quinta-feira, 31 de maio de 2012

O que é que fazem 7 mulheres quinta-feira à noite?

Vão abrir o ginásio e...

Dragonfly out in the sun you know what I mean, don't you know...

Butterflies all havin' fun you know what I mean...


Devagar!

Sexy

Uuuuuh! Vamos lá.


Dá-lhe!

Hmmm... Sexy não é sexo. Isto não é creu meninas!

Despe, despe, despe!

- Sábado à noite não posso. 
- O que é que vais fazer sábado à noite?
- Ai isso agora não posso contar.

E tudo isto de janelas abertas, a deixar passar ruídos. Quem estava no café em frente, embora nada visse, de certeza que construiu um belo cenário mental.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Ao que eu sei, sou filha dos meus pais...

A minha mãe, muito tranquila, dirigindo-se ao meu pai:


- Olha, sabes o que é que eu descobri? Quem são os pais do teu filho!


Leia-se que os meus pais casaram há 27 anos e estão juntos há 37 anos.


terça-feira, 29 de maio de 2012

Finalmente, o retrato

Tive um dia chato. Chato para ser amorosa. Estive com um humor burro e só me apeteceu eslapear-me e escalar paredes. O momento alto do meu dia foi quando fui presenteada com um retrato pelas minhas crianças  (para alguns adolescentes).

Quase que esqueci o ódio que germinei em relação aos pintores de Paris (sim que eu tentei dois), que me olhavam com ar de artista nato que tinha acabado de encontrar a sua musa, pediam-me para ir para um canto longe das deambulações dos habituais turistas, e que depois me devolviam o retrato de uma Barbie. Eu, que queria a minha face ali cravada eternamente no papel, tentei 2 retratos para que ficasse a parecer eu! E depois de cada erro, passava, no mínimo, 30 minutos a lamentar-me dos iguais minutos que tinha passado prostrada não em frente a um artista, mas sim em frente a um ladrão.

Portanto, o retrato das minhas crianças pode ter sido feito a marcador, mas as cores fizeram dele um retrato visivelmente mais realista. E depois, com a legenda "Dra. M. super xiraaa" acho que não restam dúvidas de que sou mesmo eu!

O único traço que ficou minimamente parecido.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

As funcionárias do local onde trabalho são as melhores do mundo

Enquanto eu chegava, subia ela umas escadas carregada com um saco de lixo. A uns quantos metros de distância, no seu porte pequenino e redondinho, começa a gritar:


Olá, amor! É outra vez segunda-feira, ai que grande frete!

domingo, 27 de maio de 2012

Querido belógue... (XXIII)

...os meus avós regressaram do fim-de-semana de comemoração dos 54 anos de casamento. "Não me apetecia nada ir, mas vou por ele, para não ficar triste", confidenciou a minha avó na quinta-feira. No dia seguinte mostrava à minha irmã alegremente o conjunto de toilettes (a minha avó é muito fina para dizer looks ou outfits) que planeava levar. Já eu olho para a relação dos meus avós num misto de admiração e inveja. Inveja porque não sei se ainda se fazem relações assim tão longas... Está bem que são só números... E que 2 anos podem valer por 50, mas a imagem de um amor que caminha connosco e cresce connosco ao longo da vida é das imagens mais românticas que as melhores histórias de infância souberam enraízar em mim.

A propósito do novo anúncio da vodafone...

...aquele do cão a transportar uma aliança com uma câmara anexa, há uma coisa que penso, invariavelmente, de todas as vezes que o vejo. Aquela resposta "Eu sei" a um "Também te amo" estraga tudo, é um corta clima absoluto. E não é pelo que está verbalizado, é pelo não-verbal. A expressão e o tom de voz, dizem para lá do "Eu sei" directamente expresso, qualquer coisa como "Claro que amas, nem havia outra hipótese. Eu sou um máximo". O homem é o conquistador, com jeito para fazer coisinhas tecnológicas e tal, a mulher é um ser dócil e submisso... 

Mas, dou por mim a reflectir que isto até que pode ter sido estratégico. O homem a fazer coisinhas ao início e este toque final altivo, que para alguns até pode ser lido enquanto divertido, eram essenciais para que este não fosse um anúncio de puxar à lágrima exclusivamente dirigido ao feminino, mas com alcance também dirigido ao público masculino. Veja-se a banda sonora escolhida, também é uma coisa perfeitamente capaz de encaixar nos 2 géneros. Ainda assim, esta dualidade de targets deixa-me a olhar para este anúncio como um puzzle com um estranho encaixe.

sábado, 26 de maio de 2012

Querido belógue... (XXII)

... a única forma de sair viva de um fim-de-semana em que a cabeça está a ser agressivamente espalmada sem alucinar e começar a ver mais papel do que aquele que aqui ao lado se acumula é espalmar igualmente o corpo. Castigá-lo de tal forma que faça com que a cabeça tenha o verdadeiro intervalo de que precisa. Por isso (na realidade porque há actuação em breve), sexta e hoje enfrentei uma hora e meia de aula de dança e amanhã enfrentarei mais uma hora e meia, logo de manhã pela fresquinha. Normalmente não gosto de aulas de dança assim como a primeira coisa que faço mal acordo. O corpo ainda não está sintonizado para a actividade necessária e  tem tendência a reagir com uma inércia brutal e a fingir-se de morto. A tal ponto que chego a duvidar se sou eu que comando o corpo ou se é o corpo que me comanda em mim. Para amanhã comandar eu vou fazer um serão calminho, em casa, e tentar esquecer que é sábado à noite.


