sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Da aula de dança ou música do momento #12

Dás-me a vontade

Dás-me o ouvido
Para arrancar músicas ao ar

Na tempestade
Madeira e vidro
Saberão como não quebrar

As chamas trinco
No gelo ardido
São formas muitas de te amar

Depois dos cinco
O sexto sentido
Saberá tudo entrelaçar

É por tudo o que em nós corre
Que se vive e que se morre

Meu sangue sinto
Que à terra desce
E no teu corpo o sei lugar

Dentro do instinto
Tudo o que cresce
É forma boa de se amar

É por tudo o que em nós corre
Que se vive e que se morre

Eu toco, eu fujo, eu volto, eu passo
Giro nos meus seis sentidos
Eu desço à terra e subo ao espaço
Agarrado aos seis sentidos



quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Revelações bombásticas (quase, quase!)

Ontem estive com uma panca impossível. Algumas coisas não correram bem e eu reagi como se o mundo estivesse para acabar. Já desbobinava que a bruxa que me deu uma folhinha em Lisboa para queimar não sei quando, porque eu teria uma praga de inveja enoorme, me teria ela própria rogado uma praga de azar incomensurável que ataca quem não cumpre o que ela sugere.

Já hoje acordei com uma sms de que o meu estudo tinha sido bem recebido onde foi apresentado e que despertou bastante interesse. Meio sorriso... Ainda estou apática e ordeno-me interiormente uma saída rápida deste estado.

Minutos depois chega outra sms com um número desconhecido (ou conhecido mas que não gravei nas diversas mudanças de telemóvel, o que é bem provável) que poderia ter feito o meu dia:

Um aviso: olha por ti!
(caraças, mas o que é isto, alguém que me quer intimidar?)

Um favor: não mudes!
( afinal esta coisa do aviso era só uma questão de estilo)

Um desejo: não te esqueças de mim!
(caramba, isto está a ficar uma coisa com muito sentimento)

Uma mentira: não gosto de ti
(pois, já estou a ver tudo...)

Uma verdade: tenho saudades tuas
(pois, e a quantas pessoas enviaste sms igual?)

Uma realidade: és especial
Uma impossibilidade: esquecer-te!
Uma certeza: nunca encontrarei alguém como tu!

(céus, mensagens em cadeia, e eu a achar que isto já não se usava)


E agora, claro, como não vou receber mais do que 3 sms's iguais, como eram as regras para ser considerado um amigo (amiga?) 5 estrelas. O que resta? Mais uma praga? Talvez isto...

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Muito eu ou música do momento #11



I'm a phoenix in the water,
A fish that's learnt to fly,
And I've always been a daughter,
But feathers are meant for the sky.
So I'm wishing, wishing further,
For the excitement to arrive,
It's just I'd rather be causing the chaos
Than living at the sharp end of this knife


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Dúvida existencial

O que fazer quando se está com uma crise de sono monumental, a horas completamente impróprias?

O que fazer quando - pior ainda - isto se junta ao humor cavernoso com que acordei e que decidiu, mais momento aliviadinho menos momento, acompanhar-me o dia todo?

Estou aborrecidinha da minha vida e preciso, urgentemente, de passar deste estado alface, assim para um estado mais chilli com carne.


Querido belógue... (XXXVII)

... acordei tão do avesso hoje... E acontece aquela coisa fabulosa que é não saber, de todo, porquê. A verdade é que nada ajuda. Vejamos, olho pela janela e está cinzentão, daquele cinzento que anuncia chuva (espera, afinal já está mesmo a chover!) e me nega a injecção diária de vitamina-sol, portanto, e estando a priori previsto hoje sair de casa ainda mais cedo do que saí ontem vou ver o que me dizem os astros e reflectir se é boa ideia.

A tia Maya disse que a minha hora mais protegida do dia sucedia das 9 às 11 horas, mas, querida, se aquilo é a hora protegida eu acho que efectivamente vou fazer uma sesta prolongada até amanhã. Ou se calhar nem almoço e nem se lhe pode chamar sesta. Anunciam-se problemas digestivos e é-me recomendado que mastigue bem, portanto a probabilidade que eu me engasgue, suponho, é alta.

Para negócios também está mau porque diz que sou uma negligente e estou a adiar coisas. O Paulo Cardoso até diz que é melhor nem tocar em nada que hoje não estou boa para decisões: deixar tudo como está e fingir que as coisas não existem!

No amor então só se prevê instabilidade e insegurança. Suponho que não será o dia de conhecer o Ken-of-my-dreams.
Posto isto, e estando concluída a auto-terapia, vou mas é deixar-me de tretas e sair de casa à hora prevista. 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Cenas do quotidiano ou música do momento #10

- Arrumei definitivamente com a edição das fotografias e o meu dia acelerou substancialmente ao fim da tarde.

- 18h30. Enfiei-me numa coisa bem mais ao meu estilo do que a casa das máquinas para fazer mexer o esqueleto: aula de aerodance. Voltinha sobre o ombro esquerdo, voltinha sobre o ombro direito, mambo, mais uns quantos termos que não apanhei. Aprender uma mini-coreografia. "É ou não é?", "Já fizemos 2 seguidas, vão 4?", "4, já está! Agora quero ver 8!", "Que bonito!".

- 19h30. Termina a aula de aerodance e já está a começar a reunião de direcção. Vou num tiro. Sem banho tomado.

-19h35. "Hi, guys! Não dou beijinhos que estou toda porca!", "Estás é muito morena!", "A sério?!" (a sério, tipo, em 24 anos foi a primeira vez que alguém me disse tal coisa). Tratar de assuntos pendentes e ser requisitada a prestar serviços especiais amanhã.

