quarta-feira, 15 de maio de 2013

Os homens, não da minha vida, mas na minha vida

Há o M.. O M. que é provavelmente agora o meu melhor amigo, o único com quem faço saídas privadas - cafés para falar da vida, idas ao cinema, idas a espetáculos... Mas é também aquele em relação a quem insisto, vocês sabem, somos só amigos. Tipo, amigos há 10 anos. Tipo, nem acho possível ser outra coisa porque para o amor acontecer é preciso também o lado carnal aceso, coisa que não há. 

Mas depois há aqueles momentos em que olho à volta e penso que ele é o tipo mais bem parecido da zona, e que tem calças vermelhas que lhe dão o cúmulo do estilo (quase o convenci a comprar umas mostarda!); em que penso que ele me tem feito rir como não rio com mais ninguém, isto é, rir daquela gargalhada estúpida e efusiva de situações parvas (como o tecto do elevador cair-lhe na cabeça), mas que quase gemelarmente (acho que acabei de inventar esta palavra...) identificamos como dignas de riso e seguimos numa gargalhada que não descola e que às tantas se torna riso do riso e que termina em dor de barriga. É a única pessoa que me dá dores de barriga a rir. Dores, não borboletas. 

Depois dou comigo a ruborizar profundamente de cada vez que me encontram sozinha com ele porque vão pensar que é meu namorado e NÃO É, caraças que ainda estou no mercado! Mas acho piada a algumas piadas que fazem a nosso propósito. E dou por mim a achar que ele seria um ótimo macho alfa até para futuras crias, porque tem um sentido de retidão e ao mesmo tempo carinho que já não se vê, e  dá-se ao L., que adoptou com o coração num papel de educador antecipadamente experimentado, de uma forma que nunca o julguei capaz de se dar, de uma forma tão admirável que não sei se eu alguma vez me dava. Nesses momentos dou por mim a rebentar de orgulho deste ser humano. Até que chego ao cumulo de, enquanto estou numa conversa casual com ele, começar a imaginar o que faria se ele avançasse... Se ele avançasse só para um beijo assim sem tempo para declarações. Deixava-me levar? Dizia descaradamente que não? Dou por mim a imaginar uma fuga e a dizer "Contigo, se acontecer alguma coisa, há-de acontecer no momento certo. Não quero fazer asneiras.", que é, em suma, a pior resposta de todas, não te quero dizer que sim, mas não te quero dizer que não, vai-te mantendo, o que é egoísmo puro.

Isto também para dizer não gosto da paixão ordenada, daquela que vai aparecendo porque pensamos é pá, estou solteira e até pode ser que sim! Gosto da paixão inconveniente, daquela que mesmo que não queiramos, daquela que mesmo que preferíssemos que não (ainda que o universo se conjugue a esse favor!) existe. E isto nem seria paixão, mas um arranjo ordenadinho.

P.S. - Por falar em M., da última vez que toquei no assunto blog com ele (que sabe que tenho um, mas não sabe qual é), ele fez uma gargalhada estridente esquisita - uma gargalhada de "já te apanhei e não vou dizer". Olha, se por acaso apanhaste e não disseste fizeste muito bem, continua sem te revelar, que eu também fiz de conta que não percebi e não escreveria este post se não preferisse continuar a fazer de conta.

3 comentários:

  1. Ohhh, noto aí uma fisga de paixão...

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  2. Parece que escreveste este texto para te convenceres que não gostas dele... Eu não fiquei muito convencida, ahah! :P

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  3. Nem todas as histórias têm de ser iguais. Nem todas têm de começar com uma paixão assolapada. Não te deixes influenciar pelo que achas que tem de ser e vai vivendo :) Como tu dizes, se for mesmo para ser, alguma coisa há de acontecer ;)

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