segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

De Jéssica a Mary Jane

Na pré-primária reclamava todos os dias com a minha mãe pelo nome vulgaríssimo que me atribuiu. Tudo piorava quando na minha sala existiam as Jéssicas Sofias e Veras  Mónicas*, nomes muito mais sonantes e artísticos. Eu era a M. Só M. porque é bonito segundo a minha mãe. E eu pensava que se ela não queria chamar-me Jéssica Sofia ou Vera Mónica que então me tivesse dado o nome de Verão, Primavera ou Lua...
Na escola primária cheguei à conclusão que Jéssicas Sofias e Veras Mónicas eram tão vulgares como eu e que bom mesmo era ter daqueles nomes que quase mais ninguém tem, para que o meu nome não tivesse que ser sempre disputado com mais uma coleguinha. Assim, questionei-me: porque não me teria chamado eu Isa, Diva, Dora, Isis, Iris, ou um nome internacional daqueles que acabam em "y" estilo Jenny ou Amy em vez de M.?  Em vez de M. só, M. sem graça...

No ciclo apaixonei-me pelo meu nome próprio. E hoje quando penso em crianças só me ocorrem nomes normais. Normais, mas bonitos. Pequena excepção feita para quando cheguei à blogosfera: não me chegando o nome próprio, decidi armar-me em tarzoa e lá ficou a Mary Jane.




P.S. --» Estou a adooorar receber as vossas participações! Pois que continuem porque há domingos (dia de publicação das vossas obras de arte) para toda a malta :)
P.S. 2 --» Nenhum blog explicou tão bem o nome da filha da Lucy e do Yannick: deixem crescer as criancinhas, o nome do terceiro filho já será um nome normal.
* Jéssicas Sofias e Veras Mónicas não tenho nada contra vós!

domingo, 30 de janeiro de 2011

Post de leitura urgente para quem me segue!


Handwritten, tal e qual. Ver uma folha escrita à mão desperta em mim uma espécie de fascínio secreto e inexplicável. Acho bonito. Mesmo que a letra seja feia, mesmo que a folha não tenha um mínimo de organização. Há um pulsar de vida numa folha escrita à mão, que uma folha escrita a computador, por mais bonitinha que seja, nunca terá.

Por este motivo, lembrei-me de um desafio interessante: quero conhecer as vossas letras e eventualmente conhecerão também a minha. Por isso e para que isto seja giro (se não for para vocês é para mim, não sejam desmancha prazeres!), peço-vos: enviem para o e-mail aqui do estaminé (maryjaneinthesun@gmail.com) um pequeno post-it, um rascunho de um exame, um ensaio, uma página da vossa agenda, uma receita culinária, enfim, qualquer coisa escrita pela vossa caneta ou lápis. Depois em vários posts a serem lançados ao domingo (já que comecei ao domingo!), vamos dedicar-nos a tentar adivinhar a quem pertence o pequeno rascunho.

E pronto, era urgente dizer isto.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Perdi a consciência

E graças a isso, hoje foi o dia. Independentemente de todas as outras tarefas, uma aula de dança das 16.30 às 18 horas foi tentadora.
Durante a semana, quando recebi a proposta, só pensava: ai que eu gostava tanto, mas não posso! Tenho tanta coisa para fazer...
Hoje de manhã, pois que devo ter perdido a consciência temporariamente, e quando dei por mim estava a combinar com a mana irmos juntas. 
Quando dei ainda mais por mim estava dentro de uma sala espelhada, a fazer o aquecimento, como já não fazia há uns 4 anos. 
Quando finalmente recuperei a consciência, estava com as minhas pernas e braços tão doridos como se tivessem acabado de recuperar da passagem de um camião.

smileyouarebeautiful.tumblr.com

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sexta-feira, tu desgraças-me

Tenho sempre imensos planos para ocupar a minha sexta-feira à tarde. Aparentemente uma magnífica tarde livre óptima para pôr o trabalho em dia. Mas, sei lá eu porquê, é a tarde da semana que mais se arrasta. Os documentos de trabalho estão todos abertos, mas volta e meia parece melhor ideia:

1) consultar a metereologia: já se sabe que o estado climático afecta o meu estado de humor, portanto convém saber;
2) ir ao facebook ver se aconteceu alguma coisa profundamente chocante;
3) fazer uma pesquisa sobre Cerelac (coisa que me sabe tão bem comer quando chego à minha morada oficial) e ver se, afinal, se deve comer com água ou com leite;
4) ir ao webmail, porque é o e-mail da faculdade e convém;
5) fazer uma pesquisa sobre alimentos bons para combater o cansaço.

