terça-feira, 26 de novembro de 2013

Há dias em que me apetece ser só humana

Vivo muitos dias da minha vida a fazer-me extra-humana. Para mim é só ser humana, na condição comum que isso implica. Mas chego à conclusão que são poucos os que se implicam como eu. Implico-me por gosto é certo. E estou nas coisas porque quero, podendo sair a qualquer momento, mais certo é. Mas diria também que também estou em tudo o que faço porque preciso. Preciso de sentir que não estou a acontecer nesta vida, mas que estou a fazer a vida acontecer em mim. Preciso de sentir que estou cá a ser uma versão maior de mim, e não uma versão trial do que poderia ser. Preciso de sentir que não estou cá para passar e apagar, mas para deixar alguma coisa naqueles que me rodeiam -e se em algum momento ou circunstância estou capaz disto não tenho porque não fazer. Sim, ninguém foi tão exigente comigo quanto eu sou para mim própria.

Assim, como sabem, sou pois uma mulher de causas e projetos. Mas essas causas e projetos são tantas vezes extra-horário e inteiramente voluntárias.  Não apetece todos os dias e há dias em que custa. Hoje, por exemplo, cheguei há 30 minutos a casa e tenho chamada marcada para as 9 da noite, sem perspetiva de quando estarei liberta. Apenas a certeza de que amanhã às 9 da manhã estou no ativo outra vez. E apetece ser só humana. Dizer que estou com dores de ouvidos e garganta, que é verdade, e ficar à beira da lareira a aquecer as mãos. Mas, quando estiver lá sentada, sei que vou sair com a certeza de que valeu a pena. E se não valer, tenho a minha mãe a fazer-me o jantar na cozinha. Uma coisa tão simples, mas por mais um trabalho que me retira, parece de anjo caído do céu.

5 comentários:

  1. tu és muito dura contigo e reconheces isso, no entanto dizes-me muitas vezes que eu não posso ser tão dura comigo. engraçado como somos tão capazes de dar conselhos aos outros e não os aplicar a nós mesmos, não é Mary Jane? :p

    Tu és assim e é assim que és única, és tu. Ainda bem que tens esses objetivos, ainda bem que te implicas nas coisas e te impulsionas a ser sempre mais e melhor. De outra forma não serias a Mary Jane que tanta gente gosta. E se é assim que és feliz, mesmo atolada em trabalho, go for it! :) a bem da verdade, eu também sou assim e por isso sou suspeita por dizer isto, mas para mim só faz sentido sermos desta maneira: darmo-nos aos outros, querer ser sempre melhor, tentarmos superar-nos, tentar deixar a nossa marca.

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  2. para quem parece ainda tão novo, há por aí uma linha de atuação muito bem estruturada.

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    1. Tenho 25! Pareço mais nova ou está dentro das expectativas?

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  3. O segredo há-de estar entre achar o equilíbrio entre seres uma extra-humana e dedicares tempo para ti. Para deixares a tua marca neste mundo tens que ser tu. Para seres tu, tens que estar bem contigo. Para estares bem contigo, há alturas em que a Super Mary Jane tem que se limitar a ser uma pequena Mary Jane sentada à lareira... e aproveitar também esses momentos para agradecer ao anjo caído do céu que é um verdadeiro sidekick da tua versão de capa vermelha.

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  4. Às vezes é mesmo preciso deixar os outros um pouco de lado para nos focarmos em nós.

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