O chefe que há dentro do meu pai está a nascer. Muito degarinho, mas há esperança. Depois do arroz verde temos salada de morangos com vinho do Porto.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Instrução de vida #4 (648)
648. Buy the big bottle of Tabasco.
As quartas-feiras (eu sei que quarta foi ontem) em que geralmente, mas não em regra, vou ver o número que me sai na "tômbola" para ir ler ao Life's Little Instruction Book costumam ser pequenos momentos entusiasmantes do meu dia. Parecendo que não, o facto de ter decidido lançar o desafio a mim própria de não ler tudo de rajada, mas ir descobrindo, de forma aleatória, cada lição, quase segredo, lá contido torna este processo aliciante, entusiasmante e desafiante. Mas esta semana eu fiquei em vazio profundo mediante o que saiu.
O vazio profundo, não obstante, não deixou de ser uma lição de vida sobre a qual reflectir: há coisas na vida que para sempre, ou só num determinado momento, não nos vão dizer absolutamente nada. E sublinho ou só num determinado momento porque todos conhecemos aquele livro que lido anos depois foi completamente diferente. De resto há coisas que, por certo, nos irão passar completamente ao lado, seja porque temos a idade errada, seja porque estamos no momento errado, seja porque tão simplesmente nascemos no pais errado, ou certo dependendo do ponto de vista.
Enfim, querido Tabasco-molho picante, talvez um dia venha a descobrir porque é que preciso de ti em grande. Mas se nunca descobrir fica a saber que já compro pelo menos azeite de litro para a economia doméstica e talvez esta lição não seja nada de profundo como geralmente procuro, mas justamente isto!
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Momento oh my god, oh my, oh my god!
Recebo um pedido de amizade no facebook de um indivíduo com nome vulgar mas numa foto que faz desconfiar que despistámos mais um engatatão da linha que pensa que é o Hércules dado o tronco nu ali exibido em canal aberto para o mundo. Pronta para descartar o pedido sem sequer investigar mais detalhes, lá decidi carregar para analisar primeiro a estrutura óssea do indivíduo. Vamos ver se é um Hércules com tudo no sítio ou um fake-Hércules, cogitei.
o_0 Este tipo trabalha comigo.
[dois minutos sem reação]
As pessoas podem ser assim tão diferentes lá-em-casa e no mundo do trabalho?
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
A paixão é um sentimento desgraçado.
A paixão é um sentimento desgraçado e desgastante que tira a fome, a sede, cenas, e, mais importante, tira a racionalidade e uma pessoa sente-se por súbitos momentos a embrutecer, mas até parece que quer. Não sei, portanto, porque todos desejamos tanto este sentimento.
Tão depressa uma pessoa anda a pular nos alpes verdejantes e a cantar o ó-la-ré-i-u como está em tensão mórbida na dúvida se a outra pessoa gosta tanto como nós, quer saber tanto como nós, pensa tanto como nós, mesmo que nós próprios não saibamos exactamente onde estamos e se queremos. E não é um pensar suave, é um pensar que deixa ali os sentimentos encravados no pescoço. Por causa de uma mensagem que não chega. Por causa de uma mensagem que chega e uma pessoa está ali segundos que parece que viram horas a desejar que seja daquele remetente e que não é e ai-caraças-que-não-é-ninguém-afinal-é-só-mesmo-o-alarme-do-telemóvel. Por causa de uma pessoa que não se vê e cujo paradeiro vira o maior mistério do universo. Por causa de uma entidade que por não nos falar durante duas horas já parece que se esqueceu eternamente de nós (falo-não.falo-falo-oh.evidentemente.que.não.falo-falo-não.controlo.me.muito.bem.e.não.falo-falo-ó-já-falei-possa-nem-sei-porque-estou-a-fazer-tanta-ginástica-mental). Mais do que tudo pelo esforço de sentir tudo isto e fingir que está tudo bem e que nada se passa quando bem por dentro o mundo é e deixa de ser um espectáculo por vezes numa questão de segundos.
Fundamentalmente a paixão é um sentimento desgraçado porque é aquela coisa sem destino, que tantas vezes se explora até ao tutano ou até não haver mais lenha por onde arder. Pior é precisamente quando somos a lenha a desaparecer devagarinho e não somos o fogo inebriante a aquecer o outro.
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Ela, a misteriosa...
Ela às vezes acha que a felicidade é uma fotografia que se encaixa numa moldura, sem espaço para acertos e justamente assim: ou é aquilo ou não é.
Ela é a tal que também diz que a felicidade se constrói. Irónico, não é? Sobretudo se se considerar que se a felicidadezinha - "inha" assim pequenina - que parece sentir não encaixa na moldura pré-concebida, então não vê hipótese de construção e perspetiva tudo como mais um problema de encaixe. Deve acreditar mais na felicidade ao estilo pré-construído, com um plano já traçado, do que naquela felicidade que verdadeiramente se constrói, do nada, sem ela ter a certeza de quais são as peças subsequentes ou eliminando algumas que acharia que fariam parte... Se calhar ela acha que pode construir a felicidade em blocos como se de montar legos se tratasse. Se calhar ela às vezes não deixa que a aleatoriedade aconteça e prefere evitar a hipótese de alguns infortúnios, dores de barriga, infelicidade, dramas vários, sei lá, do que abandonar as mãos de formarem defesas e deixar que a felicidade aconteça.
