sábado, 7 de setembro de 2013

Feneceu em mim a ideia de uma casa com vista para o mar

Acho que a casa com vista para o mar fará parte dos sonhos de 70% da população mundial. Eu estou dentro da estatística que eu própria inventei, ou estava. Ontem, depois de uma noite que terminou de manhã, fui dormitar a um apartamento não com vista para o mar, mas ali à beirinha do mar. Cheirava a velho e a humidade, a casa que não era aberta há uns 300 anos. A minha irmã disse que era por ser perto do mar e que eu não imaginava como era a porta de entrada anterior - pelos vistos a atual é nova -  toda corroída. A forma como a casa estava decorada não ajudava, a mobília era mobília robusta e boa, mas de há 300 anos. De um roupeiro surgiam chapeús para os quais eu não olhei fixamente na descoberta de mais detalhes, mas posso jurar que deviam adornar bonecas de porcelana, bonecas daquelas que em filmes de terror despertam durante a noite com olhos muito esbugalhados e mais pálidas do que nunca. Depois dormi numa cama tão alta que posso jurar que constituiu um teste para ver se eu sou uma princesa. Bad news: não senti a ervilha, acho que o meu sangue azul tarda em revelar-se. 

Apesar do cenário, a verdade é que, culpa do cansaço ou não, até dormi benzinho. E lembrei-me doutras casas perto do mar que já habitei e que não cheiravam a velho. Se calhar afinal não. Afinal ainda não foi desta que o sonho popular e banal adormeceu. Continuo dentro da estatística.

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