Caríssimas, tenho um comunicado de extrema importância a fazer,Gosto delas. Por coisas simples como estas e como por elas terem pulado e gritado mais do que eu quando através de uma humilde SMS souberam a minha nota de mestrado. Assim vale a pena.
o espírito de companheirismo das g. incrementa de dia para dia, e a senhora dona A.M. apresentou hoje provas disso. Tudo sucedeu quando vendo uma companheira só na via pública, perto do seu local de trabalho, e seguindo em viatura própria, pegou no seu elemento de comunicação (telemóvel, para as menos letradas) e ligou à companheira (eu, para as menos iluminadas) averiguando se estava de facto abandonada e se necessitava de algum auxílio. Tranquilizada de que se tratava de uma situação temporária que em breve seria resolvida por meio de boleia previamente combinada, A. M. não minimizou esforços e uns minutos depois esclarece se a companheira tinha, de facto, chegado em segurança ao seu local de residência.
Acontecimento digno, tenho a declarar. Especialmente considerando que A.M., nas suas declarações finais, alegou que as g. não poderiam ficar sem a sua estrela. Ah, está esclarecido (cogitei eu!)!
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Para pessoas de valor, declarações de coração
Ora enderecei a seguinte declaração aos elementos do meu grupo de dança.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Síndrome ficar para tia
Quando terminamos uma relação um dos medos que emerge e que, frequentemente, só confessámos às paredes (ide ouvir que este blog tem gostos requintados) é o de ficar para tia. E é também isto que muitas vezes inibe o término de uma relação: melhor acompanhada do que só. E o síndrome de ficar para tia assume um conjunto diverso de manifestações:
1. aiii que se aquela pessoa não quis saber de mim é porque eu não tenho qualquer valor;
2. aiii que era o único bom rapaz e só há maus rapazes no mundo;
3. nunca mais vou encontrar alguém igual ou com quem consiga construir uma relação igualmente boa;
3. nunca mais vou encontrar alguém igual ou com quem consiga construir uma relação igualmente boa;
domingo, 29 de janeiro de 2012
A um amor morrido...
Embora os mais atentos já pudessem ter lido os sinais e ter-se apercebido não falei disto explicitamente, ainda, porque custa. Terminar uma relação com quase 7 anos não é fácil. Repetir a quem já nos via casados, e que acha toda esta situação improvável, que acabou, ainda menos. Fazer abalar todas as minhas crenças de um amor para toda a vida, muito menos.
Mas porquê o meu título, "a um amor morrido"? A um amor morrido, porque tive de o morrer. Não tive de o matar, porque já estava morto. Foi morrendo, desfalecendo e resvalando aos meus olhos. E eu, inútil, não fiz nada? Fiz o que pude, avisei, conversei, mas não era a minha vez de correr... Além disso, ainda tentei ressuscitar o amor que havia com coisas como "Memórias de nós". Tentei fazer respirações boca a boca até esgotar as minhas forças por não ver nenhum coração a bater, a reagir minimamente do lado de lá. Já nem sabia bem se o meu batia - umas quantas lágrimas a correr em desfiladeiro lembravam-me que sim. Com muito sentimento, mas vendo o sentimento do outro todo morrido, tive de juntar provavelmente toda a coragem e força que, nesta situação, julgava não ter, para fazer o que nenhum de nós tinha "tomates" para fazer: isto já não vai a lado nenhum, tens-me afastado, consciente ou inconscientemente, e estamos no vazio a brincar às casinhas. Tive, fundamentalmente, de ter amor próprio, bater o pé e dizer eu mereço mais, porque também foram estas as últimas palavras dele "eu não te mereço, espero que encontres alguém que te mereça realmente e que te faça muito feliz", qual galardão de consolação. E tudo o que foi único termina em grandes clichés...
Adenda: Definição de um dia 100% feminino
Esqueci-me de um dado de extrema relevância no último post. Claro que num dia 100% feminino também houve compras. E trouxe para casa 2 camisas, supostamente em saldo., mas, cada uma, ao preço de duas, nova colecção, num espaço comercial como a Bershka ou Stradivarius. Enfim, desgracei-me ligeiramente.
Foi esta e uma no azul escuro das mangas.
sábado, 28 de janeiro de 2012
Definição de um dia 100% feminino
- Acordar tarde e não sobrar tempo para muito mais do que consultar o e-mail
- Almoço delicioso no restaurante italiano preferido. Pedir um prato pouco italiano, mas maravilhoso: arroz tropical (caril, fruta e frango)
- Decidir, praticamente de um momento para o outro, ir ao cabeleireiro fazer uma mudança. Californianas, com cautela para que não existisse nenhum choque de primeiro impacto que me fizesse reclamar este dia durante 2 meses. Qualquer coisa semelhante a isto, mas bem mais suave:
- Depilação. Com a única esteticista que quase faz esquecer a dor.
- Manicure completa.
- Aula de dança.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
As mulheres, as meias e o verniz
O anúncio da Calzonia, que já tanta tinta correu por essa blogosfera fora, é maravilhoso, mas um enganador. Depois de ver a meia, nas várias gerações de meninas, conjugada com uma música quase perfeita (aqui linkada numa versão suave e deliciosa por Fyfe Dangerfield), uma pessoa fica imbuída num espírito "Wow, que elogio à mulher" e "Ai, é mesmo isto! Uma mulher fica linda é de saia e respectiva meia.", tornando-se impossível não passar pelo referido estabelecimento comercial sem querer ser mais mulher... com o auxílio de uma meia! Uma meia linda, perfeita, feminina!