- Já noite escurinha, roupa desgrenhada do ginásio e sacão no ombro sigo a pé para o ponto de encontro com o meu pai e começo a ouvir cantar ao longe - ao longe porque normalmente estou só concentrada no sítio onde tenho os pés - de uma forma muito enrolada e em que a letra pronunciada não é tão polidinha quanto a conhecemos "Pretty woman, walking down the street, pretty woman the kind I like to meet"; mais uma data de palavras que não consigo decifrar que supus que fossem deixas do filme Pretty Woman até conseguir entender uma pergunta "Have you finished your degree?", "Sim, já está", "Psychology, right? University of (...)!", "Grande memória!", "E agora o que é que estás a fazer?", "A tentar arranjar o que fazer!", "Até amanhã!", "Até amanhã!".

Estava muito satisfeita com este programa e a pensar que, de facto, a minha vida é uma animação quando recebo uma sms que diz "Vou fazer uma serenata." e penso "Bolas, nada disto acontece na minha vida, porquê? Porquê?! Porquê?!" e logo a seguir recebo um "Temos bateria, pá. Incha". E eu não inchei nada, só desinchei. Caraças, estava tão inchada com o final do meu dia...

Há aqui alguém que me safe desta?

EDIT: Obrigada! Um pequeno génio já me safou. 
[Agora vou ali pôr-me ao sol enquanto tenho umas fotos a fazer um neverending upload]

Subitamente, e enquanto tentava fazer uma acentuação pouco comum - esta "ï" - deixei o editor do blogger em tamanho XL, assim monstruoso e horrível! Está a fazer-me uma confusão tão grande ter isto assim que até perdi a vontade de escrever. Acho que alguém me devia ajudar a regressar à normalidade. Porque ia ser triste eu nunca mais voltar a escrever. Se não for para mais ninguém, para mim.

domingo, 26 de agosto de 2012

Seduzir ou música do momento #9

As mulheres não gostam do olhar badalhoco e a despropósito de quem pela primeira vez que se cruza com elas na rua respira um "Levava-te para a cama já! E tudo o resto que possas ser são detalhes...", mas isto não significa que as mulheres não gostem de ser cortejadas e que só as leva quem delas domine uma autobiografia completa, ofereça flores e goste de animais domésticos. Nós gostamos que olhem para nós e da confirmação de que somos atraentes. Gostamos até de sentir que sim, se houvesse essa possibilidade, até nos levavam para a cama, mas não só porque na cama é sempre bom. Gostamos que reparem em detalhes, como a covinha que formamos no fim dos lábios quando sorrimos de determinada maneira ou de perceber que acompanham o movimento da nossa mão que depois de pousada na nuca desliza distraída até à clavícula e aí permanece enquanto reflectimos com o ar deslocado do mundo, que já nos reconhecem, sobre os mais variamos assuntos. Gostamos de dançar e de sentir que não olham descaradamente, e de palhinha a deslizar lânguidamente nos lábios, para o nosso decote, mas também de sentir que sempre que podem fazê-lo mais discretamente, fazem-no. Gostamos até de sentir, que as mãos que em público pousam no fundo das costas, em privado pousariam noutros sítios. E gostamos de olhares regalados que dizem que querem o mesmo que nós. O melhor? É possível fazer isto tudo sem ter que disparar uma verborreia digna de livro que, aliás, por si só, pode até não fazer nada. Mas, se não forem muito pirosos, nem demasiado insinuantes, uma confissão ao ouvido sabe sempre bem. Assim, feita devagar e com pinta de gentleman, percebem? Depois? Depois, com sorte e se a coisa for bem feita, pode vir o olhar badalhoco e o dirty talking que ninguém se ofende! É que o que se diz das ladys na mesa e na cama, também se aplica aos gentlemens, convém não esquecer.

A decisão que nada teve a ver com as opções

Olhem, sob pena de isto começar a parecer o mural de um facebook em que as pessoas anunciam os seus hábitos higiénicos, venho relatar, em primeira mão, que ontem fui com os amigalhaços dar o girito de sábado à noite do costume. E, entre conversas sobre psicologia social e sobre as múltiplas razões de colocarem a música tão alta naqueles bares que não têm propriamente ambiente para dançar, mas muitas mesas e cadeiras para as pessoas conversarem supostamente civilizadamente e não aos berros umas com as outras, fiquei a saber que só tenho companhia para o que seria provavelmente uma 5ª opção: JLo. Lá vou eu, em princípio (que eles já adquiriram bilhete, mas eu ainda não), dançar o qualquer-coisa-on-the-floor.

PONTOS POSITIVOS: penso que vai dar para dançar muuuuiiiito. Ficaremos na plateia em pé e tal... A primeira coisa que perguntei foi, claro, "Mas quê? Plateia em pé dá espaço para eu dançar ou é o povo todo a amassar-me ferozmente?". E é a uma sexta o que é igualmente bom para quem vai fazer 3 horas de viagem para ir ver um concerto e mais 3 horas para regressar. Se fosse à semana, com coisas para fazer no dia seguinte, isto era coisinha para me matar.

PONTOS NEGATIVOS: como já disse, era a modos que uma quinta opção. Além de que, minha cara M. suportando o teu argumento, não é bom nem para estudantes, nem para pessoas já formadas com rendimentos fraquinhos, fraquinhos e incertos, incertos porque é provavelmente o concerto mais caro dos 5.

Fazer o quê? Não se pode ter tudo.

Jennifer Lopez

sábado, 25 de agosto de 2012

Bon Iver, Mika, Jason Mraz ou Norah Jones?

Descobri uma página que se neste momento estivesse acasalada ia perseguir desenfreadamente para programas a dois. Não, calma, não é o que a frase anterior promete. Não é um site de encontros românticos, prendas românticas, frases românticas e bleh bleh bleh românticos. É um site com a agenda de concertos que estão a acontecer em Portugal, todos os dias, o Yeeeeah!. Mas porque razão então iria perseguir especialmente se estivesse acasalada? Porque é mais fácil 2 chegarem a um acordo do que o grupo de 5 ou 6 com quem habitualmente saio. E há outra questão, é um desejo, devidamente carimbado com o selo branco da minha Bucket List, ir a um grande concerto. Pequenos concertos, aqui e acolá, em época de queima, já saltitei uns quantos, mas quando chega a altura de ir a um grande festival, de ir até ao campo pequeno, ao coliseu dos recreios ou até mesmo ao pavilhão atlântico desfaço-me em nhé nhé nhés. Ir para Lisboa e ter de voltar a meio da noite? Que terror! Por outro lado acho sempre que não sei se sou suficientemente fã (e, na verdade, acho  mesmo que não sou realmente fã de nada, sou de momentos, vocês sabem!) para pagar um balúrdio pelo concerto ou muitas vezes abandono a ideia simplesmente porque não tenho companhia. Hoje lá fiquei eu a olhar... 
Bon Iver...
Mika...
Jason Mraz...
Norah Jones...
E se me atirasse, mesmo que sozinha, assim na loucura, para algum deles?

