quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Reflexões sobre a vida futura

Às vezes mói-me tanto castigar os meus cães. Não posso dizer que dói porque dor é outra coisa mas fica ali a moer-me por dentro um sentimento agri-doce de estás a fazer bem, mas estás a ser má como as cobras com as doces criaturas demoníacas que estão só prestes a destruir a casa em amarfanhanços mútuos

Mas mói-me. Mói-me permanecer naquela pose firme e segura de instrução quando à minha frente tenho aquele que me parece ser o ar mais infeliz e querido do mundo a testar-testar-testar ou a pedir-pedir-pedir mimos e um esquece lá isso que estou já tremendamente arrependido e vamos a uma dose monumental de festas. Perante isto acho, seriamente, que quando tiver filhos estou tramada. É isso ou aprendo-lhes as manhas. Fiteiros, eu bem vos vi abanar os rabos pouco depois de me tentarem iludir com olhos a la gato das botas do Shrek.

Falhanço no plano "plastificação"

Até hoje besuntei-me todas as manhãs com base. Está bem, foi só base! Mas foi. E foi orgulhosamente a pensar em cada uma das alminhas que disse que era uma questão de hábito. E foi de peito cheio a pensar que não tarda nada estaria nos 2 minutos sugeridos aqui por algumas peritas e que passaram a ser a minha mira motivacional!

Hoje falhei. Hoje saí de casa 10 minutos mais tarde, enfiei a base num dos sacos a pensar numa escapadela ao WC assim que chegasse ao trabalho, enfiei-me no carro, e mal pus uma perninha no carro enfiei um furo nas meias, numa região onde certamente teria a perna a descoberto. Raios prá minha sorte logo de manhã. Corri para casa já nos 10 minutos após a minha hora habitual de saída e peguei no primeiro par de meias que me apareceram. Não confirmei se estariam usáveis. Cheguei ao trabalho. Deixei o par de meias para trocar no carro. Não vou voltar para trás agora, não tenho tempo... Puxei discretamente as meias para cima, o vestido para baixo o mais que pude e sorri - não é uma mau começo que vai determinar o resto do dia. 

icanread.tumblr.com.
Não pus base durante o dia, abri mais um furo na meia, puxei mais vezes o vestido para baixo, sorri muito e tive a certeza que um vestido é sempre um bom aliado.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Instrução de vida #1 (527)

527. Remember that the best relationship is one where your love for each other is greater than
your need for each other.


Foi talvez o maior erro que já cometi numa relação. Não saber onde começava a dependência e onde acabava o amor. Julgava-me independentemente, talvez por me sentir ali o membro alfa, que é como quem diz, dominante da relação, mas dependia tanto... Dependia para fazer o raio do nó na gravata do traje que, dado que provavelmente não o voltarei a usar, perecerei sem saber; dependia para ir ao colo, que é como quem diz em boleia alheia, para todo o lado; dependia para despejar o peso da minha vida e de todas as super-responsabilidades inadiáveis a pesar em quem parecia estar sempre mais leve do que eu só porque sim. Entretanto tinha a mania que era independente. Mas confundia independência com fazer o que me apetece utilizando tantas bengalas. Hoje não dependo de ninguém. Não significa que não precise de pessoas na minha vida, claro que preciso, muito e sempre, mas há tantas pessoas, não há só uma... E hoje sei que o peso não deve resvalar todo para uma só pessoa. Por isso quando voltar a amar não sei se o farei melhor ou pior, sei que farei diferente.

Sempre sonhei usar uma coisa destas...

E depois de dar uso ao random number generator hoje vai ser obrigatório reflectir sobre isto:

527. Remember that the best relationship is one where your love for each other is greater than
your need for each other.

São 1532 as instruções para a vida que encontrei. De vez em quando vou tirando uma para reflectir ou fazer.

Simbiose perfeita

O meu computador tinha mesmo de ser meu. Tenho fotos históricas, de quando era miúda, com marcas de legos cravejadas na testa ou marcas de uma qualquer esquina pontiaguda. Estas marcas são a prova de momentos em que decidi mergulhar sem água e que para espanto de todos não abriram nada, isto é,  não culminaram em sangue e pontos. O meu computador acabou de dar dois mergulhos de cabeça e, como podem comprovar, para meu espanto, não se despedaçou, e está vivo e funcional.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Gira que dói, e é minha

A agenda 2013 finalmente personalizada. E linda, mesmo que as fotos sejam de ângulo e qualidade duvidosas.

Picos nos pés

A primeira vez que senti os pés dormentes jurei aos meus pais que estava cheia de picos nos pés. Descrevi insistentemente que tinha muitos piquinhos enterrados no pé enquanto fazia o mesmo balouçar na minha mão em testes múltiplos da sua flexibilidade à procura dos tais picos... Não os via, não sabia onde estavam e tinha que fazer aquela dor, que nem sabia bem se era dor,  parar. Fiz com que os meus pais inspeccionassem os meus pés, ansiosos pela minha ânsia. Demorou até concluírem que se trataria, provavelmente, de um pé dormente. Disseram-me que não tinha picos nenhuns e, mais do que acreditar nesta explicação, achei que só batiam esta resposta os "porque sim" ou "porque não" de que tanto as figuras parentais gostavam de se fazer valer quando esgotavam explicações. O pé a dormir, diziam eles... Não encontraram os picos resolveram inventar uma treta que para mim nunca iria fazer sentido, pensei eu. Eu tenho picos e eles não tiram! O que dorme não dói... Até que a dor parou e quando se repetiu, passando outra vez, aceitei o nome para o que eu também ainda não sabia explicar. É uma tendência humana - dar nomes às coisas, mesmo quando não fazem sentido ou quando não as sabemos explicar.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A proposta do dia

- Não queres escrever um livro?
- (breve riso) Um livro? Que livro?!
- Então, a minha autobiografia. Contavas a minha vida.
- Se é auto eras tu a escrever... Para que é que eu ia escrever a tua biografia?
- Ganhavas um dinheirito.
- Com um livro sobre a tua vida? Quem é que ia comprar?
- Então, tanta coisa que eu passei na vida!
- (breve silêncio)  Muahahahahah. Aahahahahah

Não posso ser boa pessoa. Estava a falar com a minha própria mãe, mas a seriedade dela, a convicção na abordagem da situação só poderia ter este resultado. E não mentiu. É uma mãe-coragem que já passou por coisas que a escolher numa vida, muita gente prefere saltar por cima, entre elas um cancro e diversos lutos inesperados e fora do curso natural das coisas. Mas daí à convicção do livro é outra história! Cómica.

Caçador de sois

De um momento para o outro, enquanto falava, sinto um braço a puxar-me o pescoço de tal forma que quase aterrava de cabeça directamente da cadeira para o chão. Mas não, ele não me queria magoar nem pôr em risco a minha vida. A seguir a isto, de mão ainda no meu pescoço, e com uns olhos azuis cristalinos a fitar profundamente os meus, proclama numa urgência:

"Ti ámo... Sabes, o que vou fazer? Vou fugir daqui e tu vais casar comigo!"

O que foi diferente desta vez? Por muito que eu falasse, nada a criatura ouvia e dele não fugia um sorriso imenso que carregava provavelmente a certeza de quem mais do que eu, mais do que as minhas leis e conselhos, será sempre o que quiser. E, tenho a certeza, ali no mundo dele, eu não escapo, estou casada. O mundo dele não tem limites e começa e acaba onde, mais do que a vista, os sonhos alcançam e se ele quiser bem que vou pelo céu às cavalitas.