Acontece que a verdade, verdadinha, é que o mais prático e económico que há são as saias no Verão, que dispensam meia. Estou cansada de me apaixonar por um par de meias, perdão, collants (que mulher que se preze sabe todos os nomes técnicos para roupa e acessórios) num dia e vê-las rasgadas no dia seguinte. Ou então é apenas falta de jeito da minha parte... O que eu sei é que no anúncio ninguém mostra a realidade da meia rasgada e "cicatrizada" a verniz para evitar mais estragos... Isso sim, é digno e feminino! Truque passado de geração em geração...
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Kit de Sobrevivência Feminino
Tenho tido dias complicados. Complicados porque cheios. Tão cheios que nem a minha agenda - essa que normalmente, independentemente de cumprir as tarefas, ou não, está sempre em dia - sabe o que é que eu tenho de fazer .
Mas há coisas que podem ajudar, e muito, a ultrapassar os dias que não acabam, mas que, para aguentar em pé, lhes temos de forçar um ponto final, aqueles em que desejamos reinvantar o tempo. Eis alguns dos ingredientes fundamentais que fazem parte de um kit de sobrevivência feminino, segundo Mary Jane:
5. Partilha a "caminhada". Que é como quem diz, quando não te apetece andar garante que tens quem puxe por ti e que te diga que vais conseguir mesmo quando já não te consegues arrastar. |
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Uma definição de amor segundo Luísa Sobral
Ídolos foi muito provavelmente o primeiro programa em que me viciei verdadeiramente. E sempre tive fé de vir a ouvir algum dos concorrentes depois do Ídolos. A Luísa, da primeira edição, foi das minhas concorrentes favoritas de sempre. Não só por ser novinha e ter sido fácil estabelecer, desde logo, um vínculo afectivo baseado num sentido de identificação, mas porque já aí ela tinha um estilo muito próprio que eu jurava que ia vingar.
A minha aposta confirmou-se. Gosto muito do primeiro albúm da Luísa Sobral. Como seria de esperar, não se agarrou a modas, mas dá-nos um trabalho com assinatura própria que certamente reflecte um intenso processo de procura da sua identidade enquanto música. Em Mr. & Mrs. Brown temos uma soronidade que faz lembrar outras décadas e uma definição de amor, do mais simples, mas do mais querido que há.
She has no hairstyle
But he doesn’t mind
She sleeps all day
But that is just fine
´Cause they were meant to be together
Forever
He snores all night
But still she sleeps tight
He watches TV every Saturday night
But they were meant to be together
Forever
Mrs. Brown you found true love
He’s right there in front of you
Mr. Brown says awfully proud
She’s the perfect dream come true
She has never seen
She has never seen
An oven before
And last time she cooked
It was 1934
But they were meant to be together
Forever
She hates when he repeats his jokes
He hates her books with hippy quotes
How clean and dull his closet became
And even though he takes the train
´cause he hates how she drives
They’ll be together for the rest of their lives
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
De vez em quando apetece...
Quer dizer. Não me apetece sempre, mas de vez em quando apetece mesmo.
Houve aquela altura em que quase os pedia.
Depois houve aquela em que era awards, selos, desafios e todo o nome que lhe quisessem dar todos os dias, dos mais diversos lados.
Cansei-me e deixei não sei quantos escapar.
Entretanto a vaga passou. Que na blogosfera também há modas...
Mas, desde há uma semana (ou mais), voltei a ver selos a passear por uns quantos blogs e já só pensava "Então e eu?!". Obrigada PAM, por te lembrares de mim :)
Regras:
1) preencher o formulário com as perguntas;
2) partilhar 7 pensamentos aleatórios sobre nós;
3) oferecer a 10 blogues e informá-los por comentário ou e-mail;
4) mandar o link para a pessoa que nos ofereceu.
Questionário:
1. Nome da minha música favorita: Neste exactíssimo momento, porque não há uma favorita constante: Priscilla Ahn - Dream
2. Nome da minha sobremesa favorita: Gelado de bolacha com chocolate quente.
3. O que me tira do sério: Uma agenda preenchida com muitas tarefas para fazer e nenhuma concluída.
4. Quando estou chateada... fico calada. Perco qualquer capacidade de produzir discurso.
5. Qual o meu animal de estimação favorito? Cão. Mesmo que o meu K. me tenha mostrado os dentinhos hoje de manhã... E claro que me assustei. Afinal já houve quem, após a primeira vez que o viu, tenha pronunciado "Isso não é um cão, é um cavalo!". Agora imaginem um cavalo a rosnar...
6. Preto ou branco? Branco.
7. Maior medo? Não realizar todos os meus sonhos.
8. Atitude quotidiana? Ser honesta.
9. O que é perfeito? Um dia a dois em que tudo faz sentido.
10. Culpa? Não fiz nada desde que cheguei a casa!
Sete factos aleatórios sobre mim:
1. Já sorri e já chorei hoje.
2. Ao almoço comi uma sopa, uma salada de delícias do mar, bebi Compal Vital AntiOx e comi uma banana de sobremesa. No fim, pensei que nunca tinha sido tão saudável na vida... E que parecia que estava a fazer dieta.
3. Disse "Nossa, que 'biolência de pergunta" numa consulta.
4. Ia escrever, ali em cima, "cabalo" em vez de "cavalo". E não troco os bês pelos vês. Digo eu.
5. Os meus pesadelos, em criança, eram sempre com uma velha, enrugada e feia, à imagem da bruxa da branca de neve, que me vinha dar uma injecção e que ocasionalmente trazia uma maçã ou um saco com àgua, daqueles de levar um peixe cor-de-laranja até casa, mas sem peixe.
