Seguir sem destino...

Sempre foi daquelas coisas que quis fazer. Quase sem mapa, sem hora marcada para comer, assim como sem hora nem local marcados para dormir... Conduzir e descobrir. À partida, pensando nos meus critérios habituais, é assim uma ideia meia louca, que faria tantos abrir os olhos e exclamar "Tu?! Nunca!...". De facto vai contra alguns dos meus a prioris. Só para dar alguns exemplos: caminha confortável, estômago cheio quando há fome, roupinha pipi para cada dia... Ainda assim, tenho a certeza que é uma experiência que pode valer. Nem que seja para saber se realmente vale a pena e se me enche as medidas... E também porque acho que não devemos deixar desejos e sonhos pendentes para sempre. Sejam estes sonhos maiores (como quando me dá para pensar que gostava de ir ensinar crianças um ano  para S. Tomé e Príncipe ou semelhante) ou mais pequenos... 
Na minha opinião devemos despertar sonhos sempre que pudermos, porque são eles que nos dizem que viver vale a pena e que os sonhos existem como alicerces da realidade. Cabe-nos a nós saber dar-lhes estrutura e fazer com que a nossa realidade seja o mais próxima daquilo que sonhamos que pode ser.

Do amor e das coisas simples mas exigentes

Há quem diga que eu sou exigente.


Eu não concordo.

Troco um almoço de luxo no topo da Torre Eiffel por um pequeno-almoço improvisado no meio de nenhures. 

Troco um presente material, numa data festiva ou simbólica, que inclui horas em filas em véspera de Natal na busca do presente ideal, por meia-dúzia de palavras escritas no papel de um café, só porque se lembraram de mim, me quiseram mostrar que eu sou especial e não tinham um papel bonito e um envelope de luxo à mão.
Troco um ramo de flores, de florista, por quem é capaz de travar o carro subitamente e apanhar aquelas flores, ali mesmo à beira da estrada, por achar que mereço todas as flores do mundo.

Troco uma festa de comemoração, com diversos convidados e bebidas requintadas, por uma mão dada e firme nos momentos em que eu mais preciso.

Troco um bilhete para um concerto por uma música partilhada porque recorda os nossos momentos.

Troco  uma volta no London Eye por estar deitada na relva, de mão dada, a ver o London Eye.

Há quem diga que eu sou exigente. E que leio muitos livros. E que vejo muitos filmes.
Se calhar concordo.
Se calhar têm razão.
Gosto de trabalhar. 
E acredito que uma relação dá tanto prazer como trabalho.
E se calhar não é defeito, porque até as coisas simples dão trabalho. Mas é um trabalho que não se nota. Um trabalho de que se gosta, que entretém e que faz sonhar. 


E eu gosto de ter trabalho por quem e com quem o merece... 

Missão Natal 2011: questões frequentes

Como as questões que muitos de vocês me têm dirigido por e-mail se repetem, penso que chegou o momento de fazer este post. Como mãe Natal dedicada à causa tenho que assegurar o melhor trabalho dos meus pequenos duendes. Aliás, só com regras bem explícitas é que posso puxar as orelhas aos meus pequenos duendes se alguma coisa correr mal e como sou adepta do contacto físico há que criar condições para tal... Brincadeirinha! Algumas das questões que aqui esclareço são novidade. Outras já tinham sido referidas mas ficam aqui sistematizadas.

Agora que já tenho os dados do meu amigo secreto, o que devo fazer?

Conhecer o vosso amigo. Sem que com isso se anunciem. Lembrem-se que através da leitura de um blog geralmente até conseguimos conhecer detalhes que  pessoas com quem o blogger comunica diariamente não conhecem. É só preciso um bocadinho de dedicação.

Posso ir falando com o meu amigo secreto para ir sabendo do que ele gosta? Devo revelar-me?

Todo o processo deverá manter-se secreto.  Quando o vosso amigo receber a surpresa deve surpreender-se com o facto de serem vocês os autores da mesma - só nesse momento é que, então, podem e devem revelar-se. Se quiserem falar tudo bem, mas tudo suficientemente camuflado para que a surpresa não se perca!

O que é suposto dar ao meu amigo secreto?
O que vos parecer melhor dentro daquilo que foram conhecendo dele/dela. Pode ser um postal, um pacote de chicletes daqueles que descobriram que ele/ela tanto gosta, uma composição sobre o que vos une e o que vos separa, enfim...! Não é necessária uma prenda material e a ser material foi estipulado um máximo de 5 euros de gastos.


Quando devo enviar a minha surpresa?