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Os meus pontos negros ou os meus defeitozinhos

Como ainda hoje dizia em resposta a um comentário, e para nós que andamos neste universo paralelo convém sublinhar, há efectivamente uma diferença entre o que escrevemos e quem realmente somos para lá do escrevemos. Hoje, e em premiére, decidi assumir alguns dos meus pontos negros.

Eu não sou perfeita. Sabem-me despistada e desorganizada com a papelada, do género de já ter nascido papel à minha volta, mas isso nem é o mais relevante... Por exemplo, quanto a esta questão o mais importante é que "o papel nasceu". Isto significa que uma vez por outra gosto de me esquivar das minhas próprias responsabilidades e encontrar explicações politicamente correctas só para não dar parte fraca. E eu e a minha gestão de tempo? Ui, bem sabem que não sei o que lhe faço. Dizia que esta semana seria para pôr em marcha muitos dos meus projectos e para actualizar currículo e o que fiz? Tratei da apresentação para Frankfurt, a edição da sessão fotográfica ainda está encalhada e tive a lot of procrastination moments pelo meio. Se escrever em Inglês é mais fácil que esta última parte passe ao lado? Fisicamente? Não mora cá celulite, mas moram estrias. Tenho duas cicatrizes enooormes nos joelhos das quais me lembro 3 vezes por ano em resposta ao manifesto aterrorizado de quem as vê pela primeira vez. True story. O meu cabelo forma muitos nós e dá-me um trabalho do caraças de cada vez que o lavo. Ainda tenho borbulhinhas de adolescente nas costas, fora uma ou outra que de vez em quando decide rebentar-me na cara em tamanho XL, que cá quer-se é tudo em grande! Acresce que não tenho paciência para pôr cremes, sejam simples hidratantes, sejam cremes anti-coisas.  Por isso, é muito pouco provável que me apanhem com uma pele a cheirar a loção de côcô a menos que me encontrem nos 15 dias do ano em que faço o tratamento que tem de durar um ano inteiro - i.e., período das férias de Verão em que desligo de e-mails e telemóvel e aplico loções e creme e tudo, 3 vezes ao dia. Fora essa circunstância especial acho sempre que tenho assuntos mundialmente relevantes a tratar e 5 minutos a tratar da pele é deteriorar o que realmente interessa! Pois claro. Tenho a mania que estou sempre ocupada e passo demasiado tempo a trabalhar. Com isto acontece as pessoas terem muita dificuldade para me arrancar do casulo. Ponho as pessoas de lado para trabalhar. Fontes bastante próximas e seguras já me disseram que sou uma banana, porque faço montes de trabalho de graça por toda a gente. Por muito incoerente que pareça depois disto, sou egocêntrica. Às vezes não consigo ouvir as pessoas até ao fim e desato a falar de mim: se estão a falar de uma conquista, tenho que apresentar o que fiz e aconteci; se estão a falar de um drama da vida, eu, por acaso, até tenho um drama semelhante para contar. Sou vaidosa e às vezes o facto de não querer sair de casa começa com a crise existencial de achar que não tenho nada suficientemente giro para vestir. Nem sempre sei lidar assim tão bem com o que me acontece. Engoli para mim mesma o fim do meu namoro. Pouco falei, pouco contei e afastei-me de algumas pessoas por causa disso. Nem sempre sei o que fazer da minha vida e neste momento provavelmente estou no maior dead end de sempre e são mais as vezes em que penso nisto assim, do que como um ponto zero a partir do qual posso recomeçar tudo.

Mas uma coisa é verdade, sinto que se fizesse uma lista a apontar aquilo que gosto em mim, ela ficaria mais longa. Gosto muito, mesmo muito de mim e orgulho-me sinceramente de quem sou. Não sou perfeita e de lá longe estou, mas trabalho um bocadinho todos os dias para ser melhor do que fui ontem. E porque, como não dá para se estar sempre a evoluir no "ser", na maior parte dos dias tento apenas "fazer" melhor do que fiz ontem. E tem corrido bem.

Expliquem-me uma coisa... (a propósito das gordinhas)

... eu nem sou de pedir explicações nem de embirrar com coisas, mas, não obstante concordar com o que tem sido dito, o que é que foi este ressuscitado ataque ao artigo das gordas da Margarida Rebelo Pinto? Lembrou-se tudo ao mesmo tempo? Ou será que ainda ninguém percebeu que a coisa não nasceu hoje, nem ontem, mas que o artigo é de 2010?

Até fez sentido estar tudo a falar dos 20€ do Pingo Doce que foi coisa que aconteceu esta semana, mas um artigo de 2010 que já foi muito falado em 2010 é agora foco de todos os holofotes outra vez porquê? Porque toda a gente estava a falar dele e toda a gente teve de falar? Vamos lá diversificar o assunto ou parecemos todos uns mémés aqui na blogosfera, incluindo-me a mim própria que vim falar do tema!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Como facilitar encontros com máquinas

Sob pena de na próxima aula de dança, que depois da corrida começa geralmente com aquecimento no chão, o meu corpo se grudar de tal forma ao pavimento que ameace não mais se mexer ando, desde segunda-feira, a afiançar que hei-de conduzir esta bela massa óssea até à sala das máquinas. Está bem que tenho dado umas braçadas na piscina, mas é coisa de pouco esforço e dei por mim a observar que já vamos em quinta-feira... Espera lá, Q-U-I-N-T-A-F-E-I-R-A e não me abeirei uma única vez do local prometido! Marquei, então, na agenda mental: 19 horas, sem mais desculpas. 