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Johnson's Baby contaminado com instinto maternal!

Eu podia jurar que o instinto maternal, até à data, era uma coisa absolutamente inexistente em mim. Não que não goste de bebés, porque adoro! Mas nunca tive nenhum desejo, nem leve, nem profundo, de ter um para mim brevemente. E estava perfeitamente convencida da inexistência deste instinto porque, na semana passada, vi os 2 homens que me acompanharam nas entrevistas de recrutamento - um exactamente da minha idade, outro uma mão cheia de anos mais velho - a derreterem-se completamente perante uma bebé com 2 semanas "Ooooh que liiinda"; "Como te chamas pequenina?"

E eu? Eu esboçava um sorriso, sincero e simpático, mas fiquei ali, colada à cadeira, a sentir-me um pequeno ET. Tudo porque o meu incontido estereótipo (aquelas coisas que nós achamos que não existem em nós, mas depois BAAAM, afinal estão lá todas!) bombardeava o meu pensamento "Então, mas isto não é coisa de mulher? O que é que se passa aqui? Estou no filme errado!". Claramente um bebé tão pequenino era uma realidade bem distante para mim. Não que não tivesse vontade de pegar e de tocar, claro que tinha, mas isso não é do que eu estou a falar. Nos meus colegas havia ali qualquer coisa de invisível e de inenarrável, mas bem diferente de fazer um "bilu bilu" a um bebé. Podia jurar que se pusesse a mão por baixo do queixo deles, ainda apanhava baba! Em mim existia só o "bilu, bilu".

Por isso, hoje, e no mais inesperado dos momentos, fui brutalmente surpreendida. Ao reparar numa embalagem de champô Johnson's Baby na minha casa de banho tive o impulso imediato de pegar, abrir a tampa e cheirar. E antes sequer do pensamento se formar em palavras, eu sei que desejei ter um cabelinho, que, vá-se lá saber porquê, imaginei loirinho, a cheirar a champô de bebé, colado ao meu peito. E não era de um bebé qualquer. Era de um bebé que fosse meu.


quinta-feira, 24 de maio de 2012

Querido belógue... (XXI)

... e depois também há quem diga que eu me fecho como a defesa do Chelsea. Do Chelsea não do Villas-Boas, mas do Di Matteo. Do Chelsea que resistia estoicamente ao melhor dos futebois e que era a negação do próprio futebol.

Preciso de alguém

Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. (...) Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. (...) E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver. Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como - eu estou aqui, eu te toco também. Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da concha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão. No meio da fome, do comício, da crise, no meio do vírus, da noite e do deserto - preciso de alguém para dividir comigo esta sede. Para olhar seus olhos que não adivinho castanhos nem verdes nem azuis e dizer assim: que longa e áspera sede, meu amor. Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo. Que vontade escapista e burra de encontrar outro olhar que não no meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho. (...) Preciso sim, preciso tanto. Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis. Tanto meu ciclo ascético Francisco de Assis quanto meu ciclo etílico bukovskiano. Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra. Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa como eu sou o outro ser conjunto ao teu, mas não sou tu, e quero adoçar tua vida. Preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão. Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus. (...) Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. (...)

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 22 de maio de 2012

No que toca ao corpo humano há quem desenvolva uma predileção por olhos, pernas, mãos...

... eu cá, especialmente nos últimos tempos, desenvolvi, ainda que sem me aperceber, uma predileção por braços. Quando dava por mim lá estava eu a apertá-los, a segurar com firmeza ali na zona do Popeye. E, como há quem diga que sou uma rapariga do toque, pela tendência que tenho para tocar e acariciar quem de mim se aproxima, sobretudo se já tiver desenvolvido algum carinho pela pessoa, as predileções que estabeleço em termos de corpo humano, tantas vezes fazem-se pelo toque, mais do que pela vista. É a conclusão que tiro. E nos últimos tempos, mais do que tudo, eu gosto de braços. De uns em particular, que me têm segurado muito. Que me dizem, ao toque, que estão ali, fortes e firmes para mim. E aperto-os - não necessariamente num abraço - como símbolo da segurança. Símbolo externo da minha segurança interna.


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Querido belógue... (XX)

... está tudo explicado. Hoje percebi que não teria talento para ser uma celebridade. Quando se abeiraram de mim 40 certificados para lá cunhar a minha bela (tem dias) assinatura, eu achei lindo! Quer dizer, deixar assim a minha assinatura em 40 papeis pareceu-me tarefa digna de muitos flashs.

Ao fim de 10 certificados já não importaria de trocar com alguém.

Ao fim de 20 já divagava sobre o árduo que seria desempenhar tal tarefa com um sorriso à prova de fãs e de flashs.