Pelo céu ás cavalitas,
escondi nos teus caracóis,

a estrela mais bonita, que eu ja vi

eu cresci com um encanto,
de ser caçador de sois,
eu ja corri tanto, tanto para ti

fui um príncipe encantado
montado nos teus joelhos,
um eterno enamorado, a valer

lancelot de algibeira,
mas segui os teus conselhos
para voltar à tua beira
e ser o que eu quiser

os teus olhos foram esperança
os meus olhos girassóis
fomos onde a vista alcança da nossa janela

já deixei de ser criança e tu dormes à lareira
ainda sinto a minha estrela nos teus caracóis

domingo, 27 de janeiro de 2013

Quero Fairy para um ano inteiro!

É que depois desta confissão é o mínimo que mereço por tamanha publicidade. São 5 euros por linha e ainda me estou a pôr em promoção! 

Enfim, esquecendo o facto de ficar de bolsos vazios resta-me contar-vos que cá em casa estamos a gastar amplamente produtos brancos. Quando vamos ao supermercado e pretendemos um produto temos verificado se há algum branco correspondente. Se nos agrada, afiliamo-nos ao branco; se não nos agrada seremos fieis à antiga marca consumida contrafeitos por não ter sido 100% bem sucedidos no nosso plano poupança. Quase sempre temos encontrado um branco que agrada. Mas há um produto que só me satisfaz na sua versão com nome: Fairy. Todos os outros lava loiça limão genéricos que experimentei parecem-me só água perfumada de tonalidade amarela. E sim, acabo de chegar de uma lavagem manual de tupperwares muito frustrada... Chego a ficar com o desperdício da sensação que usar o raio da bodega "dia" que agora aqui está ou simplesmente água seria quase a mesma coisa - isto se não quero dar cabo da embalagem à primeira vez que a uso. Portanto, donas de casa desesperadas como je, conhecem algum detergente que substitua o Fairy assim versão poupança-friendly?

Real love

Quando a Ana escreveu ali algures na maratona blogueira um  "Adoro conduzir à noite, do silêncio das estradas e das luzes que parecem estrelas" eu achei que isto ou só é apanágio de gente louca ou de quem é muito experiente ao volante. Sobretudo porque a primeira coisa que a minha mente reproduziu seguida da leitura deste "adoro conduzir à noite", ignorando a conversa do silêncio e das estrelas, foi a noite (que felizmente agora já não é) que era às 17.30 da tarde quando saía do trabalho. Uma noite que me parecia pior para conduzir, pior para ver em condições nos cruzamentos, pior para viver especialmente quando se querem sempre mais horas do que aquelas que cabem num só dia...

Sexta-feira à noite lembrei-me da Ana e desse mesmo post. Foi a primeira noite em que fiz uma viagem de madrugada, sozinha durante todo o percurso, isto é, sem levar ninguém à pendura pelo meio. Minto. Já tinha conduzido de madrugada após o jantar de Natal do trabalho, sozinha. Mas foi na auto-estrada com muito mais carros a cruzar o meu percurso... Sexta-feira descobri que é completamente diferente conduzir na terra que tem mais de mim numa madrugada atípica onde, durante a maior parte do tempo, não havia um único carro que acompanhasse o meu percurso. Senti que o meu carro deslizava... E pareceu-me tudo subitamente sereno e fácil: a condução, a vida, aquela noite, suave e delicada. E, pela primeira vez, desejei que o meu percurso fosse mais longo do que verdadeiramente era. Só para continuar a sentir aquela paz de uma cidade que dormia, estava silenciosa, mas que não precisa de falar, para que de mim diga sempre tanto.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Friday Nights ou como alcoolizadas as pessoas priorizam melhor

Ali pelas 3 da manhã:

- Obrigada J., mesmo embriegado não te esqueceste que tinhas prometido trazer-me ao carro.

- Há coisas que são pouco importantes, como eu estar embriegado; há coisas que são relativamente importantes, como eu ter perdido o telemóvel e há coisas que são muito importantes, como levar-te a casa.

Obrigada J.. Foi só ao carro, e não a casa, mas foi bonito.

Um pequeno problema com leggings

Comprei há uns tempos umas leggings novas para levar para o ginásio, para a dança. É prático, barato e dá bastante jeito. Mas estas, estas não são como as outras e de certeza que têm design e etiqueta com propriedades especiais. Apertam tudo tão bem apertado que virando-me de costas para ver que tal ao espelho senti-me nua, completamente evidente. Não é que não seja um cenário agradável, com capacidade para motivar quem esteja no tapete a suar, mas hoje vou enfiar uma oversized t-shirt, ainda não me habituei a tanta evidência...

Talvez isto explique o facto de ainda não me ter habituado também a umas leggings mais trabalhadas que comprei para o dia-a-dia: antes pensava que era simplesmente pelo facto de me sentir com roupa de levar para o ginásio (por muito que os outros leggings tenham fechos, outro tecido e não sejam simplesmente preto e lycra ou outra cor e lycra), mas agora percebo que talvez já com esses me sinta despida, como se naquele dia tivesse decidido levar as minhas pernas a passear com uma saia algures por aí esquecida.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Na próxima semana vou plastificar-me

E tudo a favor de vir a ser uma velha gaiteira. Eu não me chamo Mary Jane (ahahahha) se para a semana não me plastifico todos os dias e tudo com o relógio a despertar à mesma hora! Sou uma desmazelada de manhã. Não tenho paciência para me levantar mais cedo contando com tempo para me besuntar de base e assim ficar com a pele mais uniforme e lisa e outra linguagem sofisticadó-fina que aparece aí nas fontes de divulgação de produtos da especialidade. Não tenho paciência para dar outra vida aos olhos e nem sequer sei se tenho olheiras ou não - e não me digam que para não saber é porque não tenho porque sou de ignorar múltiplos pormenores. A verdade é que tenho paciência para ficar sentada um minuto ou dois sem fazer nada, só a pensar que é de manhã e que estou bem ainda em imobilidade. Vou começar a cortar nestes momentos...

Normalmente os requintes de ter um ar mais trabalhado - mas ainda assim tão, mas tão natural - ficam para o fim-de-semana. Não preciso de maquilhagem para me sentir bonita. Mas é pá, estou na idade de me promover. E o mais importante é o que escarrapachei no início: quero ser uma velha gaiteira. Não sei se são, mas velhas gaiteiras e multicoloridas parecem sempre mais felizes, mais luminosas, mais cheias de vidas e se me desmazelo logo antes de sequer estar nos 30, quando é que vou dar mulher fina? Quando é que vou ter paciência para dar uma de boneca e não ficar em contemplações de infinitos logo pela manhã? Para a semana. Para a semana plastifico-me - ligeiramente, ligeiramente, vá - todos os dias.


Mary Jane pede colaboração para interpretação

A minha coordenadora disse que um projecto que fiz está muito bom. Depois disse que espera que tanto elogio não me suba à cabeça. Tilinta-me na cabeça se isto é apenas uma recomendação ou se é uma boca súbtil perante uma mania já percebida?