Neste momento estou a formular planos para tornar mais fácil o momento. Nem é o esforço físico que me aborrece, que com esse posso bem e gosto, é a falta de distracção para a mente! Mal chego à sala das máquinas é tudo cinzento demais para mim. Bem que há lá um discman, mas já não disca nada... Bem que, em alternativa, há banda sonora proveniente da fauna exterior, mas pássaros ainda não falam... Portanto, acho que me vou fazer acompanhar por um livro. Mas, sendo provável que a leitura não se compadeça com a movimentação requerida, levo telemóveis presos artesanalmente no elástico dos calções, as usual, e estou convicta de que um ou outro meio me há-de salvar e vou ser feliz, mesmo que venha a não usar nenhum deles.

Tentei mesmo guardar isto só para mim, mas não consegui!

Chris & Liam Hemsworth

E...
...afinal ainda há outro (um bocadinho mais datado e largo, mas ainda assim bem parecido!):

Mary Jane expande negócios

3ª feira (se fiz as contas bem, sabendo eu do habitual desnorte relativamente ao dia da semana de que padeço nesta época do ano) fui fazer um trabalho relacionado com a fotografia. Nunca tinha ido para além das brincadeirinhas a custo zero para amigos ou para amigos dos amigos, principalmente ao nível da edição fotográfica, ocasionalmente juntando quer fotografia, quer edição, e a minha "fama" foi-se estendendo bem, mas a um núcleo muito próximo e sempre disposto a dar em troca apenas o melhor sorriso e redobrados elogios pelo trabalho. E para mim estava bem assim.
Este ano começaram a surgir notas em cima da mesa. Vai daí, eu também resolvi que chegava de brincadeiras. Neste caso, o que fiz na 3ª feira podemos dizer que foi o meu trabalho "mais sério". Lá me debrucei eu, durante o tempo que pude sobre fóruns e sites de fotografia de bebés, recolhi dicas que não viria a utilizar - porque depois foi tudo uma questão de feeling do momento - suei profundamente quando uma das objectivas deu à última da hora um erro, afinal fácil, mas que não soube como resolver, e fui até ao local combinado acompanhada de um nervoso miúdinho.

No final correu tudo bem, não fosse esta uma família muito descontraída:

- Então, o D. está bem-disposto?
- Está, está! Não dormiu muito bem, mas se começar a ficar maldisposto não te preocupes que eu dou-lhe uma daquelas revistas com mulheres nuas e ele fica logo bem-disposto.

Cabe apontar que o D. tem a mão deste tamanho:


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Na piscina com Nicholas Sparks

Faço sempre leituras light nas férias. Para descansar a cabeça, digo eu a todos, mas na realidade procuro só uma desculpa socialmente aceitável para não parecer menos snob quando o faço. 

Estou a ler Nicholas Sparks. Um Homem com Sorte porque foi o livro que encontrei na cabeceira da minha prima C. (e esta não é desculpa para não parecer menos snob).

Pois que estava tudo a correr muito bem, leituras em local idílico e tal, mas eis que me dá um bloqueio mental nesta frase:

"Quando ela se agachou ao lado dele, Thibault notou um odor a loção de côco aplicada de manhã cedo."

Mas quê, o Thibault sabia que a loção foi aplicada de manhã cedo? Andou a espreitar a Elizabeth pelo buraco da fechadura? Sabia que a loção foi aplicada de manhã cedo porque precisa de "decantar" até atingir o odor que tinha naquele momento? A malta quer é desenvolvimentos! O fuso horário em que foi aplicado a loção é indiferente!

Condições/situações lamechas (GRANDE RESULTADO)

As situações e condições a que me referia são na realidade coisas mais simples e genéricas, não obstante estarem certos em relação a situações particulares que serão também particularmente adereçadas na caixinha de comentários. Mas voltando ao que interessa, a minha lamechice é agravada:

- Com sono (vês Runaway, a grande questão do outro post não era o tipo de filme, era o sono, como acertou o Pedro P.!);

- Com stress (excluindo situações de stress violento em que lanço olhares fulminantes a quem me tente tocar);

- Com bebida (mas atender que não é um lamechas piegas mas bem humorado!).

Agora questionem todos: o que é que todas estas situações têm em comum? Correspondem a momentos  em que as minhas defesas naturais estão em modo relaxado, portanto a minha veia afecto e cinderela and so on salta violentamente cá para fora.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Desvarios nocturnos ou música do momento #8

Quão bom é para uma mulher solteira, no auge da sua época fértil, começar, a avançadas horas da noite, a ver um filme com músicas que versam assim:

"And when I touch you
I feel happy inside
It's such a feeling that my love
I can't hide
Yeah, you got that something
I think you'll understand
When I feel that something
I want to hold your hand"

Quão bom é fazer isto à hora da lamechice? Quão "ainda mais bom" é ter conversas em que praticamente só se repete uma palavra, "bebés"? E não, não se trata de um momento romântico ou pré-romântico ou qualquer coisa do género. O único resultado possível é ficar a chuchar no dedo. Metaforicamente. Porque já somos grandes demais para o fazer de outra forma.

P.S. --» A "poll" do post de ontem continua em aberto!

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Descobri que há várias condições/situações em que a minha lamechice é agravada...

Aceitam-se palpites (pensem em vocês para se inspirarem e façam de conta que estão a pensar em mim).

