Tive tudo o que queria em 2013.
Trabalho até Junho.
Um trabalho pontual em Julho.
Umas férias fabulosas em Agosto.
Um trabalhinho a partir de Outubro.
Tenho o meu pai, a minha mãe e a minha irmã e percebi que gosto mais deles do que algumas vez lhes consegui dizer.
Da minha avó e do meu avô também.
Tive tudo o que queria em 2013
Não senti fome.
Não morei num local em risco de bombardeamento diário.
Descobri sítios novos.
Conheci pessoas novas.
Tive experiências novas.
Tive muito mais momentos agradáveis do que desagradáveis.
Permiti-me desabafar os meus melodramas aqui, mas, acerca deles, nunca me levei demasiado a sério.
Chorei muitas vezes.
Sorri outras tantas.
Dei-me muitos descontos.
Dei mais pontapés na bunda para me mexer.
Fiz com que os meus meses parecessem anos de tanto que neles aconteceu.
Estive muito mais vezes onde e com quem me apetecia.
Estive muito poucas vezes onde e com quem não me apetecia.
Comecei a fazer algumas coisas não porque me apetecia, mas porque me apetece ver as pessoas que me são queridas felizes e esse apetite é superior e maior. E preenche-me.
Continuei a fazer mais programas do que a minha agenda suporta e a cortar menos do que devia.
Soube preferir estar sozinha a estar acompanhada para não estar sozinha.
Magoei-me algumas vezes e resolvi mais vezes no imediato do aquelas em que fiquei a sentir-me ressentida e a calar o meu sofrimento.
Continuei a gostar muito de mim.
Tive quase tudo o que queria em 2013. Porque houve momentos, claro, em que quis muito mais. Um país desassombrado. Um amor. Um trabalho sem ser "inho" e a muito part-time. Mas, acima de tudo, estou muito grata. É tanto o que tenho. É só ridículo quando sinto que tenho pouco. Mas no constante querer mais que me acompanha - e acho que deixava de ser eu se apesar de todo o afeto que me tenho não me visse em permanente construção - não deixo de achar que nascer neste país à beira mar plantado, na família que me calhou, rodeada das pessoas que me são é uma coisa para lá de fabulosa. A partir daqui resta crescer.