Há amigos secretos que só disponibilizaram e-mail e para esses é fácil que seja o mais próximo possível do Natal. Em relação a quem deixou endereço postal tenho respondido que é impossível estabelecer uma data para todos, como são todos de zonas diferentes do país. Em seguimento tenho sugerido que seja o mais próximo possível do Natal, mas como rigorosamente em cima do Natal é uma data de provável congestionamento da circulação na àrea dos correios, reformulo que deve ser um próximo razoavelmente antecipado.

That's it

Cal: "I'm so mad at you. I'm really mad at you for what you did. But I'm mad at myself too. Because I should not have jumped out of that car - I should have fought for you. Because you fight for your soul mates." 

[Crazy, Stupid, Love]

Missão Natal 2011: tudo amigado

Está feito. Percorri o país de lés a lés para atribuir amigos secretos. 

Como os mais perspicazes devem inferir, a fim de obter rendimentos por todo este trabalho (até porque a gasolina está cara e as minhas melhores renas de greve!) ludibriadamente remeti o meu próprio endereço postal* para todos, ficando a aguardar as vossas melhores ofertas. O vosso amigo secreto? Esse logo se vê...

Agora, meus queridos duendes, trabalhai que depois de tamanho suor, eu vou descansar...

*Brincadeirinha, estão na posse dos dados do vosso amiguinho!

Missão Natal 2011: A mãe Natal está a chegar...

Serve o presente post só para abrir o apetite e para relembrar que hoje é o dia! Hoje receberão no vosso e-mail os dados do vosso amigo secreto. Essa figura que, no espaço de um mês, terão de estudar detalhadamente e a quem vão colorir o Natal, na esperança de que outro alguém que vos foi designado faça o mesmo por vós, ou seja, vamos praticar a filantropia! Mal posso esperar para que a magia se comece a espalhar...

Ah, e lembrem-se não se anunciem enquanto amigo secreto até à data de presentearem o vosso respectivo amigo secreto ou então o jogo perde já a magia toda!

A raínha das prateleiras

Fui a uma loja. A uma dos chineses, mas que era exactamente igual ser de portugueses, franceses ou tailandeses... Falo-vos deste episódio essencialmente pelo caricato ou pelo belo retrato ilustrativo do esplendor da adolescência inicial - ali ente os 12 e 13 anos - que constitui.

Tudo começou quando na minha visita, há uns dias atrás, ouço alguém a segredar qualquer coisa numa língua estranha. Se ao mesmo tempo não era nada comigo e prossegui no desempenho da minha tarefa - acompanhar a minha avó - a minha curiosidade foi instigada. Assim, ao desbravar (desbravar, sem violência, assim casual e placidamente) os corredores, apercebi-me que se tratava apenas do filho dos donos da loja. O rapaz e os pais, casal amoroso, habitam no prédio da minha avó pelo que já me são familiares. Naquele dia quando nos cruzamos , ele meio apressado e enrascado, retiribuiu à minha avó o cumprimento passageiro "Olá!",  e mudou de corredor. Mudou de corredor pensava eu para terminar com o linguajar estranho, mas afinal foi para o melhorar amplamente tornando-se evidente que se tratava afinal de uma performance. Estava de mp3 (motivo provável para o rapaz não se aperceber do volume dos seus sucurros) a cantar e provavelmente a coreografar um tema, porque conseguia ver gestos bem desenhados de mãos e pés ocasionalmente a escapar do corredor onde o jovem se encontrava.

Primeiro pensei "Há cada uma". Depois pensei "Perfeitamente normal. Ora aqui está um jovem saudável". Afinal, os meus 13 anos constituíram o auge das chamadas princesas pop e eu podia não ser um astro pop, mas se os meus pais tivessem uma bela de uma superfície comercial, tenho a certeza que havia de fazer sucesso enquanto raínha das prateleiras. É que estou mesmo a imaginar as inúmeras coreografias que experimentaria provavelmente ao som de um sexy, como jamais algum, "Oh baby, baby, how was I supposed to know, that something wasn't right here?".

 

Os signos de um ponto de vista peculiar

Normalmente, tudo o que descreva signos e esteja especialmente vocacionado para nos tecer múltiplos elogios até tem piada, identificamo-nos e acabamos por mostrar a alguém que nos interessa e comentar fervorosamente: Caramba, eu nem acredito em signos, mas eu sou mesmo assim!
Pois, tendo em conta uma descrição bem mais peculiar, vamos lá ver quem enfia a carapuça:


Caranguejo
1. Frase: 'Lar... Meu doce LAR!'

2. O que o caranguejo diz depois do sexo: 'Quando vamos casar?'

3. Por que o caranguejo atravessou a rua? Porque estava a sentir-se só e abandonado do lado de cá.
4. Você foi assaltado e o caranguejo...  preocupado, vai te confortar: 'Sente-se bem? Está bem? Não se magoou, de certeza? Quer um copo de água com açúcar?'
5. Adesivo para o vidro do carro do caranguejo: 'Não tenho tudo o que amo, mas amo tudo o que tenho''
6. Quantos caranguejo são necessários para trocar uma lâmpada? Somente um. Mas um terapeuta precisa de 3 anos para o ajudar a passar pelo processo.