Tenho o cão enlutado

Pois se dizem que há depressão canina e há especialistas até indicados para a resolver, diria que o meu cão está a atravessar um luto canino visível para quem está familiarizado com os seus hábitos. Quem não está, pensaria tratar-se apenas de um cão meigo e dócil que aprecia estático e sem histerias, como se quer, uma mão a deslizar lentamente no seu pêlo.
No início (o início que é há coisa de 2 dias, quando regressei a casa) eu achei tudo isto espectacular. Como o Kaiser já não está percebeu que é o cão-alfa da casa e deixou de ser o puto que reagia a festinhas com trincas e saltos incontroláveis como se tivesse estado em cativeiro durante 300 dias. Maturidade, pensei eu, até que enfim!
Até começar a achar que não é bem o caso... Passa demasiado tempo deitado em vez de estar a correr. E hoje foi a prova de fogo. Quando antes bastava abrir a porta de um dos carros para ele desatar numa corrida frenética e enfiar-se onde calhasse, hoje foi preciso, depois de dizer naturalmente, proferir em câmara lenta Vou sa-ir. Um olhar vago e educado para a trela? Não, não pode ser o mesmo cão. Foste trocado. Vou no GOOOLF, está bem? E eis que ele entra para o carro mas numa serenidade também pouco usual. Afago-lhe a cabeça, falta do mano, hum? Nós também, nós também.

domingo, 19 de agosto de 2012

O que eu devia estar a fazer versus o que eu estou a fazer

O que eu devia estar a fazer era a terminar uma apresentação importantíssima que diz que vai para fora do país e tudo e que é coisa séria e que tem de ser despachada impreterivelmente hoje.

O que eu estou efectivamente a fazer é ruminar. E ruminar. E ruminar, ruminar, ruminar... E ruminar.

Tenho de ter uma conversa séria com as minhas habilidades de regulação emocional.

E quando toda a gente fala em gelados, eis o meu vício secreto:

Diz a minha mãe que durante a gravidez se encheu de CERELAC para eu ficar a gostar. Eu digo que resultou, a longo prazo.

sábado, 18 de agosto de 2012

Nadar com o cão

Foi uma das actividades que desempenhei hoje à tarde. É quase tão estiloso como nadar com golfinhos e não paguei 200€ como pagaria na dita actividade! Claro que as outras actividades que desempenhei, menos interessantes, não são dignas de contar. Agora nadar com um cão, admitamos, é de outro nível. E quem não gosta de canídeos, imagine, ainda assim, uma cena cinematográfica de donzela a nadar com o seu cão e a coisa mudará de figura! E não me venham com o pêlo e a baba, pois, na verdade, e graças ao facto do espécime canino ser muito higiénico (ou então são só os motores da piscina que trabalham bem!), estes são quase inexistentes...

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Ser mulher é difícil

Este post é só para dizer que ser Mary Jane, ou, mais genericamente, ser mulher é difícil. É difícil mesmo quando é fácil. É difícil porque é não saber se calço um 36 ou um 37, mas, convenientemente, poder esmagar o pé para calçar um 36 mesmo quando esse 36 é pequeno demais. Ou subitamente calçar 38 quando um modelo único e lindo e magnífico não existe no nosso armário e afinal só fica um bocadinho grande e se eu puser assim o pé, nem se nota! É difícil porque é num momento ter 10 ideias na manga para potenciais projectos profissionais e estar a sorrir entre dentes com a hipótese de se concretizaram e no outro momento estar a pensar que não, não vamos sonhar porque provavelmente 10 pessoas já tiveram uma ideia igual. É difícil porque é (era) dizer que um exame correu profundamente mal, e que não queremos falar porque pode nem dar para passar, e sair de lá um 16 que depois nem conseguimos confessar . É difícil porque é num momento estar a dizer que estou a morrer de calor cheia de tralha à volta e logo a seguir dizer que estão 35.5 graus e que o calor é maravilhoso, magnífico, seguindo-se, claro, o pensamento de que se pudesse teria nascido num país tropical. É difícil porque é ir de uma divisão à outra e não me lembrar do que vim fazer, mas, vá lá, lembrar-me, pelas aulas de Psicologia da Memória, que se voltar à divisão em que estava vou recuperar a memória. 

Tudo isto até pode nem ser difícil, mas é uma dificuldade... E podia continuar, mas sei que especialmente no Verão se querem é posts extra-finos, não extra-longos!

Toda tu és uma dificuldade

Bem verdade.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Apanhei-te

Vi uma estrela cadente. Tudo bem que o resto das pessoas que presenciavam na mesma praia, no mesmo momento, aquela pretensa chuva de cometas viram em média sete. Mas eu vi aquela. E aquela era a minha estrela, ninguém me convence do contrário. Porque foi na esperança de a apanhar que, quando, muito perto da meia-noite, galgava a areia rumo às caminhas de praia onde me queria deitar, silenciei a dor de uma concha (ou de um vidro, não tive a certeza naquele momento!) que senti a perfurar-me o pé e o fez arder. E silenciei a dor evitando até olhar para o pé porque se estivesse em sangue atirava-me logo para o chão em pranto profundo tal é a aversão que tenho a sangue. Por outro lado, se me queixasse brevemente, era logo motivo para se quebrar o verdadeiro mote daquele momento - ver a chuva de cometas - e vir tudo, de telemóveis em punho, que agora servem de lanternas, examinar meticulosamente o meu pé e quiçá sugerir um internamento hospitalar para resolver a questão mas que me afastaria daquele evento! Não, não podia ser. Nada podia gorar os meus planos. E assim lá me prostrei eu na caminha de praia, de vestido leve e écharpe emprestada a cobrir as pernas. Seguiram-se intensos protestos à minha falta de sorte (ou de atenção?! esta mania de me concentrar nas pessoas) de cada vez que uma equipa inteira vislumbrava uma estrela cadente e eu não! Até que, depois de algum desespero, lá apareceu ela, pequena e breve. Breve e imediata foi também a forma como, enquanto via o rasto da estrela, soube exactamente qual era o pedido que queria formular. Apanhei-te. Shhhiuuu...

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Há sempre um momento na vida de todas as mulheres...

