, fez mal por isso? Não devia fazê-lo pensando que poderia não ser para sempre? Não podia terminar a relação porque ela estava surda e cega? É mais complicado de avaliar do que parece.

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  5. E essa conclusão a que chegaste com certeza te levará no caminho certo!

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  6. Acho que todos nós, consciente ou inconscientemente, acabamos por nos tornar dependentes da pessoa que amamos. Uns mais do que outros, mas acredito que isso acontece sempre, senão também o final não seria tão doloroso. Sabe sempre bem sentirmo-nos amparados, com aquela pessoa pronta pra tudo, e é isso que cria a dependência.E depois, bem, depois é um problema!

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    1. Acho que o teu comentário foi muito verdadeiro e certeiro também. Nas relações amorosas a dependência é muito um processo inconsciente.

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  7. Adorei o post...muito bem escrito e verdadeiro. bjs

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    1. :) Tento sempre verdadeira... Consciente de que a minha verdade interna não tem que ser a verdade de toda a gente ou a verdade que os outros vêem em mim.

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  8. Gostei de ler. Muitas pessoas cometem esse erro. E confundir amor com dependência.

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  9. Na minha relação parece que fui eu a parte demasiado dependente e obsessiva. Mas com o tempo aprendi (: Linda partilha de vivências (:

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    1. Vamos aprendendo sempre... No dia em que acharmos que já sabemos tudo é que estagnamos.

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  10. Eu acho que são as diferentes relações que vamos tendo que nos vão ensinando a diferença do depender e do amar..., por isso continuo achar que aqueles amores assolapados de escola secundária que acabam em casamento para a vida inteira vão mais na dependência do que no amor. Não venham pedras para cima de mim, apenas penso assim.

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    1. Eu tive uma dessas... Tal e qual uma paixão assolapada do secundário que durou, durou, durou...

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  11. eu pensava que não seria dependente de ninguém, mas ao fim de uma relação de 4 anos e meio já não penso assim, com o tempo a pessoa deixa-se envolver de tal maneira que quando pensa já não consegue viver sem a outra pessoa, ou seja, é dependente dela para ser feliz e muitas mais coisas...é difícil ser-se totalmente independente!

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    1. É muito isso. Por muito que afirme que vai ser diferente, sei que à medida que cresce a intimidade e cumplicidade estamos a tornarmos dependentes do outro. Espero sim estar mais independente em questões mais funcionais.

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  12. Uma reflexão muito interessante que espelha o teu amadurecimento e a aprendizagem que já fizeste com alguns erros cometidos no passado. Essa sensação de dependência em relação ao outro é bastante usual quando somos bem mais novos - lol - mas com o avançar da idade, a nossa vida tem mudanças bruscas em termos laborais, conhecimento de outras pessoas e maiores responsabilidades. Ou seja, as nossas atenções e objectivos vão-se diversificando muito mais e aí sim, o nossa independência avança muito mais. Os nossos parceiros deixam de ser os "mais que tudo" e passam a ser complementos nas nossas vidas que nos preenchem lacunas afectivas. Talvez seja uma visão mais cínica da coisa mas acredita que funciona muito melhor.

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    1. Eu continuo a gostar da versão do "mais que tudo", sabes? E continua a agradar-me a ideia de me sentir um pouco dependente, como se o mundo não fosse tão redondo sem uma determinada pessoa. Agora, nunca deixei de ter vida própria por estar com outra pessoa ou de ter outros interesses. Mesmo na idade em que devia ser irresponsável eu fui perita em encher-me de responsabilidades. Isso não me impediu de ser dependente - até ser dependente para ter ali um apoio insubstituível para continuar a fazer tudo o que fazia. Não gosto da ideia de um parceiro ser um complemento. Se no momento for um complemento o que precisamos, tudo bem, mas a longo prazo eu espero um complementíssimo!

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  13. eu não sei se lhe chamo dependência, porque na verdade acabamos por saber viver sem se assim tiver de assim. acho que lhe chamo mesmo porto de abrigo, aquela sensação de sabermos que temos ali alguém, no matter what. mas invariavelmente acabamos por ser dependentes da pessoa que amamos para ser felizes, mesmo sendo independentes... confuso, han? ;)

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    1. Porto de abrigo é um bom nome e uma boa desculpa :P De resto, acho que há pessoas de quem vale a pena depender, o chato é quando acaba :) Mas nem tudo tem de acabar.

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  14. Não foste a única. É o mal de muitas relações e quase sempre não identificado pelos próprios. Mas passarmos por isso também nos ajuda e contribui para podermos vir a ter mais tarde outras relações, mais saudáveis :)

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  15. Não apenas para relacionamentos, verdade seja dita ser bengala de alguém não dá com nada hoje em dia...

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  16. Este comentário foi removido pelo autor.

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