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Amor pueril

Música e letra. Não me agarro a uma música sem lhe ouvir a letra e esta dos Bombay Bicycle Club deixa-me agarrada. Agarrada ao amor puro que se fabrica em dias casuais multiplicados, em dias despretensiosos. Ao amor que cresce silencioso, ao amor que se revela antes de se adivinhar e que faz o que nenhuma matemática é capaz de calcular: com que o corpo todo caiba num toque súbito e inesperado das mãos. Há quem lhe chame um amor pueril, mas eu continuo a acreditar. Até porque tudo o que nasce com ar de criança, com a inocência de quem vê pela primeira vez, só pode estar a nascer como é suposto. Hoje só se sabe querer à frente - é um querer que empurra o corpo à frente do coração. E o coração talvez ainda não saiba ultrapassar. Contra mim falo. Às vezes não tenho a certeza se ainda saberei não querer à frente... Mas gostava. Ou pelo menos se não der para o coração ir sozinho à frente, que se mexa, que sinta um empurrãozinho, um empurrazão... Porque eu quero é um amor que não se antecipa, mas que deixa na expectativa... Um amor complicado. Um amor que não nasce feito, que se vai fazendo, que se calhar não dá jeito mas que vai acontecendo, que se vai descrendo, que se vai querendo. Depois simplifico. Mas primeiro, primeiro complicado.


P.S. - Estou assustada. Dou por mim quase a gostar de Bruno Mars. É panca temporária de quem vê um homem melado - à primeira agrada, depois enjoa.

O toque subtil da presença feminina na vida de um homem

- P., hoje estás com uma camisola tão gira! É original.
- Por causa destas paneleirices no ombro?
- Sim, é um detalhe mesmo engraçado!
- (entre risos) Isto ainda é do tempo em que era a minha ex a comprar-me roupa.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O meu momento à filme

Toda a gente espera viver o seu momento à filme. Aquele onde embora não existam câmaras faria todo o sentido se existissem porque tal cena seria digna de holofotes, de um lugar confortável, de um grande ecrã e de som em estereofonia. Construímos inclusive por diversas vezes na nossa mente maravilhosos argumentos que podiam dar origem ao tal momento. 

Eu hoje nem do argumento precisei e vivi o meu momento à filme. Estava eu, chegada a casa, na escuridão da já noite, apetrechada em frente à porta exterior com a mochila, a merendeira, um par de botas numa mão - que isto de não conduzir de salto alto exige algumas diligências especiais - as chaves de casa noutra e a minha figura ligeiramente pendida para baixo a fim de ver o raio da fechadura que com a iluminação cá da zona é praticamente invisível quando começo a ouvir o som tamborilante  de um carro que vinha pela estrada que abeira a minha casa provavelmente com uma velocidade excessiva ao recomendado dadas as condições ambientais e do piso. Tem chovido que dói. A estrada é literalmente terra e pedras devido a obras recentes. O que se segue? O individuo parou bruscamente, embateu contra o meu muro e eu fui socorrê-lo com respiração boca a boca? Não. O momento que protagonizei provavelmente seria melhor até se fosse digno de um drama ou de um filme de acção, mas não, foi mesmo digno de uma comédia rasca. O indivíduo, e porque a estrada além de pedras e lama tem verdadeiras crateras com água lá dentro, através da arma bélica que é o seu veículo, deu-me literalmente um banho - encheu-me o cabelo, o casaco, as calças e os pés de água  Água fina e castanha, trabalhada pela terra e detritos de restantes veículos e pessoas. Acho que o indivíduo poderá ter percebido e seguiu viagem aconchegado de uma bela gargalhada. A melhor perspectiva que tenho é deste se tornar efectivamente um momento à filme mais digno quando acordar amanhã: quiçá os meus cabelos estarão brilhantes e os pedacinhos da minha pele que tiveram a sorte de contactar com tal elixir mais radiosos.

A receita para acreditar?


Não desistir de fazer coisas que nos podem fazer surpreender connosco todos os dias mesmo que às vezes pareçam difíceis ou inalcançáveis.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Gostaria de mim se me conhecesse?

No Verão apontei os meus defeitos. Hoje sinto que consigo apontar ainda mais mas talvez por isso goste mais de mim.: hoje tenho noção deles, antes passavam-me ao lado.

Sou mimada, muito mimada e se há coisas que faço por mérito próprio, poucas delas teria feito se não houvesse no background quem me pegasse literalmente ao colo. Seja porque fizeram o jantar porque eu estava sempre demasiado ocupada, seja porque me foram buscar/levar a todo o lado, porque eu não queria encaixar na minha agenda mais a tarefinha de tirar a carta de condução, seja porque compreenderam que eu tenho coisas para fazer que têm que ser mais importantes do que tudo e do que toda a gente. Nem sempre reconheci devidamente essas pessoas que me pegam/pegaram ao colo. Fora isto sou provavelmente a pior dona de casa de sempre. Tenho tendência a empilhar coisinhas e, tirando dias esquisitos, dedicar-me ao tacho não me dá gozo nenhum. Detesto ir ao supermercado. Dêem-me uma agulha para as mãos e vejam-me a olhar para um palácio. Rosno às pessoas que estão no background comó caraças enquanto amparo outras tantas pelas quais me sinto sensibilizada a fazer muito. Sinto que tenho sempre uma presença incompleta e insuficiente na vida das minhas pessoas. Conheço demasiadas pessoas, tento estar com todas e em todas. É normal que me escape com conversas por terminar, o que não é digno. É normal que demore horas a responder a um sms e que desapareça do mapa 2 meses e que depois reapareça - não é que não responda às pessoas, mas não consigo alinhar em todos os programas.

Se fosse alguém de fora talvez tivesse um sentimento ambivalente. Não saberia se gostava. Mas eu do que me conheço, como já aqui escrevi inúmeras vezes, gosto imenso de mim e convivo lindamente comigo. Sei que há pessoas que conseguem ser as piores inimigas de si próprias. Eu só não digo que sou a minha melhor amiga porque me desculpabilizo excessivamente às vezes e a melhor amiga é aquela que também é capaz de nos dar forte nas orelhas: sou uma boa amiga (aquela que às vezes nos dá mais pancadinhas nas costas do que devia). Não me anulo nunca, sei respeitar as minhas crenças e desejos. Gosto de me sentir uma eterna menina e de padecer do síndrome Peter Pan. Conheço poucas pessoas em quem se possa confiar tanto como em mim: há segredos que hão-de morrer comigo. Conheço poucas pessoas que prestem tanta atenção ao que os outros são e sentem como eu. Conheço poucas pessoas que julguem tão pouco e que consigam perceber tantas perspectivas como eu. Conheço poucas pessoas com tanta capacidade para gostar, independentemente da mágoa e compreendendo injustiças que se cometem, como eu. Acho que tenho um jeitaço raro de encontrar na mesma pessoa para diferentes coisas. E tenho muitos momentos em que me sinto feliz comigo própria e orgulhosa de mim própria. E querem saber? Gostar de nós é tarefa fácil. Somos a pessoa com quem passamos mais tempo e se pensarmos neste último factor temos que ser tão fáceis de aturar para a coisa correr bem... O resto é acreditar em nós. E eu acredito em mim comó caraças.

Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
Clarice Lispector

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Ressaca à la Mary Jane

O mundo cá dentro às vezes é um lugar estranho. Tem vários países, com hábitos diferentes
e línguas que às vezes não entendo.

Hoje acordei ressacada de saudades. Achava que estava imune a isto das saudades e se escrevo, sem papas na ponta dos dedos, que as pessoas são o que mais valorizo e que fazem toda a diferença na minha vida, nem sempre estou preparada para os momentos em que sinto que lhes sinto a falta e que percebo, efectivamente, que fazem muita diferença. Isto de ser dada a mimo é tramado. Sinto que há mãos que me faltam a desenhar sobre a minha e há uma música que repete insistentemente no meu ouvido o dia inteiro.


domingo, 20 de janeiro de 2013

Uma pergunta reveladora


Vão debitando que logo debitarei eu.