Ela. É ela e não eu, como é claro.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
One day I hope to make you smile again
Estou num estado de falta de entusiasmo generalizado. Que é capaz de passar rápido, mas enquanto não passa, escrevo sobre ele. As pessoas têm medo de muita coisa, mas um dos meus maiores é o de me desapaixonar. Gosto de viver vibrante em relação a alguma coisa ou a alguém. Se possível a coexistência das duas coisas, melhor. Mas neste momento não há nada. Não há nada que me faça dar aqueles gritinhos interiores histéricos de felicidade em que até parece que o ar me corre mais rápido e rentinho ao pescoço ou então que lhe falto algumas golfadas. Sinto falta da felicidade porque sim, claro, mas sinto sobretudo neste momento falta da felicidade porque [alguma coisa que conseguisse nomear]...
Quero ir para casa. Quero ir para casa, só isso. Casa é aquele sítio, aquela pessoa que sentimos não poder trocar porque é entranhadamente nosso. É aquele sentimento cálido e pouco estranho, que não se prende a explicações nem a grandes interrogações, de que estamos exatamente onde tínhamos de estar.
Home again
Home again
One day I know
I'll feel home again
Home again
One day I know
I'll feel home again
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Sou pela descoberta de génios
Pode parecer lamechas e lunático, mas eu acredito que eles estão mesmo em todo o lado e que em cada um de nós há um génio. Para o descobrirmos basta termos abertura e confiança suficientes para isso. E experiências, muitas experiências que nos levem a conhecer diferentes facetas de nós. Às vezes passamos demasiado tempo a tentar copiar a aparente genialidade alheia, a seguir caminhos que outros trilharam, mas que não são os nossos, e perdemos de vista aquilo que mais importa: a nossa própria oportunidade de brilhar.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Dá-me lá uma música boa, muito boa
Sou de fases, como sabem, e gosto de músicas do momento que parecem ter um poder sobrenatural capaz de fazer a alma levantar voo - acontece quando gosto da sonoridade de uma música e quando sinto que se associa ao que eu estou a viver, já vivi, ou gostava de viver. Em termos mais simples, gosto de músicas que me provoquem isto:
e estou neste momento em estado de privação. É favor alistarem as vossas sugestões. Vá lá, indiquem-me aquela que não vos sai do ouvido, aquela que vos faz planar em campos verdejantes, aquela que vos faz pensar demoradamente no indivíduo que vos dá cabo da figadeira ou aquele que simplesmente vos tira o pé do chão, mas quero aquela que mexe convosco... A ver qual mexe comigo também ou mesmo não mexendo a ver se construímos uma playlist aqui do clã dos associados deste blog.
Ando a deambular em noites alheias
Há pessoal que pousa as duas mãos na mesa onde almoço, lança um olhar semi-profundo e pronuncia "Sonhei contigo hoje, não me lembro bem do que sonhei, mas sonhei": há pessoal que comenta que quando eu estou de calças justas olhar para mim "Nem é bom!" mas isto tudo só faz com que fique com uma telha monumental. Estou cansada do factor SPAC (saltar-para-a-cueca, by Miguel Esteves Cardoso). Houve momentos, não minto, em que depois de muitos anos acasalada e sem olhar para os lados, foi bom para mim sentir-me ainda capaz de despertar tal factor, eventualmente em alguns casos pus-me a jeito. Mas agora estou cansada que os possíveis pares românticos tentem atacar a cueca sem sequer conhecer minimamente a pessoa. Já pouco me agrada e quase nada me estimula. Eu só tenho saudades daquele olhar... Daquele olhar que não se dirige lânguido à cueca mas que timidamente, no silêncio, diz "Havia tanto que te queria dizer".
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
Eu gostava que este blog fosse sempre cor-de-rosa ou azul céu, mas eu nem sempre sou...
Estou muito maldisposta, carente e piegas e sinto que era capaz de começar a chorar como se o mundo fosse acabar. E não vai. E nada correu mal.
Estou muito cansada também e como quando um bebé está extremamente maldisposto toda a gente justifica com um "É do sono" ou "É da fome" e não com a sua incapacidade natural de regulação emocional, traço que vai adquirir no futuro, como já comi e estou bem alimentada vamos dizer só que tudo isto é do sono, apesar de já não ser um bebé e de ser suposto que já tenha adquirido coisas: a minha capacidade de regulação emocional é altamente.
Instrução de vida #3 (444)
444. Never underestimate the power of a kind word or deed.
Há cadeiras/disciplinas que temos cujo sentido às vezes custa a decifrar, para que raio estamos a falar disto? Logo no 1º ano da faculdade tive uma cadeira na qual passei quase um ano inteiro a falar de macacos, ou do macacó-homem. Enfim, evolução. Foi das cadeiras que mais gostei de sempre. Talvez porque passei a entender algumas das nossas necessidades básicas da forma mais básica que há - antes de as complicar com a imensa amálgama que o ser humano hoje é. Discutíamos vários assuntos: porque é que começamos a comunicar, porque é que começamos a andar em grupos, porque é que começamos a ter uma só mulher (ou homem) em vez de várias.