6. "Adoro comer queijo antes de ir dormir". Literalmente e descaradamente roubado da PAM. E vou fazer uma party a propósito deste assunto. Já não sou só eu!
7. Os meus pesadelos eram antecedidos por um pequeno anúncio: um carro a ir contra uma parede de tijolo e a incendiar-se.
A que blogues ofereço este prémio?
domingo, 22 de janeiro de 2012
The Descendants: o que faz deste um bom filme
O filme vale pelas interpretações. Foi a minha primeira impressão quando os créditos começaram a passar e as luzes do cinema se começaram a acender. Porque é daqueles filmes que ou tinha actores à altura ou falhava rendondamente tornando-se vulgar. Não falhou. E não falhou por George Clooney, que está irrepreensível, e pela agradável surpresa que foi para mim Shailene Woodley. Esta menina-mulher que não prende ao ecrã, em cada momento que nele figura, apenas por ser inegavelmente muito bonita, mas pelo seu desempenho. Tem um papel exigente (como aliás são todos) e está brilhante ao nível tanto do dito, como do não dito, com uma expressão não-verbal sempre no ponto. Aposto que ainda vamos ouvir falar muito dela.
Shailene Woodley |
Sobre o filme, de forma geral, saliento que para quem procura ritmo e acção, este pode não ser o que procuram. Mas para quem gosta de filmes que revelam a sensibilidade humana com alguma genialidade, que evidenciam quão frágeis são as relações humanas e como às vezes nos apercebemos tarde demais da necessidade de rever prioridades é, certamente, uma boa escolha. A história-base até pode ser banal e relativamente previsível, mas, como já disse, as interpretações e também a forma como tudo é construído e realizado atribuem a este filme o carácter distinto que tem e fazem dele a obra prima de que se fala. Para mim é um misto entre amargura e doçura: mais do que o dramalhão poético hollywoodesco, este filme pretende ser humano, portanto no meio da dor existem umas quantas tiradas cómicas. Tiradas cómicas que não impediram que eu baptizasse algumas cenas com os olhos humedecidos e as lentes de contacto a tentar sair do sítio, mas, como eu costumo dizer: filme em que eu não chore, não é um bom filme.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Falemos de relações sérias
Há coisas que eu não entendo, como pessoas que dizem que mulheres não querem homens românticos e que as mimem sob pena de estes serem tratados como animais.
Eu arriscaria dizer que isso acontece quando uma mulher não está de facto à procura de uma relação ou de um homem, e aí mimo a mais é o gatilho para correr. Mas atenção, nada contra quem nessas circunstâncias não quer mimo a mais. É uma opção perfeitamente legítima, desde que assumida honestamente: se a mulher só quer bagaço* e deixa isto explícito, se tem um homem que a bajula e não recebe na mesma proporção, não há que deificar o moço e crucificar a menina, porque talvez seja ele quem afinal está no "filme errado".
No caso de uma relação séria para mim já não encaixa que ser romântico e mimar sejam assuntos dispensáveis, quase como se "estar nem aí" fosse a postura certa para conquistar o amor. Querer saber do outro para mim é requisito básico, porque é uma das formas mais genuínas (senão mesmo "a mais") e sem artifícios de dizer se de facto gostamos ou não gostamos de alguém, queremos ou não queremos saber de alguém, para além do prazer imediato e dos melhores momentos de "amor no ar". Preciso de ter ao meu lado alguém que faça coisas tão triviais como saber recontar ao pormenor os meus dias, que me alerte para os compromissos que eu "esqueço" na agenda, que se mobilize para ir assistir a um espectáculo de dança mesmo que eu só esteja a "estrelar" durante 2 minutos e que isso implique aturar 2 horas de coisa nenhuma, que queira saber da minha mãe, do meu pai, da minha irmã e, eventualmente, dos meus cães ou até alguém que me pergunte se uma borbulha, descoberta num canto quase invisível do rosto, já cicatrizou. Não faz sentido ter um homem liga-desliga, até porque o medo da perda não dura para sempre, nem vamos questionar para sempre se somos nós que não somos suficientemente boas - um dia desligamos mesmo ou percebemos que a ligação já não é possível de qualquer uma das partes, e aí já há tratamento mais "animalesco". Agora se eu tenho um homem liga-liga garanto: não o trato como um animal.
* consumir e esquecer
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Nem sei por onde começar...
... e não me digam pelo início, ou para eu fazer uma lista de prioridades, sob risco de eu morder. Olho para a direita e tenho o registo de uma consulta para terminar, olho para a esquerda e vejo um protocolo de avaliação para cotar... (e apercebo-me agora que esta frase teve o condão de evocar uma música pimba)
A bela imagem de fundo do meu ambiente de trabalho corre riscos de desaparecer, tal é o amontoado de tralha que lá se acumula.
A bela imagem de fundo do meu ambiente de trabalho corre riscos de desaparecer, tal é o amontoado de tralha que lá se acumula.
Lembro-me que ainda não abri o e-mail e sei que tenho lá qualquer coisa... Pois, é isso, a peça de teatro para continuar a rever. Ou será mais alguma coisa?
Ai, na mala, tenho os apontamentos que tirei hoje e que me lembram que tenho uma tarefa que tem de ser despachada impreterivelmente hoje. Pronto, está será a primeira tarefa... E nem quero pegar na agenda, porque sei que vai gritar mais 1000 tarefas...
