Your life is your life. Assim começa The Laughing Heart do Charles Bukowski. E eu diria que é precisamente aqui que a vida se torna simultaneamente fascinante e complicada. As decisões deixaram de se basear num plano de estudos, que parece condicionar todo o nosso futuro, mas que não o faz; numa escolha entre sair ou estudar, que parece limitar o nosso futuro, mas limita apenas o presente; na opção de gastar toda a mesada ou poupar, que parece determinar o futuro a curto prazo, mas encaminha-nos numa lógica orçamental para a vida. Há fases em que a nossa vida parece a nossa vida: porque somos originais e distintos em cada momento, mas ainda não é. É uma vida orientada, ainda.
Quando a nossa vida é a nossa vida é outra coisa. Não há guiões, não há roteiros, não há escolhas previstas com timmings previstos - é agora e as opções são estas. Às vezes não se sabe se é agora ou se é amanhã; nem parecem muito claras todas as opções. Quando decisões começam a fazer a nossa vida de verdade é mais complicado... Complicado de calcular, de gerir, de fazer acontecer... Quero completar o puzzle, quero uma vida que sinto que está aí prestes a estoirar, mas não quero, nem posso, vender-me de graça.
Dizer a tua vida é a tua vida parece óbvio e estúpido, mas é fortíssimo: é dizer, desenrasca-te, estás por tua conta. Às vezes assusta. Mas há que bater o medo também na vida às vezes, right, Di? Por mim, o poema de Bukowski, que é por inteiro belíssimo, podia acabar logo ali na primeira frase.
Ainda não sei do que falas. Mas que a ideia assusta... Ai assusta!
ResponderEliminarMexeu-me.
ResponderEliminarTu tens a faca e o queijo na mão. Toma as rédeas da tua vida.
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