Mas pronto, após esta divagação inicial resta articular com esta lição de vida: houve lá uma coisa que arquivei para sempre ali. Certa aula o professor perguntou se nunca tínhamos notado que os macacos estão sempre a coçar-se uns aos outros. Depois explicou que é a sua forma de comunicar e proporcionar prazer uns aos outros (sem ser esse prazer mais básico!). À medida que o ser humano se tornou educado e começou a parecer não só pouco delicado como pouco produtivo andar por aí a coçar-nos (ou massajar-nos numa versão polida da coisa) tendo em conta os novos investimentos que existiam para abraçar e que não permitiam que uma pessoa andasse constantemente na coceira, criou-se a necessidade de um substituto passou a existir a linguagem: a linguagem que, por via da palavra, também massaja.
Com a palavra consegue-se muito. E só não digo consegue-se tudo porque talvez seja exagerado. Mas é aquilo que dizemos a nós próprios sobre nós e sobre o que se passa à nossa volta (o nosso discurso interno) que determina em grande parte como nos sentimos. E também precisamos de ser generosos connosco próprios. Quando às vezes me perguntam como é que a consulta psicológica resulta se "é só falar" eu explico isto e que a consulta psicológica não resolve tudo, evidentemente. É, pois, a falar que hoje em dia nos coçamos uns aos outros, por exemplo, escalamos socialmente, conquistamos o lugar que queríamos provamos o nosso valor. Mas falando de coisas mais doces, é claro que uma palavra gentil às vezes tem um impacto poderosíssimo e que não deve ser subestimado, por exemplo, para salvar o dia a alguém dizendo simplesmente algo que achamos que uma pessoa sabe, mas que é completamente diferente ouvir. É com as palavras que conquistamos as massas e mesmo para agir (o que importa não são palavras mas ações!), se pensarmos, na maior parte das situações usamos a palavra.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Um 4 por coação!
Estão a ver o separador dos filmes? Fiz lá umas atualizações do que já vi e queria só apontar que me senti coagida a atribuir 4 em 5 ao Silver Linings Playbook. Então e coagida porquê? O facto de ser um filme nomeado para Óscares podia fazer com que uma classificação minha inferior a 4 fosse vista como um atentado aos intelectuais que o elegeram e respectivamente a um atestado de burrice, ou em termos mais finos, a uma eventual condenação por falta de visão à minha vulgar pessoa. Em suma, para mim este filme não trouxe nada de novo ou profundamente surpreendente à cena. Gostei da profundidade de algumas cenas, mas sendo um filme que prometia ter a minha cara, gorou muitas das minhas expectativas. Ou seja, não é mau e merece ser visto, mas para as minhas expectativas foi mau. E não é porque os actores estejam mal, que não estão, estão maravilhosos e os dois agradam à vista; não é porque o argumento seja mau, que não é, é só porque é um bocado chato e parado. Para quê complicar e descrever de forma prosaica o que é tão simples de explicar? E eu costumo gostar de filmes qb chatos e parados. Não percebo é a dose vitamínica que dizem que este filme tem e as esperanças e o bom astral de que dizem encher-nos. Enfim, o fim foi giro, mas nem esse foi particularmente entusiasmante para mim. Vi o filme em mau dia?
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Para os amantes das ruivas
Não percebo como é que podem achar esta mulher "nada de especial". Sei de quem tenha profundas paixonites por falsas ruivas. No que toca às verdadeiras ruivas acho que esta mulher tem traços de uma beleza clássica e irrepreensível.
Em caso de dúvida, esta senhora chama-se Jessica Chastain.
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Não sei se quero admitir, mas é a verdade e (ainda que não decomposto) também é este o segredo
O bolo é meeeeuuuu!
Mas que raio, quem é que se lembrou que um bolo todo kitado, todo arte-bóló, do Spider Man era para comer?
Mas que raio, quem é que se lembrou de dizer que o bolo é de noz, O bolo não é de nós, o bolo é meeeeeuuu!
Mas que raio, quem é que explica a uma criança que um bolo de aniversário é suposto oferecer aos convidados e que noz é um sabor?
Mas que raio, quem é que se lembra de distrair a criança, esconder-lhe o bolo e ver exponenciada a gritaria?
Foi um belo 3º aniversário e os manitos crescem a olhos vistos. Ficou provado que aniversários à noite, para eles, ainda não foi boa ideia. Se antes andaram a correr e a dançar que nem loucos depois houve muita birra de sono e às 10 da noite já não desalapavam do colo dos pais e queriam mandar toda a gente embora.
sábado, 16 de fevereiro de 2013
Mary Jane Superstar
Até posso nem ser, mas durante alguns momentos senti-me como se fosse. Ontem à noite a presidenta olhou-me com ar de bambi e pediu-me que fosse eu a fazer o discurso social em nome da direção às massas presentes porque já sabes que a mim é só de papel e eu não preparei nada. É pá, não sei, também não me preparei, não estou completamente a par deste projeto e merece algo preparado...
