segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Mary Jane e as vocações - Parte II

Depois da cabeleireira, da educadora de infância, da pediatra, da actriz, chegou a jornalista. Sempre gostei de escrever e se fosse para jornalismo teria de ser para escrever, nunca pensei em rádio ou televisão. Para ser sincera, não sei exactamente porque não escolhi jornalismo. Talvez o principal motivo tenha sido o desemprego que era anunciado sempre que se falava neste curso. Hoje, quando vejo recém licenciados a arrancar empregos de categoria penso cá para mim "Damn!". Gostaria de acrescentar que penso "Damn!" e não "Caraças!", porque pensar em inglês é mais cool do que pensar em Português. Que estilo tem dizer caraças?

Falar de Português e Inglês recorda-me precisamente que este poderia ter sido o curso a seguir. Eu e as línguas sempre andamos de braço dado. Adorava fazer análises literárias, escrever composições e saía-me bem no Inglês sem esforço. Português e Inglês foram sempre as minhas disciplinas favoritas nos 12 anos anteriores à minha formação universitária. A vida de um professor até se tornar efectivo assustava-me, por isso não segui este curso.

Entretanto, no 12º ano, tive Psicologia e Sociologia e abracei-as completamente. Tivemos um sério caso amoroso e pensei nas duas para um futuro curso, mas como eu não tenho talento e manha para conciliar dois amores (embora o Estado já o permita) decidi-me pela Psicologia. Decidi-me pela Psicologia porque me pareceu uma ciência mais abrangente (que até nem tem desemprego ;) ). Além disso, já tinha pensado neste curso antes de ter a disciplina.

Como anunciei ontem escolhi Psicologia não a achar que tinha um jeitaço para curar pessoas, depressões seja o que for, nem a achar que sabia ouvir e aconselhar. Escolhi Psicologia porque sou fascinada por pessoas, em todas as suas formas. Sou fascinada e curiosa pela forma como nos movemos, como pensamos e como nos emocionamos. Há pessoas para quem paisagens e monumentos são coisas fabulosas. Para mim, as coisas fantásticas que existem nesta "bida" são as pessoas! Talvez seja por este mesmo motivo que apesar de ser uma amadora aficcionada por fotografia não goste de fotografar monumentos, nem paisagens (não lhes acho a mínima piada), mas ADORO fotografar pessoas.

Ao longo do curso tenho descoberto que um psicólogo não precisa de nenhum dos ingredientes que tantas vezes lhe são atribuídos à partida, o que me deixa com um sorriso XL. Um psicólogo não cura nada: não trabalhamos com doentes, trabalhamos com pessoas. Um psicólogo não ouve, um psicólogo escuta. Um psicólogo não aconselha, de maneira nenhuma. Se procuram conselhos é melhor que as pessoas se dirijam ao padre, ou, em certos casos, ao juíz. 

Quando descrevo à minha mãe tudo o que, por agora, espero ser, ela diz que eu vou ser uma psicóloga má. Uma psicóloga má e não uma má psicóloga. Isto porque não tenho paciência para pessoas que se vitimizam sem razão ou que venham simplesmente chorar baba e ranho no meu ombro. Embora saiba que às vezes terei que dar conforto e claro que estou disponível para tal, não sou mãe, nem amiga de ninguém. Pais e amigos teremos fora do gabinete e não devemos ir ao gabinete à procura de uma mãe ou de uma amiga.

Perante este cenário assumo que qualquer candidato a meu futuro cliente já esteja prestes a fugir, mas não fujam! Não fujam, em primeiro lugar, porque se vos imaginasse como clientes não estaria a escrever tudo isto e, em segundo lugar, porque faço e penso tudo isto tendo em vista um belíssimo, um grandioso objectivo, daqueles de ir às lágrimas, cuja exploração fica para amanhã. Por hoje, fica uma dica do que se segue através de uma imagem:

gorgeoustakethecity.tumblr.com

18 comentários:

  1. Primeiro, quero dizer que o "caraças" e o "catano" também têm muito estilo. Então se as disseres em inglês, "caraces" ou "catane", ui, é a loucura. Também estive para ir para jornalismo, mas o estudo psico-técnico que determinou isso deu igualmente guarda-florestal, pelo que não lhe dei grande crédito!