You must remember this: a kiss is still a kiss

Acho que preciso de um período em banho-maria, isto é, de um período preliminar a uma relação relativamente extenso. Preciso de me provar a mim e ao outro que é para ser até poder dizer que somos, até poder ser completamente. Não quer isto dizer que vivo com fantasmas e que por isso me bloqueio e me impeço de me relacionar. Não me bloqueio. Se calhar fico demasiado tempo em modo de verificação. Talvez seja um feitiozinho pré-romance de caca - sou uma profunda descrente na história do amor à primeira vista, porque não conheço (e daí ser esta uma crença fundamentada sobretudo na inexperiência) outra forma de me apaixonar que não a de me ir apaixonando ou de ir cedendo a uma história na qual à partida não via reunidos os ingredientes para resultar. 

Até agora tal procedimento só me trouxe certezas, descomplicações e seguranças na altura de agarrar, mas nem sempre, ainda que sem más intenções, foi justo para o lado de lá. Aprendi que não posso dizer que não sei se quero e que devo antes frisar, antes de desenvolver demasiado uma teia que por parcamente definidos os seus limites os estende para lá da minha capacidade de suporte, que a kiss [might be] still a kiss . A partir daí agarra quem quer. Não posso andar a brincar aos yô-yôs-quero-não-quero com alguém que já sabe bem o que quer - enquanto não sei se quero só há uma resposta que é de dever dar ao outro se o respeito: não quero. Ninguém tem o dever - como eu achava - de aguentar e mostrar que é "strong enough to be my man" para depois sentir com eventual rejeição que é um fraquinho (sem  ser). Hoje percebo que agarrar um "não sei" que resulta em vácuo é certamente das experiências mais emocionalmente desgastantes pela qual alguém pode passar se já estiver muito envolvida. Por isso é que ao contrário do que eu achava não é só verdade que deve existir numa pré-relação, mas respeito, um respeito que por vezes mais do que a verdade implica responder  considerando verdadeiramente a pessoa do lado de lá.

sábado, 19 de janeiro de 2013

À beira de uma indução de desequilíbrio

Tenho a sorte de ter agora uma vida que posso dizer simples. Tenho contratempos, tenho stresses, mas tenho sobretudo neste momento um conjunto de factores que não me permitem dizer que tenho uma vida difícil. Como eu costumo dizer se fosse assim sempre, não estava nada mal. Mas, de vez em quando, decido desmontar o equilibriozinho em que estou envolta, a vida fácil e previsível, para acrescentar ali uma aventura imprevista e provavelmente alienável do resto da minha vida mas que em tantos aspectos a justifica e lhe dá brilho - como diz a menina da foto abaixo, quem quer sempre uma vida fácil? Hoje vai ser um desses dias de complicar. O Porto é o meu destino. Os ramos das àrvores que consigo ver da minha janela mais parecem cabelos femininos ao vento de tão loucos, estouvados e aparentemente leves dada a rapidez com que se movem, o vento não faz que sopra e assobia como geralmente só o conheço a assobiar do 8º andar dos meus avós. A chuva cai mais do que levemente. Estarei com muito bom aspecto certamente e vou tentar ignorar o facto de a chuva (chama-lhe chuva!) tender a deixar-me extremamente moody...

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Sê feliz depois de eu ser

Não sou muito de ligar a músicas cantadas com este sotaque, excepção claro para as que já são clássicos, mas esta música tem qualquer coisa. E se por um lado a acho extremamente pimba ou argumento de um romance excessivamente inflamado de baba e ranho, por outro é daquelas que faz o inconfessável: que me faz entrar num estado de transe quando (me) toca pela primeira vez. Estado este que é pouco aconselhável a quem vai ao comando de uma viatura. É que as minhas viagens mentais tendem a fazer-me ignorar completamente a realidade envolvente e a possibilidade de me estampar num dia de chuva não seria nada feliz.

Depois do primeiro impacto fez-me pensar. Em parte acho que é uma música mentirosa ou de quem ainda está na vã tentativa de um "entretanto" mostrando quão boa pessoa é e não propriamente a estabelecer o "depois". Porque a verdade é que todos desejamos que o depois do outro venha depois do nosso depois e não quando em auto-comiseração ainda pronunciamos "hei-de ser feliz também", porque somos egoístas e não queremos escavar mais a ferida. Não quero infeliz quem já me fez a mim muito feliz, mas também não contarei alegremente uma história que já não é a minha - como se costuma dizer, que sejam felizes, mas longe. E mesmo assim acho que só é possível desejar que o outro seja verdadeiramente feliz (sem um é pá, eu quero que sejas feliz, mas a tua felicidade deixa-me tão miserável!) precisamente neste ponto - quando nós estamos felizes e não quando ainda há uma vaga ideia de que, é pá, com um bocadinho de sorte "hei-de ser melhor também"  - secretamente durante um tempo, ainda que sem objectivos de fazer de ninguém bode expiatório ou de envolvimento numa qualquer cat fight, ainda se alimenta o desejo de que ele venha a esbarrar com a noção de que não há ninguém tão maravilhoso como nós, mas só galdérias com excessos e defeitos que nunca teríamos ...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Dado histórico relevante: venci a primeira maratona blogueira

Sou miúda de gostar de prémios e sinto-me agora como que a trincar uma medalha imaginária. Já não me sinto em euforia ligeira como ontem quando me vi ali na dianteira.

A verdade é que não gosto muito de coisas competidas - sinto-me under pressure e tal (que é das minhas músicas favoritas dos Queen por sinal) - e, neste caso em concreto, para mim escrever num blog nunca foi competir ou ter horários para escrever - é sempre o que me apetece e quando me apetece - e confesso que o facto de ter que haver um vencedor foi o factor que quase me demoveu de participar, mas pronto, a verdade é que dava outro brilho à coisa e, estando eu interessada ou não no prémio, o que eu gosto de fazer - escrever o que me dá na telha - poderia fazer de qualquer maneira.

A verdade ainda superior é que mesmo quem diz que não gosta de competir quando ganha gosta sempre e mesmo que os votantes não tenham sido milhões isto alimentou bem o meu ego blogueiro. E, claro, ainda que não sendo pelo prémio que me afiliei, eu gostei muito desta vitória, obrigada :) É quase um óscar, carago! Posso dar beijinhos e distribuir autógrafos?

Os miseráveis: aconselhamento fraterno

Vai ver, é muito bom. 

Depois, conhecendo a minha tendência para humidificar e higienizar as vistas no escurinho do cinema, acrescenta:

Mas não leves um lenço, leva um pacote.

Isto enquanto confessa que se espremeu toda para não chorar à frente da sogra - a minha irmã nunca chora ! -, entidade que acabou por descobrir que tinha derramado umas lágrimas por confissão da própria.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

1/4 de século: happily on the way to you

Estou - e ainda que reconheça que há estados que em mim só duram até à semana seguinte - finalmente sem pressa. 2013 lembra-me quase diariamente que estou prestes a completar 1/4 de século. Mas lembra-mo sem angústia nenhuma. Assim, ao contrário do ano passado em que me pareceu não ter qualquer motivo para me festejar, este ano estou com vontade de me comemorar muito.