E pronto, queria só acrescentar, sob o pequeno risco de parecer que estou perdida da vida, que apesar de ter muito trabalho ando muito feliz!
Está bem que há blogs que tenho vontade de ler, assim como uma montanha de livros sejam profissionais, seja de lazer, mas fico-me pela vontade. Assim como em relação às séries que gostava de ver e não o faço, mas mais do que lamentar por ter de fazer tanta coisa, e por não poder fazer mais umas quantas, porque o tempo não pára e controla-me que é uma coisa maluca, dou graças por haver tanta coisa que me apetece fazer :)
P.S. --» Só tenho deprimido de cada vez que conto as minhas horas de sono... Onde estão as 8 de que tanto me gabava?
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Children see, children do
Children see, children do - o vídeo que ilustra como às vezes nem são as palavras que são o fundamental, mas os gestos.
As crianças são o futuro, mas o futuro delas começa em nós.
E a isto que está aqui em baixo chamo genialidade na transmissão de mensagens essenciais:
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
A importância do Coffee-Break
Reclamei logo quando, no workshop de sábado de manhã, não existiu este momento, de graça. Enquanto estava na faculdade e sempre que era organizada alguma conferência, eu era a primeira a arregalar os olhos às variedades... Não só por ser comida, de graça, ou pela qual pagamos aquando da inscrição, mas porque sou dependente de comer/petiscar/trincar qualquer coisita de 2 em 2 horas a bem da minha produtividade e, como esta semana presto serviço público, só vim dizer que tudo isto tem validade científica:
Fazer pausas no trabalho ajuda a potenciar a memória, segundo uma investigação da Universidade de Nova Iorque, publicada na revista Neuron. Os psicólogos responsáveis por este estudo afirmam que trabalhar muitas horas sem descansar compromete o potencial de memória do nosso cérebro. Assim, se de vez em quando interromper as suas tarefas e interagir com os outros, melhora a sua sensação de bem-estar e o rendimento da sua memória. (Elle, Dezembro de 2010)
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
As melhores palavras de hoje
Depois de receber ontem um e-mail da minha grande companheira do teatro revelador do medo, angústia e dúvida pelos imensos riscos que abraçar aquela peça comportava receber hoje um de aquecer o coração:
"Apesar dos pesares, decidi avançar, mas só porque te tenho a ti".
E eis, então, a sinopse de uma das duas peças que trabalharei nos próximos meses:
O empresário de uma companhia teatral
de sucesso vê-se em apuros financeiros com uma plateia de apenas 106
espectadores. Resolve, então, tirar a peça de cartaz e substituí-la, numa
semana, por outra escrita dentro deste mesmo prazo, por um jovem autor ainda
desconhecido.
A G. T. relata com muito humor, através de uma peça dentro da peça, os
desafios e peripécias necessários para levar a cabo esta estreia, em que atores
subirão ao palco sem mesmo ter lido a última cena da peça.
O resultado: uma comédia que, ao mesmo
tempo satiriza e, homenageia todos quantos trabalham na montagem de um
espetáculo
__________________________________
"Ontem perguntaram-me porque é que gosto de ti. Porque me fazes ser diferente. Contigo o tempo voa naqueles momentos em que me abraças com força. E se pudesse escolher um início de dia perfeito, ele seria a ouvir-te sussurrar buongiorno.", naquele em que nós votamos para melhor blog em 2011
domingo, 15 de janeiro de 2012
Eu bem sabia que isto só podia ser bom...
Primo F.: M., o teu mundo deve ser tão interessante... Quem me dera passar lá uns dias...
Mary Jane: O quê?! (risos)
Primo F.: A M. riu-se? A M. riu-se! Está à mesa connosco.
Sim, com frequência, parece que habito outro planeta, mas há estudos que comprovam que eu sou uma pessoa normal e, até, com elevado potencial, aproveitando melhor o meu tempo do que aparento - não estou a dispersar, estou a planear acções e interacções futuras.
Antes, estar nas nuvens era sinónimo de perda de tempo, mas resultados recentes revelam que durante esses episódios o cérebro realiza funções importantes relacionadas com a criatividade e com a consolidação de determinadas habilidades sociais. Um estudo da Universidade de Washington descobriu que as pessoas que dizem sonhar com mais frequência registam maior actividade no córtex pré-frontal, relacionado com o fluir da consciência, e no hipocampo, onde se acumulam as recordações. E estas são as zonas responsáveis pela planificação do que faremos a partir do que já fizemos antes. (Elle, Dezembro de 2010)
sábado, 14 de janeiro de 2012
Blogs do ano 2011: o melhor blog do ano, segundo Mary Jane
Há quem diga que se trata apenas de uma manobra de marketing do blog aventar, uma vez que os prémios são meramente simbólicos. Contudo julgo que um reconhecimento simbólico - para nós, bloggers, que, grande maioria, não somos pagos para escrever no blog nem fazer disto profissão - é tudo o que pedimos e uma das melhores formas de sermos premiados. Por isso, independentemente das intenções dos autores do concurso, que acredito até poderem ser as melhores, eu aderi e votei em quem, de consciência e com base nos meus elevadíssimos critérios de qualidade, acho que merece ganhar a categoria "Diários de bordo/ diários íntimos e pessoais", Foi (Mesmo) Assim Que Aconteceu.
Porquê?