Leão

1. Frase: 'Antigamente EU era vaidoso, mas agora curei-me e estou PERFEITO!'

2. O que o leonino diz depois do sexo: 'Não foi incrivelmente fantástico?'
3. Por que o leonino atravessou a rua? Para chamar a atenção, aparecer nos jornais, revistas, etc.
4. Você foi assaltado e o leonino... 'Vou apanhar esse fdp!!'... e sai a correr porta fora.
5. Adesivo para o vidro do carro do leonino: 'Tudo o que tenho me ama''
6. Quantos leoninos são necessários para trocar uma lâmpada? Um leonino não troca lâmpadas, a não ser que ele esteja a segurar a Lâmpada e o mundo gire em torno dele.

Virgem
1. Frase: 'Já te disse que sou SUPER DEMOCRATA... mas porque é que ainda não fizeste o que eu MANDEI?'
2. O que o virginiano diz depois do sexo: 'Preciso de lavar os lençóis'
3. Por que o virginiano atravessou a rua? Ele ainda não atravessou porque está a avaliar a largura da rua, a velocidade dos carros, se a experiência é válida, qual seria a melhor hora de atravessar aquela rua, etc.
4. Você foi assaltado e o virginiano... às voltas, preocupado: 'Vocês têm a certeza que não é melhor chamar um medico? Ou ver a temperatura?'
5. Adesivo para o vidro do carro do virginiano: 'Não me sigas.Tenho de ir ao médico'
6. Quantos virginianos são necessários para trocar uma lâmpada? Vamos ver: um para virar a lâmpada, um para anotar quando a lâmpada queimou e a data em que ela foi comprada, outro para decidir de quem foi a culpa da lâmpada ter sido queimada, dez para decidir remodelar a casa enquanto o resto troca a lâmpada...

Balança
1. Frase: 'A justiça tarda mas não falha, pois está sempre COMIGO'.
2. O que o balança diz depois do sexo: 'Eu gostei se você também gostou'
3. Por que o balança atravessou a rua? Ele nem precisou de atravessar. Alguém lhe ofereceu boleia.
4. Você foi assaltado e o balança.... 'Ah, pessoal, não foi nada, só um assaltozinho à toa... eu próprio já passei por cinco'.
5. Adesivo para o vidro do carro do balança: 'Não tenho tudo que amo, mas vou ficar conhecendo no sábado à noite'
6. Quantos balança são necessários para trocar uma lâmpada? Bom, na realidade eu não sei. Acho que depende de quando a lâmpada foi queimada. Talvez só um, se for uma lâmpada comum, mas talvez dois se a pessoa não souber onde encontrar a lâmpada.

Escorpião
1. Frase: 'Sou super LIBERAL... mas onde é que foste, MESMO?'

2. O que o escorpião diz depois do sexo: 'Talvez eu deva desamarrar-te agora'
3. Por que o escorpião atravessou a rua? Porque era proíbido.
4. Você foi assaltado e o escorpião... Diz pra si mesmo, revoltado: - 'É nestas horas que é bom andar armado...'
5. Adesivo para o vidro do carro do escorpião: 'Não 'possuo' tudo que amo, mas amo tudo que 'possuo'. E cuido bem de perto'

6. Quantos escorpiões são necessários para trocar uma lâmpada?Mas quem é que quer saber? Por que é que' queres saber? És um policia?

Sagitário

1. Frase: 'Já te disse 1.000.000 de vezes que NUNCA EXAGERO!'
2. O que o sagitariano diz depois do sexo: 'Não me ligues - Eu ligo-te'
3. Por que o sagitariano atravessou a rua? Porque a ideia pareceu boa e deu vontade.
4. Você foi assaltado e o sagitariano.... 'Vamos apresentar queixa na policia!'
5. Adesivo para o vidro do carro do sagitariano: 'Não tenho tudo que amo, mas também nada que me ama me tem'
6. Quantos sagitarianos são necessários para trocar uma lâmpada? O sol está a brilhar, é cedo, nós temos a vida inteira pela frente, e você está preocupado em trocar uma lâmpada estúpida?

Capricórnio

1. Frase: 'HOJE assumi o cargo de vice-diretor de uma empresa que ORGANIZAREI, e que será um sucesso daqui a 10 ANOS'.
2. O que o capricorniano diz depois do sexo: 'Tens cartão de visitas?'
3. Por que o capricorniano atravessou a rua? Porque foi pechinchar nas lojas do outro lado.
4. Você foi assaltado e o capricorniano.... 'Quanto é que levaram??'
5. Adesivo para o vidro do carro do capricorniano: 'Tenho tudo que amo, e trabalho muito para ter ainda mais'

6. Quantos capricornianos são necessários para trocar uma lâmpada? Nenhum. Capricornianos não trocam lâmpadas - a não ser que seja um negócio lucrativo.