Mas pronto, saiu. Saiu porque o raio da presidenta é sempre a sacrificada nos momentos públicos e a bem dizer é coisa que nem me custa. E assim o discurso o que perdeu em preparação, ganhou em espontaneidade. Saiu natural e com descontração, sem palavras complicadas, mas com uma mensagem clara e incisiva. O resto da direção, mal eu regressei à mesa, comunicou-me que fui nomeada por unanimidade porta-voz, o M. disse dás um show, o director técnico deu-me os parabéns e disse que fui a primeira pessoa que disse efectivamente alguma coisa e pessoas que não conheço também vieram dar dois beijinhos e parabéns. A jornalista presente recomendou à presidenta que daí em diante fosse eu a falar em eventos públicos.
Eu reagi com naturalidade, nasci para os holofotes ;)
Ain't this love?
Ainda ontem ladrámos que nem uns cães um ao outro. Hoje o meu pai trouxe 2 cachos de bananas e acabou de informar que um é só para ti, para ires levando para o trabalho, eu sei que tu gostas e li que é bom para evitar uma porrada de doenças!
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
I love Gru V
O Gru vai fazer este ano 80 anos, vive sozinho, é meu tio-avô e é formado em Medicina via correspondência, isto é, via recortes de revistas, jornais, entre outros meios. Para o comprovar tem uma fotografia de formatura devidamente composta de mão dada a um esqueleto. A casa dele é um museu. Um t3 para 1 mas cheio de pequenas peças, composições e memórias. Além disso tem ordeiramente organizados nos armários aos quais ninguém acede e para os quais todos estamos proibidos de olhar imensos dossiers com notícias de tudo e mais alguma coisa. De há uns tempos para cá, nas minhas visitas semanais, tem-me permitido aceder aos ficheiros dele. Saca de um dossier, põe uma marquinha onde fiquei e arruma para a próxima.
- Já viste um crocodilo que comeu uma criança, que espectáculo!
- Espectáculo, estás a ouvir o que estás a dizer?!
-Ihihihihih. É um espectáculo trágico, que horror.
Entretanto percebeu que além dos dossiers eu ligo a livros - aos livros de que julgava que ninguém queria saber - e assim, anexo às refeições que se repetem devidamente acondicionadas para eu levar para o trabalho, tem-me enviado sempre um livro. Um livro dos dele, de páginas amarelas gastas pelo tempo. E eu sei que esta é a melhor forma que ele tem de dar - ver a nossa reacção ao que é dela em vez de os deixar para quando já corpo e mente estiverem apodrecidos. Para mim é cada vez mais Gru, na sua partilha mal humorada mas extremamente afectiva...
Apresento-vos o rapaz que vinha escarrapachado nos Kinder em grande
Prometia tanto...
Não é exactamente o meu género, mas de qualquer forma é caso para perguntar: têm a certeza que é ele?
Olhos cor de mar
- A 'stora é uma gata, a cat-woman. E tem os olhos cor de mar!
- Mas de que cor são os meus olhos, J.? São azuis?
- Não, mas não faz mal.
- Mas de que cor são os meus olhos, J.? São azuis?
- Não, mas não faz mal.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
S. Valentim? Quase Natal, mas muito mais egoísta...
O meu dia foi uma chochice pegada. Se o ano passado quis riscar este dia do calendário hoje vivi-o com uma expectativa adolescente de que alguma coisa acontecesse, ainda que seja, efectivamente, o dia mais cliché para isso. A verdade é que quando se tem oportunidade de viver este dia uma pessoa nem liga grande coisa ao assunto - bleh, piroso, amamo-nos todos os dias, não precisamos de um dia bom a provar que todos os outros estão mal. Quando não se tem é tal e qual na adolescência. Lembro-me bem da expectativa quando vinham distribuir as cartas à sala e eu queria seriamente que lá no meio existisse alguma ou algumas para mim. Até podia não ter ninguém em mente, mas é pah, sou uma criatura romanticamente atractiva para alguém que fez questão de mo dizer! A auto-estima de uma pessoa naquele dia dependia muito do factor carta-não carta. Nem precisava de outros anexos, mas a verdade é que o dia em que um indivíduo me abandonou a chave do seu cacifo na mão, se escondeu a ver a minha reacção e lá dentro do cacifo eu descobri embrulhado um peluche com um dito pimbó-pegajoso foi o meu melhor dia de S. Valentim de sempre embora na altura a pessoa que me ofereceu o peluche pouco me dissesse. Hoje estive o dia todo, secretamente, à espera que pintasse alguma coisa - sei lá, um bilhete casualmente deixado no carro, sms's a dizer coisas sem sentido ou uma idiotice pegada à qual não achasse a mínima piada - porque por muito piroso que fosse acho que ficava mais cheia e com uma sensação de eu também tive a anular o ligeiro vazio que resulta do raio das expectativas que tudo minam.
Mas pronto para lá desta crise adolescente, quero dizer que estou muito feliz. As minhas criaturas tiveram uma festa linda e isso valeu muito a pena.
Best of dia de S. Valentim
@ work, como é claro:
Minha princesa, estás uma borracha!