Ao fim de 30 já constatava sobre o ardúo que é certamente desempenhar tal tarefa com um sorriso minimamente realista e já contava, a encher fôlego, os certificados que restavam assinar para ter a certeza de que estava mesmo quase-quase-quase!

domingo, 20 de maio de 2012

Receita para alguém me deixar completamente sem palavras...

(...)

Porque tu és daquela espécie rara de raparigas. Aquela que mexe mesmo com o coração, que nos dá vontade de correr para ela. Tens sonhos na ponta dos dedos, felicidade no piscar dos teus olhos, magia e amor no sopro dos teus lábios quando falas.


És uma rapariga rara. És aquela que se cuida. És aquela a quem se dá. És aquela que me dá vontade de querer receber.
Sonhas, como nos teatros que encenas, como no cuidado e carinho que tens nas crianças que diriges. Vives, como danças. Leve e suavemente, com movimentos fluídos, por vezes ternos, muitas vezes sensuais, de cabeça erguida e lábio mordido, de costas arqueadas e pernas esticadas, com a música a embalar todos os teus movimentos. Existes, como se isso fosse um dom, como se fosse uma bênção para as pessoas que te rodeiam.

(...)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O meu telefone foi contactado em directo via Estádio do Dragão...

... e foi 1000 vezes melhor escutar uma música que me era especialmente dirigida do que estar lá, mesmo que a escuta implicasse que apanhasse só palavras soltas da letra, Look at the stars, look how they shine for you, bem mais longe do que os esporádicos gritos e do que os aplausos finais. E foi 1000 vezes melhor, porque a certeza de que há pessoas que valem a pena esteve mais perto.

Querido belógue... (XIX)

... hoje eu:

-  podia ter dado início a uns capítulos trágicos de Mary Jane ao volante. Se não fosse o meu instrutor a sinalizar, não tinha cedido passagem a nenhum peão;
- achei que não vou tão mal quanto penso na condução depois de ter sido conduzida por alguém, também em aprendizagem, que ia permanentemente aos soluços;
- almocei às 11:40 porque tinha agenda cheia e sem intervalos à hora que as pessoas normais almoçam (das 12h às 15h)
- convoquei reforços familiares para apoio à resolução de um contrato que foi ingenuamente assinado por pessoas que são bem embaladas por conversas e eu, claro, não consegui agir como se não fosse nada comigo, mesmo não sendo;
- à conta de muitas voltas, cheguei à aula de dança 1 hora atrasada, aproveitei meia hora;
- vi uma senhora, com pelo menos mais 10 anos do que eu, a chorar por sair de um projecto para abraçar  um projecto profissional maior e melhor. Senti uma empatia imediata e achei que poderia estar a olhar para mim dali a 10 anos. À despedida elogiaram-lhe o profissionalismo, a meiguice e a capacidade também de dar uns berros quando assim tinha de ser. Se daqui a 10 anos disserem o mesmo sobre mim, ficarei feliz.

Basicamente, foi um dia como todos os meus têm sido desde Janeiro, sempre com qualquer coisa de imprevisível. Sempre muito agitados, mas a valer tanto a pena.


E agora com licença que tenho de terminar uma reflexão para uma menina querida.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Que se lixe o amorzinho, o amor de conveniência, o amor de dois dias...

... há duas pessoas que vão casar amanhã, depois de 26 anos de vida em comum em que a uni-las existia "só", conforme palavras dela, amor e respeito. Amor e respeito que deram origem também a dois filhos.

É simultaneamente uma prova e uma declaração de amor final, porque ele tem um contrato terminal com a vida, daqueles muito pouco supostos e completamente inconvenientes, e procura no casamento não um contrato, mas a consumação de uma aliança. A consumação simbólica de uma aliança que, com casamento ou sem casamento, nem o fim da vida há-de desfazer.

Amanhã, independentemente de tudo, há-de acontecer um casamento. Um casamento sem vestido de noiva, sem bolo, sem centenas de convidados. Um casamento com o apadrinhamento dos filhos. Um casamento feliz.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Espera aí... que já casamos - The Five-Year Engagement

Fui ver este filme. E chorei, como faço em tantos outros, e foi a limpar as lágrimas que disse à minha companhia que o filme é fraquinho. E é. Eu achei. 
De forma breve, o filme arranca com um pedido de casamento após um ano de namoro e desenvolve-se com um noivado a ser sucessivamente adiado. Nisto, vai-se assistindo ao desgaste da relação. E em alguns momentos este desgaste é ilustrado de uma forma excessivamente caricaturada do meu ponto de vista. O excesso até seria bom se tivesse graça, mas não tem muita! Quer dizer, quando vejo um tipo de barba comprida, a oferecer produtos biológicos, feitos por si, aos amigos, eu achei que aquele momento representava um pesadelo do personagem principal - o que era engraçado e coerente! - mas não, era a realidade mesmo! 

Ainda assim, o que a minha memória selectiva retira de melhor do filme são algumas mensagens importantes sobre o que é uma relação:
  • implica cedências;
  • acarreta mudanças;
  • talvez não exista ninguém com quem somos 100% compatíveis, essa compatibilidade constrói-se;
  • há amores que se encontram, mesmo com todos os desencontros.