1. É na sua essência um diário íntimo e pessoal, tendo todo o mérito para estar nesta categoria. Mais mérito, na minha opinião, do que muitos blogs que chamo de "generalistas" que também ali estão inseridos e que, apesar de muito bons, não me parece que respondam à definição da categoria.
2. Baseia-se num tema suficientemente interessante e cativante que norteia o blog de forma coerente e integradora. Para nós que tantas vezes vivemos e escrevemos em função do amor, Foi (Mesmo) Assim Que Aconteceu narra a história íntima e pessoal de um rapaz que procura a mulher da sua vida, colorida com as pequenas peripécias que compõem o seu dia-a-dia e as suas relações. Nas palavras, mais polidas, do autor do blog "Esta história podia começar como a série: «kids, this is the story of how I met your mother». Continua a ser a história de come te conheci, embora não saiba onde nem quando isso acontecerá, ou quem és.".
3. Esta mesma história é contada de forma inteligente e com um dom na pena de que poucos bloggers se podem gabar. Aquele dom que nos faz querer acompanhar um blog não só dali (momento em que o descobrimos) para a frente, mas dali para trás.
4. Não leio o Foi (Mesmo) Assim Que Aconteceu somente porque entretém, mas porque me dá algo mais. É daqueles blogs que lemos e que não nos é indiferente, que lemos e que nos acompanha no dia-a-dia, que nos faz pensar. Além disso, este blog não é só romance ou algo profundamente enjoativo e meloso. Este blogger escreve com classe e não deixa de piscar o olho a temas da actualidade.
4. Também, e isto merece uma categoria separada, é daqueles blogs que todos os dias me apazigua o coração por ter implicitamente nele escrito que há razões para ser romântico e sonhar. Isto porque mostra que, independentemente de algumas cabeçadas e tombos, a pessoa por trás do blog sabe o que quer e não desiste, transmitindo-o através de palavras sinceras que embatem no nosso sentir e que conduzem a uma evasão pura do leitor... No fundo, envolve-nos e deixa-nos verdadeiramente agarrados a torcer para que esta pessoa avance nos capítulos da sua vida e encontre alguém exactamente do seu tamanho.
5... se este blog desse um livro, eu comprava. É preciso dizer mais?
Portanto, a partir de amanhã, Mary Jane e a respectiva prole já sabem em quem votar. E, se duvidas restarem, toca a seguir o link contido no título do blog e ler.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Adolescentalgia...
O pânico.
O horror.
Uma sala de aula nunca será a mesma coisa.
Sem quadro onde se escreve com giz?
Sem registos do professor no quadro de ardósia?
Sem passar para os cadernos, à pressa, os registos no quadro porque vão apagá-los?
Sem livro de ponto com folhas a sério e onde se escreve a caneta?
Sem tudo isto, uma escola já não é o que era...
Temi sentir-me completamente despersonalizada num edifício que não é mais aquele que coloriu os meus dias de adolescente. Até que se percebe que há coisas que nunca mudam. E não podem mudar porque não é só a estrutura física que faz um local. As pessoas que me sorriram ao longo de todo um percurso continuam a sorrir-me e fazem com que um local, independentemente das paredes que o rodeiam e independentemente das características mais ou menos hi-tech de que se ornamenta, tenha a mesma familiaridade. A familiaridade que se sente quando um sentimento terrivelmente nostálgico me invade porque, independentemente dos anos que passam, as músicas que ouço nos intervalos vindas do rádio da AE são exactamente as mesmas:
Come as you are
As you were
As I want you to be
As a friend, as a friend
As a friend, as a friend
As an old enemy
(Come as you are - Nirvana)
Oh where, oh where can my baby be
The lord took her away from me
She's gone to heaven so I've got to be good
So I can see my baby when I leave this world
(Last Kiss - Pearl Jam)
(Last Kiss - Pearl Jam)
Adolescentalgia: talvez seja por isto que adoro Pearl Jam. Cheira a adolescentalgia, à saudade daquele pico das emoções e dos sonhos de um dia.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Daddy, daddy cool...
Há muitos momentos em que sabemos o que é um pai, no verdadeiro sentido da palavra. Hoje eu soube o que é um pai no sentido quase louco e extremo da palavra. No sentido daquele que diz - Eu dava a minha vida por ti.
M.J.: Não gosto nada de andar por estas ruas a esta hora... Está escuro, não há passeios, é um perigo!
Daddy cool: Eu sei, por isso é que vou atrás de ti. Se baterem, batem em mim primeiro.
Provavelmente todos os vossos pais fazem isto. Provavelmente podem achar isto banal. Provavelmente podem achar que fiz uma introdução megalómana a um tema tão simples. Chamou pelo menos a vossa atenção? Ainda bem, porque eu vejo nesta uma daquelas declarações de amor que andam por aí todos os dias, mas que às vezes não vemos.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
A lacuna da rapariga plurifacetada
Eu, gabando-me de ser uma rapariga plurifacetada, lamento profundamente uma coisa: não ter voz de rouxinol. De resto, o teatro e a dança são a minha casa, mas sem a dita voz de rouxinol nunca poderei fazer uma daquelas coisas que é, dramaticamente, a minha cara: o belo de um musical. Está bem que não gosto de todos os musicais. Na verdade, são muito poucos aqueles de que sou fã, mas a ideia de estar num palco a representar, cantar e dançar? Ai, é vida. É muita vida! Mas lá se decidiu que voz não havia de ter. Primeiro, porque dava um ataque cardíaco ao meu pai que tremeu dos pés à cabeça quando, ali no 9º ano, anunciei que queria seguir teatro. E se por acaso me lembrasse de anunciar que ia ser cantora? Segundo porque, ainda mais plurifacetada, eu seria um verdadeiro perigo, um estrondo de talento insuportável nos palcos terrestres. Portanto, a menina fica sem voz e com umas ocasionais e inoportunas lesões a interromper o belo do percurso na dança. Mas sabem que mais? Sou feliz na mesma. E não deixo de admirar quem faz bem aquilo que um dia eu gostava de fazer: Por isso, fiquem com a voz fabulosamente "arranhada" do Joe Anderson e com um absolutamente irresistível Jim Sturgess neste que é um dos musicais que TENHO de ver e ainda em registo de covers aos Beatles com o talentíssimo Chris - revelação Glee - Cofler...