Aquário
1. Frase: 'Já estou a guardar dinheiro, para construir a NOSSA bela casa lá na LUA'.
2. O que o aquariano diz depois do sexo: 'Agora vamos tentar sem roupa'
3. Por que o aquariano atravessou a rua? Faz parte de uma experiência que trará incontáveis avanços tecnológicos no futuro.
4. Você foi assaltado e o aquariano... 'Ah, pessoal, já que todos estamos bem, vamos esquecer isto e vamos jogar monopólio?'
5. Adesivo para o vidro do carro do aquariano: 'Não tenho tudo que amo, mas estou pouco me lixando para posses'
6. Quantos aquarianos são necessários para trocar uma lâmpada? Vão aparecer centenas, todos competindo para ver quem vai ser o único a trazer a luz ao mundo.

Peixes

1. Frase: 'Ontem tinha DÚVIDAS, hoje... NÃO SEI!'
2. O que o pisciano diz depois do sexo: 'Qual é que é o teu nome mesmo?'
3. Por que o pisciano atravessou a rua? Que rua? Ah, sim...
4. Você foi assaltado e o pisciano... 'Toma este amuleto, guarda-o... protege contra assaltos...'
5. Adesivo para o vidro do carro do pisciano: 'Não me sigas. Também não me lembro pra onde estava a ir...''
6. Quantos piscianos são necessários para trocar uma lâmpada? O quê? A luz está apagada?

Carneiro

1. Frase: “Não sei bem o que quero, só sei que quero JÁ!'
2. O que o carneiro diz depois do sexo: 'Boal, outra vez!'
3. Por que o carneiro atravessou a rua? Certamente para falar com alguém que estava do outro lado.
4. Você foi assaltado e o carneiro... Dá um soco na mesa e diz: 'Mas que merda! Não se pode andar sossegado na rua nos dias de hoje!'
5. Adesivo para o vidro do carro do ariano: 'Passa por cima!'
6. Quantos arianos são necessários para trocar uma lâmpada? Apenas um, mas serão necessárias muitas lâmpadas.

Touro

1. Frase: 'Amor numa cabana? Só se for 5 ESTRELAS'.
2. O que o taurino diz depois do sexo: 'Estou com fome - vamos pedir uma pizza'3. Por que o taurino atravessou a rua? Porque embirrou com a ideia.
4. Você foi assaltado e o taurino... Comenta sem se preocupar muito: 'Ah, o importante é que estás bem.. Vão-se OS anéis mas ficam OS dedos...'
5. Adesivo para o vidro do carro do taurino: 'Não tenho tudo que amo... Mas é uma questão de tempo e paciência...'
6. Quantos taurinos são necessários para trocar uma lâmpada? Nenhum. Taurinos não gostam de mudar nada.

Gémeos
1. Frase: 'Odeio fofocas... Mas... já te contei a última?'

2. O que o geminiano diz depois do sexo: 'Viste o comando?'
3. Por que o geminiano atravessou a rua? Se nem ele sabe, como é que eu vou saber?
4. Você foi assaltado e o geminiano.... 'È' impressionante o preço que pagamos para conviver num meio urbano... E esta criminalidade é assustadora, pois as diferenças sociais se acentuam e blá blá blá'... (fala durante meia hora)
5. Adesivo para o vidro do carro do geminiano: 'Não me sigas, posso mudar de destino a qualquer momento'
6. Quantos geminianos são necessários para trocar uma lâmpada? Dois (claro). Vai durar o final de semana inteiro, mas quando estiver pronto, a lâmpada vai fazer o serviço DA Casa, falar francês e ficar DA cor que quiseres.

A tua vida é a tua vida.

A tua vida é a tua vida.

Não a deixes afundar numa submissão indolente.

Está atento.

Há outros caminhos.

Há luz algures.

Pode não ser muita luz mas vence as trevas.

Está atento.

Os deuses oferecer-te-ão oportunidades.

Reconhece-as, agarra-as.

Não podes vencer a morte.

Mas podes vencer a morte na vida, por vezes.

E quanto mais aprenderes a fazê-lo, mais luz haverá.

A tua vida é a tua vida.

Sente-a enquanto a tens.

És magnífico.

Os deuses aguardam para se deliciarem em ti.

Agora estas palavras acompanhadas por imagens fantásticas num anúncio da Levis: http://www.youtube.com/watch?v=VMKoUG7-SSE&feature=relmfu

Sabem aqueles 3 segundos?