E isto por agora. Não tarda nada engendro mais alguma coisa...

Só mais uma coisinha bonita:
Pequeno delito cometido ontem: desvio à minha quase-promessa de não gastar dinheiro até ir para Paris. Miss Sixty.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Tenho problemas de lateralidade...

Não é que não saiba qual é a direita e qual é a esquerda, mas... quando quero dizer a alguém "vira à esquerda", tão provável é que me saia "vira à esquerda", como que me saia "vira à direita". Da mesma forma, não reajo imediatamente a um pedido similar: vira à esquerda ou vira à direita... Isto a pé.


Quando me vir dentro de um carro, nas primeiras aulas de condução, bem que o cenário vai ser bonito: instrutor manda Mary Jane virar à esquerda, e Mary Jane, nervosa, é bem capaz de virar à direita. Mais ainda, é capaz de hesitar entre a direita e a esquerda, mesmo não existindo corte à esquerda.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Obrigada pés, pernas, tornozelos ou seja o que for...

... por serem extremamente flexíveis e por terem permitido que - das inúmeras vezes que deitei literalmente um dos pés de lado nos paralelos de uma qualquer rua do Porto fazendo toda a gente cogitar que eu iria cair e formular uma expressão de assombro - nunca tenha sequer caído ou feito uma única lesão!

Os meus lindos pés. Chamem-me Mary-Cinderella-Jane
Hmmm... 

Espero um dia destes não estar a reformular este post.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Aos 22 anos a única coisa de extravagante que fiz na vida...

... não está a mim directamente associada. Vivo numa casa com 7 corujas domesticadas.
Coruja das Torres
+
Coruja das neves macho
+
Coruja das neves fêmea
+
Um casal de corujas pigmeu do Brasil
+
Strix Nebulosa
+
Bufo Real
De resto, começo a pensar e ainda não fiz nada de extraordinário, apenas coisas normais daquelas que toda a gente faz. Estarei eu a viver a sério ou a dormir na vida?

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Das coisas boas da vida...


E dos clássicos, elejo talvez o menos clássico (ainda que continue a enquadrar-se na categoria): o Rei Leão. Foi o primeiro filme da Disney que me marcou a sério. Aquele que provavelmente vi mais vezes. E, principalmente, aquele que inspirou a minha primeira grande obra literária, "Como a noite é bonita", publicada quando eu tinha 7 anos num jornal regional. Dissertei sobre a quantidade de coisas que conseguia ver/imaginar num céu estrelado à noite, mas esta reflexão profundíssima não seria possível se não existisse este filme da Disney,  e o Simba e o Rafiki que me mostraram um céu estrelado a partir do qual podemos sentir e contar histórias.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Os cães e a sedução

Eu sou amiga dos animais: tenho dois cães, várias aves (das mais comuns às mais excepcionais, mesmo) e são todos muito bem tratados, mas digo-vos, se não tivesse um cão por outros motivos, tinha-o por ser um excelente aliado à socialização e, quiçá, à sedução.

Um passeio com um cão é sempre um momento de notável socialização. Tudo porque os cães vão ter uns com os outros tipo íman, e nós lá nos deixamos levar e sorrimos enquanto fingimos que controlamos a situação. Pelo meio, obviamente que se cria uma ocasião (mais ou menos forçada) de conversa com o dono do outro cão. Invariavelmente todas as primeiras conversas passam por uma troca de dicas sobre disciplina, opiniões sobre rações e veterinários,  e partilha de episódios memoráveis ou brincadeiras com os companheiros.  Das rações passa-se para a vida pessoal: em que área se estuda ou trabalha passa a ser o tópico de eleição. Mais uns encontros e quase que somos amigos(as) para a vida, se as idades e interesses se aproximarem. Assim, bem vistas as coisas não é por acaso que apelidam o cão de ser o melhor amigo do homem! Quando me vir só, vou passear o cão...

