Sou uma miúda do campo.
Uma miúda do campo muito mal caraterizada, cuja melhor imagem ficou eternizada na câmara de filmar que o meu bisavô não tinha, mas desejou ter, nos Verões em que ia para o campo dele fazer que lavrava.
Sou uma miúda do campo.
Uma miúda do campo que há-de sempre preferir a pitoresca Montmatre aos Champs Elysees.
Sou uma miúda do campo.
Uma miúda do campo que está em Lisboa de sobrolho franzido à velocidade com que as pessoas circulam.
Sou uma miúda do campo.
Uma miúda do campo que se delicia quando descobre que dentro de Lisboa ainda existem pequenas aldeias, eternizadas nos bairros mais típicos, onde as casas se estendem para a rua e as pessoas páram a conversar na mesma - em dias de sorte até a assar umas sardinhas em comunidade! - e onde há donos de cafés que se cumprimentam pelo nome próprio, da rua, por miúdos e graúdos, quando a caminho da escola ou do trabalho.
Sou uma miúda do campo.
Uma miúda do campo que parece da cidade e que às vezes, só às vezes, pensa, Lisboa também poderia ser minha.
E como eu gosto da aldeia que há em Lisboa...É a que eu amo.
ResponderEliminarAinda tenho que conhecer essa Lisboa. No entanto, apercebo-me que, afinal, isto não é assim tãaaao grande.
ResponderEliminarGostei aqui do sítio! Vou adicionar ao meu Amendoins!
tanta ternura e autenticidade nessa afirmação "sou uma miúda do campo". lisboa é capaz de ser um bocado ingrata com as pessoas mais autênticas, mas uma miúda do campo enfrenta. boa semana!
ResponderEliminarÁ boa moda do norte "Carago!", senti esse comentário como um abraço, que bom!
Eliminar"Uma miúda do campo que se delicia quando descobre que dentro de Lisboa ainda existem pequenas aldeias, eternizadas nos bairros mais típicos, onde as casas se estendem para a rua e as pessoas param a conversar na mesma." Também penso isso de todas as vezes que percorro Lisboa. E apesar de às vezes já sentir um bocadinho Lisboa como minha, vejo que não, que não pertenço ali... Quem sabe um dia me sentirei em casa :)
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