Sabem aqueles 3 segundos? Aqueles 3 segundos que, tantas vezes, são absolutamente cruciais e necessários para articular um pensamento que depois resultará de forma absolutamente natural e fluída? Parece uma coisa perfeitamente normal e suportável, certo? Tss... 3 segundos? Que é isso? Quase nada... Mas se acontecem na defesa de uma tese, definitivamente,  esqueçam... É toda uma outra história.  3 segundos parecem tudo menos isso. São uns 3 segundos infindáveis, aflitivos! São.... sei lá! Um precipício para o qual tememos que a outra pessoa caia e do qual tentamos a toda força salvá-la, ainda que saibamos que todos os esforços serão infrutíferos (até para rezar me deu!).

Em relação à minha própria tese tenho oscilado que é uma coisa maluca. Passei por aquela fase de dizer que não queria NINGUÉM a assistir. Depois passei por aquela fase de dizer, Oh, já pediu uma pessoa, agora vai toda a gente!. Isto mesmo que soubesse que isso implicava treinar a minha mãe para não esboçar risinhos, cochichos ou qualquer outra coisa que me pudesse perturbar e mesmo que tivesse de me treinar a mim própria para me manter indiferente às movimentações do público. Mas agora... Agora, graças ao resultado daqueles 3 segundos, que nunca mais acabavam, estou na fase - ai que se eu deixar alguém ir ver, vou estar mais nervosa com quem lá está do que comigo. Se eu sofri por tão pouco - a minha amiga foi brilhante - quando for eu não quero deixar o povo todo nesse estado ou preocupar-me com o estado em que estarão!

Rendi-me à maçã da DKNY

Rendi-me à maçã. À maçã da DKNY. Já nauseada de experimentar diferentes cheiros - efeito frequente cumulativo às dores de cabeça que sinto invariavelmente depois de me confrontar com uma mescla de odores, num curto espaço de tempo, dentro de uma qualquer perfumaria - defrontei-me com a atracção das maçãs. Apareceram já eu me tinha fartado de cheiros ora demasiado intensos, ora demasiado fracos e vulgares e praticamente desistido de mais experiências para alinhar os meus chakras depois do desiquílibrio que aquela mescla me provoca! Acontece que, mais uma vez, com aquele ar delicado, as maçãs convenceram-me "Pronto, experimento só mais uma vez". Isto convencida de que pela milésima vez seria pegar e largar. Enquanto esperava por um atendimento que nunca mais chegava, achei que não perdia nada... 

Na verdade, a minha história com as maçãs já tinha muitos anos. Contudo, desenrolou-se só com uma maçã: a maçã verde. A maçã verde, a primeirinha de todas, essa que foi um verdadeiro desgosto. O frasco era uma perdição, dos meus favoritos de sempre, e fazia adivinhar um aroma frutado e delicado, atraindo-me várias vezes para si. Num contacto mais directo não me identifiquei minimamente com a maçã verde e bem que tentei... Mas, muita atenção, a vermelha e rosa que experimentei hoje pela primeira vez são outra história - peguei e larguei porque ainda cá tenho com o que me entreter, mas larguei com a certeza que uma delas vai certamente adornar-me em breve. Estas já são maçãs à minha medida.

DKNY - Fresh Blossom Art

Red Delicious

Missão Natal 2011: última chamada

Está quase na hora de sortear quem vai trocar "prendas" no âmbito da Missão Natal 2011.

Eles não ficaram de fora, gritam a plenos pulmões o seu entusiasmo e arriscaria que já não comem, nem dormem ansiosos por saber quem será o seu amigo-secreto:

Ana *
Ana Luísa *
Beatriz Fernandes *
Bid *
Blair *
C. *
Cairs
Camaleoa *
Cris *
Criss *
Daniela Gaspar
Day a day 
Devaneios da Princesa
Estudante
Filipa *
Hermione
Kikas
Lucyinthesky
mari *
Marta
Marta Maia
Marta Pereira *
Miss Blanche Cérise *
Niki
Pam
Panda *
Patrícia
Petra
Pimpinela
Pipita de Chocolate *
*S* *
Sara Levy
Sonhadora *
Sophia *
Sophie *
Susana Santos *
Tá *
Wild Things *
Zaahirah *

E tu, vais ficar de fora? A porta fecha no domingo, dia 20 de Novembro, por isso entra e junta-te a nós antes que seja tarde.

Relembro também, apesar de ser opção, que os que ainda não enviaram endereço postal poderão fazê-lo para maryjaneinthesun@gmail.com, estando assegurado que este ficará só entre mim e o vosso amigo secreto.

* Com asterisco estão os nomes dos bloggers que deixaram endereço postal. Confirmem por favor.