De qualquer forma, a ver, vejam-no antes no sofázinho de casa. Quando não houverem muito mais opções... Ou então vejam o trailer - é daqueles que tem o que de melhor há no filme, em versão short que representa um bom contraste com o desnecessariamente longo que senti ser este filme.

terça-feira, 15 de maio de 2012

A memória que fala de nós

33 anos, 4 filhos.

48 anos. Além dos meus filhos, eu sou mãe de dois netos, porque a mãe e o pai foram sei lá para onde e eu fui logo pedir a guarda ao tribunal que me concedeu com muito orgulho.

39 anos, 3 filhos, só a de 5 anos está comigo, os outros estão com o pai, longe. Ex-ex-marido, ex-marido, namorado.

35 anos, o meu marido e eu, 2 filhos. 15 e 17 anos. Não estão comigo. Coisas do tribunal.

Da minha manhã, a primeira passada em recrutamento de pessoal, poderia ter memorizado muita coisa. Podia fixar-me na senhora que andou uma hora a pé para vir até à entrevista e que estava pronta a deslocar-se assim diariamente; na senhora que diz "as minhas mãos não colam" ou "ver é com os olhos" ou então naquela que ao sair exclamou "se não ficar, gosto em conhecer-vos na mesma, só gente jovem e bonita!", mas aquilo que me fez sair de lá a sentir-me ligeiramente atordoada foram sobretudo os dados que destaquei no início deste post e que se emaranhavam brutalmente na minha cabeça.

As nossas escolhas não são ingénuas. Todos os dias nós - consciente ou inconscientemente - escolhemos armazenar/memorizar só parte das nossas experiências, escolhemos destacar apenas certos elementos daquilo que vivemos, e mais do que falar das situações em si, as nossas escolhas que farão a nossa memória podem falar de nós. Agora eu sei que seleccionei o que seleccionei porque as relações afectivas e as bases com que desde tenra idade se constroem é um assunto que me toca particularmente. Há vidas complicadas... como é que começam, onde é que acabam? Esta labilidade assusta-me tremendamente.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

A minha primeira confissão...

Em época de comunhões quero falar-vos da minha primeira confissão séria. Não daquelas confissões, igualmente sérias ou menos sérias, que de vez em quando fazemos a alguém, mas da primeira vez que, na igreja, me ajoelhei em frente a um padre.

Lembro-me que achei que o senhor era muito velhinho e que me questionei o porquê de eu estar para ali a falar e ele a olhar no vazio, mas depois lembrei-me da catequista, que disse que a confissão não era falar com um padre, ou uma pessoa, era falar com Jesus, portanto até fazia sentido não olhar e estar antes com a orelha direccionada para mim: não era ele que me estava a observar portanto estava a facilitar a via de acesso a Jesus! Depois dos primeiros segundos a falar, achei também que tinha feito bem em preparar uma lista mental de pecados para apresentar com receio de me esquecer de algum, porque o senhor esteve calado o tempo todo... Mas o melhor de tudo e o que cabe sublinhar foi o sentimento de absolvição. Depois de ter rezado os Pai Nosso e as Avé Maria que me foram incumbidos, lembro-me de ir para casa e de me sentir uma pequena ave a levitar, de me sentir absolutamente santa e livre de pecados. De anunciar inclusivé "Já não tenho pecados!" e de afirmar solenemente a quem queria saber a lista que tinha elencado ao padre "É secreto!". Até o raio do vestido da comunhão que seria às bolinhas brancas me parecia um drama menor e que não valeu a minha preocupação... Prometi a mim mesma permanecer imaculada a maior quantidade de tempo possível... Mas no próprio dia, após uma asneirita inconsequente, fui logo encostada à minha condição humana. "Já tens um pecado!...". E assim se quebrou um estado magnificamente zen que eu poderia jurar que ia durar a vida toda.

domingo, 13 de maio de 2012

Amor e três ingredientes: tempo, paciência e coragem

Deambulando por entre as minhas teorias sobre o amor uma das conclusões que tenho tirado é que há mais três ingredientes fundamentais na misteriosa equação do amor e da vida a dois. Tempo, paciência e coragem. Tempo e paciência são precisos para construir o amor que não nasce feito. O amor que existe para lá do ritmo dos impulsos biológicos. Por isso quando dizem "Ai, já não é o que era", a única coisa que eu sei é que certamente não é, porque é muito mais, para o bem ou para o mal, as coisas evoluem, crescem, mudam... Ninguém conhece outro alguém num mês. Ninguém se molda de uma forma que parte de si parece estar alojada noutro alguém em meio ano. E tudo isto são contas relativas... O que eu sei é que é preciso muita convivência - com todas as ilusões e desilusões - para que as pessoas sejam cada vez mais uma com a outra no dia a dia, em sonhos e projectos, em pequenas decisões (ir ao cinema ou ao teatro?). Essa é que é essa.