Sinto-me em paz, feliz, tranquila... Capaz de olhar à minha volta e acalmar o pedaço de mim que grita por taquicardia ao cruzar do meu olhar com outro, por palavras impensáveis, pelo beijo que se sente que não é só mais um e pela sensação de aconchego num abraço que não se troca por nenhum outro.  Estou, enfim, capaz de acalmar o pedaço de mim que grita por romance como se fosse algo intrinsecamente indivisível da minha vida. Provavelmente é mesmo. Mas se não aconteceu ainda foi porque não tinha que acontecer. Se há dias dizia que não sei o que quero, hoje, e porque nada melhor do que me desdizer a mim própria, digo que talvez até saiba muito bem... E por isso é que ainda não foi: quando for, vou estar, como em tantas outras situações exigentes da minha vida, firme e segura. Por isso estou capaz de olhar para a minha idade cronológica e pensar que sim, não há problema, até tenho tempo para chegar onde quero e os bons partidos não necessitam de estar todos tomados já: Olha para ti, gaiata, és um bom partido e estás solteira. Claro que olhar à minha volta também ajuda a relativizar. A E. tem 35 e não tem namorado. A T. tem 40 e tal e também não tem. Depois quase que ouso pensar demoradamente naqueles momentos em que a E. diz, com os olhos rapidamente a ficar embaciados, que adorava mas tem a certeza que não vai ter filhos - sei que tal como eu sonho chegar aos 35 acoplada a um homem e já com uma criança nos braços, ela provavelmente também o sonharia. - e pensar na T. e no E. que vão casar e nas vezes em que diziam que eu e o ex-ele seriamos os primeiros da nossa geração. Mas resolvo. Resolvo quando penso na minha avó a dizer os últimos são os primeiros e, mesmo que velha caduca, sei que hei-de ser a primeiríssima de alguém e encontrar o meu ultimíssimo.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

I love Gru!

O Gru mandou-me sopa, prato principal, um doce típico da minha zona, morangos cortados, uma nota (não um bilhete, mas € mesmo!) e pouco depois recebo uma sms com carregamento do telemóvel.

No telefonema de agradecimento veio aquele que é o seu "life moto": Ai a minha vida! Ai valha-me Deus, o que eu passo!

Fazer - o verbo que mais do que conjugar devemos praticar

Nessa loucura impraticável que foi a maratona blogueira, evento a que que só adere quem não tem juízo ou capacidade para adiar milhentos pendentes e que me fez escrever 13 posts em 6 horas, dei por mim a debitar sobre este assunto e a explicar brevemente o porquê da frase do Dough Hall que tenho ali na fronha do blog. Não vou repetir a história. Só dizer brevemente que foi uma frase que me apareceu no momento, porque queria qualquer coisa para ter ali, e pareceu-me que era um bom "life moto" resumindo, aliás, um bocadinho da minha vida: não fico à espera que as coisas me aconteçam, faço acontecer. Claro que ainda não fiz história... Mas desde pequena quando me perguntavam qual era o meu sonho eu dizia "ficar na história". Recentemente, e como já aqui escrevi, reformulei: chega-me uma história mais pequenina, a história da diferença na vida daqueles que comigo diariamente convivem. Mas mesmo nesta história mais pequenina confesso que vivo na urgência de fazer mais e exploro constantemente os meus limites. Tenho pena de não ser multi-tarefa ou uma pessoa bem mais rápida. Movo-me literalmente ao ritmo do caracol porque tenho uma incapacidade de processamento para velocidades de pensamento e tarefa muito elevadas.


Quanto à minha tendência julgo que já é veia genética. Reconheço nuns quantos antepassados que fizeram bem mais do que eu - e que sim, ainda que os meus filhos não se venham a confrontar com eles em livros de história podem cruzar-se com eles em nomes de ruas e em estátuas cuja história terei de contar - esta vontade de fazer qualquer coisa de diferente e de fazer mais de todos os sítios em vez de ficar a apontar dedos e culpas. Contudo, confesso: não me apetece ser mais e melhor todos os dias. Há dias em que chego a casa e apetece-me que o dia termine efectivamente à hora em que saio do trabalho e deixar-me de "brincadeirinhas". Hoje por exemplo rejubilei profundamente quando soube que uma reunião que tinha agendada para hoje às 19.15 afinal acontece dia 28. Ahh, que bom é estar sentada, sem nada fazer...

sábado, 12 de janeiro de 2013

Decidir em estados de sonolência profunda

Aviso prévio: aqui se apresenta uma criatura portadora de elevado grau de sonolência portanto perdoem qualquer anormalidade e avancem sob responsabilidade própria.

Estava capaz de adormecer na cadeira da esteticista depois de ela me ter pintado as unhas, com as pernas ali bem ao alto pousadas no dispositivo da pedicure, não fosse o receio de alguém entrar a qualquer momento e apanhar-me de boca aberta a babar-me profundamente. Na loucura da sonolência achei também que, a fim de dar um bocadinho de tréguas à minha pele sensivelzinha que fica ali a gritar como se tivesse sido brutalmente espancada no fim de cada depilação, podia ser giro experimentar fotodepilação. Eu - que sou resistente a tudo o que é modernices sob o pretexto, neste caso, de que fotodepilar é matar células e que se as coisas lá estão é porque cumprem a sua função evolutiva e precisamos delas - decidi que era engraçado experimentar uma fotodepilação. E pois que já está marcada para iniciar ali em Março antes da época da praia. Quando recuperar o meu estado de vigília que desperta naturalmente o lado racional que há em mim suspeito que esse lado racional vai gritar violentamente com esta vertente mais primitiva de mim que toma decisões em estados menos aconselháveis. Entretanto, quem já se arriscou nestas aventuras debite aqui o que acha sobre o assunto.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Chamemos-lhe apenas um lado lunar...

Queres saber? Não faço ideia. Não faço ideia do que quero. Tenho umas pistas. Acreditava em muita coisa que começava e acabava numa mão que fechava sobre a minha. Agora fecho a mão vazia porque mesmo que cheia não a quis deixar ficar. Agora não tenho medo de perder. Não tenho medo de sonhar também. De experimentar acreditar que podes ser tu e tu e tu. E que contigo aquele sítio vai ser mais sítio, aquela palavra mais palavra, esta vida mais vida. Não tenho medo sequer de te conduzir mentalmente aos sítios que são mais meus. O problema é que estes sonhos são uns fracos. Eventualmente os que me pareceram os maiores e os melhores caem tão rápido como se ergueram, pois não tenho mais do que breves miragens e quando se desfaz a ilusão, acho que não é e não será. Tenho emoções plácidas. Emoções que não são as dos filmes - que dão um choro que parece que vai arrancar os olhos, que dão vontade de comer chocolates em série ou de uma pessoa se enterrar na cama durante um mês. Às vezes pergunto-me se esta tranquilidade sentimental que me tem caracterizado não é um handicap, não é uma incapacidade de sentir. Concluo que não é. Afinal tenho aqueles tipos que me esmagam o coração de amor todos os dias e que me dão sorrisos de tamanho impensável. E, além deles, claro, se não fossem as almas que não são amores-românticos, mas que compõem o belo ramalhete de pessoas que dão cor à minha vida, estaria uma alma moribunda com os meus poros afetivos todos secos e a espalhar tristeza.

É uma fase, um lado lunar... Um lado lunar que me perturba como perturba tudo o que não consigo explicar ordenadamente. Não consigo atirar a minha vida para as mãos de ninguém, como quem se atira para as mãos de desconhecidos a meio de um concerto de rock em pleno êxtase de que não há lugar melhor. Dou-me a toda a gente, não me dou a ninguém, diz a música e digo eu. A minha vida é a minha vida e sempre que a tentei perspetivar como a "nossa" não resultou. Não faço ideia do que quero: não quero frases feitas vomitadas, porque tomo o romântico por vulgar, mas quero a maior epopeia de sempre. E não sei. 