Jim Sturgess, solicitamente a embelezar um blog feminino. Obrigada, querido! |
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
O amor está em todo o lado
It seems to me that love is everywhere. Often it's not particularly dignified or newsworthy, but it's always there - fathers and sons, mothers and daughters, husbands and wives, boyfriends, girlfriends, old friends. When the planes hit the Twin Towers, as far as I know, none of the phone calls from the people on board were messages of hate or revenge - they were all messages of love. If you look for it, I've got a sneaky feeling you'll find that love actually is all around. - Love Actually
Se há coisa que eu não quero perder, por mais que digam que a maturidade vai tornar-me mais fria e menos ingénua, é esta crença de que o amor está à nossa volta. Isto porque acredito no poder regenerador do amor e porque faço disto bandeira de cada vez que com um novo caso clínico pela frente procuro encontrar o amor - o amor próprio, o amor ao outro, o amor dos outros que nem sempre se vê e está lá - em vez de escavar as feridas. Sei, ainda assim, que não acreditaria em nada disto se durante toda a minha vida não tivesse estado com pessoas que me fizeram sentir digna de amor e que me ensinaram, pela dedicação, cuidado e interesse que têm, a gostar de mim. A todos vocês, obrigada.
É por causa desta coisa do amor (afinal uma coisa tão lata) que daqui a nada, quando estiverem a cantar os reis lá fora, eu lá estarei à porta a ouvir, mesmo que cá dentro já não os possa ouvir mais. O meu primeiro impulso assim que os ouvi foi pensar Aiii, não me apetece nada. O segundo foi pensar Coitadinhos, estão lá fora ao frio. Além disso, vai-se a ver e pode estar lá fora alguém com um cartaz a dizer - say it's carol singers.
É por causa desta coisa do amor que o toque de telemóvel da minha mãe é Daughters do John Mayer e eu não deixo de me enternecer por saber que o escolheu a tocar em nós, tanto que um mais ríspido "Agora também não atendo" até doce me parece.
Obrigada, avô Luís. Não morreste dentro de mim e és dos seres humanos que melhor me ensina a ser pelo próximo, a reconhecer e a oferecer amor.
domingo, 8 de janeiro de 2012
Das pessoas importantes da nossa vida
A I. é provavelmente das pessoas mais marcantes da minha vida. E também daquelas que sabe mais acerca da minha vida. Foi a primeira a saber dos meus namoros e de mais umas quantas peripécias altamente secretas (algumas das quais mais ninguém sabe). Não falo com ela todos os dias... Às vezes é possível que passe um mês sem falarmos! Mas uma coisa é inevitável, quando falamos é como se não tivesse passado tempo nenhum e como se aquela irmandade secreta que nos une nunca se desfizesse. Tal como ela me escreveu muito brevemente na fita de finalista, ela que apesar de profundamente lamechas não é de exteriorizar as suas lamechisses, "Irmãos não são só os de sangue e nós somos prova disso.".
A I. é minha prima e tem a mesma idade que eu - uma semana de diferença. O facto de termos a mesma idade - e, claro, a vontade das nossas mães de nos manterem juntas - acabou por fazer com que estivesse com ela diariamente dos 3 aos 18 anos, momento em que cada uma escolheu um curso universitário diferente, numa cidade diferente. Hoje continuamos geograficamente separadas. Somos completamente diferentes fisicamente, completamente diferentes psicologicamente, mas próximas nos aspectos essenciais. Hoje deu-me assim uma vaga de saudades muito grande das nossas conversas sem hora marcada. Porque sei que a I. é daquelas pessoas em relação à vida dela desbocada que eu sei lá, conta tudo a todos (inclusive conta a rapazes episódios relativos a pequenos problemas ginecológicos que eles davam tudo para não ouvir), mas em relação à vida dos outros é das melhores guardadoras de confissões e das melhores ouvintes. E hoje apercebi-me que há que actualizar assuntos, porque afinal a I. é a minha metade feminina e será sempre, esteja eu onde estiver, porque na categoria de irmã ela exige e merece presença.
sábado, 7 de janeiro de 2012
Post de menina: o meu dia em momentos miúdos
Porque todos desejam, secretamente, viver um dia enquanto Mary Jane, eu torno essa possibilidade mais real:
- 09:40. Levantei-me da cama. 10 minutos depois do planeado, mas you go girl, começamos a acordar a horas mais decentes!
- Esta era a parte em que eu punha aqui a imagem de um bonito pequeno almoço e revelava como contribuiu para um início de dia maravilhoso, mas na verdade trouxe leite numa caneca, um pãozinho de leite e toca a ligar o computador.
- 09:55. Visitar alguns blogs, até que... pára, tens muita coisa para fazer.