Eu cá sei que estou numa fase da minha vida particularmente instável - às vezes tenho pouco tempo e paciência. Às vezes dou por mim a querer amor ao estilo fast food: um amor já feito, sem decisões, sem discussões, sem complicações, sem obstáculos. Um amor que me dissesse num inglês trágico e fatalista, there you have it. Como quem diz, o que sempre sonhaste é possível. Ou, there you have it, é possível ultrapassar o que já tiveste! Quase como se só o que for melhor, assim logo à partida,  valesse a pena e fosse a confirmação de que o amor existe. E o pior é que avalio este melhor nos termos de uma matemática ilógica que nunca há-de dar conta certa: quase como se achasse que serão precisos os 7 anos que já tive para chegar onde estava.  É preciso tempo para deixar de encarar o amor como uma competição. É preciso tempo para deixar de querer prestar contas com o passado e enfrentar um amor a limpo, como deve ser.

E isto tudo lembra-me que é preciso também um bocadinho de coragem para amar depois do amor. Para achar que aquele que considerávamos o amor de uma vida era só um amor na vida. É preciso coragem para assumir que mesmo que a morte faça eventualmente parte do trajecto de um caminho que se via eterno, continua a valer a pena enfrentar o risco de morrer todos os dias, de perder parte de nós no outro, de dar corpo e alma e sabe-se lá mais o quê, mesmo que um dia esse corpo e alma fiquem desalojados. Afinal, não é por saber que um dia também eu irei acabar, que não me apetece viver. É preciso coragem para dizer ao coração que ele não falhou e que não foi abandonado... É preciso coragem para dizer ao coração que não faz mal tentar mais que uma vez e que não, para saber que está certo, também não tem de vir tudo de uma vez.


Querido belógue... (XVIII)

... eis um dos motivos da minha ausência. Diz que sexta-feira esteve um bom dia de praia e que se almoçou com vista mar. Tendo em conta que não moro à beira da praia é um evento digno de registo.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Querido belógue... (XVII)

... hoje antes de usar pela 2ª vez uma t-shirt que comprei há uns meses atrás pensei 2 vezes. A primeira vez que a vesti as coisas não me correram muito bem. Para não dizer literalmente que correram mal. E esta é das superstições mais parvas de sempre, mas provavelmente a única que tenho. Reza a história que houve um casaco que só usei uma vez porque no dia em que o estreei tudo me correu mal. Desta vez, estava decidida a contrariar a superstição. Até porque a roupa paga-se não é para ficar pendurada no armário. Mas basicamente, e por muito que eu tente voltar o meu olhar para o positivo, está a acontecer tudo o que não podia acontecer. Agora resta-me enfrentar a tarde... E encher-me de força para não enclausurar mais uma peça azarada no armário.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

(Des)arrumadinha

Pois é. Há quem me apelide de arrumadinha. Mas eu confesso que, apesar de ser geralmente arrumadinha a expor os meus pensamentos, a realidade à minha volta não padece da mesma organização, da mesma fluência, do mesmo encaixe... É antes um sinuoso desencaixe de manuais, de caderninhos e de folhas que às vezes já nem sei identificar.  E eu juro que todos os dias acho que vai ser dia de organizar tudo. Mas depois, o que eu trago acumulado, o trabalho que cresce, faz com que o sinuoso desencaixe seja um terreno fértil. Tenho uma colega que dizia que não conseguia começar a trabalhar sem tudo devidamente alinhado e perfilado. Eu opto pelo alinhamento expresso - o  alinhamento mental. Elimino mentalmente tudo o que está a ocupar espaço e a perturbar o meu estado de organização. Na minha cabeça passa a existir só aquilo com que estou a trabalhar. Na realidade qualquer dia não sei se vejo 1 milímetro de secretária. Pior é que a plantação de coisinhas está em fase de expansão territorial. Tem vindo a estender-se às cadeiras e aos sofás. Envergonho-me pois publicamente na vã esperança de assumir um comportamento mais diligente em relação a estes assuntos.

Querido belógue (XVI)...

... hoje é um dia bom. Um dia bom ao estilo adolescente: um dia bom porque sim, sem grande razão, tal como podia ser um dia mau, sem grande razão. É daqueles dias bons que nem sabemos bem explicar porque é bom, porque não aconteceu, nada que se destaque, mas é. E é bom porque de repente tudo faz sentido e a vida é bela. Acho que no fundo este meu sentimento é um produto de uma mistura vitamínica natural. Dias de sol fazem-me muito bem, assim como mais sono. Além disso, por mais projectos engraçados em que esteja envolvida, a perspectiva de hoje sair e ir directamente para casa sabe-me muito bem.


terça-feira, 8 de maio de 2012

Querido belógue... (XV)

... hoje estive em reunião com o senhor presidente da câmara municipal da minha terra. Quase que me senti uma pessoa importante. Está bem que não foi uma reunião só para mim. Fui eu e mais 4 da grande equipa de um dos mais recentes projectos em que me envolvi. Mas, caramba, eu sou a mais infante e já ando nestas vidas de gente séria! Quase que me senti importante (ou embriegada de uma pseudo-importância) naquela sala com cadeiras clássicas, um quadro do tamanho de uma das paredes, umas esculturas inexplicáveis e uma vista panorâmica para a cidade. Mas depois, ao longo da reunião, ao ver como o presidente fazia calar os vereadores só com um olhar, como fazia contas no imediato, como resolvia as mais diversas questões no imediato, como produzia ideias no imediato e como fazia chamadas para diligenciar coisas no imediato reduzi-me à minha insignificância.