Coisas que subtilmente falam da minha relação com o àlcool

Estive seguramente 2 minutos - e 2 minutos para o que é, é muito tempo - para tirar a rolha de uma garrafa de vinho. Depois de estar a maior parte do tempo a puxar pela rolha, lembrei-me que era eventualmente melhor ideia rodar. 

Ufa, agora já sei como retirar uma rolha de forma charmosa em caso de necessidade.

E não, não foi para eu própria beber um copito a comemorar a sexta-feira. Foi para o tempero do manjar familiar...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O fenómeno de enchimento das malas femininas

Em questão de malas eu sou literalmente ou o 8 ou o 80. Sou a individualidade que é capaz de sair à noite acompanhada de rien du rien e o essencial nos bolsos, mas cuja mala diária, carregada nos dias laborais, não estará longe de ter uma tonelada. De entre utilidades e porcarias diversas que lá podeis encontrar gostaria de comunicar que possuo ainda, juntinhas, para ambientação e transmissão automática de informação, quiçá, as agendas de 2012 e 2013. Decidi pois utilizar uma estratégia de eficácia comprovada: vir enxovalhar-me publicamente a ver se antes da próxima semana, não fossem as duas caderninhos da sua dimensão, invento tempo para fazer a devida transmissão de informação. Por muita fricção que as duas tenham partilhado no interior da minha mala, a coisa ao natural não está a dar em nada. Vou ter de proceder à inseminação artificial de informação.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Reflexão do dia sobre a sexualidade dos machos

Os homens que me rodeiam andam excessivamente saciados do mesmo tipo de menu e acham que uma mulher, por estar há algum tempo à fome, se agarra a qualquer naco de carne, mesmo que de qualidade duvidosa. Além disso, acham que não há mal nenhum de, a meio da dieta salutar, dar ali um pulinho ao apetecível McDonald's, onde o prato é rapidamente feito e digerido, porque ninguém precisa de saber e ninguém vai desconfiar. Esquecem-se é que se eu fosse um restaurante nunca seria o McDonald's e estou a um preço que, provavelmente, não seriam capazes de suportar.

Conto mais ou já perceberam tudo?

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Tipos de bêbedos - qual é o teu?

A minha resistência ao álcool é dado atestado e provado no grupo de amigos, como sabeis. Claro que nunca decidi emborcar seguidinha e sozinha uma garrafa de vodka e ver que tal, mas sei que fico num estado Não-se-passa-nada quando à minha volta já tuuudo se passou. Por isto mesmo dediquei-me a mais um estudo avançado e aprofundado no âmbito das tipologias. Eis os diferentes tipos de bêbedos com os quais já privei:

Bêbedo Ai-tirem-me-o-telemovel: a bebida é uma justificação suficientemente plausível para autorizar uma perda de auto-controle e desatar a ver o telemóvel como uma máquina com vida própria da qual saírão palavras que de outra forma nunca produziríamos. Ponto 1) depois da súplica pelo desaparecimento do telemóvel é bem provável que o/a  encontres sozinho a olhar abananado/a para o infinito do telemóvel - isto é, uma resposta que nunca chega. Ponto 2) se a mensagem enviada estava bem escrita é bem provável que a pessoa esteja mais sóbria do que pensa, pretendendo apenas iludir-se de que a vontade própria, em plenas condições, não a autorizaria a ceder.

Bêbedo Morto na praia: é aquele que literalmente está sempre morto antes da verdadeira festa começar, bebe no caminho e o que aconteceu entretanto é sempre um espectacular vazio, mas se lhe perguntam pela noite, lembrem-se, foi sempre a melhor de sempre. Descrição? "Uiii, apanhei uma xiiiiba". E fica por aí.

- Bêbedo Disconexo: é um vizinho próximo do "morto na praia", podendo até os dois coexistir; a fala desarticula, o corpo desarticula de tal forma que começas a ver a pessoa a deslizar em qualquer superfície - inerte ou humana - e a a coisa tem tendência a denegrir até que a personagem só queira estar sentada ou  só se movimente arrastada.

- Bêbedo Boa samaritana: Serve para gajos ou gajas assim no feminino porque soa bem; até pode ser o mais bêbedo de todos, mas está sempre preocupado com todos e a perguntar por todos, e a querer segurar na testa de todo povo em caso de necessidade. Isto mesmo que não saia do mesmo sítio por incapacidade própria.

- Bêbedo Socialite: De repente parece que conhece toda a gente e, mais do que isso, que é o melhor amigo de toda a gente. Pode ainda parecer que domina qualquer assunto conseguindo falar sem parar. O package inclui frequentemente que todas as pessoas sejam subitamente vistas como dignas de amor e interessantes e que sejam, portanto, também alvo de diversos elogios.

- Bêbedo imberbe: É o adolescente, ou a pessoa que ainda acha que é adolescente, que ainda não deixou a massa neuronal estruturar suficientemente, mas que se acha digno de experimentar andar de gatas, chorar a plenos pulmões ou dançar de forma insinuante a segurar o rabo e as mamas num bar comum onde nem sequer existe ninguém a dançar.

Bêbedo 'Bora fazer as coisas mais estúpidas que possas imaginar: fazem literalmente tudo e conhecendo-os como conheces, concluis que nem era preciso estarem bêbedos para fazer o que fazem desde tirar as calças e desatar a correr de boxers pela zona de animação nocturna, com ocasionais exibições do rabo nos melhores dias; dormir numa rotunda no centro da cidade; ir à Câmara Municipal agendar uma reunião com o presidente da câmara na manhã seguinte a uma noite de copos, antes de ver cama, sob o assunto vindimas em pleno mês de Maio; despir-se e correr nus até ao repuxo mais próximo de casa onde mergulham e aproveitam as pedras decorativas para esconder a genitália de carros ocasionais. 
(A verdade é que chamar-lhes-ia bêbedos imberbes se estas linhas não fossem inteiramente verídicas e baseadas em situações protagonizadas por algumas das pessoas mais impecáveis que conheço quando sóbrias.)


[under construction - porque sei que vocês se vão lembrar de mais do que os que eu me lembrei agora]

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Paixão improvável ou o encontro muito adiado com Lewis Carroll

Nunca pensei que pudesse acontecer. A historieta da Alice e das personagens animadas que a rodeavam, naquele que me parecia um corropio neurótico sempre que punha os olhos num excerto da história animada, nunca me atraiu particularmente. Dar por mim, quando decidi tirar um livro aleatoriamente da estante dos meus avós sem descobrir o seu título e depois quase lhe virar as costas quando o descobri, com os olhos  entretidamente pousados em Alice no País das Maravilhas e, mais grave, a sorrir por dentro com um toque humorístico tão genuíno e natural, que até então não descobri em nenhum autor, foi uma verdadeira surpresa.

Concluo que provavelmente o próprio Lewis era uma pessoa cuja cabeça andava num corropio neuróticO, e a primeira impressão com que fiquei da história não terá sido errada, mas foi provavelmente este mesmo corropio que lhe permitiu a falta de amarras ao que deve ser e que, simultaneamente, possibilitou que escrevesse as coisas de forma verdadeira e surpreendentemente pragmática no meio de todo o enredo fantástico. E o que é que me fascina mais particularmente, meus caros? São os parênteses. Os parênteses que têm, em si, para mim sempre o maior enigma - o que as pessoas são, ou de forma mais poética,  a alma da Alice (que tanto faz ser Alice ou outra pessoa qualquer) - preso lá dentro.