... em que, por momentos, recordamos a mítica cena da Marilyn Monroe e pensamos que estamos a segundos de replicá-la sem estar certas, contudo, por não nos encontrarmos num momento devidamente antecipado, se viemos com a lingerie mais adequada. Duvidamos ainda se a cena vai ser recebida em apoteose ou se porque, enfim, faltam os holofotes (apenas os holofotes!) num riso a bandeiras despregadas geral por parte de quem presencia a cena. Felizmente, temos reflexos suficientemente rápidos para amansar o vestidinho leve, levezinho e fresquinho de Verão que não resiste a uma brisa mais atrevida.

domingo, 12 de agosto de 2012

Hei-de ser sempre... (ou lamechice pegada)

Às vezes sou tão lamechas que até a mim me enjoa. A melhor parte é que quem me vê por aí, à distância, não me adivinha a lamechice (às vezes nem à próximidade). A pior parte é que hei-de ser sempre a pessoa que detesta perder. Perder a jogar nem me incomoda tanto... Até porque, como diria o meu bisavô, só jogo a feijões e não perco nada realmente... Mas perder pessoas é arrancar-me a pele. Trago as minhas pessoas a palpitar, a apertar a minha pele, emaranhadas no pensamento. Hei-de ser sempre a pessoa que é com o outro. E em tão pouco tempo sei que te fui. Por isso te chamo minha pessoa sem endereçar autorizações. A perspectiva de ficar pouco mais do que o fumo invisível de um cigarro apagado mói-me. Macambúzia, dizem, e perguntam porquê.

Não sou imune. Às vezes gostava de ser. Pegar nas pessoas, arrancá-las de mim como quem arranca uma folha escrita de um caderno A4, amarrotá-la e atirar para trás das costas. Muita informação, mas pouca confusão...
Tenho tendência para deixar - quem merece vá, quem merece - escrever a tinta permanente, difícil de apagar. E contigo já não dá de outra forma. Disseste que não vais morrer. Mas a grande questão é que eu não quero mais sonhos sem cor. Nem quem, por muito que queira e ensaie as cores todas, não tem meio de os colorir. Há coisas que não se fazem só com boa vontade e que não são porque se quer, mas talvez porque tem ou não tem de ser. Pensando bem, neste caso nem sei bem se é, mas mais do que saber se é ou não é, sei que pode ser... E isto deixa tantas palavras sem voz... Vou ter que voltar a desfazer o que me imaginei a não conseguir mais ser.

Agarro-te a mão que é - porque tem de ser - do tamanho que eu quiser. Aperto-te a mão que significa - porque eu quero que assim seja - dizer que gosto de ti. Enquanto isso penso baixinho, porque dizem que grandes desejos se pedem baixinho e não se contam a ninguém, em tudo o que ainda é, para mim, um caminho sem fim à vista. Para ti vejo um fim à vista e é isso que me deixa melacancólica e macambúzia, nem sei bem se é bem triste. Acredito que mereces estar com alguém que pense, por entre refeições básicas, o que é que tu estás a comer ou a beber, que pense onde é que estás e se estás bem, que pense se estás a brincar aos heróis de desenhos animados, que te faça sentir livre e preso ao mesmo tempo, que te respeite, que perca a noção das horas contigo, que ceda por ti e que se exceda por ti, que aprenda contigo, que largue uma grande gargalhada contigo, que perca os nortes ao coração e trace novos rumos à vida por ti. Por isso, e como sei que não fazes escolhas em vão, lá no fundo (que não sei bem onde é), estou feliz por ti. E, dê por onde der, monstruosamente orgulhosa por me ter cruzado com alguém como tu.

sábado, 11 de agosto de 2012

Querido belógue... (XXXVI)

...as mulheres desta família andam com relações trocadas com os diversos produtos existentes no mercado de cuidado ao corpo no mesmo momento histórico. E eu fiquei completamente aliviada, porque já estava a achar que este era um daqueles problemas só meus. Ontem confessava eu (a achar que tinha cometido o delito do século e ainda meio envergonhada por não ser a maior pró em coisisses femininas!) que andava a usar como gel de banho um creme hidratante. Risos gerais. Pronto, calma, pelos vistos ando a fazer-me mulher, mas não dá para atacar todas as frentes ao mesmo tempo... A seguir denuncia a minha madrinha que ela fez do gel de banho creme hidratante. Risos gerais. Ainda não satisfeitas, uma prima, na melhor das versões, aponta, por entre aquele riso que mal deixa que as palavras se façam ouvir, que fez de um creme anti-celulítico champô. Riso descontrolado daquele estilo que fica sem som.

Em caso de dúvida, obviamente que não são as minhas pernas.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Memória sensitiva

"Eu não me importo de ser a tua menina. Eu adoro ser a tua menina de olhos meigos (...). Sabes? Dentro de mim sou maior do que eu. Cada vez mais sou tudo. Gostas de brincar comigo por estar sempre a esquecer-me das coisas: o lugar das chaves, o lugar do carro, o lugar da rua que procuro. Não me importa. Esqueço-me das coisas porque são só coisas e números de coisas. Não me esqueço de emoções, gostos, cheiros, pesadelos e alucinações. Chamo a isto memória sensitiva. Tu achaste interessante e mencionaste Proust, um escritor francês que escreveu três mil páginas depois de provar uma Madalena molhada no chá."
In A Rapariga Errada, Pedro Paixão


E pronto, foi assim que eu descobri que também sou portadora de uma memória sensitiva.  Já estudei vários tipos de memória, mas faltava-me, sem dúvida, este. Portanto, da próxima vez que reclamarem que sou "despistada", vou advogar que é apenas uma questão de especialização: memória sensitiva apurada.

Uma questão de identidade ou música do momento #7


Jessie J. Não é a escolha habitual, mas é uma música boa para lembrar o tanto que faz de mim quem sou. Porque, no fundo, ainda sou a miúda que ia para o terreno do meu bisavô, de lenço na cabeça, sachar a terra (motivo que o levou a dizer que, pela primeira vez na vida, desejou ter uma máquina de filmar), a miúda que aprendia com a empregada interna a lavar roupa no tanque e que em troca não desistia de a ensinar a ler e a escrever por muito que ela dissesse que não era preciso e que já estava velha para aprender. E porque também sou a miúda a quem os já adquiridos segundos primos casados com as segundas primas e já com os próprios filhos continuam a cumprimentar de beijo na testa e a tratar por "inha" porque me viram crescer antes de vir toda a restante fornada. Vantagens de ser primeira de uma nova geração do lado materno...