Para já sou só uma pessoa que não sabe ainda bem o que vai ganhar com o que faz, mas que está a ganhar calo numa série de assuntos.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Querido belógue... (XIV)

... hoje engoli um "almoço" em 10 minutos. E nem vamos falar do meu jantar... Da próxima vez que vier para cá dizer que me vou meter em qualquer coisinha, mesmo que pareça qualquer coisinha de fantástico, maravilhoso, oportunidade de uma vida, que os meus abençoados seguidores me proíbam. Na impossibilidade de me atarem a uma cadeira e amordaçarem a boca de cada vez que me ponho com ideias, que me roguem 20 pragas de inveja. 20 pragas é muita coisa, pode ser que com a pressão eu não ceda.

Estou em progresso, em progresso...

domingo, 6 de maio de 2012

Revelações

A cores destaco as afirmações que são falsas entre aquelas que sugeri ontem:


1. Já me sentei e discursei a partir da mesa do parlamento europeu.
2. Um dos meus pratos favoritos é omelete.
3. Sei andar de patins em linha.
4. Já apertei a mão ao Cavaco Silva.
5. Tenho 3 furos nas orelhas.
6. Há quem diga que o meu nascimento foi quase milagre então fui baptizada em Fátima.
7. Durmo com duas almofadas.

Sou tão a minha mãe!

Fiz-lhe uma publicação no facebook e ela, antes mesmo de a ler, exclamou apenas "Preparar o lenço!".


Mamã,

fizeste com que crescesse a sentir que eu era a melhor do mundo (ainda que orgulhosamente dividindo o protagonismo com a mana
!), por isso fiz por dar o melhor de mim em tudo o que fiz até hoje. Deste-me a certeza do mundo ser um espaço aberto à exploração, não um lugar de fantasmas e medos, e por isso quis saber como era e reinventei-me nos mais diversos contextos que experimentei, com a segurança de que tu me apoiarias, fossem quais fossem as minhas escolhas desde que - e consigo ouvir-te tantas vezes a dizer isto! - não pisasse o risco! Deste-me uma confiança inabalável de que havia de chegar longe e, por isso, por mais coisas que já tenha atingido eu sei sempre que o melhor ainda estará para vir. Deste-me a certeza do afecto de cada vez que as minhas vitórias foram as tuas vitórias, as minhas derrotas (que se tornaram tão pequenas por ter sempre quem me lembre que sou grande à minha volta!) as tuas derrotas e porque estás sempre na fila da frente para me aplaudir, na fila da frente para deixar cair umas lagrimitas de orgulho, na fila da frente para me lembrar de quem sou e sublinhar o valor que tenho. Por isso, acredita que mesmo nas vezes em que não concordo contigo, mesmo nas vezes em que me chateio contigo, mesmo nas vezes em que refilo, mesmo nas vezes em que acho que falas demais, gosto muito de ti!

sábado, 5 de maio de 2012

O quarto

Uma das coisas que me deixou mais saudade foi, inevitavelmente, o quarto.


O quarto que era mais nosso do que qualquer outro sítio. E digo isto não só porque era o espaço que tinha mais fotos nossas, bilhetes nossos, cartas nossas e outras coisas que falavam directamente do que nós fomos (e que às vezes me pergunto onde terão ido parar), mas sobretudo porque estava carregado de memórias nossas, daquelas que não se expõem e que só nós poderíamos contar. De restos que por momentos me deixaram a vida em suspenso...

Aquele quarto estava carregado do orgulho com que ele dizia que aquela ia ser a minha parede. Parede essa que se enchia, sem vergonha de quem entrasse para ver, com fotos simples, com montagens, com bilhetes, entre outras coisas. Aquele quarto foi meu sem que eu alguma vez o pedisse, nem que ele alguma vez o afirmasse. Foi meu de cada vez que abri a gaveta e, já sem pedir, calcei meias dele porque não consigo dormir descalça. Foi meu quando no armário já existiam um ou dois pijamas meus. Foi meu quando já todo o material técnico necessário ao uso de lentes contacto tinha residência fixa lá. Foi meu em todas as conversas fora de horas. Foi meu daquela vez em que acordei, o acordei a seguir e pedi para que fosse mandar calar o vizinho, provavelmente ganzado, a tocar guitarra eléctrica e a produzir vocalizações às 3 da manhã. Foi meu de cada vez que lá entrei sem ele. Foi meu de cada vez que foi a morada oficial do meu traje. Foi meu de cada vez que pensei, mesmo sendo aquele um quarto velho, cheio de humidade, pequeno e limpo duas vezes por ano, que aquele era o melhor lugar do mundo. 

Mas agora só eu é que sou minha e, por isso, tenho de fazer deste "eu" o melhor lugar do mundo.

Conheces realmente a Mary Jane?

Então diz, de entre estas 7 afirmações, quais são as 3 falsas:


1. Já me sentei e discursei a partir da mesa do parlamento europeu.
2. Um dos meus pratos favoritos é omelete.
3. Sei andar de patins em linha.
4. Já apertei a mão ao Cavaco Silva.
5. Tenho 3 furos nas orelhas.
6. Há quem diga que o meu nascimento foi quase milagre então fui baptizada em Fátima.
7. Durmo com duas almofadas.