- Começar a fazer o projecto de estágio, com um design apelativo e com algumas ideias a surgir numa velocidade simpática fazendo crer que este será um processo bem mais célere do que antevia.
- 12:00 Pára, tu ainda nem sabes bem o que é preciso fazer, mais vale pôr a legislação e regulamentos todos em dia! Início da leitura da papelada - conclusão de que o processo será bem mais moroso do que eu esperava
- Não percebo nada disto. Estou farta disto. Mas... tem de ser!
- 13:10 Almoço. Filetes de pescada do restaurante do costume. Rezar para que o peixe não venha a saber a mofo, como da última vez. Não sabe e as batatas fritas estão, como sempre, maravilhosas
- Massajar a perna com Voltaren (que por acaso não sei se está dentro ou fora do prazo) para ver se não volta a armar-se em artista com vontade própria e não me deixa trabalhar na aula de dança.
- Beber água para energizar. Está bem que água não é um redbull, não dá energia, mas uma pessoa pouco hidratada tem menos energia.
- 14:30 Ai que estou que nem posso, com uma sonolência... Hoje a aula de dança vai ser uma coisa bonita!
- 15:05 Inscrição no sitemeter para melhor observar a popularidade deste estabelecimento
- Por favor, são 15:31, vais começar a fazer alguma coisa séria!
- 15:52 - espera, chocolate, chocolate também dá energia!
- O melhor mesmo é telefonar 2ª feira ou então encontrar alguém no facebook que já tenha passado por este processo
- 16:50 - vou lanchar, três pães com manteiga - antes de uma aula de dança tem de ser assim. O terceiro já pão com pão porque estou um bocadinho cheia...
- 18:00 - aula de dança. Técnica e criatividade a trabalhar. Há que coreografar It's all so quiet
- 19:45 - sinto-me maravilhosamente bem. A dança é mesmo do melhor que há para libertar stress, toda a gente devia experimentar...
- 20:52 - chego à conclusão que este é quiçá o meu post mais idiota de sempre. Tenho vontade de o apagar, mas não o vou fazer. Por algum motivo os posts que tenho vontade de apagar correm bem.
Conclusão evidente: há dias mais fantásticos para se experimentar estar na pele da Mary Jane
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Mary Jane e os puzzles
A minha história com puzzles é anterior ao que a minha memória permite evocar. Assim, o que sei acerca do meu envolvimento, e engenhoso talento, com eles vem de relatos da minha mãe que narra que eu deixava qualquer um boquiaberto com a rapidez com que os fazia. Na categoria puzzle incluíam-se aqueles que para mim foram os primeiros de todos: aqueles cubos onde era suposto encaixar formas geométricas. Depois parti para as peças grandes, para as mais pequenas, até que, algures no percurso, os puzzles desapareceram e não fui daquelas pessoas fanáticas por puzzles como o início do meu percurso desenvolvimental faria adivinhar.
Achava eu! Depois de "ginasticar" a minha engenhosa mente cheguei à conclusão que nunca larguei os puzzles. A explicação pode ser simples: o meu pensamento naturalmente fluiu e evolui desde um estádio em que era meramente concreto para um estádio mais abstracto e criativo - estilo de pensamento com que desde logo me senti em casa. Para mim mais do que somar 2+2 e obter um resultado certo, passou a ter mais piada imaginar tudo o que poderia fazer com dois números "2". Por isso, a partir daí o meu puzzle favorito passou a ser não o puzzle visível, de pecinhas pré-estabelecidas, mas o puzzle das pessoas: desconstruí-las e reconstruí-las através da relação que tenho com elas, e a partir das peças que elas me dão ir montando o meu próprio puzzle. Por isso talvez quando falo dos meus casos clínicos diga que estou a "desmontar o puzzle" - e esta expressão acaba por atestar como a escolha da minha profissão foi tão genuína (fui buscar às profundezas do meu self uma paixão minha!).
Com isto, o puzzle será sempre uma metáfora que me acompanhará. Na vida, na formação da qualquer coisa que somos nós e as nossas relações, não deixamos de montar um grande puzzle, sempre à procura do melhor encaixe conducente a uma maior satisfação. Nisto, encontramos o lugar de algumas peças; enganamo-nos redondamente em relação ao lugar de outras; algumas peças nem tentamos encaixar ainda que as tenhamos observado (ao longe percebemos rapidamente que aquilo nada tem a ver connosco); sobrevalorizamos outras, achando que é aquela mesmo que falta no espacinho que identificámos e portanto fazemos de tudo para encolhê-la, esmagá-la entre as restantes acreditando que a podemos fazer encaixar porque afinal promete tanto...!, mas eis que uns tempos depois ou ela fica toda dobrada e encarquilhada parecendo não funcionar com o resto do puzzle (não fazer parte daquele jogo, não estar ali), ou automaticamente acaba por saltar fora. Nisto, não posso deixar de observar que há coisas concretas de que continuo a gostar muito. Coisas concretas que não deixam de estar abraçadas a todos os abstractos que acabaram por conduzir até ali. E o melhor momento concreto-abstracto é aquele de conseguir aquela pecinha que vai fazer com que tudo comece a funcionar. A peça-mestra que não só encaixa, mas que, podendo não ser a última, dá sentido ao que antes parecia um emaranhado complexo, conferindo-lhe justamente um sentido que por momentos achámos que seria impossível de alcançar! Ou seja, completa e complementa: faz-nos dar um passo à frente e fazer com que a montagem de todas as outras peças pareça mais célere, simples e apoiada. Ou seja, no final não se fica só com uma peça, mas com algo que move o todo e que faz com que ele pareça mais coerente e integrado. É a peça que desbloqueia... No fundo, faz com que se veja tudo melhor e com isso dobra o entusiasmo.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Mary Jane e as primeiras aventuras académicas
Um dos episódios mais traumatizantes do meu percurso académico aconteceu logo no 1º ano. Aconteceu depois de várias noites fechadas no quarto com o meu pai. Ele aos berros (berros que alega sempre que não são berros - é só falar um bocadinho mais alto), a insistir que não era assim, que não podia ser assim... Previ o resto de um percurso académico absolutamente aterrador, o que me poderia ter marcado de forma indelével.