sábado, 22 de janeiro de 2011

O amor trocado por miúdos #2

"When my grandmother got arthritis, she couldn't bend over and paint her toenails anymore. So my grandfather does it for her all the time, even when his hands got arthritis too. That's love." Rebbeca, 8

"When someone loves you, the way they say your name is different. You know that your name is safe in their mouth." Billy, 4

"You really shouldn't say 'I love you' unless you mean it. But if you mean it, you should say it a lot. People forget." Jessica, 8

"Love is when your puppy licks your face even after you left him alone all day." Mary Ann, 4

"Love is when Mommy sees Daddy smelly and sweaty and still says he is handsomer than Robert Redford." Chris, 7

"During my piano recital, I was on a stage and I was scared. I looked at all the people watching me and saw my daddy waving and smiling. He was the only one doing that. I wasn't scared anymore." Cindy, 8

"Love is when you tell a guy you like his shirt, then he wears it everyday." Noelle, 7

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Adoro-te Sol! Adoro-te Mary Jane!

Ontem saí do estágio em pleno modo I feel good. Adorei sair à hora habitual, 17.30h, e ainda ser dia! Um dia com sol, muito sol... Verão, Verão. Tenho tantas saudades tuas!

beautyineverything.tumblr.com
Senti-me tão inexplicavelmente leve que decidi: vou lanchar! Eu que detesto comer sozinha...
Lá fui então a uma torradinha e um compal de pêssego, ali no Davilina, uma confeitaria com ar modesto, própria para bolsas de estudante, mesmo em frente ao El Corte Inglês. Aquele momento (tão pequeno, tão simples que noutro dia poderia não me dizer nada) soube-me pela vida. Só pensava: Ah, mas que bem, estamos a ficar tão crescidas, Mary Jane... Uma cadeira para mim, uma cadeira para o casaco e uma cadeira para a mochila do computador. Eu comigo, sem pressa, sem precisar de mais ninguém, sem "Ai que eu estou sozinha, que seca...", sem "Ai que está toda a gente acompanhada menos eu...". 

Estive genuinamente bem. Cada vez gosto mais da relação que tenho comigo própria e fico feliz. Porque sei que se esta relação funciona, é um grande passo para que todas as outras funcionem!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Crónicas pré-viagem #3

O hotel, para Paris, está marcado.
Depois de consultar as várias opiniões contidas no tripadvisor e no booking, o hotel para o qual dirijo os links foi aquele que cumpriu melhor os nossos requisitos qualidade/preço. Conseguimos três noites a 154€. O R. rejubilou. Eu torci o nariz. Queria um quarto Comfort e ele marcou um Classic...

Um Classic de 20 metros quadrados...
Um Classic de queres melhor, pagas mais!...
Um Classic que se chama assim porque era mais fino do que chamar-lhe "quarto velho"...
Um Classic que, consequentemente, deve ser o armazém de velharias do dito hotel...
Um Classic com colchões e lençóis comidos pela traça!...
E podia continuar por aí fora, mas não vos canso.

Classic no Libertel Canal Saint-Martin
É verdade que é só para dormir, mas nem para dormir uma mulher perde o sentido estético ou as suas pequenas, muito humildes, esquisitices.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Rupert Grint: com'ó vinho do Porto

Antes :)                                          


Depois :D

Eu sei que é alvo de atenção de meninas com menos 10 anos do que eu...

E também sei que tem um ar extremo de puto, mas tem aquele je ne sais quoi... Qual Harry Potter? O Weasley é que é!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mary Jane e a arte de não respirar

O ano passado quando me diziam que no meu futuro local de estágio não se respirava, eu rebolava e pensava "Coitadinhos, não estão habituados a trabalhar." Hoje, no meu local de estágio, eu rebolo, reviro os olhos, esperneio - ai, como eu gostava de respirar! 

Perante tamanho cansaço que se abate sobre mim tanto estou num excitex pelas novas aprendizagens que os novos casos me trazem, em pleno funcionamento duracell, como a sentir que a máquina não rende muito mais!

domingo, 16 de janeiro de 2011

Se eu fosse jornalista...