Estava ela a pensar (conforme podia, claro, porque o calor desse dia muito quente ensonava-a e punha-a estúpida) se o prazer de fazer uma grinalda de margaridas valia o trabalho de ela se levantar e colhê-las, quando um Coelho Branco, de olhos cor-de-rosa, passou a correr.

- Sim. Deve ser essa, mais ou menos, a distância exacta, mas a que latitude e longitude terei eu chegado? (Alice não fazia a mais pequena ideia do que era latitude e longitude; achava só que eram grandes palavras, lindas e boas de dizer)

domingo, 6 de janeiro de 2013

As pessoas alcoolizadas tornam-se, por vezes, fascinantes

E dizem coisas que são um verdadeiro misto entre o interessante e o esquisito. A mim calhou-me isto de uma pessoa que diz que tenho que ler sobre complexidade, mas que recusa emprestar-me os livros que tem porque trabalho para os comprar e não, não é um vendedor de livros; que é um bom conversador, mas duvido que me ache só intelectualmente interessante porque de vez em quando lá lhe sinto a mão a pousar-me nas costas com jeitinho e eu lá me esquivo com igual jeitinho; para quem eu não olho muito tempo nos olhos enquanto fala e que não deixo que se deite nas minhas pernas enquanto adormece no sofá, como aconteceu com o C., sob risco de cair na tentação da carne e de cair em mergulho para cima de mim (um mergulho bem mais molhado do que os perdigotos que me lançou) ou de ler de mim as mensagens erradas e que, mais importante antes do que se segue, bebeu demasiado vinho do Porto ontem:

Tens toda a pinta de quem não acha piada nenhuma a homens mais novos e de quem quer alguém que sabe bem o que quer. 
(...)
Gostava de te ver com um homem mais novo.
----

De que é que tu gostas num homem?
Não sei.
Não sabes?!
Hmmm, persistência talvez. Fico com os que aguentam.
Selecção natural darwiniana?
Mais ou menos isso.
----

Tu és consensual. Não gosto de pessoas consensuais que estejam onde estiverem agradam a toda a gente.
----

É incrível! Tens uma auto-estima tão lá em cima, mas sabes, são as pessoas assim que quando tu descobres têm mais inseguranças.
(...)
Diz-me uma insegurança tua.

Primeiro depósito no Jewellery Fund

Para quem não acompanhou, esta decisão está explicada ao detalhe aqui.

E agora com tudo orientado cabe-me apontar que não faço ideia de quanto já lá tinha. Chocalharam algumas moedas. Mas, para o depósito semanal eu achei que tinha poucas moedas. E a ideia de encher a latinha de ar, como apontei ser uma possibilidade quando delineei este plano não me pareceu razoável - afinal é só ma vez por semana que faço este plano-caseiro-poupança e não existem assim tantas semanas num mês ou num ano. Deliberei, pois, depositar também uma nota. A nota mais pequena que tiver na carteira, cogitei. 20 euros. 20 euros não, carago!

Fui às gavetas das poupanças em movimento mensal procurar a nota mais pequena. 10 euros. 10 euros quase chorados entraram no orifício das notas.

Em moedas 3 euros e 10 cêntimos.

Montante actual na lata: 13€ e 10 cêntimos, pelo menos.

Será boa ideia ir apontando na Bucket List o meu saldo ou é tornar a minha Jewellery Fund um objecto de desejo demasiado apetecível?

sábado, 5 de janeiro de 2013

Sozinho no supermercado

O meu pai é daqueles homens que, durante muito tempo, não punha os pés num supermercado. A justificação era invariavelmente a mesma: eu nunca sei onde estão as coisas, vocês sabem, é mais rápido.

De há um ano ou dois para cá está um homem moderno. Compras grandes para a casa ainda não faz sozinho, mas, de vez em quando, na loucura, dá um salto ao supermercado para comprar algumas coisas de que precisa e liga para casa a perguntar Precisam de alguma coisa?. Foi este o caso hoje. Disse-lhe que precisava de champô, amaciador e iogurtes sólidos e líquidos. Ele vociferou alguns impropérios que não vou reproduzir, sob pena de pensarem que o meu pai é uma pessoa raivosa, para explicar que não sabia comprar nada disto. E eu lá lhe disse para ir aos sítios e trazer uns quaisquer que não sou esquisita. Só temi mais na parte do champô. Suspeitei que pudesse trazer um creme e um amaciador, por exemplo, e nada de champô, mas não seria dado ao desperdício este material se ele o trouxesse...

Resultado:
- No departamento dos sólidos iogurtes gregos de diversas gamas;
- No departamento dos líquidos Adagio Momentos Spicy de diversas gamas;
- No departamento do cabelo um champô Frank Provost.

Força, papá! Vai mais vezes por mim às compras. Claro que anulou a parte do amaciador. Disse que sabe lá o que é amaciador, mas que aquele é um champô profissional muito bom e que não precisa de amaciador. Claro que eu expliquei que aquela marca TEM amaciador e que nas próximas vezes só tem de ler o que diz na embalagem, mas agradeci os produtos com diversas vénias verbais.

Recebi um chicote na última troca de prendas da época...

... é uma pista para o que será o meu ano?

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Felicidade de tudo e de nada

Estou provavelmente no topo do ranking dos piores condutores a circular diariamente nas estradas. Peço perdão mentalmente montes de vezes aos caríssimos que têm o azar de vir atrás de mim e, vergonha das vergonhas, ainda peço a todos os anjinhos, de cada vez que páro numa subida, para não deixar morrer o carro. E, claro, mal respiro a estacionar em paralelo e sinto-me completamente encravada quando tenho que sair da mesma gama de estacionamento: ando por ali em manobras de diversão e só saio quando tenho espaço para dois carros iguais ao meu passarem.

Mas hoje, hoje saí do trabalho e constatei, sossegada e silenciosa no carro, mas com a alma aos pulos de alegria, que os dias estão a crescer - já não é noite escura quando saio. Sou, sem dúvida, miúda-mulher de sol, e aquele céu vermelho-alaranjado trouxe-me aquela sensação feliz de tudo e de nada, que nunca sei explicar, e uma enorme vontade de fazer um desviozinho e ir até à praia... 

Se fosse à praia teria de ser a Granja. A poética Granja. A Granja de Inverno - nunca lá fui no Verão. A Granja cujas moradias com portão das traseiras a sair directamente para a areia me fazem crer que, pelo menos nos meus sonhos, também tenho uma. Também tenho uma moradia que desemboca quase no mar de onde saem a correr as crianças que ainda não tenho e um homem com a pele a saber a sal.

Como sou tótó, continuei a conduzir (sei lá eu o caminho e onde estacionar!) e a ter a praia só na minha cabeça, mas algo me diz que quando o tempo começar a aquecer vou passar a levar um bikini e uma toalha na mala não vá algum dia acordar maior do que eu e decidir aproveitar, enquanto as praias não enchem, a sensação de estar eu, mar, areia e céu para ter um bocadinho, só um bocadinho mais, esta sensação de leveza e felicidade de tudo e de nada.

icanread.tumblr.com

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Uma questão de magnetismo pessoal: QISomething versus QIBoredom

Eu confesso. Há pessoas que, se contempladas à superfície, podem não ter ponta de piada:

- podem ter kgs a mais ou a menos;

- podem ter uma expressão macambúzia de quem está completamente off do mundo ou de quem não sabe o que é um sorriso;
- podem ter a testa cravejada de borbulhas;
- podem ter ar de quem acabou de sair de uma gruta e não tem a mínima noção do que as pessoas vestem nos dias de hoje;
- podem ter um ar extremamente altivo e emproado de boneco(a) de porcelana acabado de sair da montra de uma loja;

...mas ainda assim podem atrair-me que nem um íman. Mas porquê?!?! - comecei a inquietar-me.