O final brilhante "... e foram felizes para sempre"

Do baú de 2006

Deixo-me afundar lenta e suavemente. Seduz-me o facto do meu corpo estar a ser consumido sem que eu o sinta. Atrai-me a ideia de que a água irá admirar  as minhas imperfeições como jamais alguém fez, inundando-as como inundaria um corpo perfeito.

Permaneço imóvel e tento esvaziar… Despejar na água corpo e mente de modo a sentir a leveza do nada, mas os gritos furiosos da água que corre entre os canos da desgastada torneira perturbam-me... Aproximo-me. Tento escutar, sentir, desvendar como é que a vida grita em alma alheia. Mas aí paro, assusto-me e sou esmagada pela tristeza angustiante do meu olhar reflectido na torneira… 

Sinto vontade de me afogar na vontade secreta de ter mais de ti, de fechar os olhos e viver para além daqui, onde ninguém me vai punir e onde tudo se vai consumar em beijos de céu… 

Viver… Não. Viver não se limita a isto. Não é chegar a cara ao pé de um vidro e ele embaciar, não é encostar a mão ao peito e sentir algo bombear sangue para 50 kg de carne! É sentir que realmente vale a pena… É sentir. Sentir que alguém iria estar lá para rir com a facilidade que embaciamos o vidro, desenhando o que sentimos nesse mesmo vidro e com isso fazendo disparar uma gargalhada ou, em alternativa, para nos dar a mão enquanto encostamos a mão ao peito, e, mesmo sem falar, dizer que notaria se aquele coração parasse. E nestes momentos desejo profundamente que a vida seja sempre como as histórias infantis: no meio de algum drama, o final brilhante, “… e foram felizes para sempre…”.

Amanhecer a troco de um rebuçado

Mais uma vez do baú de 2005

Sôfrega, corro para o ponto de encontro habitual. Caminhar de madrugada, ainda ensonada, faz-me sentir os pés recuar, mas a minha alma avança, cega, surda, inocente, esquecendo a dor física e inventando algo transcendente para me dar força…

O coração não me bate no peito, bate na garganta, rebenta descaradamente...

Quero-te assim… Só para mim…

Pelo caminho queimo as últimas histórias tristes, retomo as pegadas apagadas, e lembro-me que ainda existes. A poeira da estrada faz-me cega… Cega à sorte que nos quer condenar à morte. As cores que distingo vão-se transformando em sombras, sombras que mesmo assim ficam comigo para sempre, e marcam quem sou e quem és. Desenham os contornos do que sonhei para nós, tão depressa como os destroem, e o vento leva-os como restos do nada que nos derrubou e do tudo que ainda se sente em nós.

Quero-te assim. Só para mim.

Paro por momentos, e sinto a respiração profunda que só tu conheces, pausada mas ao mesmo tempo com uma pontinha de angústia e aí, enfrentando toda a dor e falta de clareza daquela estrada, sei a razão pela qual caminho e sempre caminhei na nossa direcção: o amanhecer pinta radioso o céu, e queima a minha pele. A luz do dia ostenta todo o sentimento que não me deixa parar, o segredo dos que correm, sem nunca se cansar. Na verdade, o amanhecer é o rebuçado que me vais dar quando virar esta esquina e o sorriso com que me vais brindar ao dizer bom-dia. O amanhecer passa a anunciar um resto de dia delicioso…O resto do dia vai passar lentamente, com a mesma calma com que desembrulho o rebuçado, com o mesmo prazer que sinto quando o saboreio assim, ao pé de ti.

Das pequenas coisas: receber e dar

A.: Nhanha!

F.: Nana!

É assim que sou recebida pelos 20 meses daqueles manos.

E não venham cá falar em relógios biológicos que eu ainda tenho medo de ter crianças! Desde muito nova que soube que eram uma coisa bem delicada e, como  escrevi  há uns tempos, ter uma criança é bem diferente de brincar aos nenucos.

Isso não significa que, como grande parte das mulheres, não me delicie de cada vez que vejo um bebé. E estes bebés, o A. e o F., são especiais. Tal como serão os bebés das vossas vidas simplesmente porque eles estão a crescer e eu tenho assistido ao crescimento deles. E estão naquela fase deliciosa em que deixam de receber só (colinho, miminho, papa) para começar a dar. E é importante aprender a dar. A dar com prazer. Por isso é que segunda-feira, chegada a casa deles, e depois de me colocar ao nível deles, não entrei sem antes pedir que cada um deles, com aquelas mãos pequeninas e com os olhos a brilhar, me viesse dar um abraço e um sorriso capaz de ficar agarrado a mim durante o resto do dia...

"Feia" é a tua forma favorita de me chamar

Vou começar a arrancar algumas histórias do baú. Esta veio do baú do ano de 2005.