Basicamente apesar de me admitir cada vez mais mulher não esqueço o que fez de mim uma miúda feliz e faço por lembrar que quando é mesmo preciso eu arregaço as mangas e vou para a terra. Sei que não respondi a nenhum de vocês nos últimos dias, mas estou a reunir forças para tal.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Adeus, companheirão

Daquela vez aguentou. Mas agora não aguentou mais.


Obrigada Kaiser. Porque mais do que saber encontrar o caminho para casa de cada vez que nos perdemos nas clássicas "explorações" no meio do mato, soubeste sempre encontrar o caminho até nós. Porque queria escrever tanto, contar tantas das nossas aventuras e peripécias, e não consigo escrever nada sem sentir os braços a começar a tremer e as lágrimas a começar a correr descompassadamente assim que as memórias surgem em catadupa.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Querido belógue... (XXXV)

... eu que na praia envergo só um bikini, quanto muito um elástico no cabelo para suportar uma trança ou mesmo para suportar o cabelo aleatoriamente, devo ter ar de quem compra quinquilharia e acessórios vários, porque todos os vendedores ocasionais que passam por mim dizem "olá" e estendem o expositor. Hoje quando surgiu um "olá" lá permaneci eu de bracinho sobre os olhos, a proteger os sensíveis olhinhos das agressões solares. Pode ser que perceba logo que não estou interessada, pensei. Mas percebi que um vulto continuava prostrado e segue o segundo "Oláá?", como quem diz, então? já devias ter dado por mim. Tiro a persiana da frente dos olhos, nem aguardo para que os meus olhos se adaptem à luz e, quando ainda estava a ver o produto todo em modo disco com as flashadas de voltar a ver o luz do dia, digo um ainda simpático "Não, obrigada!". Pois que o senhor prossegue, "Mas não queeer buxira buska manana..." (discurso final indecifrável em primeiro lugar porque não lhe prestei atenção). Eu? Eu muito naturalmente volto a fechar a persiana que me separa do mundo com o braço e respondo "Não". Quer dizer, invade o meu território privado no areal (sim, que há uma zona da praia que já é minha) quando estava num claro momento de recolhimento íntimo e não percebe a primeira resposta? Fecha-se a persiana...


Fui Zoomarinar

A um domingo. E já me preparava para filas monumentais constituídas por famílias em peso de marmita atrás. Enganei-me. Foi o melhor dia que se podia ter escolhido sem filas para nada. Os shows são engraçados. Impressiona o nível a que o treino pode chegar e percebe-se facilmente como os próprios treinadores têm que ser verdadeiros atletas em acrobacias várias com a bicharada, o que fez com que momentaneamente pensasse que tinha redescoberto a minha vocação: bailarina de golfinhos! De entre os espectáculos, até gostei mais do dos Leões Marinhos e das Focas, do que o clássico dos golfinhos. Talvez porque o dos Leões Marinhos e das Focas é ao meu estilo, todo dramático e encenado. De qualquer forma, achei que eles lá são uns agarrados. Em todos os espectáculos que já vi da especialidade, o leão marinho há-de sair do recinto de actuação e vir beijocar o povo todo. Pois que este ficou no seu local o tempo todo. Quem quisesse maior proximidade devia manter-se no local das actuações e pagar mais 15 a 25 euros por uma foto. Aí sim podia trocar carícias com o bichano. Uns agarrados, portanto. 
De resto, é um dia bom para passear as vistas, com uns aqualocos bem torneadinhos e um grupo de três ginastas que anda aos pinchos para trás e para a frente num trampolim em calças à boca de sino estilo de ABBA.
Mas no geral confesso que achei muito zoomarinanço. Não sei se por ter ido num dia muito arejado em termos de povoação mas fez-se e viu-se tudo muito rápido, o que me fez achar que um dia inteiro lá é demais. E a repetir, repete-se mais facilmente um parque aquático do que zoomarine, porque a ver está visto e de atracções (exceptuando as mais infantis) tem só um rapid (slow!) river  e um Harakiri, uma descida de escorregas a pique, que dada a baixa frequência do espaço consegui descer 3 vezes seguidas.

domingo, 5 de agosto de 2012

Detesto comprar coisas sem ter a certeza

Pois é. Eu sou uma romântica e mulher de uma só paixão, mesmo no que toca a escolher roupa. Tenho que olhar para uma peça e sentir que ela apela claramente por mim num estado de apaixonamento profundo como se estivéssemos pré-destinadas desde sempre. Ora tal fenómeno magnético, não acontece sempre. Portanto, não sou de entrar numa loja e pensar que gostaria de ter 20 coisas. A maior parte das vezes, aliás, penso que não gostaria de ter nenhuma. Por isto, peças que me fazem duvidar ficam no sítio onde estão. E por mais que precise de uma peça às vezes não faço negócio por não sentir este apelo tão clarividente. 

Por exemplo, hoje, em virtude do meu primo querer ir comprar uma prenda para a namorada, lá fui eu enfiar-me num shopping em pleno Algarve. Sorte: como estava um dia bom, e como foi num horário em que o povo estava provavelmente todo a arejar na praia, circulava-se muito, muito bem. Então, e como ainda existia a letras gordas na montra de tantas lojas o distintivo "SALDOS," fui farejando aqui e acolá se havia alguma coisa que preenchesse os meus gostos e as minhas necessidades. Queria mais umas sandálias rasas, que a maioria dos meus saltos altos não se adequam a TT e não trouxe: vi muitas, mas nenhuma me dirigiu o apelo. Até que ali na Stradivarius vi uns quantos vestidinhos alinhados com um ar gracioso. Lisos, elegantes, com um decote bonito nas costas. Mas não tinha bem a certeza... Experimentar? Não, está calor e nos cubículos dos provadores ainda ia estar mais (a verdade é que se não fossem estas desculpas poderiam ser outras quaisquer, ando com o não elogioso hábito de comprar sem experimentar simplesmente por não ter paciência!). Mas estavam com 4º desconto (assim um gritante na minha cabeça 4º DESCONTO!) desde que começaram os saldos, acessíveis a partir de 6 euros. Além disso, as mangas a 3/4 faziam deste um vestido adaptável a várias estações. Pareceu-me uma negociata! Tive de abrir uma excepção. Postas estas céleres reflexões, mirei os vestidos e convencida de que conheço bem a minha estrutura corporal trouxe um S. 

