terça-feira, 4 de junho de 2013

Os homens, não da minha vida, mas na minha vida V

O J. tem chapado na cara tudo o que é: sacaninha, reles, galanteador. Galga matador sempre de queixo exageradamente levantado; esboça um olhar semi-cerrado de quem pode agarrar presa a qualquer momento; usa os braços arqueados para trás e peito a apontar para a frente, como se como banda sonora lhe ecoasse constantemente um "Quem é o gostosão daqui?" e, óbvio, fala num tom de voz um pouco exagerado a fazer notar a sua presença e a anunciar que está na àrea. Julga que é o macho alfa e que todas as fêmeas que o rodeiam, mais cedo ou mais tarde, lhe irão cair no prato. Gaba-se de ser o homem biónico por ser o homem que mais trabalha naquela casa e vê na aquisição de um Volvo o auge da sua vida.

O mal é que, conforme já foi aqui noticiado, algures na infância fiz namorar as minhas Barbies com o Action Man. E um tipo que tem Bad Boy estampado na testa, ainda tem um certo poder. Não por andar aí a ser realmente mau, que disso eu não gasto, mas pelo arzinho de pecado fundamental. Aquele ar que nos pode deixar tansas. Sabemos que não devemos querer, mas por não dever ainda queremos mais, mesmo que secretamente. Saca-se à distância a espécie mas ainda assim fica-se na dúvida ou a achar que podemos exercer uma magnífica missão de salvamento. Acontece que ainda há uma coisa que eu gosto numa relação, embora às vezes não se use: gosto de exclusividade. E essa aposto que ele não pratica. Marcou tantos pontos na inclusividade ao ter tentado uma investida ainda acasalado, apesar de entretanto ter mudado o estado civil, que, com ele, a única história que há para contar é esta. As minhas Barbies gostavam de Action Man, mas estes apesar do ar de sacanas, não eram idiotas como o Ken - que sempre me pareceu um tipo duvidoso para os meus interesses afetivos, apesar de queridinho, tal o tamanho do seu guarda-fatos. Os Action Man tinham um grande coração, mas onde cabia só uma, e faziam grandes coisas pelo mundo, que não passavam pela contagem do número de cueca que já lhe passou pelas mãos.

2 comentários:

  1. Loool conheço o espécime, não é fácil passar ao lado, não é fácil...

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  2. Infelizmente sempre tive tendência a apreciar os homens maus... graças a Deus apaixonei-me por um homem bom com ar de mau.

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