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  2. Olá olá! :)

    Para mim, o psicólogo não cura, mas trata, tal como um dentista trata um dente. Não acho que o papel do psicólogo seja ouvir, para isso existem os amigos e os psicólogos deixariam de ser necessários. No entanto, penso que há um pré-requisito muito importante, o psicólogo deve ser uma pessoa equilibrada, para conseguir não emitir juizos de valor, e para conseguir chamar a pessoa à razão, sem a influenciar. Isso é muito mais que conforto, e necessita de alguma destreza.
    Penso que devia haver exames de admissão rigorosos para este curso, porque se formam péssimos profissionais. :( O que depois dá má fama à area.

    Beijinhos, colega! :p

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  3. Eu desde a primária sempre fui mais virada para os números e para artes, fossem desenhos ou artes em palco. Pensei em seguir qualquer coisa relacionada com artes, mas lá me fui enfiar nas engenharias :S

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  4. Engraçado que dês de sempre pensei em algo relacionado com artes e o meu caminho segui realmente. Por acaso não fazia a mínima que área estavas a tirar.

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  5. eu também estava entre jornalismo e psicologia. espero ter feito a escolha certa. acredito que sim

    desafio no meu blog

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  6. Acho que foi uma boa escolha, que a mim também não passou ao lado. Mas como eu muitas vezes nem a mim me compreendo, pensei que "há pessoas mais destinadas a esse papel" e foi o que pensei melhor :D de qualquer forma, se eu necessitar de um/a psicologo/a gostaria de um/a frontal, e isso tu já o foste :) Porque para dizer as coisas com rodeios e alteradas, já temos a família e amigos :)

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  7. faz parte mesmo cá da minha personalidade xD

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  8. Olá Mary Jane, encontrei o teu cantinho, espreitei e gostei. E nem de propósito, tu que gostas do nº7 sou a tua seguidora 77 :)

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  9. Em primeiro lugar, peço-te que vás verificar mais uma razão que me levou a dar-te como certa em medicina AQUI.
    Em segundo lugar, acho que, profissionalmente, te safavas melhor como cartomante, astróloga ou taróloga do que como psicóloga.
    Vê o exemplo da Maya. Começou a ler as cartas e hoje tem um par de mamas de borracha que mete muita gaja nova a deitar contas à vida. Pena que essa hipótese não conste dos testes para a escolha de curso... lol.
    Ainda há uma terceira, que tem a ver com o meu desafio, mas essa fica para depois.
    Bjs.

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  10. Eu também estava indecisa entre o curso que tirei e psicologia... Sempre tive uma paixão por psicologia... mas acho que já me relacionaria mais com psicologia criminal ;)
    Qualquer dia faço um post sobre isso :)
    Beijo minha querida

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  11. Aii eu ainda não sei o que quero, psicologia, talvez!

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  12. Tu já leste a minha perspectiva nestas andanças lol.

    Identifico-me contigo, porque também nunca soube bem aquilo que queria.

    Fui para biologia na primeira vez que me candidatei à faculdade, porque adorei no secundário. E depois desiludi-me.

    Mas acho que vais dar uma excelente psicóloga. O teu trabalho não é passar paninhos quentes na cabeça das pessoas lol.

    Deste-me uma ideia para um post!

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  13. Também tive Psicologia e Sociologia no 12º e fiquei indecisa ... mas eu acabei por optar por Sociologia :) Adorei o curso e agora estou a terminar o mestrado.

    Antes de seguir sociologia, ainda tive indecisa entre as artes e o curso de humanidades no 10º ano.

    Bjokas ****

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  14. Mary,
    Tenho de cá voltar para te ler com calma mas queria penas deixar um beijinho ;)

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  15. Vim só cumprir o ritual dos desafios.
    Repassei-te um desafio e se estiveres para aí virada, podes ir buscá-lo. Se não te apetece, esquece que eu percebo.
    Bjs.

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  16. Cá te espero quando acabares o curso! Uma cliente já tens!Não espero a tua consulta para me aconselhares, nem para me julgares mas para me fazeres perguntas que me façam chegar a conclusões!

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