domingo, 18 de novembro de 2012

A morte é a coisa mais natural da vida

É esta uma das pérolas que as pessoas dizem umas às outras nestas alturas acompanhadas de pancadinhas nas costas. Mas, a bem dizer, fenomenologicamente a morte é anti-natura, sem o ser. Porque não é nada como a coisa mais normal da vida que a pensamos. Se todos nós andássemos com este pensamento atrelado todos os dias - que é natural e que pode acontecer a qualquer momento - basicamente não vivíamos ou viviamos mais, não sei.  Nisto, talvez todos vivamos agarrados ao mito de que vamos durar para sempre e de que as pessoas que nos rodeiam também, por muito que saibamos perfeitamente que toda a gente morre e por muito que já tenhamos frequentado uns quantos velórios, alguns de pessoas bem próximas.

É por isso talvez que quando vejo um corpo inerte, de uma palidez tenebrosa, com as mãos pousadas muito direitas uma em cima da outra e ainda um véu transparente a ornamentar isto tudo o meu pensamento, para além de todas as emoções, é sempre "Isto não é nada suposto e é a coisa mais anormal de sempre", por mais que seja supostamente normal.

11 comentários:

  1. eu sou daquelas pessoas que sabe que um dia vai morrer, mas nao tenho medo da morte em si. Aceito desde á muitos anos que um dia irei partir...e nao gosto de ir a velorios nem funerais mesmo que sejam pessoas conhecidas, eu respeito quem morreu mas os velorios sao na sua maioria uma fantochada. É quase como uma ida a missa, fala-se de tudo menos do morto. E depois hoje em dia um funeral fica muito caro, há muita exploraçao com a dor de quem sofre uma perda.

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  2. É um processo natural da vida, agora o que vem após a morte ai sim é um dos maiores enigmas. Eu encaro a morte apenas como uma "passagem", não necessariamente o "fim"... Estou convencido que há algo mais além do outro lado...
    Beijinhos

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  3. "Death is a natural part of life" - Master Yoda

    :P

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  4. Mais do que a morte o que a mim me faz confusão é o ritual fúnebre, o velório, a igreja, os milhares de flores...
    Claro e o dinheirinho que custa um funeral ainda me faz mais confusão.

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  5. Faço das tuas as minhas palavras...

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  6. E depois há corpos estendidos e inertes que se imprimem nos nossos olhos como marcas de água, presentes em tudo o que vemos.

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  7. A minha não me mete medo e embora sabendo que inevitavelmente acontecerá não costumo pensar muito nela; a dos outros é que me dói...

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  8. Epá!! fenomenologivamente!! que palavrão:P
    há até correntes filosóficas que dizem que a morte não devia constituir problema para o ser humano, porque enquanto vivos não fazemo a menor ideia do que seja a morte, do ponto de vista de experiência e quando motos, não podemos ter outro estado, estar de outra forma estando a vivê-la, por isso, nem vale a pena preocupar-mo-nos com ela.

    quanto ao que vou dizer de ti, como tens ali ao lado, não sei que diga, mas que fico curiosos de ver a menina de salto alto, isso fico.

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  9. Eu encaro a morte como outra coisa qualquer! Um dia há de chegar a minha vez, por isso deixa aproveitar cada segundo aqui. É um facto comprovado, nunca ninguém voltou!!!

    ehehhehehehhe

    Kiss**

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  10. Não gosto nada de pensar nestas coisas :S

    Prefiro ver as pessoas como eternas, para não viver no medo de as perder. Talvez isso me leve a cometer certos erros, mas prefiro esses à constante antecipação de perder alguém.

    E nunca sei o que dizer quando alguém se vai. Por isso prefiro simplesmente não dizer nada.

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  11. Acho que esse ritual (que é no fundo o que descreves e não a morte em si) é que é anti-natura e anti-tudo.

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