A minha mãe, de cada vez que faz um telefonema que não seja para a família ou amigos, mais formal portanto, começa a exibir (involuntariamente, acho) competências de telefonista melga com voz dobradamente simpática e tia. Sai de si e eu não percebo. Não percebo esta transformação em voz nasalada de brinquedo como se tal evocasse um tratamento mais refinado também do lado de lá. O que vale é que estou consciente de que a formação nos (de)forma e a minha mãe foi secretária uma vida toda, portanto contraio-me e espremo-me aqui contra a cadeira para não soltar violentamente um "que voz irritante!" perturbador de operações.
É a força do hábito.
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