Txinapá, agora que reli isto está dramático. Portanto, voltem atrás e leiam tudo num tom jocoso.
Mas esta situação toda, porquê? Porque lia a gaguejar, como é natural no início do processo de aprendizagem, e o meu querido pai não compreendia tal fenómeno. Queria pôr-me a ler como um papagaio. Rápido. E eu, decidida em não passar a minha infância dentro de quatro paredes aborrecidas onde tudo cheirava a adulto e também convicta de que ainda tinha muito para brincar, um dia mudei tudo. Mas completamente, para não mais voltar a ser a mesma. Tudo começou com um alegre e àgil cantarolar do famoso "O rato roeu a rolha da garrafa do rei da rússia" e terminou com o meu pai olhar para mim deleitado... Depois deste texto? Gaguejar com mais nada! Após enrolar érres com a classe de que não se passa nada, estava pronta para tudo!
E porque é que me lembrei deste episódio hoje? Simples. No tratamento de informação burocrática li um comentário que me avivou a memória - "leitura vacilante e mecânica". Afinal há um termo mais fino do que ler a gaguejar...
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Não se compete por paixões
Em matéria de amores, esta foi das minhas maiores lições de sempre. Uma aprendizagem já feita há algum tempo, mas sobre a qual vale a pena reflectir. Achava que para ser a maior paixão de alguém tinha que suprimir todas as outras. Até que percebi, por exemplo, que se ele gosta de um partido político, mesmo que com uma ideologia oposta àquela do meu, e se está profundamente envolvido, não devo criticar o tempo que ele "perde" com tretas e não "ganha" comigo. Devo antes saber olhar e valorizar o entusiasmo, o envolvimento, o prazer, os ganhos que aquele interesse lhe dá! Mas até aqui chegar foi um longo caminho. Desde os momentos de alguma imaturarevolta, Então eu não sou a preferida? Aquilo não tem interesse, eu é que tenho!, até às reflexões apaziguadoras e mais inteligente que hoje sei traçar.
Para esta evolução foi preciso perceber, sobretudo, que desvalorizar uma paixão é desvalorizar uma pessoa. É dizer-lhe que não sabe o que faz e que a sua identidade, com tudo o que a envolve, não presta. Não se compete por paixões, o segredo é mais o lema do "junta-te a elas", com a certeza de que apaixonando-nos, genuínamente e sem guerrilhas, pelas outras paixões da vida de uma pessoa nos tornamos ainda mais apaixonantes.
Mary Jane e as aventuras enquanto baby-sitter
Brincar com o F.. Distraí-lo com músicas gravadas na TV para que os papás possam sair de casa, sem berreiro. Ir buscar o A., que o intercomunicador avisa entretanto ter acordado, à cama. Dar um bocadinho de colinho para fazer com que os "mamã, mamã, mamã" intercalados por algum choro acalmem. Mudar a fralda ao A.. Vestir o A.. Dar xaropes, um ao F. e cinco ao A.. Pôr babetes. Procurar "tititas" (chupetas). Vestir o F.. Dar iogurte. Limpar bocas sujas. Dar lápis para desenhar. Tirar lápis porque estão a começar a riscar o chão. Desenhar borboletas em série após os vários pedidos "Ôta!Ôta!". Ouvir no Panda "Senhor comandante, braço esticado" (...). Brincar com carrinhos. Perceber que estava a ser solicitada para atrelar um carrinho ao outro depois da instrução repetida "Pim, pim!". Ouvir no Nickeolodeon "Ela é linda e cheira a casas de banho de hotéis de luxo". Arrumar sapatos que entretanto foram todos atirados para fora do sítio. Fazer "cucu". Tirar a caixa dos toalhetes, que além de estarem a ser utilizados para limpar o chão eram levados à boca. Separar uma briga mais aguerrida. Arrumar brinquedos. Repôr babetes. Mudar a fralda ao F.. Vestir kispos e pôr gorros. Ir para casa da avó. Antes de almoçar andar de triciclo no jardim da avó. Trocar para o carrinho a motor (motor a cujo ruído enervante finalmente me estava a habituar) no jardim da avó. Ensinar a curvar. Virar cabeças quando se lembravam de começar a olhar para trás em andamento. Ajudar a subir rampas.
Do sempre adorável lilawashere.com |
domingo, 1 de janeiro de 2012
Motes para o novo ano
Pensa menos e vive mais
Um dos melhores motes para este ano, eventualmente... Porque pensar é útil para resolver problemas. Mas pensar também pode servir para fazer emergir problemas, para complicar e não para simplificar, tornando-se um exercício não facilitador, mas bloqueador. E desta segunda forma não se vai poder usar.
Também como hoje é o dia depois do dia mais longo ano para muitos, deixo menos palavras de autoria própria e uma imagem inspiradora.
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