"Feia" é a tua forma favorita de me chamar. De me chamar com os lábios fugitivos, contorcidos e apertados, e de olhos quase a sair das tuas órbitas e prontos a abraçar a minha órbita. Segues depois, desengonçado, voltando-te apenas para me dirigir um sorriso cúmplice e traquina e um olhar de soslaio. Mas eu adoro. Adoro quando estás frente a frente comigo, só tu e eu, e mal consegues articular uma sequência de palavras, mal consegues terminar uma frase, mal consegues dizer o que se passa contigo...  E hoje, eu prometo. Não vou amuar quando me chamares feia, e fugires apaixonado, talvez com medo de nem mais uma palavra conseguires pronunciar; com medo de quebrar o tempo e ficar... Ficar aqui, comigo. Sempre. E hoje, eu também sei que me chamas feia como que não querendo que mais ninguém olhe para mim, para que mais ninguém queira sequer mais um bocadinho, qual pedra preciosa, trevo da sorte ou amuleto secreto escondido no canto de um bolso empoeirado. Empoeirado, mas o mais rico: o mais importante, o mais protegido, o mais sagrado.

Hoje, eu concordo com a tua forma favorita de me chamar. E prometo, não conto a ninguém o segredo que tu tens como sendo só teu, num mundo que eu sei que também é meu.
 

Zoey Dechanel

Das relações com personalidade...

Love is not enough. It must be the foundation, the cornerstone - but not the complete structure. It is much too pliable, too yielding. (Bette Davis)

Acreditar que por duas pessoas se amarem, por terem um amor com personalidade bem firmada, daqueles de anos e anos, e não uma relação criança e imberbe acabada de nascer que precisa de ser sustentada ou daquelas paixões que se trocam como cromos, não precisam de fazer mais nada, porque já estão naturalmente (ou artificialmente) entregues uma à outra, como uma embalagem destinada a uma só prateleira no supermercado, é dos maiores erros que se podem cometer numa relação. Outro erro é pensar que o crescimento termina aos 18 anos e que a partir daí uma pessoa não cresce e não muda: fica com os mesmos hábitos, os mesmos gostos e os mesmos horizontes.

A pessoa que temos à nossa frente é sempre um eterno mistério que exige que o desejo de descoberta permaneça e que exista um exercício constante de ajustamento: as pessoas não são como embalagens e mudam de configuração. Portanto, se ficam esquecidas, ou se passamos muitas vezes por elas fiados de que estão lá sem realmente as vermos, quando uma pessoa dá verdadeiramente por elas, às vezes vai-se a ver e já caíram da prateleira.

Silence is a girls loudest cry

Não nasci com vocação para peixeira. Quando estou realmente chateada não exploro os agudos das minhas cordas vocais ao máximo potencial que posso, aliás poupo-lhes trabalho. Falo num tom grave, sério ou congelo num silêncio desconfortável e assustador - e não, isto não é propositado. É feitio. Recolho à concha. E normalmente só recolho à concha depois do discurso estar gasto, ou do discurso bater e não produzir eco qualquer fazendo com que eu própria duvide da necessidade de continuar. E gosto, gosto muito de quem, sem ser preciso que eu fale, despista os meus sinais e sabe o que fazer, o que dizer ou, simplesmente, sabe estar. Porque um dia, aprendi que é impossível não comunicar e o silêncio significa sempre algo... Em ocasiões diferentes, coisas diferentes, é certo. Mas quando melhor conhecermos uma pessoa melhor seremos capazes de conhecer os seus silêncios e o que comunicam.

Quem tem medo do palco?

O palco é um lugar especial, desconhecido e aparentemente desprotegido, porque tudo pode acontecer. Por isso às vezes ameaça, assusta, desafia mas o que muitas vezes não se pensa, e que também é importante notar, é que o palco é um lugar que protege, porque como todos as coisas que nos desafiam faz crescer, enrijece o músculo para obstáculos maiores que vamos encontrar vida fora.

Assim, na verdade,  não é tão desprotegido como aparenta. Porquê? Fácil! É o palco, tudo é possível! Esquecemo-nos de uma fala? Não faz mal, temos a "capa protectora" do palco - podemos inventar e parecerá que faz parte. Está um dia terrivelmente cinzento lá fora? Não faz mal, temos o palco e, dependendo das luzes, quase sempre faz sol. Estamos com uma dúvida existencial? Não faz mal, daqui a nada há um final previsto. Falta um adereço essencial? Desenrascamos com qualquer coisa. No palco damos muitas voltas e aprendemos a dar a volta.

