sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Chamemos-lhe apenas um lado lunar...

Queres saber? Não faço ideia. Não faço ideia do que quero. Tenho umas pistas. Acreditava em muita coisa que começava e acabava numa mão que fechava sobre a minha. Agora fecho a mão vazia porque mesmo que cheia não a quis deixar ficar. Agora não tenho medo de perder. Não tenho medo de sonhar também. De experimentar acreditar que podes ser tu e tu e tu. E que contigo aquele sítio vai ser mais sítio, aquela palavra mais palavra, esta vida mais vida. Não tenho medo sequer de te conduzir mentalmente aos sítios que são mais meus. O problema é que estes sonhos são uns fracos. Eventualmente os que me pareceram os maiores e os melhores caem tão rápido como se ergueram, pois não tenho mais do que breves miragens e quando se desfaz a ilusão, acho que não é e não será. Tenho emoções plácidas. Emoções que não são as dos filmes - que dão um choro que parece que vai arrancar os olhos, que dão vontade de comer chocolates em série ou de uma pessoa se enterrar na cama durante um mês. Às vezes pergunto-me se esta tranquilidade sentimental que me tem caracterizado não é um handicap, não é uma incapacidade de sentir. Concluo que não é. Afinal tenho aqueles tipos que me esmagam o coração de amor todos os dias e que me dão sorrisos de tamanho impensável. E, além deles, claro, se não fossem as almas que não são amores-românticos, mas que compõem o belo ramalhete de pessoas que dão cor à minha vida, estaria uma alma moribunda com os meus poros afetivos todos secos e a espalhar tristeza.

É uma fase, um lado lunar... Um lado lunar que me perturba como perturba tudo o que não consigo explicar ordenadamente. Não consigo atirar a minha vida para as mãos de ninguém, como quem se atira para as mãos de desconhecidos a meio de um concerto de rock em pleno êxtase de que não há lugar melhor. Dou-me a toda a gente, não me dou a ninguém, diz a música e digo eu. A minha vida é a minha vida e sempre que a tentei perspetivar como a "nossa" não resultou. Não faço ideia do que quero: não quero frases feitas vomitadas, porque tomo o romântico por vulgar, mas quero a maior epopeia de sempre. E não sei. 


12 comentários:

  1. Vai com calma, moça. Não tens que ter tudo para ontem ;)

    ResponderEliminar
  2. não tens (não podes) de ser de ninguém antes de seres inteira e verdadeiramente tua. quando for o momento de saltar saberás...

    ResponderEliminar
  3. Oh minha linda, não sabes tu, nem sei eu..li e absorvi cada palavra e quando que diria que me encaixava ali em muitas partes. Não sei, não sabemos, mas com tempo e paciência vamos saber. Beijinhooooooooooooooooooooooooooo

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. :) Claro que sim. E gosto de saber que há tantas pontas que continuam a fazer com que exista uma identificação entre nós!

      Eliminar
  4. identifico-me com bastantes coisas neste texto.
    não sei se lhe hei-de chamar fase lunar ou feitio. quer dizer, não sei mesmo o que lhe chamar, nem sei se tem nome, mas que sinto isso tudo, sinto. e até hoje não sei o que fazer. mas olha... seja o que for! e para ti também. acho que temos de aprender a viver um dia de cada vez. Força nisso ;) *

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. pastora :)
      É engraçado que só leio o teu blog e não conheço nada da tua vida mas não estranho nada que te tenhas identificado. Talvez este seja um assunto em que a única coisa que nos cabe é continuar a explorar e, progressivamente, ir entendendo.

      Eliminar
  5. Parece que já somos várias a partilhar do mesmo que sentes. No meu caso, acho que é mesmo uma estratégia de coping. Já fui daquelas que se dá de corpo e alma e que se põe em segundo plano (shame on me!). Não é que esta forma de estar que descreves seja melhor mas, mesmo assim, prefiro-a! É difícil confiar suficientemente em alguém para perspectivar um "nós" mas continuo a acreditar que há-de andar por aí alguém que nos vai desarmar naturalmente... Se for preciso muito esforço para nos convencer é porque algo não está bem.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não me parece estratégia de coping no meu caso (como entendemos estes termos não é?)... Sempre me conheci assim, cautelosa no mundo dos afectos, essencialmente porque os valorizo. E não acho que tenha tido nenhuma experiência que correu mal. Acho que todas - mais profundas ou menos, mais longas ou mais fugazes - correram mesmo bem. Acho que o facto de terem acabado claro que não dita sucesso absoluto e traz consigo fracasso, mas ninguém encontra a fórmula certa sem esbarrar com algumas erradas entretanto :) Acho que nunca me pus em segundo plano, até acho que tenho que aprender a pôr mais :P E sim, acredito sobretudo na teoria de que quem tiver mais jeitinho do que força para desarmar fará cair tudo.

      Eliminar
  6. Havia muita coisa que te podia dizer sobre o que escreves, todos temos muitas dúvidas. Digo-te apenas o mesmo que digo a mim próprio: a vida é uma casa de muitos quartos. Se tens que passar por todos mais vale que o faças com confiança. Não tens que brilhar em todos mas faz o que tiveres a fazer sem angústia (parafraseando Miguel Torga). Beijo para ti.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sinto este de facto como um estado passageiro, até porque me conheço a saber dar e agarrar quem me agarra verdadeiramente, e talvez por isso a angústia tem ficado do lado de lá da porta... Sinto-me muito tranquila :)

      Eliminar

Não resisto às novidades do Mundo Lá Fora. Contem-me tudo, tudinho!