Claro que existem aquelas pessoas que são o whole package, sem defeito nenhum, e que me atraem: não há ciência, nem mistério aqui. 

Houve sim ciência e mistério, e mais um Mas porquê?!?! quando comecei a perceber que há pessoas que têm o aparente whole package, sem defeito nenhum, e que não me atraem.

Profundamente envolvida na tentativa de explicação deste fenómeno criei dois novos termos, baseados no simples facto de perceber que nos dois casos há um denominador comum que pode determinar a minha atracção ou falta dela, que é extremamente complexo e nunca redutível a esta explicação simplista, mas que se designa vulgarmente por... cérebro. E os conceitos inovadores que tenho para vos apresentar são:

QI-Something: não é o QI como é tradicionalmente conhecido, mas é o fenómeno de eu perceber, através do diálogo daquela/com aquela pessoa, que, independentemente do percurso escolar ou resultados em testes de avaliação psicológica, estou perante um exemplar humano com bom desenvolvimento neuronal que a torna distinta e interessante, e, fundamentalmente, perante alguém que, ainda que eu não saiba explicar exactamente como ou porquê, me abre, portanto, janelas de reflexão para o mundo: faz-me ver o mesmo como nunca o vi.

QI-Boredom: é o fenómeno inverso; os neurónios aparentemente estão lá todos, mas quando conversas com aquela pessoa estás só numa destas duas gamas de sala: a) um salão enorme, mas vazio (opção mais frequente em quem é um whole package mas não atrai); b) uma sala cinzenta (por muito que os neurónios estejam em fila prontos para disparar informação, o seu portador é extremamente desinteressante).

E pronto, assim vou conhecendo as normas que regem o meu funcionamento, mas noutros aspectos, confesso, sinto-me deformada... Deformada porque me julgo neste momento inapta para desenvolver vinculações profundas. Talvez um dia fale sobre isto, porque há coisas que precisam de se sentir primeiro ordenadas, para que as palavras as consigam arrumar depois.

Pai-ês

- Viram a pilha eléctica?

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Individuo 2013

Contigo vai ser diferente. Eu sei que digo as mesmas baboseiras a todos. Que juro, ali ao contar das doze badaladas, que vai ser de vez que vou riscar todos os itens ali da Bucket e... fazer e... acontecer. Acabo por fazer e acontecer, mas esqueço pelo caminho metade dos planos que faço. Mas não, 2013, cheguei à conclusão que o problema não são vocês - os anos - sou eu.

Como tal decidi que temos tempo, e que contigo, tal como indiquei, vai ser diferente: em vez de ter lançado uma lista atabalhoada de  itens bonitos mas destinados ao esquecimento logo ali ao soar das doze, vou focar-me só numa coisa a concretizar. As outras são coisas para ir concretizando, ainda que tantas mais honrosas... Continuo a querer fazê-las, mas não quero já descarregar o peso de uma vida toda em ti, e, portanto, mais do que sonhar, cá estou eu para te apresentar uma garantia: vou ser uma jóia de moça e só vou aqui resolver uma coisa! Até porque a questão fundamental é que um plano de mestre, sobretudo numa mente metodologicamente masculina, como a minha, só pode funcionar com uma única coisa em processamento.

A minha resolução é fútil, à primeira vista, mas, atenção, o que vou fazer com ela tanto pode ser fútil como não. Bahhh, está bem, é fútil: a primeira coisa que me ocorre, quando penso no que vou fazer com o resultado da minha resolução, é ITÁLIA-ITÁLIA-ITÁLIA. O método é simples e já foi acrescentado ali ao próprio separadorzinho da Bucket List: esvaziar as moedas existentes na minha carteira, todas as sextas-feiras, até ao dia do meu aniversário - que é ali mesmo a meio do ano - no Jewellery Fund - que é basicamente uma lata que me ofereceram há uns 2 anos, bonita, mas daquelas que quando rebenta, rebenta de vez, onde até agora terei tido coragem de depositar uns... 2 euros? Isto para evitar ter ganas de esfrangalhar a bela lata, antes de cheia, nalgum momento de aperto económico ou desejo inútil mas avultado.

Sei que vou penar algumas vezes a pensar nos mais diversos fins que poderiam ter as moedas.
Sei que há sextas-feiras em que pode sobrar apenas ar.
Sei que de Itália a única coisa que posso levar desta colecta são fundos para cobrir um gelado, mas vou tentar...

E pronto, o resto vai-se indo e vai-se vendo, está bem?

Então quer casar comigo?

J. - Dra. M., o seu marido, está bom?

Mary Jane - Eu não tenho marido, J.!

J. - Então quer casar comigo?

(Mary Jane a preparar para interrogar o que é o casamento e quais são os motivos pelos quais duas pessoas se casam)

E. - NÃO, comigo!

J. - Pode casar comigo, não pode?

(...)

Mary Jane - F., o que é que faz com que sejas simpático comigo?

F. - Sim. 

Mary Jane - Sim, o quê?

F. - Eu sou simpático.

Mary Jane - Mas porque é que és simpático comigo?

F. - És bonita.

Mary Jane - Então e se eu fosse muito feia já não eras simpático comigo?

F. - (olhar confuso e não resposta)

Sim, estou de volta ao trabalho.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Primeiro dia do ano = The Tourist (versão figura materna)


A verdadeira versão:

Elise: Invite me to dinner, Frank.
Frank Taylor: What?
Elise: ...
Frank Taylor: Would you like to have dinner?
Elise: Women don't like questions.
Frank Taylor: Join me for dinner.
Elise: Too demanding.
Frank Taylor: Join me for dinner?
Elise: Another question.
Frank Taylor: I'm having dinner, if you'd care to join me.
Elise: [sorri]

A versão da figura materna:

Elise: Invite me to dinner, Frank.
Frank Taylor: What?
Elise: ...
Frank Taylor: Would you like to have dinner?
Elise: Women don't like questions.
Frank Taylor: Join me for dinner.
Elise: Too demanding.
Frank Taylor: Join me for dinner?
Elise: Another question.
Frank Taylor: (figura materna disparada e antes da resposta na tv)  Vai para o raio que te parta!

Ninguém pode dizer que não sou uma rapariga simples

Ovos, queijo e salsicha numa frigideira.
Massa a cozer.
Pleno chá verde e limão para desintoxicar (brincadeirinha, só uma taça de champanhe aqui escorregou ontem)
Uvas...

Youtube em alto volume a reproduzir a lista de "gostos"...
Home alone. Well, home plus 2 dogs a tentar comer a tua comida...
Em suma, o brunch (termo finex, right?) perfeito para iniciar 2013.

2013 - A figura materna vai à caça

Vai à caça pela pequena cria...

- Quem era aquele que te foi buscar, era o dono da casa?
- Quem? Ah, era sim!
- Era muuuito giro.
- Sim, por acaso também acho, mas tem namorada.
- E o A.?
- Também tem namorada e ela é muito gira.
- Como é que o dono da casa se chama?
- J.
- O que é que ele faz?
- É licenciado em desporto. Treina equipas de voleibol, só, acho.
- De onde é que ele é?
- De X.
- Ai não é de lá? E aquela casa da irmã, é gira?
- Muito engraçada. Têm peças de decoração que trazem, pelo que percebi, de viagens que fazem.
- Por acaso ele é muito jeitosinho...
- Ele TEM namorada.