Olha-se o palco e pela sua imponência este é um espaço temido. Para mim, mais do que temido é um espaço respeitado. É um espaço nosso para sermos quem quisermos e quem pudermos. Acredito que nem toda a gente encaixa em todos os papeis, mas como querer é poder, também acredito que muito resulta do empenho e que nos podemos surpreender connosco todos os dias: superando-nos, reerguendo-nos após tentativas falhadas. Derrotas e tentativas que sabem tão bem após os primeiros aplausos - "conseguimos, foi possível!". E por isso, o palco pode ser o sítio certo para nós. O sítio certo para crescer. Ao palco eu não digo "Eu, nunca", como tantos que dele fogem perdendo a oportunidade de lhe descobrir os encantos, mas "Eu, sempre que puder". Assim pudesse falhar, assim pudesse errar, assim pudesse meter a pata na poça como posso no palco, fora dele.

M.R.P. explica quem é a pessoa certa

Porque não sou eu só que explico e porque acho que a Margarida Rebelo Pinto, diga-se o que se disser, até escreve coisas engraçadas e se é das autoras mais lidas é porque consegue chegar até nós e ao que sentimos, aqui fica um excerto de "Vou contar-te um segredo":

"A pessoa certa não é a mais inteligente, a que nos escreve as mais belas cartas de amor, a que nos jura a paixão maior ou nos diz que nunca se sentiu assim. Nem é a que se muda para nossa casa ao fim de três semanas e planeia viagens idílicas ao outro lado do mundo. A pessoa certa é aquela que quer mesmo ficar connosco. Tão simples quanto isto. Ás vezes, demasiado simples para as pessoas perceberem. O que transforma um homem vulgar no nosso Princípe é ele querer ser o homem da nossa vida. E há alguns que ainda querem.
Os verdadeiros Príncipes Encantados não têm pressa na conquista, porque como já escolheram com quem querem passar o resto da vida, têm todo o tempo do mundo; levam-nos a comer um prego no prato porque sabem que, no futuro, nos vão levar à Tour d'Argent; ouvem-nos com atenção e carinho porque se querem habituar à música da nossa voz, e entram-nos no coração bem devagar, respeitando o silêncio das cicatrizes que só o tempo pode apagar (...) Não é o que nos compra discos românticos e trauteia canções de amor no voice mail, é o que nos ouve falar de tudo, mesmo das coisas menos agradáveis. (...) O Princípe é um Príncipe porque governa um reino, porque sabe dar e partilhar, porque ajuda, apoia e nos faz sentir que somos mesmo muito importantes."

Mary Jane explica o que é que as mulheres querem #2

Massagens.

E não necessariamente com happy ending. Aliás, se, por um lado, a perspectiva de uma massagem pode agradar e tornar-se estimulante, se usada apenas com a intenção de um happy ending, rapidamente pode ser vista como um meio que tem em vista um único fim e perder assim as suas múltiplas potencialidades.

Nós precisamos de massagens ao ego e ao corpo. Massagens mesmo quando chegamos com cara de caso e como quem carrega o peso de um mundo inteiro e está disposta a dispará-lo todo para vocês; massagens para ajudar a adormecer; massagens quando (e enquanto) temos que trabalhar e queremos que nos digam, ainda que não seja preciso falar, "eu percebo e estou aqui contigo da melhor maneira que posso"; massagens porque sim.

Mary Jane explica o que é que as mulheres querem

"You are the perfect combination of sexy and cute". (Crazy, Stupid, Love)

Esta cantada funciona. E funciona porquê? Porque activa uma série de coisas que gostamos...

Qualquer mulher gosta de ouvir que é sexy, que é atraente ou até que é um helicópetro (se não conhecem a expressão, googlem!). E se tudo o que gostamos for detalhado, ainda melhor. Mesmo que  possa lançar o olhar 322 (para onde é que estás a olhar?!), uma mulher gosta de ser apreciada do ponto de vista físico, o que é completamente diferente de ser elogiada e valorizada só pelo ponto de vista físico. O cute é importante, e não é o cute de girinha. É o cute do todo... O cute de querida, feminina, engraçada, outra metade ... O cute de quero fazer coisas cutes contigo, quero dizer-te coisas cutes! Se o elogio físico bastasse poderíamos apaixonar-nos em três tempos pelos homens dos andaimes. E a verdade é que, por muito que tantas vezes nos façam andar a 1000 e rogar-lhes umas quantas pragas, podem fazer uma mulher ganhar o dia. E sinceramente, eu acho que eles sabem isso, e valorizo-os (ao longe), porque acho que levam muito a sério esse papel de "mimar" as mulheres. Em suma, o segredo é sempre o balanço, entre o sexy and cute claro... Isso e mostrarem que conseguem reinventar-nos 1500 vezes. Sim, nós acreditamos mesmo que é possível e que merecemos...

E era também esta música, que ouvi num anúncio que agora nem sei qual é, que me dá alguma energia e mostra, no poderoso refrão, no fundo como todas nós nos queremos sentir.