segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Privilégio e um pijama dos simpsons

Se há quem goste de descobrir os lugares geográficos, há quem prefira conversar com uma pessoa e nela viajar.
Há pessoas que são um verdadeiro privilégio.
Trazem tudo à nossa vida e podem levar tudo. Lembram-nos que estamos vivos. Levam-nos a visitar lugares desconhecidos. E cada um de nós tem lugares desconhecidos. Coisas que outras pessoas  com arte e mestria podem fazer surgir. Acredito mesmo nisto. Como também acredito no inexplicável, no que não tem logo que ter uma razão lógica. 

Dos maiores medos que eu tenho é de um dia perder a vontade de viajar no desconhecido do outro. De deixar de achar que toda a gente tem mais e é mais. De deixar de achar que mesmo nas aparentemente piores pessoas poderá existir algo de bom a descobrir. 

Recentemente receio ainda ter perdido a capacidade de amar. Ou temo que esta tenha ficado presa a um pijama dos Simpsons que eu nunca vi, mas que me assombra recorrentemente os sonhos.

Defendo para mim mesma que acredito que vou descomplicar quando sentir que tem mesmo de ser, mas este talvez seja o primeiro e o maior dos meus erros. Tudo desculpabiliza o meu medo e a incapacidade de tentar ser melhor e maior. Fico antes encravada numa concha que me impede de crescer.

10 comentários:

  1. Quem escreve como tu escreves, tem um coração grande... logo, precisas de encher o coração. ;)

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    1. Mas o coração não se enche de palha, vai precisando de muita substância :)

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  2. também tenho a tendência de pensar que toda a gente tem algo bom para se descobrir, mas as vezes, fica a prova do contrário...

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    1. Eu sei que se prova o contrário mas prefiro ficar focada no bom!

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  3. Dizem que as melhores viagens são aquelas para as quais se parte sem nada planeado, de mochila ás costas e sem destino certo. Se calhar o problema é esse, é querer-se estabelecer logo um destino e não permitir-se desfrutar da aventura por si só.

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    1. Mas cá para nós, que a mochila vá cheia de abastecimento, right?

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  4. Partilho totalmente a opinião da Ana. Do pouco que vou lendo, acredito que precises de te libertar um pouco de pequenos espartilhos. Descobrir as zonas cinzentas porque nem tudo é branco ou negro. Adquirir um pouco mais de jogo de cintura porque não é possível (nem aconselhável) planearmos a nossa vida com excessiva precisão.

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    1. Eu brinco muitas vezes ao cinzento, quando abraço uma nova àrea, um novo projecto, crio algo novo :P

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  5. há sempre em nós um medo de nos darmos demasiado, principalmente se nos sentimos desiludidos e arrependidos por, um dia, ter dado tanto. mas nunca devemos perder a capacidade de amar...

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    1. Eu tenho muita capacidade de dar, de gostar, agora amar é outra coisa mais complexa :P

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