segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Não se compete por paixões

Em matéria de amores, esta foi das minhas maiores lições de sempre. Uma aprendizagem já feita há algum tempo, mas sobre a qual vale a pena reflectir. Achava que para ser a maior paixão de alguém tinha que suprimir todas as outras. Até que percebi, por exemplo, que se ele gosta de um partido político, mesmo que com uma ideologia oposta àquela do meu, e se está profundamente envolvido, não devo criticar o tempo que ele "perde" com tretas e não "ganha" comigo. Devo antes saber olhar e valorizar o entusiasmo, o envolvimento, o prazer, os ganhos que aquele interesse lhe dá! Mas até aqui chegar foi um longo caminho. Desde os momentos de alguma imaturarevolta, Então eu não sou a preferida? Aquilo não tem interesse, eu é que tenho!, até às reflexões apaziguadoras e mais inteligente que hoje sei traçar. 

Para esta evolução foi preciso perceber, sobretudo, que desvalorizar uma paixão é desvalorizar uma pessoa. É dizer-lhe que não sabe o que faz e que a sua identidade, com tudo o que a envolve, não presta. Não se compete por paixões, o segredo é mais o lema do "junta-te a elas", com a certeza de que apaixonando-nos, genuínamente e sem guerrilhas, pelas outras paixões da vida de uma pessoa nos tornamos ainda mais apaixonantes.


10 comentários:

  1. Muito bem! Algo que ando a tentar pôr no papel e que nunca consigo, aqui está bem sucedido :)

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  2. e quando se consegue perceber que tem de ser assim e que de facto assim é que nos tornamos apaixonamos, conseguindo dar valor ao outro da forma como ele é, é uma boa vitória e recompensa para o coração.

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  3. Quando te comecei a ler, e aqui principalmente "Achava que para ser a maior paixão de alguém tinha que suprimir todas as outras", achei que o assunto seria diferente. Achei que ias tocar no meu eterno problema, o de não conseguir conviver com as paixões, os amores passados, de qualquer pessoa que tenha ao meu lado. Quase como se precisasse de encontrar um homem que nunca tivesse amado alguém, de modo a que eu não tivesse que competir com o que aquele amor foi. Mas acabou por ser outra coisa diferente :D

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  4. Nunca tinha pensado nas coisas desta maneira... ahah. Tem logica. E pronto... shame on me, mas sou tão obcecada em ser melhor do que a ex do meu namorado que deixo de lado quem sou para ser alguem mais mesquinho. E pior, sou alguem por quem o meu namorado nao se apaixonou! :O obrigado plo post...fez-me pensar*

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  5. Acho que aí reside a diferença entre a paixão e o amor. A paixão cega, quere-se num todo,um aqui e agora com fulgor. O amor mostra a partilha dos gostos, da identidade, da pessoa num todo. A cumplicidade.

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  6. Acho que todos nós já guerrilhámos com uma dessas outras paixões. Eu própria já o fiz e o cansaço venceu-me. Embora não entenda (ainda?) o interesse investido em algumas dessas paixões simplesmente deixei de me preocupar com elas. Afinal de contas, nem sempre entendem a minha paixão e necessidade pela escrita, por exemplo.

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  7. É bem verdade, temos que respeitar os gostos e paixões de cada um:)

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  8. Não vale a pena competir com coisas que não podem (nem devem) ser mudadas. às vezes ainda me custa aplicar isto, é verdade, mas vou tentando :)

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  9. O amor quando tem de acontecer acontece...
    Nada se consegue mudar, nem mesmo quando tentamos com todas as forças...

    Amei

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