Apontar ainda rapidamente que ontem senti o sismo e a minha reação foi caraças, mas em que é que andam a mexer lá em cima? E estive a noite toda sem luz a descobrir como era no antigamente.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Romantismo cá em casa é outra coisa
Hoje é o dia (de te enfiares na cozinha). Foi o que a minha mãe disse ao meu pai, o indivíduo com quem está desde que ela tem 15 anos, que se gabou anos a fio que o seu arroz, que costumava fazer no campismo com os amigos, era delicioso. Gabava-se sempre à hora em que a refeição já estava a ser engolida e esquiva-se sempre aos momentos de a preparar. Hoje foi diferente. Sei lá eu com que técnica ou por devoção a que santo, ela lá o apanhou a jeito. Gargalhou a propósito da técnica do homem cortar cebola - Pois, eu não sei picar a cebola, já não me lembro! - e foi obrigada a quedar-se sentada no sofá. Já lá estava de nariz empinado a dirigir instruções e assim não ia ser o fantástico-maravilhoso-de sonho-arroz dele: ia ser o arroz dela feito por ele.
De 5 em 5 segundos ele perguntou onde estava alguma coisa, mas isso, isso é o menos. Têm é que me dizer a quantidade de água que eu não sei. Também é o menos. Eu e a mana já congeminamos que temos de tentar fazer desta incursão culinária não apenas uma experiência pontual, mas a próxima mania do meu pai. É que quando ele embirra numa coisa só descansa quando se torna mestre e liberta-nos a nós para outras mestrias.
O arroz de hoje saiu de tonalidade esverdeada devido a um segredo que o meu pai prometeu não revelar - especiarias e ervas - mas muito comestível e agradável para mim que, como diz a minha irmã, gosto de comidas esquisitas. À minha irmã prometeu não pôr louro da próxima vez, que eu cá espero que não seja daqui a 20 anos.
Há um indivíduo, o A., que devia ser condecorado
A melhor instrutor pelo qual passei desde a escola de condução. Não teme sentar-se ao meu lado e ver-me a avançar na estrada. Ou se teme, pelo menos finge bem. E como não se deixa envolver pelos meus estados de adrenalina algo exacerbados para a actividade em questão segue como se nada se passasse. Nisto, este fim-de-semana permitiu-me sair em exploração de trajectos desconhecidos e investir em sítios que jamais pisei sozinha, em vez de ficar presa aos habituais. Diria que é inclusivé melhor do que o meu instrutor da escola que me dizia tuuuudo, desde quase o ângulo com que devia virar o volante, às mudanças que devia pôr, aos momentos em que devia aumentar e reduzir a velocidade ou avançar ou parar antes de entrar numa rotunda. Enfim, foi óptimo. Só foi chato quando de carta na mão perdi o co-piloto que me controlava tão bem do lado de lá.
Agora este espécime que dedicou algum do seu tempo para eu poder investir em algumas coisinhas que ainda me faltam para ser uma brilhante (cof! cof!) condutora não me diz por dá cá aquela palha o que fazer, a menos que eu pergunte com ar de quem está no topo de um precipício "O que é que eu faço agora?!". E mesmo nessas situações espera que seja eu a avançar com uma resposta que ele se limita a infirmar ou a confirmar. O bónus é que tolera tudo desde os "Ai não seiii, nunca vim por aqui", "Estou um bocado perdida!", "Eu estou cheia de sono, não devia ir a conduzir!", "Não me toques que eu estou em tensão!", às músicas trauteados num volume algo exacerbado.
Por isso eu acho que vou propôr a condecoração do rapaz. Sugerir-lhe eventualmente que mude de ramo. Tem um dom e uma paciência distintos. Não é como o meu pai que de olhar gélido de pânico me lança um:
"MAS TU VISTE O QUE ACABASTE DE FAZER?!"
Tem outra suavidade:
"Olha, o que tu fizeste ali é um perigo. Reparaste?" e primeiro espera que eu chegue lá. Se eu não chegar explica devagarinho porquê.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Profeciais a menos de meio metro
Duas criaturas, de tamanho porta-chaves, a completar 3 anos no próximo domingo discutem profeticamente o meu destino e o da minha mãe enquanto vamos terminando uma conversa e entrando no elevador:
- Elas vão pó caláças! (leia-se, caraças)
- Não, não! Elas vão pó céu!
- Elas vão pó caláças! (leia-se, caraças)
- Não, não! Elas vão pó céu!
A minha primeira operação stop
Quando vou na viatura, sozinha, a avançadas horas da noite, geralmente não me olvido de formular mentalmente o pedido de não aparecer nenhuma brigada de trânsito pelo caminho que me mande parar. Tudo porque o simples facto de parar em frente a um agente de autoridade, que poderia julgar a minha (in)aptidão ao volante, dava-me a sensação de que poderia subitamente e repentinamente esquecer tudo: desde como se encosta a um carro até como se desliga um carro.
Ora, na sexta feira à noite lá estava uma farda azul e um coletinho amarelo e um indivíduo a esbracejar. Mantive-me serena. Se tivesse antecipado o momento tinha certamente panicado, mas assim tendo que encostar sem tempo para grandes reflexões lá fiz eu uma paragem em câmara muito lenta, desliguei delicadamente o veículo, fiz o ar mais sereno e impávido que consegui e abri o vidro:
- Muito boa noite, menina.