... queria ser como a Catarina Fonseca. É por ela que eu compro a revista Activa. É criativa que dói, escreve como quem respira (digo sempre isto de quem escreve bem) e parece conseguir, de uma forma magistral, estar sempre dentro da cabeça de todas as pessoas. Descubram-na aqui, aqui e aqui. Apenas pequenos exemplos de um site carregado de pérolas! Coisas tão boas que quase nem apetece partilhar.

Alice Vieira e a filha, Catarina Fonseca
Fotografia da revista Caras

sábado, 15 de janeiro de 2011

6 meses de Mundo Cá Dentro

Tudo começou assim.


E depois vieram vocês. Obrigada M (eu bem queria saber fazer o coração!), Fresco_e_Fofo, Cat, Kikas, Menina do Mar, ...Ju..., Dinona, Caia, Maggy, Fi, Margot, Lady Me, MartaPetra_Pink, MissBlueBuble, Joana, Meninas todas do Me7ade da Laranja, 'Mimi e a todos aqueles cujo nome e respectivo blog não escrevi, e que estarei desde logo a carpir por isso, mas que estão aqui comigo frequentemente (isto de estar a escrever nomes de bloggers e respectivos blogs há 20 minutos com uma agenda preenchidíssima, é muito ginástica!). Enfim, obrigada aos 190 seguidores e mesmo não seguidores que passam por aqui de vez em quando!

Não têm rosto, não nos encontramos por aí todos os dias, mas têm blogs cheios de personalidade e que se distinguem por isso! Quantas vezes na minha vidinha não me lembro de vós!

O Mundo Cá Dentro não existia se também não existissem vocês :'). Portanto, obrigada por terem feito deste blog um mundo cheio através dos vossos comentários e opiniões.

E pronto. Espero que este palavreado seja suficiente para me seguirem por pelo menos mais 6 meses. That's all folks :D

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A minha relação com o facebook

O meu facebook é fechadíssimo, nem as fotos de perfil são vísiveis para os não-amigos. Não gasto dos Estados do facebook, e as actualizações de fotos não são assim tantas. Tenho um bom número de "amigos" e um grande número de pedidos de amizades pendentes que surpreende algumas pessoas, motivo deste post. Evidentemente que dos 200 e muitos "amigos" fazem parte muitos conhecidos. Agora pessoas a quem disse "Olá" uma vez na vida, pessoas que vejo por aí frequentemente, mas com quem nunca falei, pessoas que nem sequer vejo por aí , vou adicionar? Óbvio que não.

E eu nem sequer gasto daquelas fotos "Olha para mim, desprevenida [tão desprevenida], agarrada a um palmeira!" , "Olha para mim e para o meu decote, por acaso evidente". O que faria se gastasse!

P.S. --» É sexta-feira. Permitam-me um post light!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Histórias do Manuel e da Maria

Não saber cozinhar à séria, como algumas avós ou até mães cozinham, irrita-me. E não falo de saber fazer bifes, massas várias, arroz, batatas fritas, entre outros pratos rápidos, porque isso toda a gente faz: falo de um cabrito ou de uma vitela assada com toda a categoria! Irrita-me mesmo.
rabbidus.tumblr.com
Em parte, eu queria ser uma mulher full-package: dedicada a outras áreas da vida, mas também exímia como dona de casa. Por um lado, acho que nenhum homem perdeu a fantasia da Maria, a mulher para todo o serviço. Por outro, eu própria quero ser a Maria, porque, no fundo, apta a todo o serviço,  a Maria é a pessoa mais capaz e independente da casa. Mas não sou a Maria. E não sou a Maria, porque para mim tão importante como o que a Maria faz é o que o Manel faz... E enquanto o Manel não souber fazer vitela, já tenho o package suficientemente full para ele!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Só para que conste, o R. não é romântico todos os dias

- Eu quero palavras!!! Não quero beijos...

R. reage apontando para o Word com um dos meus relatórios:

- E tens! Olha aqui tantas, já vais em 1704!

Mas é um docinho na mesma :)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Não há duas sem três: o fim da tipologia


Os últimos tipos de taxista. Não deixem de consultar, nos posts anteriores, os restantes!


