segunda-feira, 14 de maio de 2012

A minha primeira confissão...

Em época de comunhões quero falar-vos da minha primeira confissão séria. Não daquelas confissões, igualmente sérias ou menos sérias, que de vez em quando fazemos a alguém, mas da primeira vez que, na igreja, me ajoelhei em frente a um padre.

Lembro-me que achei que o senhor era muito velhinho e que me questionei o porquê de eu estar para ali a falar e ele a olhar no vazio, mas depois lembrei-me da catequista, que disse que a confissão não era falar com um padre, ou uma pessoa, era falar com Jesus, portanto até fazia sentido não olhar e estar antes com a orelha direccionada para mim: não era ele que me estava a observar portanto estava a facilitar a via de acesso a Jesus! Depois dos primeiros segundos a falar, achei também que tinha feito bem em preparar uma lista mental de pecados para apresentar com receio de me esquecer de algum, porque o senhor esteve calado o tempo todo... Mas o melhor de tudo e o que cabe sublinhar foi o sentimento de absolvição. Depois de ter rezado os Pai Nosso e as Avé Maria que me foram incumbidos, lembro-me de ir para casa e de me sentir uma pequena ave a levitar, de me sentir absolutamente santa e livre de pecados. De anunciar inclusivé "Já não tenho pecados!" e de afirmar solenemente a quem queria saber a lista que tinha elencado ao padre "É secreto!". Até o raio do vestido da comunhão que seria às bolinhas brancas me parecia um drama menor e que não valeu a minha preocupação... Prometi a mim mesma permanecer imaculada a maior quantidade de tempo possível... Mas no próprio dia, após uma asneirita inconsequente, fui logo encostada à minha condição humana. "Já tens um pecado!...". E assim se quebrou um estado magnificamente zen que eu poderia jurar que ia durar a vida toda.

6 comentários:

  1. Da minha primeira confissão não me lembro mas lembro-me de uma noite, perto da Páscoa, em que a minha avó foi a minha casa busca-me, "obrigando-me" a ir à confissão. Chorei muito, muito mesmo, até me decidir ir com ela. Não por mim, que estava aterrorizada com a ideia, mas para lhe fazer a vontade e deixá-la contente. Até durante a conversa com o padre chorei...
    Enfim, uma história que me deu para partilhar por teres falado nisto :)

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  2. só me confessei duas vezes, uma para fazer a primeira comunhao e outra depois disso.. quando o padre me pergunta "então e ves coisas feias na tv?" achei que não valia a pena andar mais nessas palhaçadas! Pff eu era uma criança, e ele a fazer-me aquelas perguntas..

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  3. Pois, é mesmo impressionante e libertadora, essa sensação de estarmos "imaculadas", sem asneiras no cartório :)

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  4. Eu não gostava nada de ir à confissão, o padre tinha um hálito horrível a bagaço! True story!:p

    Está um selo e um desafio p'ra ti no meu blogue.*

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  5. Nunca me confessei, acho que nem às paredes tenho coragem de o fazer:)

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  6. lembro-me desse sentimento de leveza depois da confissão, mas realmente nunca durava muito tempo :)

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