A Summer que há em mim - Parte 1

A Summer que há em mim - uma história que, provavelmente, não interessa a ninguém conhecer, mas que me vai dar um gozo enorme contar!

 O filme (500) days of Summer inspirou-me também para escrever acerca da minha percepção e breve história no que toca a relacionamentos amorosos. Esta história, para mim, é irrepetível, única, fantástica, mas ficarei encantada se descobrir que tem pontos semelhantes às vossas.

Comecemos pelo ínicio (sim, porque há histórias que começam pelo fim, mas eu ainda não sou suficientemente original para essas manobras) : normalmente pelo 5º e o 8º ano surgem os primeiros namoros, as primeiras paixonetas. Paixonetas que são vistas pelos mais velhos, como simplesmente isso, paixonetas, quando para nós são tão assolapadas que são dignas de nos tirar o sono e a fome, e de nos fazer pensar, a cada 5 minutos, o que é que o outro - alvo da nossa paixão - estará a fazer (estará a comer peixe ou carne assada? a ver os Morangos ou a outra dos vampiros? será que está a pensar em mim? Deu-me um toque! Então de certeza que está!). Eu, apesar de ter tido as minhas paixonetas, saltei a fase das curtes e de coleccionar namorados - um novo a cada semana. Com isto, claro que perdi a iniciação dos rapazes nos beijos de língua. Aliás, achava meio nojento andar para aí a trocar saliva indiscriminadamente.  Tanto que ficava de fora de qualquer jogo que tivesse como grande mote beijocar. Na altura, achava que queria lá saber. Afinal, quem é que quer ser recordada como aquela que beijocou, no mesmo dia, o A, o B, o C.... o W, o X, o Y e o Z? Isto durante 5, 10, 15 segundos, o que calhasse, enquanto mais 20 miúdos apreciavam e assobiavam a cena, e contavam o tempo em coro em ordem decrescente . Apesar de não participar, eu, quando quis, vi tudinho na mesma. Portanto, não tive as aulas práticas, mas podemos assumir que fiz as teóricas. Isto era o que eu dizia a mim própria, sobretudo porque era o que pensava, mas também um pouco para me consolar, porque, lá no fundo, ficava a pensar: Não há ninguém realmente interessado em que eu brinque! Ninguém insiste muito. Sou assim tão desinteressante?

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Se acreditasse no destino, teria certamente que voltar ao 10º ano, àquela aula do professor Coelho - altura em que te olhei, pela primeira vez, com outros olhos - ou também àquele mítico primeiro teste em que me desapaixonei imediatamente. Que coisa mais brejeira! Alguém tem necessidade de se levantar no fim de um teste e exclamar - para quem está interessado em ouvir e para quem, como eu, está mais interessado em concentrar-se no teste - "Já acabei!"? Só para que conste, fui a última a acabar e tive a mesma nota. Tu, se acreditares no destino, não sei qual é o momento que escolhes, mas sei exactamente quando fiz com que te apaixonasses por mim - na escolha de papéis para a encenação da peça, A Lua de Joana, mas aí, eu já era a Summer.

                                                         (to be continued...)