Paulo, o desorientado - Depois de andar uns tempos às voltas como quem domina o assunto e depois de vocês perguntarem "Mas sabe onde é?", enquanto ele vai respondendo "Sim, sim, é já ali ao fundo!" e quando o fundo chega murmura espantado "Ah, mas a entrada era aqui!" vocês percebem o que senhor se recusa a assumir: não faz ideia  de onde está. Então, querendo ser simpáticos e sobretudo agilizar o processo, já perguntam a quem vai convosco no táxi "Tu não sabes indicar ao senhor onde é?" , ao que o senhor atalha, numa rua onde não anda ninguém "Não é preciso, eu pergunto já!". Finalmente aparece um táxi-colega milagroso a quem o desorientado pergunta, "Faxabor, ó colega, para X, como é?". Dica: não se metam em atalhos.

Adolfo, o tecnológico - durante a viagem põe-nos a par do futuro do serviço de táxis, incluindo para tal, uma demonstração dos dispositivos que já se encontram instalados no carro, preparados para funcionar. Apresenta-nos também material fidedigno a propósito do assunto, nomeadamente, jornais,  que nos dá para consultar. Nós fingimos que lemos, comentando o que conseguimos ver rapidamente nas letras gordas porque, na verdade, enjoamos a ler no carro. Dica: normalmente são agradáveis, limitem-se a manter-se minimamente interessados.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Tipologia dos taxistas II

Como prometido ontem, cá estão eles. Na verdade, só o silencioso e o marketeer, porque é fim-de-semana, e ninguém tem pachorra para posts grandes.

carryeachother.tumblr.com
o silencioso (tão silencioso que nem dá para lhe imaginar um nome) -  vocês entram no táxi, dizem para onde vão e o taxista limita-se a acenar. Fazem um ou outro comentário e o taxista volta a acenar inexpressivo. Desistem, pois percebem que a única hipótese que têm de falar durante a viagem é iniciar um monólogo ridículo e, de facto, podem estar a importunar um senhor que, em silêncio, conduz muito mais concentrado. No fim da viagem, com sorte, podem ouvir  a sua voz a propósito dos trocados. Dica: se querem conversar, viagem acompanhados.

Manuel, o marketeer. Aparenta ser o taxista conversador: uma parecença com a namorada do filho pode ser mote para iniciar uma conversa que até se torna agradável. O conversador desaparece quando a meio da viagem, o marketeer já nos está a falar dos clientes regulares e do preço combinado com os mesmos, e, a par desta dissimulada publicidade, observamos que abranda quando está prestes a chegar a um semáforo. No fim, apresenta o cartão pessoal para ligar a qualquer hora, em qualquer dia. Dica: aceitem o cartão, cabe-nos a nós usá-lo ou não.

To be continued...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Tipologia dos taxistas

Raramente ando de táxi. Mas quando ando tenho momentos apreciáveis de observação. Aqui estão alguns personagens que já tive o prazer de conhecer.

Joaquim, o conversador - inevitavelmente vai falar a viagem toda. Sobre futebol, política, homens, mulheres, a própria vida...  Nós podemos participar, limitar-nos a acenar ou resumir-nos ao silêncio que, para o senhor, não há problema nenhum. Dica: Não discutam opiniões e muito menos entrem em debates clubísticos, ele terá sempre razão.

Carlos, o metaleiro - geralmente é uma espécie nocturna. Identifica-se à distância, especialmente se o apanharem a descarregar os clientes anteriores. Estes indicar-vos-ão a rir , um tanto ou quanto frenéticos: "Vão neste, vão neste, é o melhor!". Perante tamanha agitação vocês pensam "Estão bêbados, mas... que sorte, um táxi já aqui!". O metaleiro cumprimenta-vos delicadamente e assim que indicam o vosso destino, eleva o volume do rádio, onde se escuta Rammstein e faz o caminho prego a fundo, incluindo curvas à velocidade que manteiga derrete na frigideira. Dica: Não peçam para andar mais devagar, ele não abranda, mas é certinho que acalma o ritmo perante a sinalização de um pequeno enjoo com tendência a culminar em vómito.

