O da maior parte das pessoas acho que é o facto de eles se virem passear em carrões (alugados, diz-se) e parecerem chiques até ao eterno momento de consolação malévola e declarada em que um membro da 3ª geração (leia-se, avô ou avó) fala com eles em português interrompendo o brilharete que estavam a dar em francês. Naquele francês que é a culpa de eu nunca ter tido boa pronúncia a francês: tem que se aspirar o ar pelas narinas (não inspirar) e quase mudar de voz e, consequentemente de personalidade, para se falar bem.
O meu motivo de espezinhamento é o síndrome coitadinhos-dos-portugueses que são tão fracos e tão debéis que se falar outra língua vou parecer de uma espécie superior mais merecedora de atenção, e que, portanto pode pavonear-se. É isto que me irrita, esta quase vergonha de ser português, como se de um grave defeito se tratasse, que lhes sinto - embora eles possam nem sentir e seja a minha própria interpretação que dá cabo de mim. E se não é vergonha, a melhor justificação é que é o próprio reconhecimento de que português em Portugal, no Verão, é só português e que um inglês é um Inglês, um francês, um Francês com direitos a pavoneio e salamaleques em instâncias balneares a que um português nunca terá direito porque, enfim, está em casa, e desenrasca-se e aparentemente não há que o conquistar (não?!). Neste ponto, os AVECs tanto me irritam como chego a conseguir perdoá-los um bocadinho se funcionarem neste raciocínio. Não perdoo totalmente porque não consigo ser coitadinha portuguesinha e nunca vestiria um AVEC ou uma inglesa (a pronúncia seria mais aceitável) para ser melhor tratada. Dramática e saudosista como sou acho que nos momentos em que viesse a Portugal ia querer gritar e berrar o meu português condoídamente silenciado e abraçar tudo o que de mais português há. Isto por muito que sentisse o país como a chaga de uma ferida inglória que nunca sara. O bom português ama Portugal, mesmo quando parece uma entidade personificada que só nos trata mal.
Ora nem mais! Não percebo essa vergonha, esse querer parecer chique e estrangeiro. Eu tenho muito orgulho no meu país, apesar de todas as coisas más. E acho que, se tivesse que emigrar, voltaria sempre com aquele saudosismo que dói durante o ano todo e chegaria cá pronta a abraçar tudo o que só Portugal tem par oferecer. Não deve haver nada melhor do que falar a nossa própria língua, no nosso país, depois de muitos meses fora.
ResponderEliminarOlha eu também partilho da mesma opinião. Não consigo "engraçar" com os "avec's".
ResponderEliminarhttp://agirlsdream-blog.blogspot.pt/
Infelizmente estou a viver no estrangeiro, mas tenho muito orgulho em dizer que sou PORTUGUESA e sempre que posso falo a minha língua. E nao gosto nada de portugueses que falam outra língua entres eles sem ser portugues. PORTUGAL acima de tudo e de todos.
ResponderEliminarTânia
Adorei o teu comentário Tânia, obrigada :)
EliminarÉ verdade que a grande parte deles vem para cá com a mania que são grandes e bla bla bla. Mas também temos de concordar que é uma questão de hábito. Os meus primos tem imenso orgulho das raízes que tem, e gostam muito de portugal mas falar o francês já é um habito. Sei que não é por mal quando a meio de uma conversa lhes sai o francês misturado com portugues.
ResponderEliminarEu que sou emigrante dou tudo para desenferrujar o meu português!
ResponderEliminarPORTUGAL é grande nós portugueses maiores ainda!
Amo o meu país e nunca me avecaria!
Amei! Grande regresso, Mary Jane! :)
ResponderEliminarSeja um francês a falar a sua língua ou um português a falar francês não consigo gostar de ouvir sequer uma palavra....
ResponderEliminarO francês é a língua mais irritante do mundo!...