sábado, 25 de setembro de 2010

O deleite e a arte de não-fazer-nada!


Lembro-me que quando era substancialmente mais nova reclamava muitas vezes durante as férias com a minha avó como se fosse o maior drama do mundo "Oh, não sei o que fazer... Não tenho nada para fazer! O que é que eu faço?".  E mesmo sabendo que a minha avó responderia invariavelmente o mesmo, "Olha, caça moscas!", para logo a seguir largar aquela tão quente e familiar gargalhada, não resistia em perguntar e ficar de braços estendidos sobre a mesa da cozinha enquanto murmurava "Que seca..." e engendrava o que havia de fazer.

Graças a esta época de treino intensivo a engendrar planos de férias, hoje adoro férias e nunca me canso. Arranjo sempre o que fazer! Tudo bem que as férias de faculdade agora só são cerca 1 mês e meio, mas é, na mesma, tempo  em excesso para muitos. Para mim é tempo de menos. Tempo de menos para coisas tão simples como estar estendida no sofá ou para, como os meninos queridos da imagem, estar estendida na relva ao fim-da-tarde sem fazer nada, só a fazer bolinhas de sabão. Eu acuso-me: adoro não-fazer-nada! O dolce fare niente  é meu amigo intímo. Assim, sendo este o último fim-de-semana (embora já esteja em modo estágio e tese há algum tempo) mais livre que tenho, com algum tempo para não-fazer-nada, estou a agarrá-lo sôfregamente.

Acredito que quanto mais cresço, mais gosto de férias porque à medida que fui crescendo a minha dedicação à escola também cresceu em intensidade. Passo muito tempo a fazer tudo-muito-bem e cada vez são menos as oportunidades que tenho para me dedicar à arte de não-fazer-nada! Se no secundário estava sempre ocupada porque dedicava muito tempo à escola, ao teatro, à dança, à associação de estudantes, etc, etc, etc, na faculdade sou completamente absorvida pela faculdade, ponto final. E há saídas ou festas uma vez por semana que o pessoal tem de ventilar, vá. Com isto chego ao fim de um ano de rastos e inteiramente apaixonada pelo não-fazer-nada, ou, pelo menos, pelo meu não-fazer-nada que é fazer tudo aquilo que me dá na gana durante o ano e que acabo por não fazer, porque é prioritário fazer o que deu a alguém na gana que eu faça!

Um bom dia de não-fazer-nada para todos!

7 comentários:

  1. torna-se quase uma necessidade básica, o não-fazer-nada! ;) o problema é que na maioria das vezes não o sabemos aproveitar convenientemente.

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  2. Eu tenho dias: há dias que sabe bem estar sem fazer nada, mas há outros que simplesmente não suporto estar sem fazer nada xD

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  3. Dolce fare niente, a minha alma gémea! =D

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  4. hahah oh Jane eu revi-me de tal maneira neste post! bjo!

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  5. Já estava farta daquela lista enorme lá ao lado. E para quê ter lá blogues que já não existem?
    É simples :)

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  6. Eu também adoro o fazer nada, ou adorava, visto que agora desejo mais do que tudo arranjar um emprego para me enterter a fazer algo. É sempre assim...

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