João, o mente aberta ou engatatão - Começa a falar do estado do tempo e de um momento para o outro dão com ele a falar das pessoas que andam sisudas como o tempo e  a defender uma filosofia de vida baseada no carpe diem e no optimismo. A tal ponto, perante o vosso comentário , breve e inofensivo, de que é óptimo pensar assim, já vos está a dizer que não dá nada na vida como garantido e que antes de ser taxista foi agente comercial. Vendia lingerie feminina. Confessa-se uma mente aberta e ainda vos informa que tinha que ser porque fez nudismo dos 14 aos 22 anos.  Tão mente aberta que já chegou perto da mulher agarrado a duas "amigas" ,"Olha, são minhas namoradas". Depois diz-vos que vários estudos comprovam que o que uma pessoa precisa para estar bem é optimismo e sexo. E continua a falar convosco durante 10 minutos depois do táxi ter parado e depois de terem perguntado quanto lhe deviam.  Começam a temer, "Será que eu vou sair daqui?". Dica: Vão insistindo pelo custo da viagem, atalhando que têm uma consulta médica que não podem perder.

Os nomes obviamente foram inventados, mas todos os dados contidos nestas breves descrições são verídicos. Não percam, amanhã, na parte II, o tecnológico, o silencioso, o marketeer e o desorientado e contribuam com os vossos conhecimentos para ampliar esta base de dados!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Sinfonia de Fungadelas

Já lá vai o tempo em que eu não me importava de apanhar uma constipaçãozita para ficar em casa um bom par de dias.
Agora, fujo dos virús a todo o custo, mas hoje, no metro, fui particularmente ameaçada.
Ou estava especialmente desperta e vigilante - o que não é provável, porque estava a acabar de acordar - ou aquilo foi uma verdadeira sinfonia de fungadelas. Mas fungadelas não externas, isto é, não para o lenço, mas daquelas fungadelas internas, em que o pessoal aperta as narinas e inspira-as, "Ai, deixa ver se não foges". Quanto estava prestes a dar o tilt, perante tamanho ruído perturbador, a minha mente inventiva salvou-me. Imaginei a próxima publicidade para o Cêgripe, Antigripine ou semelhantes: uma opereta de música de fundo e actores a fungarem-se em câmara lenta... Mote do anúncio? Não ofereça concertos com o instrumento errado...

E lembrem-se: se chegarem a ver esta ideia na televisão, fui eu que disse primeiro!

E não se esqueçam: há dias em que eu escrevo sobre coisas decentes.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Labello, Labello, Labello...

Sinto falta do meu Labello, azulinho, clássico. Deixei-o na minha morada oficial e cá estou eu ,só e abandonada, na minha morada de estudante. 
Sinto falta do meu Labello e nem sequer tenho os lábios gretados, prestes a desfazer-se. 
Sinto falta do meu Labello porque cheira e sabe bem e, principalmente, sinto falta do meu Labello porque quando tenho muita coisa para fazer - relatórios!relatórios!relatórios! - qualquer coisinha é boa para me distrair.


E agora que descobri que existem tantos Labello só me apetece ir comprar Labellos, assim para ficar com paletes deles: um de cada cor.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Vocês sabem lá...

... a leveza que é não fazer exames. 

Agora que muita gente sofre às portas do primeiro exame, eu, apesar de ter em mãos não sei quantos relatórios (prefiro não contar!), só sinto vontade de cantar e saltar quando penso que este ano não há exames para mim! Tenho que ir para o estágio já amanhã, mas nem isso custa quando as palavras mágicas surgem: não tenho exames para fazer

Ieeeiiii! Não há exames, não há dores de barriga frequentes,  não há professores malvados a mandar-me entregar exames antes de os terminar, não há perda de apetite, não há noites de insónia ocasionais e não há "Ai que eu não aguento mais, estou farta!", logo a seguir ao primeiro exame!

Mas como muitos dos meus seguidores ainda fazem exames, esta é para vocês:

sábado, 1 de janeiro de 2011

Mary Jane ao volante

2011 é o ano

Mesmo que eu não simpatize com o número 11, porque me sugere duas pessoas isoladas, cada uma para seu lado, e, como diria Aimee Mann "One is the loneliest number that you'll ever do.", 2011 é o ano. Mais não seja porque depois de muitos anos a resistir ao volante, finalmente peguei nele. E só eu sei como a estrada era perigosa e vertiginosa.

Dress code: o meu queridinho Andy Warhol by Pepe Jeans
Game code: Mario Kart para a Wii