Chego a casa agora à noite depois de umas quantas aventuras pelo meio e decido vesti-lo. É lindo. Fica-me maravilhosamente bem e é totalmente a minha cara. Apaixonamento não à primeira vista, mas à experimentação (também já me aconteceu). Até que ai, espera, deixa apertar aqui o magnífico decote atrás que não é suposto ficar assim com as costas desnudas. Pois que os meus dedos não atinavam com o raio dos botõezinhos mini. E a bem dizer não sei se atinarão. O vestido é justo para caraças e por muito que esteja com fé que outras mãos por trás, com mais jeitinho, consigam apertá-lo ou já consiga antever uma forma de o adaptar para nem sequer ter de o apertar, o certo é que se engordo mais 1 ou 2 cm não fico lá dentro e lá se vai a negociata!

sábado, 4 de agosto de 2012

Contada por vocês #7 [2º aniversário do blog]


Fearless
Porque és destemida, em várias áreas da tua vida. Foste destemida em seguir o curso que seguiste, foste destemida em aceitar o que a vida te ofereceu e tens vindo a fazer desses presentes da Vida algo fantástico. Foste destemida ao abraçares (uma vez mais, pelo que entendi) o teu amor pelo teatro. Tens sido destemida na procura da felicidade e amor.
Assim sendo, o teu blog segue o mesmo espírito. É destemido porque não se torna aborrecido nem fala do que milhares de blogues falam. É simples, suave, feliz e triste (se o teu coração se sentir assim). É original e uma lufada de ar fresco.
Por tudo isto, e tenho a certeza que muitas outras coisas que não sei (visto só te conhecer através do blog), acho que a palavra Fearless te assenta muito bem!



Pela Miss R.

Como eu gostava que fosse a vida ou música do momento #6


Stay on the streets of this town
And they'll be carving you up all right
They say you gotta stay hungry
Hey baby I'm just about starving tonight
I'm dying for some actio
nI'm sick of sitting around here trying to write
This book
I need a love reaction
Come on now baby gimme just one look
Matt Kearney - Dancing in the dark

Hoje tive saudades tuas sem te conhecer. Hoje vi-te às escuras. A pegares-me pela mão, a revolveres-me os cabelos, a iniciar uma dança, na areia, de pés descalços, ceú negro, acompanhados por uma música que só nós ouvimos. Depois senti-te a perscrutares-me com o olhar e quando me preparava para te suspirar, deitaste-me na areia e imobilizaste-me enquanto me agitava e me preparava para me levantar e vociferar detalhadamente que não é que não goste de areia, mas areia em contacto com outras superfícies deixa-me fora de mim. Mentalmente produzi o discurso todo à velocidade da luz, mas cá para fora não saiu nada. Calas-me com um beijo. Perco os sentidos.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A piolhosa

É. É tal e qual, sem títulos suaves. No fim do post em que anunciava um dia maravilhoso de cuidados pessoais de embelezamento eis o que me acontece a ver se eu me calo: é descoberta a herança do campo de férias que é, equivalente a, nem mais, nem menos, ter o cabelo infestado de bicharada. Do mal o menos. E digo isto porque quando descobriram eu pensei, sinceramente, que me iam anunciar a morte de alguém, tal foi o ar estático e altamente perturbador com que anunciaram "Tenho uma péssima notícia para te dar". Na verdade foi péssima, pois já eu me imaginava a correr pelo areal com os longos e esbeltos cabelos, e a esbarrar tão acidentalmente num donzelo que me viesse agarrar e a quem eu dirigisse mil obrigadas e convidasse para um drink de retribuição e este plano foi momentaneamente gorado! Momentaneamente só. Conclusão? Mantive os cabelos longos quando já antevia uma máquina a deixar-me com um ar bem másculo, mas tive uma hora inteirinha com o cabelo inundado em Itax, o produto de ataque desde logo adquirido e depois disso mais uma hora a ser violentamente passada a pente fino. Diz que faleceu tudo, mas de quarta-feira a 7 dias há repetição.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Querido belógue...(XXXIV)

... a modos que é assim, como já fiz questão de deixar explícito, estão aí os dias pelos quais aguardo um ano inteiro. E, convenhamos, depois de um ano a pelejar e com resultados de excelência, finalmente querem-se e merecem-se os dias em que posso alapar o meu rabo na toalha por mais tempo que não uns idílicos 5 minutos. Hoje, que ainda não há mar, nem areia à vista, estou a ser agradavelmente engomada dos pés à cabeça, ou, noutros termos mais brejeiros, é dia de tosquia geral. Cabelo, sobrancelhas, pés, mãos, corpo... tudo limpinho e bonitinho. E respiro de alívio por finalmente já ter os pés e as mãos devidamente ornamentados com cores aptas a brilhar no escuro! Cor de unha já não ia com nada... Vale também ter uma esteticista absolutamente maravilhosa que conversa comigo sobre cães e gatos, feiras medievais e férias enquanto faz descontraídamente a depilação nos locais mais recônditos e que posteriormente, para aliviar da tortura, faz maravilhosas massagens nos pés. Nem o facto de ter saído com os dedos dos pés enrolados em papel pela rua fora me incomodou hoje (incomodaria noutros dias?). E pronto, relatório dos últimos eventos feito, até já!

Off I go ou aquela que é afinal a melhor praia do Algarve








Quem identifica?