- Boa noite.
- Ahahah (saca da caçadeira) é carnaval, menina, ninguém leva a mal!
- (Sorriso amarelo e começo a fechar o vidro)
- Não quer entrar? Tem Karaoke!
domingo, 10 de fevereiro de 2013
A praia da minha infância
A praia da minha infância é daquelas que, à semelhança da Granja, pouco me viu no Verão. Viu algures na infância, em Invernos com dias subitamente quentes. Dias subitamente quentes em que galgava dunas com o meu primeiro cão, um Samoyedo, e a mana, claro. Perante os primeiros raios de sol quentes e imprevistos o meu pai (outrora, muito outrora que agora só quer saber da bicharada!) sentia uma súbita vontade de ir à praia e a custo arrastava a minha mãe que protestava em diversas variações da mesma conversa:
- que não tem jeito nenhum ir à praia no Inverno;
- que não estava assim tanto calor;
- que só se vai a praia no Inverno em países tropicais;
- que só os parolos vão a correr apanhar os primeiros raios de sol.
Não conto todas as histórias mas é delas que me lembro sempre que levo alguém a este lugar. A este lugar quase deserto no Inverno mas que no Verão tenho a certeza que se estragaria por entre gritarias de farnéis domingueiros e por entre toalhas a fazer desaparecer a areia.
Senti-me muito bem este sábado lá, enquanto estive sentada no alto do pinhal a olhar para o mar, lá em baixo. Nestes sítios sei pouco mais do que estar em silêncio. Estar em silêncio e explicar brevemente porque me diz tanto e porque praias citadinas para mim perdem o encanto. Quando perguntei se aquele lugar não era espectacular a companhia respondeu, numa fuga simpática de quem está ainda só num lugar banal, que qualquer lugar com a companhia certa é agradável. Eu percebo, até porque todos os lugares são vazios e pouco me dizem até se encherem de memórias e este tem cheiro a mim e aos meus.
sábado, 9 de fevereiro de 2013
O inútil que me acompanha está a pedir dispensa
Em frente ao meu Nestum cumpre-me informar-vos que já estive mais longe de perder a cabeça e comprar um telemóvel de jeito. Tornei-me Yorn W. Yorn W para ver que tal esta coisa de ter net no telemóvel e de vez em quando vir ver alguma coisa rápida quando é preciso ou quando apetece simplesmente e o inútil do individuo que me acompanha e que por acaso agora, além de ocasionalmente perder a sensibilidade no touch também desliga aleatoriamente, que é como quem diz, do nada e sem ninguém lhe dar autorização para tal, quando ontem queria escrever um post a relatar acontecimentos emocionantes que hoje, por ter passado o momento, já não me dão gozo nenhum contar, brindou-me com um "Memória cheia" que é como quem diz, tenho mais que fazer do que atender aos teus caprichos.
Quando eu comprar um telemovel de jeito vou postar fotos todos os dias com os meus looks e vou escalar em popularidade.
Era boa estratégia de facto, mas não era eu.
Portanto, pessoas que engolem a tecnologia em vez de se deixarem engolir debitem-me aí boas máquinas para efectivamente se conseguir aceder à internet.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Instrução de vida #2 (549)
549. Whether it's life or a horse that throws you, get right back on.
Podia falar de muita coisa, mas falo do que me assaltou a memória primeiro e que mostrou que de facto às vezes mais do que fugir de um cavalo que nos derrubou uma vez, vale muito mais a sensação de conseguir montá-lo.
Ali algures pelos meus 12 anos rezava secretamente para que um qualquer fenómeno natural me impedisse de ir até à escola no dia em que ia ter teste de Matemática. Não gostava da professora, que rosnava como uma freira castrada que fez imeeeensos sacríficios para poder tirar o curso, que não ia a festas nem passear por aí para estudaaaar. Tudo parecia terrível e péssimo quando a ouvia falar. Além disso números nunca foram bem a minha conversa. Não acontecia aquele fenómeno natural e automático de interiorização fácil que acontecia com as letras. As letras que me falavam na Matemática "X" e "Y" eram para mim uma mixórdia indecifrável que me atormentava, que me fazia mais pequena, que me deixava o coração aos pulos.
Veio o primeiro teste. Não via nada. Ouvia só um "I just can't get you out of my head" da Kyllie Minogue gritado provavelmente por um carro publicitário que andava nas redondezas e outras que se lhe seguiram. Nesse dia, no finalzinho dele, depois de jurar e chorar que ia tirar negativa e de desejar um sumisso místico de todos os testes soube que ou engolia a Matemática ou ela me engolia a mim. E o raio da Matemática começou a falar pianinho comigo. Não tirei negativa, mas suficiente rés-vés. No segundo teste, na entrega, a professora perguntou se eu no primeiro estava nervosa e eu, embora não fosse verdade (fico sempre nervosa antes das coisas nunca durante), disse que sim. Pareceu-me melhor responder que sim, que estava nervosa, em vez de dizer que estive a ouvir uma selecção de músicas pop da altura porque Matemática me parecia uma língua tão mais estranha. Ao meu assentimento de que estava nervosa ela respondeu lançada como quem fez uma pergunta já certíssima da resposta que eu ia dar "Pois, viu-se agora!". Em seguida escarrapachou-me a nota máxima e proclamou-me como um exemplo de superação à turma. Montei o cavalo da Matemática daí em diante.