Então, depois de mim, que aqui respondo graças à Inês, decidi que ia ser a vez da: Jude, Carolina, Ana, J e M (M com um coração que nunca sei escrever, tens de me ensinar!).




As regras são: 1. Dizer 7 factos sobre ti (dos quais 3 são mentira); 2. Desafiar os seguidores a descobrir quais os 3 que são falsos; 3. Fazer um post a denunciar as tuas mentirinhas uns dias depois; 4. Passar o desafio, bem como o selo, a 5 seguidores que consideres merecedores, e a quem queiras agradecer o carinho que têm tido contigo.


P.S. --» Os comentários a este post ficarão pendentes até à revelação dos resultados para não haver cá influências =P

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Eu, menina digna do meu nome, também tenho...

... a minha fashion blogger favorita. Chama-se Jessie Chanes e dá cara e corpo ao blog Steams for a desire. Para mim é um exemplo de classe, pinta e jovialidade. Além disso, tanto as escolhas dela, peças simples que eu vestiria perfeitamente e não uma aberração qualquer a que de um momento para o outro se decidiu chamar moda, como as próprias poses e a forma como ela surge nas fotografias facilitam que me identifique. É feminina a um nível que ainda não descobri outra.



P.S. - A propósito do assunto de há pouquinho, só queria dizer que fui uma digna guerreira dos lençóis de água.

Querido belógue... (XIII)

... vou ter 2 horas de aulas de condução. E está a chover de uma chuva violenta com a qual nunca conduzi! Se aguentar e se regressar em pleno domínio de todas as minhas faculdades físicas e mentais logo estou cá para contar como foi.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Para grandes birras, soluções exemplares

Não vou dar o título que queria para não espantar leitores...

Em primeiro lugar, se esperam a Mary Jane positiva, saltem o capítulo de hoje, pois que venho para aqui contaminada pela tempestade que se fez sentir por todo o paíz!

Reza a história assim: às vezes dou por mim com necessidades defensivas e vontade de vir para aqui desancar algumas pessoas. Mas depois só penso, para quê? A conclusão é invariavelmente a mesma: para nada. Porque pouco depois estou a pensar nas coisas de outra forma e a compreender. A verdade é que eu sou mesmo paz e amor. E mesmo que paz e amor não signifique que não me chateio com as pessoas, que o faço, às vezes sou mais paz e amor do que devia, porque continuo a amá-las profundamente. E às vezes a desculpar excessivamente, talvez... E a deixar que exijam que seja sobrehumana, talvez...

É que mesmo sendo toda paz e amor, nunca disse que isso implicava fazer tudo certo. Lá diziam os Queen Too much love will kill you. E, neste caso, não mata, mas às vezes impede-me de acudir a todas as fontes a que devo acudir. Claro que a responsabilidade é minha. E eu sei. Às vezes devo limitar-me mais. Mas felizmente com a maturidade ganhei a serenidade de saber que não sou uma máquina de produção ilimitada e sem condições; ganhei a sabedoria de me saber desculpar quando não faço tudo na perfeição; ganhei a aceitação de que há dias que tenho direito a estar maldisposta. E hoje, bolas, com muita vontade escrevo, estou maldisposta! E sei dizer a mim própria: ok, tudo bem, está maldisposta para aí!

Sei e assumo que, em algum momento, não dei tanto quanto me pediam; não falei tanto quanto fui solicitada; não escrevi tal como devia; não amei tanto quanto podia. Porque acontece. Com todos. E eu não sou bombeira... Sou humana. Com coração. Um coração que está lá todo, até quando parece que me esqueci dele. Um coração que está cá a tentar expandir-se para lá de qualquer limite. E depois, pessoas queridas da minha vida, prometo que me restabeleço já!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Querido belógue... (XII)

... estou a ficar mal humorada. E com mal humorada significo que me sinto seca e fria. Se a minha avó estivesse aqui diria "O teu mal é sono" e teria toda a razão.


Dizem eles sobre o Mês de Maio


Ora, esta gente dos horóscopos do sapo deve andar toda verdadeiramente com os copos, desde o início do ano que me anunciam dinheiro e eu só vejo o fundo ao mealheiro! Então, para Maio:

- As minhas andanças profissionais, afiguram-se auspiciosas (again!). Tudo harmonia, sintonia e expansão! Potencial no auge, projectos que podem ser realizados... A julgar pelo que já foi aparecendo se há coisa pela qual este ano se destaca é pelo sucesso profissional. Diz-se que as minhas ideias são como uma lufada de ar fresco, bem aceites e capazes de conferir novas dinâmicas ao grupo em que trabalho. Há até uma hipótese de mudança de cargo ou integração de uma nova equipa! Eunice Ferrari especifica mesmo  "contactos e novos contratos com empresas que farão toda diferença ao seu plano de carreira num futuro bastante próximo", tal como a possibilidade de um trabalho que envolva viajens e mais estudos. Mas, cautela! Márcia Oliveira avisa "Só deverá avançar com novos projetos depois de garantir que as bases estão seguras."

- Vou dar valor a tudo o que seja simples e que não exija grandes preocupações ou movimentações. 

Vou envolver-me em questões políticas e projectos sociais que serão altamente transformadores! (eu diria que isto já aconteceu)

- Vou correr riscos "Poderá vir a estar incerto sobre algo que quer fazer, mas provavelmente valerá a pena", diz Jamina Ann. Ainda assim, recomendando que o segredo é alma do negócio, alertam-me para não expôr completamente a minha vida, pensamentos, ideias e planos.

- Vou ter de fazer revisões perante uma conjectura exigente (hum? em que ficamos?)

- É um bom momento para viajar. (e eu obviamente concordo; só não estou bem a perspectivar tal evento).

- Ao nível dos amores, dizem que as emoções vão estar bastante acentuadas e levar-me a querer espalhar o amor e cuidar de todas as alminhas que de mim se aproximem

- Terei necessidade de estar ao máximo para aqueles de quem gosto. Entretanto sugerem-me que arrume com o passado, que deixe de lado as tristezas e o isolamento pontual de que possa sentir necessidade e que faça planos exóticos.

- Vou criar conflitos motivados por estados de tensão.

- Para a saúde recomendam-me cuidado com a circulação sanguínea (e não é que hoje as frieiras, tão bem comportadinhas ao longo de todos os outros meses, resolveram dar sinais de si atacando ferozmente o meu indicador direito? Vou mantê-lo em isolamento dos outros dedos)... Entretanto, autorizam-me a gastar energias, num mês que se anuncia de grande vitalidade.

E pronto, no meio de tanta coisa, alguma há-de acontecer. Não percam o próximo episódio porque nós... (quem é de 80 sabe completar!)

Eis a prova de que os homens nunca crescem


Esta imagem podia levar a múltiplas interpretações. A que me apetece fazer hoje, em tom de provocação, e em homenagem aos pouquíssimos homens que me lêem, é que aqui está a prova de que os homens nunca crescem. Mesmo quando largam a escola, não largam o uniforme!

Nós, pelo menos, somos muito mais criativas, sabemos diversificar e explorar novos caminhos.

Querido belógue... (XI)

... está a dar-me um ataque profundo de comichão. O meu pai não tecla ao computador. O meu pai martela as teclas, o que é um fenómeno completamente diferente. Atira-se a elas de dedinho apontado em riste e carrega profundamente em cada letrinha que pretende introduzir.

Agora imagina, querido belógue, isto relativamente rápido e mesmo aqui ao lado...

terça-feira, 1 de maio de 2012

Querido belógue... (X)

... acho que a aspirante a escritora que há em mim e que adormeceu algures na adolescência está a querer despertar. Ontem escrevi um conto/crónica . Hoje outro. E não é em escrever meia página, página inteira ou 20 páginas que está a surpresa, porque escrever é uma coisa que faço todos os dias. A surpresa está no regresso da escrita pura, que tinha ficado de lado. Na escrita quase arte secreta e vital. E a verdade é que ontem e hoje, sem saber se isto se vai repetir, voltei a desfrutar daquele imenso gozo de estar a escrever e das palavras me saltarem em catadupa e fazerem pleno sentido, enchendo-me de qualquer coisa de inexplicável. Epifania, há quem lhe chame.


Querido belógue... (IX)

... diz que somos escolha da Carolina para blog do mês de Maio. E que há um texto lindo, a falar do blog como se calhar eu própria nunca fui capaz. Reacções? Replico apenas o comentário que lhe deixei:


OOOOOOOOOOOhhhhhhh páááááááá... E ainda escreve a dona deste blog no comentário anunciando estas palavras "Espero que não te importes". Como é que podia importar? Sei sempre que ter um blog vale a pena, sem precisar de elogios, mas quando os tenho, e do tamanho deste, tenho a maior recompensa: percebo que não escrevo em vão. 

Estes dias há muita gente apostada em deixar-me de lágrima no canto do olho! Ou então sou eu que estou sensivelzinha :) 

Obrigada. Obrigada mesmo.


Balanço a Abril

Em Abril, eu:

- Desperdicei o que me poderia ser proveitoso para a carteira e priorizei aquelas coisas que faço voluntariamente (às vezes sinto que tenho as prioridades um bocado trocadas, mas vamos considerar este um ano 0 de exploração; para o ano falamos em cobres!), o que torna aquela conversa das recompensas económicas que me iam aparecer em Abril um "papo furado".

- Vivi a tal ênfase da minha vida social provavelmente na minha ida a Lisboa (o melhor de Abril, sem dúvida), ainda que, mesmo sem ir a Lisboa, o meu contexto de trabalho seja sempre potenciador de uma ampla socialização.

- Estreei-me enquanto encenadora, chorei no fim da peça dos meus meninos e só ouvi elogios.


- Fui uma só vez ao cinema que valeu pelo mês todo.

- Fiquei, de facto, toda estragada. Para além das manifestações físicas, garganta e ouvidos, senti-me muito cansada. A diferença em relação ao previsto é que não foi antes do dia 16, mas depois! 

- Perdi em média 1 coisa por dia o que é sinal evidente da minha desorientação (mas, atenção, só uma é que perdi verdadeiramente).

- Como sou caso perdido, deixei que as emoções, os sentimentos e o romantismo tomassem conta de mim sempre.