Mas que besta seria eu?
Desculpem a minha ausência - e entretanto digam que a estranharam profundamente - mas estive ocupada com um casamento/aniversário. Tenho um tio que se casa todos os anos. Com ele próprio, com a vida e com as pessoas que lhe são queridas. Para tal não tem meias medidas e é louco e extravagante, como ele próprio descreve sem dificuldades: começa o dia com um grupo de 10 amigos a comer bacalhau às 7 da manhã e depois prolongam o dia todo a comer e a beber entre Espanha e Portugal. Termina tudo à noite com um banquete para cerca de 100 pessoas. Quando penso como fui sair eu tão dramática e tão dada às letras e às reflexões olho para a minha família e chego logo às conclusões.
O meu tio ontem, como é costume, fez um belo discurso por iniciativa própria para todos os presentes, recheado de cambiantes dramáticos que nuns momentos arrancaram umas quantas gargalhadas e noutros emocionaram. Reservando algumas questões mais pessoais para o momento ao que pertencem, destaco um momento em que o meu tio narrava que começou a fazer contas à vida e achou que ia deprimir, Ai que estou teso! Ai que não posso! mas que depois olhou à volta dele e pensou está um sol lindo, um céu azul magnífico, tenho uns filhos porreiros, uma mulher às vezes porreira e amigos, vou deprimir para quê? Muitos apontam que devia acabar com isto, mas que besta seria eu se acabasse com isto só porque estou teso? O meu prazer é enorme, em estar aqui e em ter-vos aqui.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
A despistar e a alertar para rituais de acasalamento falhados since 1988
Da próxima vez que um indivíduo se dirigir a mim de mãos nos bolsos do casaco e a abanar os ombros, isto é, a golpeá-los alternadamente para a frente de uma forma percebida como sedutora acho que vou reagir em espelho: fazer exactamente a mesma coisa. Talvez assim os machos percebam que puxar os ombros para a frente, de peito arfado, antes de fazer deles alguém sedutor, faz deles alguém com trejeitos estranhos, só.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Privilégio e um pijama dos simpsons
Se há quem goste de descobrir os lugares geográficos, há quem prefira conversar com uma pessoa e nela viajar.
Há pessoas que são um verdadeiro privilégio.
Trazem tudo à nossa vida e podem levar tudo. Lembram-nos que estamos vivos. Levam-nos a visitar lugares desconhecidos. E cada um de nós tem lugares desconhecidos. Coisas que outras pessoas com arte e mestria podem fazer surgir. Acredito mesmo nisto. Como também acredito no inexplicável, no que não tem logo que ter uma razão lógica.
Dos maiores medos que eu tenho é de um dia perder a vontade de viajar no desconhecido do outro. De deixar de achar que toda a gente tem mais e é mais. De deixar de achar que mesmo nas aparentemente piores pessoas poderá existir algo de bom a descobrir.
Recentemente receio ainda ter perdido a capacidade de amar. Ou temo que esta tenha ficado presa a um pijama dos Simpsons que eu nunca vi, mas que me assombra recorrentemente os sonhos.
Defendo para mim mesma que acredito que vou descomplicar quando sentir que tem mesmo de ser, mas este talvez seja o primeiro e o maior dos meus erros. Tudo desculpabiliza o meu medo e a incapacidade de tentar ser melhor e maior. Fico antes encravada numa concha que me impede de crescer.
I love Gru IV
Um dos hábitos do Gru é fazer aparecer na minha caixa de correio recortes de jornais com notícias bombásticas e de cariz essencialmente negativo:
- ou um qualquer acontecimento relacionado com o gangsterismo;
- ou o relato de um acidente ou o relato de uma doença que anda a assolar o solo português, desde a gripe ao cancro;
- ou dados sobre a crise económica.
- ou um qualquer acontecimento relacionado com o gangsterismo;
- ou o relato de um acidente ou o relato de uma doença que anda a assolar o solo português, desde a gripe ao cancro;
- ou dados sobre a crise económica.
Hoje inovou e a notícia veio por SMS de manhã: "Cancro mata 3 pessoas por hora em Portugal. Sobrevivência à doença aumenta, mas novos casos disparam!"
Quem precisa de evitar ligar a televisão para ouvir más notícias quando tem um Gru?
Quem precisa de evitar ligar a televisão para ouvir más notícias quando tem um Gru?
domingo, 3 de fevereiro de 2013
I love Gru III
- Olha, se vires uma coisa esquisita/escura na sopa não te preocupes, é chouriço, é de comer!
Entrega do dia: uma laranja, 4 kiwis, sopa, prato principal, um suplemento vitamínico, 6 pacotes individuais de leite, mini-tostas, uma notinha e um livro "Os adultos vistos pelas crianças" de William Steig.
Edit: SMS recebida entretanto "Cuidado com gás, esquentadores que martam que se farta! Gangsterismo por tudo quanto é sítio. Gatunos à espera de óculos, carteira, telemóveis! Não dar confiança a desconhecidos(as). Atenção a condutores sempre prontos a provocar acidentes! 100% de segurança, 5 olhos!"
Ela é a maré, ele é uma rocha
Ela é a maré. Ele é uma rocha.
Ela avança e recua, ela brinca na areia... Fresca e apaixonada por tudo o que a entusiasma, ela acha que não tem limites e que vive a desbravar novos mundos, mas todos lhe conhecem a rota. Uma rota que se repete, enraízada em hábitos. Uma rota que raramente se entrega...
Ele não quebra, nem cede e jura que nenhuma das viragens dela, mesmo aquelas que terminam na sua força retumbante a cair sobre si ameaçando submergi-lo, o irão mover. Ele é a rocha, a rocha que nem a erosão abate. Continua mais perto do céu e por isso vê mais longe.
Descobrir os Miúda
A noite de ontem foi passada a ouvir a banda "Miúda" a convite de um amigo que me conhece há uns 10 anos. Desde quando era ainda mais miúda, portanto.
Eis a vocalista, Mel. Um ar franzino efectivamente de miúda Um top rendado com o umbigo em evidência, uns jeans justos, o cabelo loiríssimo e mais curto do que é habitual com uma franja farfalhuda. Duvida-se se é ar de miúda ou ar de boneca.
O deslocar dengoso pelo palco de quem namora a música e o público.
Uma voz que parece soprada e que falada é exactamente assim.
Uma guitarra empolgada.
A percussão básica feita pela Mel algo descompassada.
Ir ver uma banda que mal conhecemos. Descobrir que afinal há músicas que gostamos e que Miúda não é só aquela música da tipa que diz dormir com quem quer. Ficam as minhas favoritas:
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Hoje vou ser tudo o que um blogger deve ser
E dado que é fim-de-semana vou esquecer as reflexões filosófico-existenciais e sugerir um spot in para toda a gente ir aprimorar as curvas.
Declaro o eclair de frutos silvestres da Leitaria Quinta do Paço a 8ª maravilha do mundo. Não ligo nenhuma ao eclair tradicional, mas este é outra coisa. Estou apenas num pequeno dilema existencial sem saber se da última vez que lá estive comi com ou sem chantilly. Sei que comi o primeiro e pedi segundo.
Mas nada de ir à Leitaria ao shopping. Ir à Leitaria ao coração do Porto, onde gritam gaivotas ao fim da tarde e onde há sempre uma promessa de felicidade no silêncio que se co-constrói e que funda a sensação de que a vida podia começar justamente ali. O lanche não fica nada dispendioso e tem um ambiente giro e clean.
Eu juro que tentei fazer deste um post não lamechas, mas às vezes é mais forte do que eu.
Ordenei ao telemóvel que me despertasse às 11...
... para fazer arrumações!
São 12horas e 04minutos.
Lista de coisas que fiz até ao momento:
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São 12horas e 04minutos.
Lista de coisas que fiz até ao momento:
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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Não sei entregar-me à desorientação
O que seria do mundo sem pirosisses?
Um lugar muito dark.
So, be my light...Talvez um dia tenha coragem, como a Alice, para me atirar para um buraco no qual não reconheço imediatamente o fundo. Mas o buraco tem de ser assim, tal e qual o da Alice, enorme, cheio de gavetas e departamentos que me entretenho a descobrir e que fazem esquecer do perigo da queda.
Tenho estado a observar, a medo... E quando percebo que, à hora de dormir, levo preocupações que me demoram o momento em que me dou tréguas de pensar, sei que há coisas que tenho de mudar. Gosto de medir os meus passos, gosto de saber o solo que piso, conhecendo-o na sua essência, e não cedo facilmente ao desconhecido. Tenho arriscado pouco. Às vezes mais pelos outros do que por mim bloqueio-me de ser e de sentir. Até porque sendo mais e sentindo mais eu sei que sou melhor e que se constrói potencial difícil de apagar na memória. Além disso, aprendi que há gestos que são lidos como promessas. E promessas quebradas magoam de uma forma que eu não quero magoar ninguém. Não gosto de agarrar para pouco depois largar, não consigo aderir com suavidade a uma perspectiva experimental "vai-se indo e vai-se vendo" sabendo que quanto mais se vai mais difícil é voltar e que este vai-se indo e vai-se vendo é um engodo. À medida que se vai indo, na maior parte dos casos, e sobretudo quando há sentimento, vai-se cobrando, não há essa do "ir levemente" e como se nada fosse. É-se sempre qualquer coisa, a todo o momento.
Há que admitir que talvez demore sempre de mais a perceber que vale a pena. Há que admitir que tenho sorte e que às vezes têm muita paciência comigo. Há que admitir que apesar de não saber entregar-me à desorientação, só espero ser violentamente desorientada, um dia.
Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos pensar que entendo, não sei entregar-me à desorientação.
Clarice Lispector
I love Gru II
Sopa, polvo cozido, 2 danacol [não, não tenho colesterol, mas deve ter enviado na óptica da prevenção], uma pequena tabelete milka, uma nota.
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